PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XIII)
“O que existe é uma carta enviada em Dezembro desse mesmo ano por D. Afonso Henriques ao papa, na qual afirma que se constituía a ele e a todos os seus sucessores, «censual» da Igreja de Roma e se declarava a si próprio «homem e cavaleiro do papa e de S. Pedro, sob a condição de a Santa Sé o defender de quaisquer outros poderes eclesiásticos ou civis».
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O último acto do processo é o reconhecimento formal, por parte da Igreja de Roma, da realeza de D. Afonso Henriques. Isso só veio a acontecer muito mais tarde, em 1179, perto do fim do reinado; até então, os diplomatas de Roma evitaram habilmente chamar-lhe rei. A concessão foi arrancada por um presente de mil moedas de ouro, mas na verdade não parece que tenha tido muita influência na consolidação de uma independência que era já então facto consumado. Em Espanha já não havia «imperador». A força que momentaneamente parecera impelir para uma unidade peninsular não evitara a fragmentação, de acordo com as ideias feudais. Afonso Henriques era um dos vários reis existentes na Península e em 1179 já tinha comprovado, com um longo e sábio reinado, que era um grande monarca.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
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