Archive for 30 Julho, 2004
VAN GOGH (II)
Em 1877, abandonaria Inglaterra, iniciando um trabalho temporário numa livraria em Dordrecht, o qual contudo não o satisfez também, rapidamente se deslocando para Amsterdão, onde desenvolve estudos religiosos.
No ano seguinte, numa tentativa de dar forma a essa vocação religiosa, vai para Borinage (Bélgica), uma região de minas de carvão, perto da fronteira francesa, em que vive num ambiente de grande pobreza, lendo a Bíblia aos mineiros. Algumas das suas gravuras retratam esta fase, caracterizando-se por falta de luz e opressão retratada na atmosfera escura.
Neste período, dedica toda a sua energia a ajudar os mineiros, dando-lhes roupas e comida. Mas viria a perder o trabalho em Borinage, o que lhe provocou uma depressão, ao perceber que os seus esforços tinham sido em vão. Não obstante, muda-se para Cuesmes, para continuar trabalho semelhante ao da ajuda aos mineiros. Paralelamente, começa a renovar-se o seu interesse pela pintura.
Em 1880, abandona as questões religiosas, dedicando-se exclusivamente à pintura dos mineiros e tecelões pobres. Dada a sua precária situação financeira, começa a ser apoiado financeiramente pelo irmão Theo. Nesse ano, começa a ter estudos de anatomia e perspectiva na Academia de Artes de Bruxelas.
No ano seguinte, é devastado pela rejeição pela prima Cornelia Adriana Vos-Stricker (Kee), que lhe provoca uma depressão.
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JOGOS OLÍMPICOS – 1952 – HELSÍNQUIA
Em Helsínquia, em 1952 – de 19 de Julho a 3 de Agosto –, pela primeira vez na história, as duas super-potências, EUA e União Soviética (estreante), enfrentavam-se no campo desportivo, aumentando o número de atletas presentes para 4 955, representando 69 países, disputando 149 provas.
Estes Jogos Olímpicos marcam o regresso da Alemanha (cuja última presença anterior datava já de 1936), com uma equipa da República Federal Alemã (RFA). A República Democrática Alemã (RDA) não participaria ainda nestas Olimpíadas.
A equipa feminina de ginástica da URSS iniciaria aqui um domínio que se estenderia por um longo período de 40 anos, em que venceu sucessivamente todas as Olimpíadas… até o próprio país se desmembrar em diversas repúblicas independentes.
No Triplo-Salto, o Campeão Olímpico seria o brasileiro Ademar Ferreira da Silva, batendo então o recorde mundial.
Mas a grande figura dos Jogos seria o checoslovaco Emil Zatopek, conhecido como “Locomotiva Humana”, que se tornou no único atleta de sempre a conseguir vencer – numa única edição dos Jogos Olímpicos – as corridas de 5 000 metros e 10 000 metros (com um intervalo de apenas 24 horas) e ainda a Maratona.
Portugal apresentaria a maior delegação de sempre até à data, com 73 atletas participantes, tendo obtido nova medalha de bronze (elevando o total geral das medalhas conquistadas para 5 de bronze e 1 de prata), por via de Joaquim Mascarenhas Fiúza e Francisco Rebelo de Andrade, na prova de Vela (classe “Star”).
No quadro final de medalhas, destacaram-se os seguintes países:
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RELATÓRIO "DESENVOLVIMENTO HUMANO" (X)
Procurando retomar uma vertente positiva, concluo hoje uma breve resenha de alguns dos principais aspectos relatados no Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, com mais uma comparação de indicadores, desta vez, a nível dos diversos continentes, com indicação dos países com melhor desempenho a nível “regional”.
Os indicadores que seleccionei são o Nº de médicos por cada 100 000 habitantes; Casos de Tuberculose por 100 000 habitantes; Esperança de vida à nascença; Taxa de mortalidade infantil (por 1 000); Taxa de literacia população entre 15 e 24 anos; PIB per capita em USD; % Crescimento anual do PIB 1990-2002; Telefones por 1 000 habitantes:
EUROPA
– (1) Noruega: 367 / 5 / 78,9 / 4 / 100 / 41 974 / 3,0 / 734
– (2) Suécia: 287 / 4 / 80,1 / 3 / 100 / 26 929 / 2,0 / 736
– (5) Holanda: 328 / 7 / 78,3 / 5 / 100 / 25 886 / 2,2 / 618
– (6) Bélgica: 419 / 11 / 78,8 / 5 / 100 / 23 749 / 1,8 / 494
– (7) Islândia: 352 / 3 / 79,8 / 3 / 100 / 29 749 / 2,1 / 653
– (26) Portugal: 318 / 37 / 76,2 / 5 / 100 / 11 948 / 2,5 / 421
OCEANIA
– (3) Austrália: 247 / 4 / 79,2 / 6 / 100 / 20 822 / 2,6 / 539
– (18) N. Zelândia: 219 / 11 / 78,3 / 6 / 100 / 14 872 / 2,1 / 448
– (63) Tonga: 35 / 41 / 68,6 / 16 / 99,2 / 1 347 / 2,2 / 113
– (75) Samoa: 34 / 44 / 70,0 / 20 / 99,5 / 1 484 / 3,2 / 57
– (81) I. Fiji: 34 / 43 / 69,8 / 17 / 99,3 / 2 281 / 1,8 / 119
AMÉRICA DO NORTE
– (4) Canadá: 187 / 5 / 79,3 / 5 / 100 / 22 777 / 2,2 / 635
– (8) EUA: 279 / 4 / 77,1 / 7 / 100 / 36 006 / 2,0 / 646
– (29) Barbados: 137 / 20 / 77,2 / 12 / 99,8 / 9 423 / 1,6 / 494
– (39) St. Kitts and Nevis: 117 / 14 / … / 20 / … / 7 745 / 3,5 / 500
– (45) Costa Rica: 160 / 19 / 78,1 / 9 / 98,4 / 4 271 / 2,7 / 251
AMÉRICA DO SUL
– (34) Argentina: 304 / 61 / 74,2 / 16 / 98,6 / 2 797 / 1,7 / 219
– (43) Chile: 115 / 20 / 76,1 / 10 / 99,0 / 4 115 / 4,4 / 230
– (46) Uruguai: 387 / 37 / 75,3 / 14 / 99,1 / 3 609 / 1,4 / 280
– (67) Suriname: 50 / 103 / 71,1 / 31 / … / 2 199 / 0,5 / 164
– (68) Venezuela: 200 / 54 / 73,7 / 19 / 98,2 / 3 760 / -1,0 / 113
ÁSIA
– (9) Japão: 202 / 44 / 81,6 / 3 / 100 / 31 407 / 1,0 / 558
– (22) Israel: 375 / 9 / 79,2 / 6 / 99,5 / 15 792 / 1,8 / 453
– (23) Hong-Kong: 160 / 95 / 79,9 / … / … / 23 800 / 2,2 / 565
– (25) Singapura: 140 / 44 / 78,1 / 3 / 99,5 / 20 886 / 3,8 / 463
– (28) Coreia do Sul: 180 / 138 / 75,5 / 5 / … / 10 006 / 4,7 / 489
ÁFRICA
– (35) I. Seychelles: 132 / 52 / … / 12 / 99,1 / 8 320 / 2,6 / 269
– (64) I. Maurícias: 85 / 137 / 72,0 / 17 / 94,5 / 3 740 / 4,0 / 270
– (92) Tunísia: 70 / 26 / 72,8 / 21 / 94,3 / 2 149 / 3,1 / 117
– (105) Cabo Verde: 17 / 352 / 70,2 / 29 / 89,1 / 1 345 / 3,4 / 160
– (108) Argélia: 85 / 51 / 69,7 / 39 / 89,9 / 1 785 / 0,3 / 61
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JOGOS OLÍMPICOS – 1948 – LONDRES
As XII e XIII Olimpíadas, que deveriam ter-se realizado em 1940 e 1944, acabariam por ser anuladas, devido à II Guerra Mundial.
Após uma interrupção de 12 anos, os Jogos da XIV Olimpíada seriam disputados em Londres, em 1948 (repetindo também a organização de 1908), de 29 de Julho a 14 de Agosto, com a participação de 4 104 atletas de 59 países, disputando 136 provas.
Os Jogos de 1948 seriam os primeiros a ser efectivamente transmitidos pela televisão, apesar de serem ainda poucos os ingleses com televisão em casa.
Ficaram também assinalados pela primeira presença dos “países comunistas”, provenientes do bloco de leste, na sequência do fim da Guerra. Ao contrário, primaram pela ausência, grandes potências como a Alemanha, a URSS e o Japão.
A holandesa Fanny Blankers-Koen tornar-se-ia na primeira mulher a conquistar 4 medalhas de ouro numa única Olimpíada, vencendo os 100m, 200m, 80 m barreiras e estafeta. Apesar de ser também recordista mundial do salto em altura e do salto em comprimento, seria impedida pelo regulamento de participar em mais provas.
O norte-americano Bob Mathias, vencendo a prova do Decatlo com a idade de 17 anos, tornou-se no mais jovem desportista de sempre a vencer uma prova de atletismo nos Jogos Olímpicos.
Ilona Elek (Hungria) e Jan Brzak (Checoslováquia) conseguiriam revalidar os títulos olímpicos que tinham conquistado 12 anos em Berlim, tendo portanto (em teoria) perdido a possibilidade de vencer mais títulos, devido à não concretização das Olimpíadas de 1940 e 1944.
Portugal participou no evento com 47 atletas, conseguindo conquistar finalmente a sua primeira medalha de prata, por intermédio de Duarte Bello e Fernando Bello, na prova de Vela (classe “Swallow”). Alcançaria também a 4ª medalha de bronze do seu historial, no concurso de “Dressage” (Hipismo), por Francisco Valadas Jr. e Luís Mena e Silva (também já medalhado em 1936).
No quadro de medalhas, os primeiros países foram:
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…14 DIAS – IUCATÃO
As civilizações mais avançadas da América Central foram a maia e a azteca. Os maias estabeleceram-se ao norte da península de Iucatão, construindo várias cidades-santuários, enquanto os aztecas se estabeleceram nas ilhotas do lago de Texcoco, onde edificaram a capital de seu império, México-Tenochtitlán.
O império maia tinha uma organização estatal e social bem definida, nas quais se diferenciavam classes sociais e profissões. Os maias constituíram um dos mais cultos povos da América pré-colombiana, revelando grande sentido artístico e um elevado nível intelectual e cultural, patente nomeadamente nos grandes avanços nas áreas da matemática e da astronomia, por exemplo com o seu calendário de grande fiabilidade.
Deixariam também o testemunho da sua grandeza em colossais obras arquitectónicas, de que se destacam os templos e palácios em terraços piramidais, assim como os relevos e esculturas decorativas e pinturas.
Em 1841-42, o americano John Lloyd Stephens descobria, nas florestas do Noroeste do interior da península do Iucatão – na região de Puuc (“Terra das Colinas”) – maravilhas atrás de maravilhas, de que são exemplos: a fachada de um templo grandioso em Labná, a “Casa Grande” de Sayil (sumptuoso palácio).
Entre cerca dos anos 800 a 1000, a região de Puuc teria mais de 150 prósperas cidades, de que se destacavam Uxmal, Kabah e Sayil – locais actualmente considerados Património Mundial da Humanidade.
Localizado no sudeste do México, o Estado de Iucatão compõe, com mais dois estados (Campeche e Quintana Roo), a península de Iucatão. O Iucatão apenas seria tomado pelos espanhóis na década de 1540 a 1550, depois de vários reveses, por Francisco Montejo (filho), que viria a ser o seu primeiro governador. A sua casa, em Mérida (concluída em 1549), manteve-se como uma jóia, com elementos decorativos que imitam os que se encontram em peças de ourivesaria.
Mérida, a actual capital do Estado de Iucatão, é uma cidade charmosa, de ruas estreitas, edifícios coloniais e de estilo europeu, tendo sido também um importante centro da cultura maia no Iucatão antes da chegada dos conquistadores espanhóis. Não obstante ter sido edificada como uma importante cidade do Império Maia, não conserva já resquícios desse tempo, apresentando agora uma arquitectura colonial, influenciada pelas luzes europeias do século XVIII e pela Belle Époque dos finais de XIX, com o destaque para a Plaza Mayor e a Catedral de Santo Ildefonso, edificada na segunda metade do século XVI, a igreja mais antiga de toda a América continental. Constitui, ainda assim, um ponto de partida privilegiado para explorar os principais sítios arqueológicos da região: Uxmal (a 74 km) e Chichen Itzá (a 120 km).
Uxmal – A mais famosa das antigas cidades maias de Puuc – ou terra das colinas – no Iucatão, a capital da civilização maia, com a sua “Pirâmide do Mágico” (gigantesca, com 5 templos sobrepostos, a mais de 30 metros de altura) e o maravilhoso “Palácio do Governador”.
Mas a cidade mais importante do Iucatão, do tempo do Império dos maias, foi sem dúvida a cidade sagrada de Chichen Itzá (“Boca do Poço dos Itzaes”), que prosperou entre os anos 750 e 1200, onde ainda hoje é possível extasiar-nos com a cultura maia e com a sua grandeza colossal, expressa nomeadamente em construções como a Casa das Monjas, o Anexo, a Igreja, a Casa Colorada e a de Venado (estilo arquitectónico Maia Clássico, dos séculos IV a X); e, num estilo arquitectónico do período Toldeca, nos séculos X a XIII (com influência de outros povos mexicanos), os edifícios mais majestosos, da fase de maior pujança da cidade, como o Castelo ou Pirâmide de Kukulkán (o deus Sol) – com 24 metros de altura, 60 de base e uma escadaria de 91 degraus –, a Praça das Mil Colunas e o Templo dos Guerreiros.
Há 1 ano no Memória Virtual – 1º mês
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