Posts filed under ‘Semana da História’
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XV)
.O facto mais célebre da história dos séculos da luta contra os Mouros foi a batalha de Ourique, travada em 25 de Julho de 1139, portanto no ano imediatamente anterior àquele em que D. Afonso Henriques começou a usar o título de rei.
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XIV)
.A fronteira do novo reino, quando D. Afonso Henriques começou a intitular-se rei, passava um pouco ao sul de Coimbra (o castelo de Leiria era um posto avançado na linha de combate), ia por alturas da serra da Lousã e esbatia-se nas planícies da Beira Baixa, numa zona imprecisa e não dominada nem por Mouros nem por cristãos~.
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XIII)
.O que existe é uma carta enviada em Dezembro desse mesmo ano por D. Afonso Henriques ao papa, na qual afirma que se constituía a ele e a todos os seus sucessores, «censual» da Igreja de Roma e se declarava a si próprio «homem e cavaleiro do papa e de S. Pedro, sob a condição de a Santa Sé o defender de quaisquer outros poderes eclesiásticos ou civis».
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XII)
.Nos anos seguintes houve guerras entre o imperador e o infante português. O que se pode dizer ao certo é que os Portugueses combateram no Alto Minho e que Tui serviu de pomo de discórdia. Em 1137 restabeleceu-se a paz (paz de Tui) e Afonso Henriques prometeu ao imperador .fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos..
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XI)
.Um lance de grande importância no processo da independência foi o da revolta de D. Afonso Henriques contra o governo da condessa D. Teresa e do conde Fernão Peres de Trava. As tropas de ambas as facções encontraram-se no dia 24 de Junho de 1128 .no campo de S. Mamede que está junto do Castelo de Guimarães. e o exército galego ficou derrotado.”
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (X)
“Muitos autores têm procurado resposta para esta pergunta: a partir de que momento se deve considerar que Portugal foi um estado independente? A dificuldade que todos sentiram em encontrar uma solução resulta de que a independência portuguesa não se verificou, como acontece com os Estados modernos, num momento determinado e politicamente bem definido. Foi sendo forjada ao longo de um processo que se desdobra em várias etapas, das quais as mais importantes parecem ter sido a revolta de D. Afonso Henriques e a conquista do governo do condado, em 1128, a paz de Tui, de 1137, a conferência de Samora e a enfeudação ao papa, em 1143, o desaparecimento do título de imperador com a morte de Afonso VII, em 1157, e por último a bula papal de 1179, com o reconhecimento da nova monarquia pela Santa Sé.
A independência portuguesa não pode desligar-se do quadro geral da política dos reinos cristãos da Península. O rei Afonso VI tinha conseguido impor o seu poder a grande parte da Espanha.
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Mas, quando, em 1109, morreu, desencadeou-se uma reacção forte e generalizada contra o crescente poder dos Leoneses. A herdeira do trono, rainha Urraca, disputou durante anos com o rei de Aragão a chefia política da Espanha cristã e discutiu também com o arcebispo de Compostela a autoridade sobre a Galiza. O conde das Astúrias revoltou-se e tratou com o imperador de igual para igual; vencido por fim, refugiou-se em Portugal.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
P. S. Parabéns ao João Carvalho Fernandes pelo primeiro aniversário do Fumaças!
P. S. 2 – A visitar também, o “blogue” de Noam Chomsky (também já com uma página na net).
[1125]
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (IX)
“Desde os fins do século IX começam a aparecer referências a um condado Portucalense, de fronteiras muito imprecisas, mas que abrangia terras no Minho e ao sul do Douro. A designação provinha de a principal povoação ser Portucale, situada próxima da foz do Douro, que foi “restaurada” e povoada nos meados do século IX pelo conde Vimara Peres.
Foi uma descendente desse conde, a célebre condessa Mumadona, quem fundou um convento em Guimarães e mandou construir o castelo de S. Mamede; essa foi a origem da povoação que serviu de capital ao condado e que teve uma importante função política nos primeiros tempos da vida nacional.
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Afonso VI de Leão e Castela dispõe de grandes forças e de grande prestígio na Europa Cristã; foi ele que forneceu uma grande parte dos recursos para a construção de Cluny III, o mais majestoso templo que até então a cristandade erguera.
Talvez essa ligação com a Ordem de Cluny e com o seu chefe, Santo Hugo, explique a vinda à Península de dois membros da alta nobreza, da casa dos duques da Borgonha: D. Raimundo e D. Henrique. Afonso VI casou-os com as filhas: o primeiro com D. Urraca, que viria a ser herdeira do trono, e o segundo com uma filha bastarda, D. Teresa. Ao primeiro entregou o governo da Galiza; ao segundo, o condado Portucalense, que integrava agora as duas antigas unidades condais, a norte e a sul do curso do Douro.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
[1121]
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (VIII)
“Ainda antes de terminar o século VIII, e mais por efeito do recuo dos Mouros, envolvidos nas suas guerras internas, do que de uma sistemática reconquista cristã, a Península estava dividida em duas zonas, cujo limite passava aproximadamente por Coimbra, seguia o curso do Mondego e passava depois por Talavera, Toledo, Tudela e Pamplona.
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Nas terras onde se ia desagregando o domínio sarraceno ou naquelas que os cristãos conquistavam não se “restaurou” propriamente uma estrutura política anteriormente existente.
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Os novos países cristãos da Península formaram-se a partir de três núcleos distintos: o asturiano, que veio a originar o reino de Oviedo e depois de Leão e o condado de Castela, independente durante alguns anos, depois transformado em reino e que desde 1037 andou unido ao de Leão; o pirenaico, onde saíram os reinos de Navarra, Aragão e alguns condados mais ou menos independentes, e o de Barcelona, onde os francos tiveram um papel importante e que seguiu uma evolução política sob muitos aspectos diferente da dos outros estados hispânicos.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
[1117]
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (VII)
“Em 711, um exército formado principalmente por soldados berberes atravessou o estreito de Gibraltar e iniciou a conquista da Península.
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Ao contrário do que sucede em relação aos Romanos, aos Suevos, aos Visigodos, não é possível fixar num determinado número de anos, ou mesmo de séculos, a duração do domínio muçulmano na Península, porque essa duração variou muito de região para região. Nunca se chegou a exercer nas terras mais setentrionais; todo o país ao norte do Ebro estava de novo sob o domínio cristão em 809. O Porto e Braga foram reconquistados cerca de 868. Coimbra voltou definitivamente à posse cristã em 1064 e Lisboa em 1147. Em Sevilha, Córdoba e Faro, os Mouros estiveram cerca de seis séculos (até aos meados do século XIII); de Granada só foram expulsos nos fins do século XV: a presença moura atinge perto de oito séculos.
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Os seus vocábulos são especialmente numerosos para designar vegetais, e em especial produtos hortícolas: alfarroba, alface, alfazema, laranja, limão, açafrão, acelga, cenoura, cherivia. Alfobre, estragão, albarrã, maçaroca, azeitona e azeite, etc. São também muitos os termos relacionados com o aproveitamento da água para as regas: alvanel, albufeira, Alverca, almargem, almácega, algeroz, alcatruz, nora, chafariz, azenha.
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Esta importação vocabular sugere uma certa renovação da economia e da técnica, que tinha decaído muito desde a época romana.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
[1113]
PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (VI)
“Em 416 chegaram à Península os Visigodos, um povo de origem germânica já meio romanizado.
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A dominação dos Visigodos durou cerca de três séculos, mas os vestígios que hoje podemos encontrar da sua passagem pelo nosso país são raros.
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Não trouxeram consigo novas formas de organização ou novas técnicas de trabalho: limitaram-se a instalar-se nos quadros sociais e económicos implantados pelos Romanos, que exploraram em seu proveito.
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Os elementos fundamentais da organização da sociedade que estava instalada na Península nos inícios do século VIII eram pois: um clero rico e politicamente poderoso; uma nobreza proprietária e militar; um povo governado pela Igreja. Esses elementos contêm já o essencial da sociedade portuguesa durante o período medieval. A invasão muçulmana irá, temporariamente, desorganizar o quadro, mas ele voltará a reconstituir-se, passado o domínio mouro, com algumas modificações.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
[1110]