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PICASSO – O PERÍODO NEGRO E O CUBISMO
Período Negro – 1907 – 1908 – Período que marca o fascínio pela escultura negra e ibérica, com formas ousadas e expressivas, dando início ao cubismo.
Cubismo – Esta arte abstracta, também desenvolvida por Braque, inicia-se em 1907 com a pintura de “Les Demoiselles d’Avignon”, obra que anuncia o nascimento do Modernismo, sendo notórias as influências de Cézanne e das esculturas africanas (o quadro inspira-se nas “Baigneuses” de Cézanne, sobre as quais Picasso enxertou cabeças distorcidas de diferentes máscaras), com formas quase monstruosas, com as extremidades sobredimensionadas, constituindo o prenúncio do espaço fragmentado do Cubismo. Em 1920, Picasso iniciava a sua fase Surrealista.
Com o final destas breves notas sobre a vida e obra de Pablo Picasso, termina a (re)publicação de “entradas” inicialmente editadas no DA VINCI, entre Novembro de 2003 e Junho de 2004, aqui agregadas na categoria com a mesma designação (Da Vinci), compreendendo sucessivamente textos relativos a: Leonardo da Vinci; Albert Einstein; Vincent Willem van Gogh; Ludwig van Beethoven; Vasco da Gama; George Washington; Luís Vaz de Camões; Wolfgang Amadeus Mozart; Fernando Pessoa; Cristóvão Colombo; Almada Negreiros; Pedro Álvares Cabral; Simón Bolívar; e, por fim, Pablo Picasso.
O “DA VINCI” entra agora num período de pausa, esperando que possa vir a ser posteriormente retomado com novas vidas e obras de grandes figuras da história, quando para tal haja disponibilidade de tempo…
PICASSO – PERÍODOS AZUL E ROSA
Período Azul – 1901 – 1904 – As pinturas, predominantemente em tons de azul, com carácter melancólico (como “The Old Guitarist”, de 1903) encontram-se entre as mais populares do século. É uma fase que fica marcada pela tristeza, dor e miséria, sendo as imagens envolvidas por um traço negro e severo.
Período Rosa – 1905 – 1906 – As pinturas deste período caracterizam-se por grande lirismo, ganhando suavidade, com as personagens num clima de ternura, com cores esbatidas. Iniciou também, nesta fase, os trabalhos em escultura.
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PABLO PICASSO (X)
Em 1963, é inaugurado o Museu Picasso de Barcelona. Aos 85 anos, faz uma retrospectiva da sua carreira, agrupando nos seus desenhos, os temas preferidos, nomeadamente pastoris, circo, mulheres e nus. Entre 1968 e 1971, completa mais de 300 desenhos tendo por tema o erotismo.
Doaria então 2 000 das suas primeiras pinturas ao Museu Picasso.
O seu 90º aniversário foi comemorado em Paris com uma exposição na “Grande Galerie” do Louvre, tornando-se no primeiro artista a ter tal honra em vida.
A 8 de Abril de 1973, na sua Quinta “Notre Dame de Vie” em Mougins (França), depois de ter criado uns espantosos 20 000 trabalhos (incluindo pintura, desenhos, litografias, escultura e cerâmica) ao longo de uma vida extremamente preenchida, Picasso – provavelmente a figura mais importante na Arte do Século XX – entrava na imortalidade.
Já em 2004, o seu quadro “Rapaz com cachimbo” seria vendido em leilão por 104 milhões de dólares, tornando-se no quadro mais caro do mundo, passando Picasso a ser o autor de 6 dos 12 mais valiosos quadros de sempre:
1. Picasso – “Rapaz com cachimbo” – 104 milhões de USD
2. Van Gogh – “Retrato do Dr. Gachet” – 82,5 milhões de USD
3. Renoir – “No moinho de La Galette” – 78,1 milhões de USD
4. Rubens – “O massacre dos inocentes” – 76,7 milhões de USD
5. Van Gogh – “Retrato do artista sem barba” – 71,5 milhões de USD
6. Cézanne – “Cortina, jarro e compoteira” – 60,5 milhões de USD
7. Picasso – “Mulher de braços cruzados” – 55 milhões de USD
8. Van Gogh – “As Íris” – 53,9 milhões de USD
9. Picasso – “Mulher sentada num jardim” – 49,5 milhões de USD
10. Picasso – “As núpcias de Pierrette” – 49,2 milhões de USD
11. Picasso – “O sonho” – 48,4 milhões de USD
12. Picasso – “Eu, Picasso” – 47,8 milhões de USD
P. S. Vale a pena visitar o “site oficial” de Picasso!
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PABLO PICASSO (IX)
Françoise abandonaria Picasso em 1953, provocando-lhe um sério revés sentimental. Começaria também a sua fase de ceramista, tendo por primeiro trabalho um touro em miniatura; assim conheceria Jacqueline Roque Hutin.
No Verão de 1955, adquire uma “villa” (“La Californie”), em Cannes. Nessa época, estabeleceria uma relação de amizade com o toureiro Luis Miguel Dominguin.
Apresentaria então (1957) vários estudos e versões sobre “As Meninas” de Velasquez, incidindo sobre a obra no seu todo ou apenas em determinados pormenores, com transposição das formas e alterações da composição original.
Em 1958, prepara mural para o edifício da UNESCO, “A Queda de Ícaro”. Em 1959, surge como actor de cinema, com o filme “Le Mystère Picasso”, realizado por Georges Clouzot. Casaria entretanto com Jacqueline Roque Hutin em 1961, a qual acompanharia o pintor até ao fim da sua vida.
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PABLO PICASSO (VIII)
Iniciara-se entretanto, em 1945, na litografia, produzindo mais de 200 trabalhos em cerca de 3 anos.
Passa a viver em Antibes com Françoise Gillot, jovem estudante de arte e pintora que conhecera em 1946, experimentando uma das melhores fases da sua vida, com quadros “cheios de alegria de viver”, o mais famoso mesmo com o nome de “A Alegria de Viver”.
Os quadros que pintou nesta fase foram doados ao Museu de Antibes que assim se tornou num dos mais importantes museus de França.
Em 1949, já depois de terem um filho (Claude), nasce a sua filha Paloma, o que o leva novamente ao tema da maternidade e das crianças, com quadros pintados em tons alegres e coloridos. A litografia “A Pomba” (La Paloma) seria motivo do cartaz do Congresso da Paz realizado em Paris em 1949.
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PABLO PICASSO (VII)
Em 1939, atinge o reconhecimento nos EUA, após uma exposição no Museum Of Modern Art (MOMA) de Nova Iorque – onde Guernica permaneceu, até 1981, ano em que regressou a Espanha (Madrid), já num período de democracia, como o tinha exigido o pintor.
No início da década de 40, passa a viver com a fotógrafa e pintora Dora Maar. Em 1944, na sequência da libertação de Paris, a 25 de Agosto, junta-se ao Partido Comunista em França, numa militância meramente idealista, de solidariedade perante o próximo.
Até 1948 pintaria “El Osario”, retratando a sensação que lhe produzira o regresso das pessoas encerradas em campos de concentração durante a II Guerra Mundial.
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PABLO PICASSO (VI)
Viria a separar-se de Olga Koklova em 1935 (apesar de nunca se ter divorciado, mantendo legalmente o casamento até ao falecimento de Olga em 1955), passando, no ano seguinte, a viver com Marie-Therese Walter, de quem teria a filha Maya.
Em 1936, ao mesmo tempo que eclodia a Guerra Civil Espanhola, tinha uma exposição itinerante em Espanha. Chega a ser director do Museu do Prado, em Madrid, comprometendo-se politicamente com os Republicanos e com o Partido Comunista.
A 26 de Abril de 1937, vivendo já, novamente, em Paris, o bombardeamento da cidade basca de Guernica pela aviação alemã leva-o a pintar aquela que perduraria talvez como a maior das suas marcas, o quadro mural “Guernica”, uma condenação alegórica do fascismo e dos horrores da guerra, através de figuras contorcidas e disformes, em tons de cinza, negro e branco, simbolizando a destruição de vidas humanas e de uma civilização, o qual seria exposto no Pavilhão Espanhol na Exposição Universal de Paris de 1937.
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PABLO PICASSO (V)
Em 1917, conhece Stravinsky e aquela que seria a sua futura esposa, Olga Koklova (bailarina russa), com quem casaria no ano seguinte, nascendo em 1921 o seu filho Paul, o que o leva a preparar inúmeras pinturas com “a mãe e o filho”.
Na sequência do primeiro “manifesto surrealista”, do poeta francês André Breton, de 1924 (que advoga o papel do inconsciente e do sonho na actividade criativa, livre de preocupações racionais, morais ou estéticas), toma parte na primeira exposição Surrealista, conhecendo então Miro, Salvador Dali e o fotógrafo Man Ray.
Em 1932, apresenta exposições retrospectivas em Paris, ao mesmo tempo que surgia nas suas pinturas uma nova modelo, Marie-Thérèse Walter (que conhecera já em 1927, então com 17 anos).
Viaja até Espanha para assistir a corridas de touros, um dos temas que abordou em diversos trabalhos, sob diversas técnicas.
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PABLO PICASSO (IV)
Em 1906, conhece Matisse; no ano seguinte, conheceria Braque e Derain. Começa, em 1907, sob a influência de Cézanne e da arte negra, o “Cubismo” (inicialmente com um “Período Negro”, até 1908), com “Les Demoiselles d’Avignon” (quadro que apenas seria apresentado publicamente em 1925 e exposto pela primeira vez em 1937, a propósito da Exposição Universal de Paris).
Na primeira fase, do “Cubismo Analítico” (até 1915), trabalha em estreita colaboração com Georges Braque. Apresentaria, em 1911, a primeira exposição nos EUA, em Nova Iorque.
A Fernande Olivier, seguir-se-lhe-ia Marcelle Humbert, a quem Picasso chamava “a minha Eva”. Em 1915, com 33 anos, era já um pintor famoso, com uma boa situação económica. Com a I Guerra Mundial, separa-se o grupo de amigos; os seus amigos Braque e Apollinaire seriam feridos.
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PABLO PICASSO (III)
Em 1901, já integrado na vanguarda artística parisiense, inicia o seu período “Azul”, passando então a assinar os seus trabalhos apenas com o nome Picasso, apresentando a primeira exposição em Paris na “Galerie Vollard”.
Em 1904, instala-se definitivamente em Paris, conhecendo então a sua primeira paixão, Fernande Olivier, que é retratada em muitos dos seus quadros dos períodos “Azul” e “Rosa”; viveria em Paris até 1947, altura em que se mudou para o Sul de França.
No ano seguinte, conhece Guillaume Apollinaire, Leo e Gertrude Stein (que viriam a ser os seus primeiros “mecenas”). Viaja até à Holanda. Inicia o seu período “Rosa”, começando também a fazer as primeiras esculturas.
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