Posts filed under ‘Cultura, Artes e Letras’
Óscares – 2023 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – “Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” – Everything Everywhere All at Once
- Melhor realizador – Daniel Kwan e Daniel Scheinert (“Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” – Everything Everywhere All at Once)
- Melhor actor – Brendan Fraser (“A Baleia” – The Whale)
- Melhor actriz – Michelle Yeoh (“Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” – Everything Everywhere All at Once)
- Melhor actor secundário – Ke Huy Quan (“Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” – Everything Everywhere All at Once)
- Melhor actriz secundária – Jamie Lee Curtis (“Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” – Everything Everywhere All at Once)
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Óscares – 2022 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – “CODA – No Ritmo do Coração” – CODA
- Melhor realizador – Jane Campion (“O Poder do Cão” – The Power of the Dog)
- Melhor actor – Will Smith (“King Richard: Para Além do Jogo” – King Richard)
- Melhor actriz – Jessica Chastain (“Os Olhos de Tammy Faye” – The Eyes of Tammy Faye)
- Melhor actor secundário – Troy Kotsur (“CODA – No Ritmo do Coração” – CODA)
- Melhor actriz secundária – Ariana DeBose (“West Side Story”)
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Óscares – 2021 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – “Nomadland – Sobreviver na América” – Nomadland
- Melhor realizador – Chloé Zhao (“Nomadland – Sobreviver na América” – Nomadland)
- Melhor actor – Anthony Hopkins (“O Pai” – The Father)
- Melhor actriz – Frances McDormand Zhao (“Nomadland – Sobreviver na América” – Nomadland)
- Melhor actor secundário – Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro” – Judas and the Black Messiah)
- Melhor actriz secundária – Youn Yuh-jung (“Minari”)
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Óscares – 2020 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – “Parasitas” – Parasite
- Melhor realizador – Bong Joon Ho (“Parasitas” – Parasite)
- Melhor actor – Joaquin Phoenix (“Joker”)
- Melhor actriz – Renée Zellweger (“Judy”)
- Melhor actor secundário – Brad Pitt (“Era Uma Vez Em… Hollywood” – Once upon a Time… in Hollywood)
- Melhor actriz secundária – Laura Dern (“Marriage Story”)
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Óscares – 2019 – Vencedores
E os vencedores dos Óscares foram:
- Melhor filme – “Green Book – Um Guia para a Vida” – Green Book
- Melhor realizador – Alfonso Cuarón (“Roma”)
- Melhor actor – Rami Malek (“Bohemian Rhapsody”)
- Melhor actriz – Olivia Colman (“A Favorita” – The Favourite)
- Melhor actor secundário – Mahershala Ali (“Green Book – Um Guia para a Vida” – Green Book)
- Melhor actriz secundária – Regina King (“Se Esta Rua Falasse” – If Beale Street Could Talk)
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Joan Baez – Fare Thee Well
Joan Baez no Coliseu: De Woodstock a Grândola, o adeus à voz de um povo
Naquela que foi a primeira data europeia da sua última digressão de sempre (os 78 anos impressionam, mas também pesam; e ela também tem direito à sua reforma), Joan Baez apresentou-se sem os pés nus que a caracterizaram no início da década de 60 («a Madona dos pés descalços», chamaram-lhe), mas com o mesmo espírito do festival de Woodstock no qual participou. Ali, perante centenas de pessoas, estava a mulher que marchou lado a lado com Martin Luther King, a mulher que atuou no Vietname em tempo de guerra, a mulher que nunca se esqueceu dos mais desafortunados, a mulher que entre os seus amantes conta nomes tão díspares quanto Steve Jobs e Dylan.
Foi precisamente este último quem teve a honra de “abrir” o espetáculo, através de uma das suas canções mais icónicas: ‘Don’t Think Twice, It’s Alright’. Não foi a única que se ouviu do Nobel da Literatura, ao longo de quase duas horas de concerto; afinal de contas, Dylan «compôs as melhores canções», conforme no-lo explica Baez. Subindo ao palco para «prestar homenagem a Portugal e ao público português», a cantautora trouxe consigo temas das mais diversas épocas e quadrantes, mesmo que o mote tenha sido a apresentação de “Whistle Down the Wind”, o seu derradeiro álbum, editado no ano passado. Saímos do Coliseu a pensar que acabámos de presenciar uma enorme aula de cançonetismo, a pensar que toda a história da música está interligada, que todos aqueles poetas de outrora escolheram a sua profissão por um bem comum: o de ensinar as novas gerações, que ensinarão as subsequentes.
Primeiro a solo, depois na companhia de Dirk Powell e do seu filho, Gabriel – do qual estava grávida quando atuou em Woodstock – Joan Baez foi circulando por temas ainda hoje tão capazes de emocionar como ‘Farewell, Angelina’, ‘It Ain’t Me Babe’, ‘Deportee’ (a qual dedicou aos emigrantes e refugiados de todo o mundo, ela que é filha de pai mexicano) ou ‘Diamonds & Rust’, que mereceu um dos aplausos mais efusivos da noite, da parte de um público que mal ela entrou já a estava a aplaudir de pé. Com a ajuda de Grace Stumberg, que por momentos, blasfémia!, quase soou tão grande quanto a própria Baez, interpretou ‘Me and Bobby McGee’, da autoria de um mago da country, Kris Kristofferson. E não escondeu um sorriso irónico ao apontar ‘Hello in There’ como uma canção sobre… velhos.
O grande momento – porque nos toca invariavelmente, e demasiado – aconteceria pouco depois, ao interpretar «a única canção portuguesa» que conhecia: ‘Grândola, Vila Morena’. Quer dizer: ela apresentou-a, mas quem a cantou foi o público, a uma só voz, possuído pela liberdade no mesmo dia em que uma manifestação anti-fascista juntou cerca de meio milhar de pessoas no Rossio. Tornou-se quase como que um cliché ver um artista “de fora” recuperar Zeca Afonso (já muitos o fizeram, do rock à eletrónica), mas é um momento sempre pungente. Seguir-se-ia ‘A Hard Rain’s A-Gonna Fall’, que fez sentido se pensarmos no temporal que se abateu sobre o país esta sexta-feira, e ‘The President Sang Amazing Grace’, canção escrita por Zoe Mulford, do tempo «em que o [seu] país tinha um Presidente a sério», no caso Barack Obama.
Até final, ainda houve espaço para muitos pedidos do público (um dos quais, ‘Gracias A La Vida’, de Violeta Parra, deixou para o final), para a tradicional ‘The House of the Rising Son’ (conhecida por todos os roqueiros deste mundo e mais alguns) e para dois encores, primeiro com ‘Imagine’, de Lennon e ‘Here’s To You’, e depois com ‘Forever Young’ e ‘The Boxer’, de Paul Simon, outro artista que se reformou recentemente. O concerto terminaria com Baez a receber, em mãos, o ramo de flores oferecido por uma fã mais extremosa. E isso nem foi a única prenda que teve esta noite: também ganhou a nossa gratidão eterna. Até sempre.
Se todas as despedidas fossem como a de Joan Baez, não cansaria dizer adeus
O que difere, essencialmente, nesta Fare Thee Well Tour, para além de se afirmar como derradeira (deixando as digressões antes dos 80 anos), é a pose e o empenho. Melhor do que a víramos em 2010, no mesmo Coliseu, há nela uma inesperada jovialidade que se espelha na forma como lida com o envelhecimento natural da voz. Em lugar de surgir, ali, como uma cantora idosa numa despedida a contragosto, Joan Baez mostra-se altiva e enérgica, como se não lhe pesassem mais do que duas décadas de carreira (e na verdade já lá vão 6 décadas, feitas agora, desde a sua primeira actuação regular em clubes folk).
“Mendes Godinho, um incontornável património de Tomar”
No decurso do mês de Agosto, o Dr. Mário Beja Santos (cuja carreira profissional foi orientada sobretudo para a política dos consumidores, com dezenas de títulos publicados, tendo sido, durante décadas, autor e apresentador de programas sobre a temática da defesa do consumidor, na rádio e televisão) procedeu a uma análise do livro de que sou autor, “MENDES GODINHO – Uma História de Empreendimento Familiar“. com quatro textos publicados no jornal “O Templário”, que poderão ser consultados clicando em cada uma das imagens abaixo.
Aqui expresso o meu agradecimento ao Dr. Beja Santos pelo interesse e pela generosidade com que escreveu sobre aquele meu trabalho.
Comemorações do Centenário da Mendes Godinho fecham com chave de ouro
(“O Templário”, 17.05.2018 – Clicar na imagem para ver as páginas completas)
«História do empreendimento familiar “Mendes Godinho” retratada em livro»
(“Cidade de Tomar”, 11.05.2018 – Clicar na imagem para ver a página completa)
Mendes Godinho – Apresentação do livro
MENDES GODINHO – Uma História de Empreendimento Empresarial Familiar
Quando, no final de 2016, a “Associação MG – Memorial Mendes Godinho” me dirigiu o convite para escrever um livro sobre a história da “Mendes Godinho”, sabia que estava a ser colocado perante o que fora um vasto “império empresarial”, com um leque muito diversificado de actividades, de enorme amplitude e abrangência.
Antevia – a traços largos e de contornos naturalmente algo indefinidos –, a dimensão do desafio que me era proposto, um projecto de tal modo aliciante que, rapidamente, isso se sobrepôs à natural dúvida sobre a capacidade de enfrentar, em tempo útil, a magnitude da empreitada que me aguardava. Na verdade, em qualquer circunstância, este era um repto irrecusável.
Mas estava, ainda assim, bem longe de poder abarcar toda a importância de que o “Grupo” se revestiu, ao longo de várias décadas, não só no panorama local e regional, mas, sobretudo, no plano nacional: nos anos 80, a então maior empresa privada de Portugal, em termos de volume de negócios – a TAGOL – era parte integrante do “Grupo Mendes Godinho”!
De imediato, foi desmedido o entusiasmo com que comecei a receber, estudar, compilar, resumir e tratar o manancial de informação e documentação que, quase semanalmente, o Sr. Carlos Mendes Godinho e o Dr. Manuel Mourão me faziam chegar, sempre com novas “descobertas” (e não apenas para mim…), vindas do fundo dos seus “arquivos pessoais”.
A intensa aventura em que tinha embarcado começaria, pouco a pouco, a ganhar forma, numa espécie de trabalho de filigrana, como se tratasse de juntar as peças de um enorme “puzzle”, “pluridimensional”, com a gratificante satisfação de ir, gradualmente, completando cada um dos vários quadros, que resultariam como que na imagem final de um polígono de vários vértices.
Ao longo dos meses seguintes, passei a “conviver” diariamente com figuras de irresistível fascínio, como as do patriarca, Manuel Mendes Godinho, ou do seu neto, grande responsável pela dinamização e desenvolvimento do “Grupo”, Dr. João Mendes Godinho Júnior. Mas, também, paralelamente, com negócios muito variados, como moagens, fornecimento de electricidade, cerâmicas, fábricas de rações, ou de fibras de madeira (“platex”), até à casa bancária.
Via desfilar os vários momentos, desde as origens, à criação, crescimento e apogeu de tal império empresarial, sublimado na visionária iniciativa que resultaria na implantação da TAGOL, em paralelo com a idealização de outro grandioso projecto, o qual, contudo, acabaria por não saír do papel, o da navegabilidade do Tejo.
Ia viajando pelas várias geografias a que se estendia este magno empreendimento: desde os “Lagares d’El Rei” – onde hoje nos encontramos – ao imóvel “Os Cubos”, passando por outros sugestivos nomes como os Vale Florido, Valbom, Nazaré ou Palença, na margem sul do Tejo, junto a Lisboa.
Assim como, por outro lado, “assistia” aos primeiros sintomas de crise, ao início do declínio, que culminaria no desmembramento e fim do “Grupo”.
Indelevelmente associado a esse final “pouco feliz” que se ia anunciando – num processo que se arrastaria ao longo de intermináveis anos –, um brusco momento da nossa história colectiva, com o processo de nacionalizações, em 1975, que me fez então tomar contacto e, de facto, embrenhar-me, minuciosa e detalhadamente, numa imensa panóplia de documentação jurídica, numa quase interminável sucessão de diplomas legais (Leis, Decretos-Leis e Despachos), acórdãos e sentenças judiciais, pareceres e petições de recurso.
Ao mesmo tempo, ficavam bem vincados os esforços que, durante décadas, vários membros da família iam desenvolvendo, em prol dos seus legítimos direitos, numa titânica e desigual luta. Entre a data da estatização da “Casa Bancária Manuel Mendes Godinho & Filhos” e a atribuição da compensação por tal expropriação haveriam de passar mais de trinta anos!
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Este livro encontra-se estruturado em cinco partes, tratando as seguintes grandes áreas temáticas, também, paralelamente, organizadas em termos cronológicos:
- Manuel Mendes Godinho & Filhos;
- Casa Bancária Manuel Mendes Godinho & Filhos;
- Fábricas Mendes Godinho, S.A.R.L;
- TAGOL, Companhia de Oleaginosas do Tejo, S.A.R.L.; e
- Nacionalização.
A primeira parte começa por traçar um breve perfil biográfico do fundador, Manuel Mendes Godinho, assim como das origens da sua actividade empresarial, até à constituição da sociedade matriz – a Manuel Mendes Godinho & Filhos –, finalizando com um esboço de “retrato” do principal dinamizador da criação e expansão do “Grupo”, Dr. João Mendes Godinho Júnior.
Na segunda parte, é apresentada a evolução histórica da “Casa Bancária”, sob duas perspectivas: uma de índole académica; outra, de cariz oral, conforme depoimento do Dr. Luís Graça. É também abordada a reestruturação societária, a partir de 1960, na sequência de constrangimentos legais, assim como o projecto de instituição, já em 1974, do “Banco Mendes Godinho”. É ainda complementada com excertos dos Relatórios e contas da sociedade, dando conta da sua evolução, passo a passo, ao longo dos anos.
A parte três é dedicada à empresa Fábricas Mendes Godinho, SARL, criada em 1960, tendo assumido os negócios da área industrial, transferidos da sociedade-mãe. Nela são analisadas as várias indústrias que desenvolveu, desde a fábrica de rações “Sol”, às fábricas de fibras de madeira (duas unidades fabris de “Platex”, a que sucederiam a I.F.M. e Valbopan), assim como a Norema Portuguesa. Compreende ainda um alargado capítulo relativo à indefinição sobre a titularidade de 75% do seu Capital social, na sequência da nacionalização da “Casa Bancária”. Integra igualmente extractos dos Relatórios e contas.
Na parte quatro é detalhadamente abordada a que seria a última e grande “jóia da coroa”, a TAGOL – Companhia de Oleaginosas do Tejo, SARL, desde os estudos prévios, à “descoberta” do local da sua implantação, seus produtos e aspectos técnicos, empresas associadas e tentativa de alienação. Para além de fragmentos dos respectivos Relatórios e contas, aborda-se ainda, brevemente, a “segunda vida” da TAGOL, após a sua integração no perímetro da Sovena.
Por fim, na parte cinco, é apresentado, de forma detalhada, todo o complexo imbróglio associado ao contencioso com o Estado português e com o Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa, na sequência da nacionalização da “Casa Bancária Manuel Mendes Godinho & Filhos”. Por razões meramente de índole cronológica, esta última parte, e, consequentemente, o livro, encerra com breves referências à Associação Cultural e Desportiva Mendes Godinho e à Associação MG – Memorial Mendes Godinho.
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A concluir esta apresentação, não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para expressar o meu agradecimento a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para que este livro se tornasse uma realidade.
Em primeiro lugar, necessariamente, e desde logo, à Associação MG – Memorial Mendes Godinho, promotora desta iniciativa, pelo amável convite para o elaborar, que muito me honra; e também a Carlos Mendes Godinho e ao Dr. Manuel Maria Azevedo Mendes Mourão, como principais responsáveis pela recolha da vasta documentação consultada, assim como pela aturada revisão do texto; a António Gomes, António Jesus Baptista, António Lourenço, Eng.º João António Sousa Pereira, Dr. José Augusto Oliveira Baptista, Dr. Luís Graça e Eng.º Luís Maria Godinho Gonçalves, pelos testemunhos prestados; e, ainda, ao Dr. Luís Marques, por gentilmente ter acedido ao convite para redigir o Prefácio, que sobremaneira valoriza e prestigia este trabalho.
(Fotos de João Mendes Mourão)