Archive for Julho, 2004
EURO 2004 – A a Z (O)

Otto Rehhagel – O mais velho treinador da prova, parece ter o condão de transfigurar os pequenos em “gigantes”; começou por promover o Werder Bremen, da 2ª Divisão à Bundesliga (em 1981), aí permanecendo durante 14 anos, levando o clube ao topo do futebol alemão; em 1997, nova proeza, inédita ao nível dos principais campeonatos da Europa, ao conquistar em anos consecutivos, ao serviço do Kaiserslautern, os campeonatos da 2ª e da 1ª divisão alemãs. Desde Agosto de 2000, ao comando da selecção grega, atinge – de forma completamente inesperada – a glória máxima europeia, com muita sabedoria na estruturação estratégica e táctica da equipa, jogando “feio” (se o futebol fosse jogado como o jogou a Grécia, não seria “o maior desporto do mundo“…), mas abolutamente eficaz. Um “deus” no Olimpo.
Organização . Uma palavra apenas: .Impecável.! Citando o presidente da UEFA, Lennart Johansson: .Nunca vi nada assim. O melhor Europeu de sempre!.. .Estou orgulhoso de termos atribuído a organização a Portugal.. Uma grande vitória para Portugal. De que devemos – todos – sentir orgulho.
Owen . Não sendo tão explosivo como se poderia esperar, seria algo “ofuscado” pela .explosão. de Rooney, mas, quando teve oportunidade, não deixou de inscrever o seu nome na lista dos marcadores.
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EURO 2004 – A a Z (N)

Nedved . O grande .patrão. da equipa checa, que parecia .talhada. para mais altos voos. A sua lesão na meia-final com a Grécia poderá ter contribuído (inclusivamente no aspecto anímico) para a quebra que a equipa denotaria no termo do jogo, com desfecho final no prolongamento. Podia ter alcançado a consagração, mas, mais uma vez, não teve sorte (já falhara, por castigo, uma final da Liga dos Campeões).
Nikopolidis . A primeira base da solidez da equipa grega começava na confiança que depositava no seu guarda-redes, sempre muito seguro, quase dando a garantia à equipa de que marcar um golo seria o suficiente para ganhar os jogos. Excelente Europeu. O “título” passou por aqui.
Nuno Gomes . Não tão exuberante como no EURO 2000, viveu sempre .à sombra. de Pauleta, procurando agarrar as oportunidades que Scolari lhe ia dando. Marcou o golo decisivo contra a Espanha, que despoletaria a carreira de sucesso da equipa portuguesa, radicalmente transformada a partir desse jogo, a partir do momento em que passou a acreditar em si própria, numa fé, crença e vontade inabaláveis de vencer. Na Final, aceitando-se a opção de Scolari, pelo jogo esforçado que Pauleta fizera com a Holanda, talvez tenha entrado “tarde de mais”.
Nuno Valente . Beneficiou também da .revolução. de Scolari, “roubando” o lugar a Rui Jorge, para não mais o perder. Sem ser exuberante, foi sempre um garante de segurança, com a sua atitude de grande luta, não dando muitas oportunidades aos adversários.
P. S. Novos agradecimentos, a Melga e Bolota X.
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EURO 2004 – A a Z (M)

Maniche . Esteve quase .para ficar de fora.; seria chamado .à última hora., “roubando” o lugar a Luís Boa Morte. Viria a ser a peça decisiva do puzzle. Correu quilómetros em todos os jogos, .dando o litro., sem evidenciar nunca sinais de esgotamento; um verdadeiro .poço de energia.. Pleno de auto-confiança, nunca teve receio de arriscar o remate à baliza. e “petiscou”, com excelentes golos, um deles (contra a Holanda), o melhor golo do Campeonato. Sem ele, talvez Portugal não tivesse conseguido o sucesso que alcançou.
Miguel . Agarrou com .unhas e dentes. a oportunidade que Scolari lhe proporcionou, na sequência do erro de Paulo Ferreira que daria o primeiro golo à Grécia; beneficiou da postura atacante sempre assumida por Portugal, o que fez com que não se notassem eventuais debilidades defensivas. Um bom Campeonato, superando as expectativas.
Moreira . Chegado do Europeu de Esperanças nas vésperas do início da prova, e, possivelmente, .em trânsito. para os Jogos Olímpicos, o jovem guarda-redes teve uma óptima experiência de aprendizagem de sucesso ao mais alto nível. De que poderá aproveitar futuramente.
Mostovoi . Foi por ele que se começou a “desmoronar” a equipa russa, com a contestação às opções do treinador. Seria expulso da equipa que, a partir daí, ficaria dispersa, sem unidade e concentração.
Há 1 ano no Memória Virtual – Os blogues e a dialéctica autor/leitor
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LEONARDO – CÓDICES ATLÂNTICO E WINDSOR
O milanês Pompeo Leoni, escultor do Rei de Espanha, Filipe II, e coleccionador de arte, procurou remediar a dispersão ocorrida com a morte de Melzi, tendo conseguido catalogar e numerar um bom conjunto de manuscritos e grande número de folhas soltas que reuniu em grossos volumes.
O primeiro (Códice de Windsor), conservado na Biblioteca do castelo real de Windsor, é uma miscelânea de cerca de 600 desenhos, incluindo nomeadamente os estudos sobre os drapeados da “Última Ceia”, bem como o célebre plano de Imola e quase todos os estudos anatómicos.
O segundo, universalmente conhecido como Códice Atlântico, é a mais vasta colecção de documentos de Leonardo, incluindo desenhos e textos de conteúdo científico e tecnológico. A este Códice pertence também o projecto de um veículo automotor (o “automóvel de Leonardo da Vinci”), assim como os primeiros desenhos de uma máquina voadora, e ainda um esboço de uma bicicleta, surpreendentemente parecida com as actuais.
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EURO 2004 – A a Z (L)

Letónia . A simpática selecção que veio para aprender; chegou a estar a vencer a R. Checa até ao quarto de hora final; conseguiria a .grande proeza. de empatar com a Alemanha. Chegou ao último jogo em condições de acalentar esperanças de apuramento, caso vencesse a Holanda (e, como num jogo de futebol, tudo é possível.). Mas a Holanda exerceria um domínio claro, não lhes permitindo qualquer veleidade.
Lucílio Baptista . O árbitro português teve um desempenho ao nível esperado; designado para 2 jogos, sentiu algumas dificuldades a nível disciplinar, sendo obrigado a recorrer ao uso de cartões, mas as partidas que apitou não tiveram .grandes casos.. Sem chegar ao “patamar” atingido em anteriores competições por António Garrido, Carlos Valente ou Vítor Pereira, uma prestação de nível razoável, que não deslustra a arbitragem portuguesa.
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EURO 2004 – A a Z (K)

Kahn . O guarda-redes alemão tinha saído do Mundial da Coreia-Japão como o melhor do mundo; não tendo comprometido nesta passagem por Portugal, acabaria por fazer parte integrante de uma .triste. campanha alemã, saindo pela .porta baixa..
Karagounis . O melhor jogador grego, por cujos pés passa todo o jogo da Grécia, que pauta qual maestro. Foi ele que foi transportando a Grécia para .a frente., quando era hora de procurar algum risco. O segundo cartão amarelo, no jogo contra a R. Checa afastá-lo-ia da Final. Fiel ao seu “estilo de jogo”, a Grécia acabaria por não “notar a sua falta”.
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EURO 2004 – A a Z (J)

Joaquín . Era esperado como o .maior perigo. para a defesa portuguesa, receando-se as suas investidas pelas alas. Seria bastante bem anulado pela defesa portuguesa. Pela sua .fraca produção. passaria o segredo do apuramento português.
Jorge Andrade . Formou com Ricardo Carvalho a melhor dupla de centrais deste Europeu, sendo dos poucos jogadores com presença integral em todas as partidas. Oscilou perante a pressão inglesa; foi infeliz no jogo com a Holanda, desviando a bola para a nossa baliza, mas conseguiria recompor-se, atingindo um bom nível.
P. S. Estão em atraso diversos agradecimentos, que procurarei recuperar nos próximos dias. Um grande obrigado aos Desblogueadores (na pessoa do amigo Nelson) e ao Carlos (Ideias Soltas).
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EURO 2004 – A a Z (I)

Ibrahimovic . O avançado sueco revelar-se-ia como um dos melhores da prova, com um golo de antologia, que fica na retina. A infelicidade sueca no jogo com a Holanda impediria que pudesse .mostrar-se. mais.
Inglaterra . Uma selecção que viria a revelar-se bem mais compacta e perigosa do que poderia esperar-se, nomeadamente na sequência do jogo “frágil” que evidenciara perante a França. Apesar de Beckam não ter estado ao seu melhor nível, Ashley Cole, Scholes, Lampard, Owen e, sobretudo, a descoberta Rooney, conduziram a Inglaterra a um elevado nível. O jogo com Portugal foi de antologia (o mais empolgante do campeonato), com um prolongamento de alta tensão, absolutamente “electrizante”.
Itália . Fico com a ideia que seria talvez (em teoria) – e a par da R. Checa – a equipa mais forte deste Europeu (a seguir a Portugal!…). Seria vítima do seu sistema tradicional de jogo. Conseguiu grandes exibições com a Dinamarca (num excelente jogo, apesar do 0-0) e com a Suécia (num magnífico jogo de ataque. até chegar ao golo, recuando depois, acabando por permitir o empate, que viria a revelar-se-lhe “fatal”). Fez uma partida de grande sofrimento contra a Bulgária, suspensa do resultado do Dinamarca-Suécia; tendo chegado ao último jogo dependente de terceiros, acabaria por ser vítima do empate nórdico a dois golos (o resultado que apurava automaticamente as duas selecções), num jogo (e resultado), que, reforço a ideia, me pareceu absolutamente natural.
Há 1 ano no Memória Virtual – Oriente . Ou serviço público II
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LEONARDO – OS MANUSCRITOS
Até aos seus últimos dias, Leonardo da Vinci investigou em todos os campos do saber e produziu uma interminável quantidade de apontamentos. Infelizmente, nenhum dos livros começados chegou a ser concluído, permanecendo as suas observações no estado de notas dispersas, breves e fragmentárias.
Com a sua morte, este património passou para o seu discípulo Francesco Melzi, o qual iniciou uma primeira catalogação, embora com uma grande dificuldade de ordenação cronológica.
Não obstante, Melzi conseguiu organizar uma parte do material, tendo preparado a redacção do .Tratado da Pintura., mais tarde transcrito no Códice de Urbino. Com a morte de Melzi, perderam-se muitos manuscritos, tendo alguns chegado até nós apenas como fragmentos.
Restam hoje cerca de 3 500 páginas, com textos e desenhos, reunidos em pequenos cadernos de apontamentos em que Leonardo anotava rápidas reflexões.
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EURO 2004 – A a Z (H)

Hélder Postiga . Uma participação reduzida em termos de tempo, mas que se revelaria decisiva; seria dele o golo do empate com a Inglaterra (a 8 minutos do fim), que nos levaria ao prolongamento. Depois, foi aquela .loucura. de um penalty, transformado . .à Panenka. . de forma absolutamente .inconsciente. (dada a responsabilidade de nos poder provocar automaticamente a eliminação), mas, dado o seu .final feliz., com uma marca de génio, que deixou um grande sorriso em Deco e uma enorme alegria em todos os portugueses.
Henry . O avançado do Arsenal vinha creditado como o melhor jogador do mundo na época agora finda. Completamente fora de forma, esgotado por uma longa e exigente temporada, passaria quase ao lado da prova; os dois golos contra a Suíça foram uma magra consolação, para uma equipa que deverá agora passar por um processo de renovação.
Holanda . Tradicionalmente uma grande potência futebolística, talvez a equipa europeia com maior potencial ofensivo em termos históricos. Surgiu menos forte nesta prova; não obstante, foi conseguindo levar .a água ao seu moinho., até se deparar com um Portugal. imparável. Repetiu o 3º lugar do EURO 2000.
Hooligans . Felizmente, praticamente não se viram durante os jogos. A realçar o desportivismo com que todas as comitivas de adeptos se comportaram, de início a fim da prova, participando activamente na grande festa que foi o EURO. Quero crer que os desacatos de Albufeira, com adeptos ingleses, se deram com indivíduos que nem sequer assistiram a qualquer jogo.
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