Archive for 9 Julho, 2004
DIFÍCEIS DECISÕES
1. Já por duas vezes o tinha aqui escrito: em minha opinião, esta não seria a melhor decisão para Portugal.
2. Continuo a pensar que o novo Governo dificilmente terá sólidas condições para governar em estabilidade (o princípio essencial no qual se baseou a decisão).
3. O novo Governo estará condicionado – viverá “espartilhado” – por um conjunto de factores cuja gestão será de grande complexidade: desde a necessidade de “agradar” aos portugueses, numa perspectiva de curto prazo; passando pelo estreito “controlo” que sobre ele impenderá da parte do Presidente, sempre com a “ameaça” da dissolução qual “espada de Dâmocles”; terminando numa conjuntura em que a crise não está ainda debelada e em que a oposição mais à esquerda tenderá a radicalizar posições, com inevitável instabilidade social.
4. O novo Governo não poderá mais ter como alibi a “herança” governamental anterior.
5. Vivemos em democracia.
6. Temos de respeitar a decisão do Presidente da República; foi para tomar decisões (difíceis) que foi eleito.
7. Por maior decepção que elas provoquem; em particular a Ferro Rodrigues, que, no meu entendimento, tomou uma (difícil) decisão, que terá sido precipitada mais pela emoção que pela razão.
8. Às vezes, escreve-se “direito por linhas tortas”…
9. Que a maioria governamental entenda a sensibilidade do actual momento.
10. Que o actual maior partido da oposição possa aproveitar este difícil momento para, reforçando-se, reforçar a democracia portuguesa.
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LEONARDO – CÓDICE HAMMER / LEICESTER E MANUSCRITO ARUNDEL
O Códice Hammer / Leicester trata-se de um volume cujos escritos são dedicados a um tema apaixonante para Leonardo: o da água e das suas forças dinâmicas, os movimentos, as correntes, os remoinhos e os saltos.
Inclui ainda estudos sobre Geologia e Astronomia, assim como teorias sobre a estrutura da terra e as alterações da sua superfície.
Este Códice foi adquirido por Bill Gates (o “patrão” da Microsoft), tendo estado em exposição durante a EXPO98, em Lisboa.
O manuscrito Arundel, conservado no British Museum de Londres, inclui cadernos com diversos conteúdos, compilados por Leonardo na última fase da sua vida, regressando ao tema da água, tendo expressado mesmo a intenção de abordar o tema num volume a que pensava dar o título de “Primeiro Livro da Água”.
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EURO 2004 – A a Z (T)
Tiago . A sua condição física não lhe teria possivelmente permitido ter participação activa numa prova com a exigência e intensidade que caracterizaram este Europeu. Mas as superiores prestações de Maniche e Costinha, impediram-no de jogar um único minuto.
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EURO 2004 – A a Z (S)
Scolari . Teve três grandes méritos: .emendar a mão a tempo. (colocando finalmente a jogar, jogadores que tinham, .obrigatoriamente. que jogar: Ricardo Carvalho, Deco e Maniche) – não obstante não ser fácil de compreender porque “demorou tanto tempo” -; construir a unidade da equipa, fazendo-a acreditar e confiar em si; conquistar os portugueses para .a sua causa.. E quase fez o .milagre. (que, é de elementar justiça dizê-lo, teria também .dedo. de José Mourinho). Na Final, não teve a felicidade de as substituições resultarem como noutros jogos, perdendo – pela segunda vez – o “duelo particular” com Otto Rehhagel. Terá pela frente novo grande desafio, com a campanha para o Mundial.
Selecção “ideal” – Sempre um exercício subjectivo e de grande complexidade… Deixo, não uma, mas “duas selecções ideais”:
– Buffon; Seitaridis, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho e Zambrotta; Costinha, Nedved, Deco, Maniche, Baros; Van Nistelrooy
– Sorensen; Grygera, Canavarro, Dellas e Jankulovski; Poborski, Figo, Davids, Zidane e Cristiano Ronaldo; Rooney
A “eleita” pela UEFA (abrangendo 23 jogadores) foi a seguinte:
– Petr Cech (República Checa) e Antonis Nikopolidis (Grécia)
– Sol Campbell (Inglaterra), Ashley Cole (Inglaterra), Traianos Dellas (Grécia), Olof Mellberg (Suécia), Ricardo Carvalho (Portugal), Georgios Seitaridis (Grécia) e Gianluca Zambrotta (Itália)
– Michael Ballack (Alemanha), Luís Figo (Portugal), Frank Lampard (Inglaterra), Maniche (Portugal), Pavel Nedved (R. Checa), Theodoros Zagorakis (Grécia) e Zinedine Zidane (França)
– Milan Baro. (R. Checa), Angelos Charisteas (Grécia), Henrik Larsson (Suécia), Cristiano Ronaldo (Portugal), Wayne Rooney (Inglaterra), Jon Dahl Tomasson (Dinamarca) e Ruud van Nistelrooy (Holanda)
Simão Sabrosa . Entrou como titular, mas perderia o lugar face à “fogosidade” de Cristiano Ronaldo. Quando teve oportunidade, jogou bem, mas a equipa estava montada e a render ao mais alto nível, dificultando alterações.
Suécia . Os .toscos, altos e louros. são cada vez menos toscos; a Suécia surpreendeu; venceu o Grupo (muito difícil, à frente de grandes equipas como a Dinamarca e a Itália). Nos ¼ final, perante a poderosa Holanda, foi a Suécia que esteve mais próxima de resolver a seu favor a eliminatória, antes dos fatídicos penalties. Uma surpresa pela positiva.
Suíça . Uma equipa de que talvez não se pudesse esperar mais. Um empate sofrido com a Croácia (em inferioridade numérica durante muito tempo); a situação repetir-se-ia com a Inglaterra, sofrendo então uma derrota .pesada. (0-3). Ainda assim, sonhou com o apuramento, quando empatou o último jogo com a França, empate que manteve durante quase uma hora. Acabaria, naturalmente, eliminada.
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LUAR NA LUBRE EM TORRES NOVAS
Esta noite, em Torres Novas, espectáculo do grupo galego Luar na Lubre, apresentando o seu último disco (Hai un paraíso), com a participação da jovem portuguesa, Sara Vidal (cantando “O meu país”).
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EURO 2004 – A a Z (R)
R. Checa . Apontada desde o início da prova como uma das principais candidatas à vitória, a R. Checa foi materializando, jogo a jogo, o seu poderio, com sucessivas vitórias em todos os jogos até às meias-finais. Fraquejou no pior momento, acusando talvez algum desgaste físico e mental, com uma quebra anímica que talvez possa ter também alguma relação com a lesão de Nedved. O 3º lugar final .soube a pouco..
Raul . Após a época desastrada do Real Madrid, Raul chegou a Portugal como grande esperança espanhola. “Fora de forma”, passaria praticamente ao lado do Europeu, sem ter tido oportunidade de .dar nas vistas..
Ricardo . Podia ter sentido sobre si a desconfiança de um .país inteiro., na sequência da grande polémica da não convocação de Vítor Baía. A dinâmica ofensiva que Portugal teve de assumir . praticamente desde os primeiros minutos da prova . contribuíram para que não tivesse de ser colocado à prova de forma intensa; quando chamado a intervir, correspondeu. Tal como a equipa, foi ganhando confiança jogo a jogo, transformando-se num .herói nacional., com o duplo êxito com a Inglaterra, defendendo um penalty e marcando o penalty decisivo no nosso apuramento para as meias-finais.
Ricardo Carvalho . O .Imperador.. O .novo Beckenbauer.. O .novo Baresi.. Não é fácil encontrar palavras para caracterizar o desempenho de Ricardo Carvalho neste Europeu. Oferecendo uma confiança ilimitada, dando extrema segurança, jogando .sempre limpo., Ricardo Carvalho consagra-se possivelmente como o melhor defesa da Europa e, naturalmente, como um dos melhores jogadores neste Europeu.
Rui Costa . Vítima também do resultado do primeiro jogo, passaria de titular a suplente; a melhor opção, tendo em conta a sua condição física: sempre que entrou, assumiu papel preponderante, com um golo fantástico contra a Inglaterra, que bem merecia ter sido um .golo de ouro.. Na Final, chamado novamente a substituir um companheiro, assumiu o comando do jogo, numa altura em que, contudo,” Portugal jogava já mais com o coração que com a cabeça”. Não obstante o resultado da Final, sai, com grande dignidade, pela .porta grande..
Rui Jorge . Aquele que foi o primeiro a saber que tinha lugar assegurado na convocatória para a prova (quando Scolari garantiu que, caso fosse despenalizado do caso de doping que sobre ele impendia, seria convocado), seria também vítima da renovação da equipa após o primeiro jogo. Perdeu o lugar para Nuno Valente, que não daria mais possibilidades a Rui Jorge de voltar a ser chamado à equipa.
Rússia . Uma equipa a fazer lembrar o velho ditado .em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.. A preparação da equipa não terá sido a ideal; as críticas de Mostovoi ao treinador .desintegraram. algum espírito de grupo que pudesse ainda subsistir. A equipa estava .condenada ao insucesso.. Saiu com a consolação de ter sido a única a vencer a Campeã Grécia.
P. S. Novos agradecimentos, ao Pecola e O Covarde.
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EURO 2004 – A a Z (Q)
Quim . Na sequência das polémicas associadas à .exclusão. de Vítor Baía, e dada a intranquilidade patenteada por Ricardo durante a época e nos jogos de preparação, chegou a acalentar esperanças de poder conquistar a titularidade. As exibições de Ricardo tranquilizariam Scolari e Portugal, e Quim não chegaria a ter oportunidade de jogar.
Há 1 ano no Memória Virtual – Mia Couto
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