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O Pulsar do Campeonato – 23ª Jornada

(“O Templário”, 16.03.2023)

Com os três emblemas da frente a cumprir, com maiores ou menores dificuldades, as respectivas missões, ganhando os seus desafios – pelo que se manteve “tudo na mesma” –, a ronda 23 concentrava, em paralelo, um lote de vários jogos de interesse a nível do escalonamento das equipas que procuram escapar à zona perigosa, de que saíram com maiores benefícios o Ferreira do Zêzere e o Cartaxo – tendo colocado, ambos, termo a séries muito negativas –, enquanto, ao invés, Águias de Alpiarça e Abrantes e Benfica transmitiram indícios muito preocupantes.

Destaques – A primeira nota de destaque da jornada vai para os dez tentos apontados no Salvaterrense-Águias Alpiarça, com os alpiarcenses, após a saída de Jorge Peralta, a registar, na metade inicial do desafio, uma estrondosa “débacle”, saindo para o intervalo a perder 6-0! Depois, com boa reacção, aproveitando algum natural desacelerar da equipa da casa, o Águias reduziu até aos 3-6, acabando por vir a sofrer o 7.º golo (único no segundo tempo) no derradeiro minuto. Em qualquer caso, tendo somado quarto desaire sucessivo, não ganhando há nove jornadas, a turma de Alpiarça vai caindo na classificação (agora no 12.º posto), já em situação aflitiva.

Noutro jogo repleto de golos, quem deu passo importante para se começar a afastar da parte mais baixa da tabela foi o Ferreira do Zêzere, na estreia de Mário Nelson, a conseguir o primeiro triunfo, ao oitavo jogo da segunda volta, após cinco derrotas consecutivas. Recebendo o Torres Novas – já muito perto de garantir o objectivo da permanência – os ferreirenses chegaram a estar a perder por 0-1 e 1-2, operando reviravolta, até ao 3-2, vindo a consentir ainda a igualdade a três bolas, antes de, no último minuto, alcançar uma tão difícil quão determinante vitória, por 4-3.

Em Tomar, o União, recebendo o Fátima que, precisamente, vira o seu treinador “transferir-se” para Ferreira no início da semana, praticamente entrou em campo a perder, na sequência de uma descoordenação defensiva, logo no quarto minuto. Não se descompondo, os tomarenses, denotando clara superioridade, rapidamente inverteriam o rumo dos acontecimentos, com três golos apontados num intervalo de pouco mais de vinte minutos (entre os 12 e os 36).

Na segunda parte os unionistas, muito perdulários, acabariam por “repousar” sobre o resultado cedo demais, vindo a sofrer segundo golo, já em período de compensação, passando por pequeno susto, antes, de, na conversão de uma grande penalidade, marcar ainda uma vez mais, fixando o resultado em 4-2. Tendo somado 7.ª vitória em oito jornadas na segunda volta, quebrando um ciclo de quatro jogos sem perder dos fatimenses (que contam cinco vitórias nesta 2.ª volta), o U. Tomar segue firme na liderança, mantendo as distâncias face aos mais directos perseguidores.

Um deles, porventura algo inesperado, é o Amiense, que continua a rentabilizar da melhor forma os golos que marca, tendo-lhe bastado um tento, logo aos oito minutos, de “penalty”, para somar mais três pontos na deslocação ao Entroncamento; contando 36 golos marcados (apenas o 6.º ataque mais concretizador), atinge a marca dos 50 pontos. Tal como o Fazendense, o grupo dos Amiais segue com seis vitórias e dois empates na 2.ª volta, mantendo-se a um ponto do 2.º lugar.

Surpresa – A grande surpresa do passado Domingo foi o desaire caseiro (porém, já o sexto, em doze jogos) do Abrantes e Benfica ante o Cartaxo, perdendo por 1-2. Os cartaxeiros que, tal como o Ferreira do Zêzere, seguiam com um ciclo de cinco desaires sucessivos (dez, nas últimas onze partidas) obtiveram um triunfo fundamental, que lhes proporciona novo “fôlego”, começando a “respirar” melhor, agora somente um ponto abaixo do adversário que derrotaram.

Confirmações – Dois nulos, no Mação-Samora Correia (terceiro empate dos samorenses nas últimas quatro rondas), na disputa entre o 5.º e 6.º classificados, tal como no At. Ouriense-Alcanenense (terceira igualdade sucessiva do grupo de Alcanena, depois de Tomar e do Fazendense) foram desfechos que, de alguma forma, se podem enquadrar nas expectativas.

Tal como acabou por ser o já previsível triunfo do Fazendense na recepção ao Benavente, porém por tangencial 2-1, só não tendo havido enorme surpresa mercê do golo apontado em período de compensação, numa vitória arrancada “a ferros”, de grande importância para os visitados, permitindo evitar o avolumar da diferença pontual face ao guia, em altura crucial do campeonato.

II Divisão Distrital – A uma jornada do final desta primeira fase estão já definidas as seis vagas para disputa da fase final, de apuramento de Campeão e promoção: Riachense, Tramagal e Vasco da Gama (qualificados na série Norte); Moçarriense, Forense e Espinheirense (série Sul).

Para tal, o Forense teve de superar a forte réplica do Porto Alto, ganhando por apertado 4-3, com o tento decisivo a surgir em cima do minuto 90. Tal como o Forense, também o Espinheirense, ganhando ao Glória do Ribatejo por tangencial 1-0, beneficiou do facto de o Marinhais ter folgado, tendo, ambas as formações, adquirido vantagem de três pontos, já não reversível, uma vez que, qualquer dos dois clubes, tem vantagem no confronto directo com o Marinhais.

A Norte, o Vasco da Gama, ganhando por 2-0 à U. Atalaiense, confirmou o 3.º lugar, que lhe garante a qualificação, chegando à derradeira ronda com avanço de cinco pontos sobre o Caxarias.

As goleadas por 5-1 do Caxarias em Abrantes, tal como o 6-0 do U. Almeirim ao At. Pernes revelaram-se inglórias (no caso dos almeirinenses, não tinham já, alias, aspirações à qualificação).

Campeonato de Portugal – Foi uma jornada bem positiva a 22.ª, como não sucedia já desde a 9.ª ronda – toda uma volta decorrida, precisamente frente aos mesmos adversários –, com os dois clubes do Distrito a saírem vencedores, ambos em terreno alheio: o U. Santarém ganhando por 2-1 ao União da Serra; o Coruchense, impondo-se por categórica marca de 3-0 em Alcains.

Os escalabitanos igualaram o Pêro Pinheiro (ainda que este tenha um jogo a menos) e o Marinhense na liderança da série, enquanto a turma do Sorraia conseguiu voltar a emergir acima da “linha de água”, subindo ao 8.º posto, pese embora em igualdade pontual com o Mortágua.

Antevisão – O jogo grande da jornada disputa-se em Amiais de Baixo, com o Amiense a receber o U. Tomar, num desafio com contornos de alguma similitude face aos do U. Tomar-Alcanenense, ou seja, dependendo do desfecho deste embate, poderá reduzir-se a um mínimo o leque de candidatos ao título, ou, ao contrário, operar-se uma concentração a nível do trio da frente. O Fazendense não poderá também “folgar”, uma vez que não se lhe afigura tarefa fácil em Fátima.

Por seu lado, os desafios Cartaxo-Torres Novas, Entroncamento AC-Ferreira do Zêzere, Benavente-At. Ouriense, Samora Correia-Abrantes e Benfica e Águias de Alpiarça-Mação poderão ser de grande relevância para as contas da manutenção.

Na derradeira ronda da primeira fase da II Divisão, já com tudo decidido, o Moçarriense deverá confirmar o 1.º lugar da sua série, em deslocação para defrontar o Paço dos Negros. A Norte, com o já vencedor de série, Riachense, a folgar, destaca-se a partida entre Goleganense e Tramagal.

No Campeonato de Portugal o U. Santarém poderá “jogar por si” e, em simultâneo, dar uma ajuda ao Coruchense, dado receber o Mortágua, agora a primeira equipa abaixo da “linha de água”; enquanto a turma do Sorraia, actuando também em casa, terá a visita do Sertanense (7.º classificado, apenas dois pontos acima), em confronto da maior importância.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Março de 2023)

19 Março, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 22ª Jornada

(“O Templário”, 09.03.2023)

Tal como sucedera na primeira volta, com sucessivas alternâncias na liderança (na 5.ª e 6.ª; na 9.ª e 10.ª; e na 12.ª e 13.ª jornadas), U. Tomar e Fazendense andam, há três semanas, numa espécie de “operação harmónio”, desta feita no que respeita à vantagem dos nabantinos no comando – que, depois de se ter mantido fixa, ao longo de sete rondas, em dois pontos, aumentara para quatro, para de imediato se reduzir novamente para dois, tendo voltado, esta semana, aos quatro pontos.

Ou seja, o regresso à posição da jornada 20, mas, agora, com menos duas rondas por jogar – sendo que ambos os candidatos ao título se cruzaram entretanto com o Alcanenense, que, não tendo ido além de duas igualdades, “abdicou” de tal disputa. Na qual, ao invés, subsiste o Amiense…

Destaques – Numa jornada recheada de pontos de interesse, as atenções estavam focadas, em especial, no Alcanenense-Fazendense, colocando frente-a-frente o 4.º e o 2.º classificados, com o grupo de Alcanena a lamentar ter desperdiçado uma vantagem de dois golos em Tomar, que, a ter-se consumado, poderia, porventura, vir a revolucionar por completo as contas do campeonato.

Assim, tendo entrado para este jogo já com um atraso de oito pontos face ao líder, e seis em relação ao seu adversário de Domingo passado, o Alcanenense, não podendo contar com aquele suplemento motivacional extra de estar efectivamente a lutar pelo 1.º lugar, mais não fez do que equalizar as perdas de pontos infligidas aos dois clubes do topo da tabela, não tendo também o Fazendense tido a capacidade de desfazer o nulo no marcador, na difícil deslocação a Alcanena.

Em Benavente, frente a uma equipa cujo desempenho justificaria melhor pontuação, ainda assim o maior adversário do U. Tomar terá sido o estado do relvado. Sob o efeito da chuva – apesar de, durante a partida, apenas se ter feito sentir muito a espaços – a relva natural apresentava diversas clareiras, com algumas zonas bastante enlameadas, em que era difícil sequer manter o equilíbrio, dificultando sobremaneira a construção de jogadas com princípio, meio e fim.

Beneficiando talvez da melhor adaptação a tais condições, até seriam os donos da casa a começar por, de forma mais pragmática, causar algum perigo, ameaçando, um par de vezes, a baliza contrária. Na primeira metade, para além de um lance de bola parada, e de um remate de longe, a sair ao lado, o União, não tendo conseguido assentar o seu jogo, não criou efectivas oportunidades.

Tal como sucedera na semana anterior, a equipa reentrou bastante melhor na etapa complementar, contando agora com o regresso de Siaka Bamba, após lesão, a pautar a organização defensiva, conferindo segurança para que a equipa se pudesse balancear mais para o ataque. Poderia projectar-se que a chave pudesse vir a estar no diferencial de frescura física na fase final. Mas o jogo acabaria por vir a ser desloqueado na sequência de uma falha do guarda-redes contrário.

Estavam decorridos apenas oito minutos quando Wemerson Silva converteu um livre, a distância considerável da baliza; mesmo com a bola pesada, o avançado unionista, tendo-a “agarrado” bem, conseguiu desferir um potente remate, que o guardião parecia ter controlado, mas, no momento da intercepção, acabaria por deixar esgueirar-se para dentro das redes um escorregadio esférico. Foi o golo n.º 70 ao serviço do União, daquele que é o melhor marcador do clube na última década.

Daí até final “só deu” U. Tomar, conseguindo então, num intervalo de menos de dez minutos, entre os 70 e os 80, confirmar o desfecho, com dois lances de excelente execução técnica, curiosamente, com os dois defesas centrais (José Maria e Henrique Matos) a cabecear com plena eficácia, para o fundo da baliza, dando a melhor sequência a cruzamentos de Pedro Pires. O “placard” de 3-0 pode ser algo pesado para os visitados, mas a justiça da vitória é inquestionável.

Existiria alguma expectativa para ver de que forma poderia reagir a equipa do Ferreira do Zêzere à saída do treinador, David Lourenço, mas, enfrentando um adversário de grande valia, que mantém o 3.º posto – aliás, agora somente a um ponto do Fazendense –, em Amiais de Baixo, os ferreirenses não conseguiram evitar quinto desaire sucessivo, com o Amiense a impor-se por clara marca de 3-0, resultado que, inclusivamente, estabelecera logo nos 45 minutos iniciais.

A última nota de realce vai para o triunfo arrancado pelo At. Ouriense em Alpiarça, frente ao Águias, por tangencial 2-1, com o tento da vitória a ser apontado já em período de compensação. Um resultado ingrato para os alpiarcenses, que não conseguem ganhar há oito jogos, e que, no imediato, só não teve maiores reflexos, dado todos os seis últimos classificados terem perdido.

Confirmações – O Mação venceu com naturalidade no Cartaxo, por 2-0, impondo aos cartaxeiros a sua 10.ª derrota nas onze jornadas mais recentes (duas séries de cinco desaires consecutivos, intervaladas apenas pelo triunfo averbado no Entroncamento).

O Samora Correia conseguiu quebrar um ciclo de invencibilidade de sete jogos do Salvaterrense, ganhando por 1-0, voltando a dispor de margem de segurança de seis pontos face a um trio de perseguidores, formado precisamente pelo emblema de Salvaterra, pelo Fátima e At. Ouriense – mantendo-se só a dois pontos do 5.º lugar (Mação), posição que estará em jogo na próxima ronda.

O Fátima registou maiores dificuldades do que seria previsível para bater, no seu reduto, o “lanterna vermelha”, Entroncamento, por 2-1, com o tento da vitória obtido igualmente já para lá dos 90 minutos. Caso tenham de vir a ser três os clubes a despromover, o clube da cidade ferroviária necessitaria recuperar oito pontos de atraso, nas oito jornadas que restam.

Quem conseguiu excelente operação, em partida de grande relevância para o posicionamento das duas equipas, foi o Torres Novas, que operou reviravolta no marcador, para desfeitear o Abrantes e Benfica, também por tangencial 2-1. Os abrantinos posicionam-se, por ora, imediatamente acima da “linha de água”, com ainda curta margem de quatro pontos face a Benavente e Cartaxo.

II Divisão Distrital – Depois de Moçarriense e Riachense também o Tramagal (ganhando 2-0 ao Pego) confirmou já a presença na fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à I Divisão Distrital. Em função da derrota caseira sofrida pelo Caxarias frente ao guia, Riachense, a terceira vaga da série mais a Norte deverá, com probabilidade, vir a ser alcançada pelo Vasco da Gama.

A Sul, o Forense perdeu em casa, ante o líder, Moçarriense, por 1-2, sendo igualado na pauta classificativa pelo Espinheirense, equipa que, ganhando por 2-0 em Marinhais, deu um passo determinante para poder qualificar-se, precisamente em detrimento desse rival. A duas jornadas do fim, Forense, Espinheirense e Marinhais estão agora igualado no 2.º posto, sendo que a este último só resta disputar um jogo, pelo que passou a estar em situação bastante desfavorável.

De lamentar o episódio registado em Marinhais, com agressões dentro de campo, situação absolutamente imprópria no desporto, que coloca o futebol distrital nas notícias por más razões.

Campeonato de Portugal – O U. Santarém dá sinais de poder ainda aspirar a disputar a fase de promoção à Liga 3: recebendo e batendo o Sertanense por 2-0, reparte a 3.ª posição com o Marinhense, ambos apenas dois pontos abaixo do duo de líderes, 1.º de Dezembro e Pêro Pinheiro. O Coruchense, tendo voltado a pontuar, terá registado outro comprometedor empate caseiro (1-1) ante o Loures, mantendo-se abaixo da “linha de água”, a dois pontos do Sertanense e Mortágua.

Antevisão – Na I Divisão destacam-se os desafios: U. Tomar-Fátima e Entroncamento-Amiense. No escalão secundário o Vasco da Gama-U. Atalaiense poderá confirmar o apuramento dos visitados para a fase final. No Campeonato de Portugal o U. Santarém defronta, fora de casa, o União da Serra (classificado logo atrás do Coruchense), cabendo à turma do Sorraia deslocar-se a Alcains – actual último (13.º) da tabela –, outra vez com a pressão de um “jogo para ganhar”.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Março de 2023)

12 Março, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 21ª Jornada

(“O Templário”, 02.03.2023)

Um golo no “último suspiro” do jogo (aos 90+6 minutos), obtido na conversão de uma controversa grande penalidade, permitiu ao U. Tomar evitar a derrota caseira ante o Alcanenense, minimizando os danos: mantém esse rival à distância de oito pontos – agora com pouco mais do que esperanças “matemáticas” de poder vir a chegar ainda ao título –, assim como subsiste o avanço de cinco pontos face ao Amiense. O que, em paralelo, parece apontar no sentido de uma disputa a dois, com o Fazendense a recuperar os dois pontos que tinha perdido na ronda anterior.

Destaques – Era o “jogo-grande”, colocando frente-a-frente dois dos mais fortes conjuntos do Distrital, no qual a turma de Alcanena jogava uma espécie de “última cartada”, só a vitória lhe servindo para continuar a acalentar aspirações ao 1.º lugar. E, fiel ao seu modelo, com uma defesa sólida e o avançado mais eficaz na presente temporada, esteve prestes a alcançar o seu objectivo.

O União entrou em campo com algumas cautelas, mas, sobretudo, sem o ritmo necessário para desbloquear a compacta organização do adversário. O Alcanenense, parecendo mais confortável com as bases em que a partida fora lançada, aproveitaria um lance de bola parada para se colocar em vantagem no marcador, à passagem da meia hora.

Procurou reagir o grupo da casa, mas, numa desconcentração defensiva, os forasteiros ampliariam mesmo para 2-0, praticamente a findar a primeira metade. Perante um adversário de grande valor, com tudo a correr a seu favor, os tomarenses enfrentavam uma enorme “montanha a escalar”.

A equipa unionista entraria como que transfigurada para os segundos 45 minutos, corajosa, assumindo a responsabilidade de ir “atrás do prejuízo”, tendo dois lances de perigo logo na fase inicial, mas que, contudo, não conseguiu materializar em golo.

Esse golo, que faria a equipa acreditar ainda mais, acabaria por surgir a meio desta etapa complementar. E o União poderia até ter igualado a cerca de um quarto de hora do final. Mas, claro, corria fortes riscos, sujeito a sofrer novo tento, que, a ter ocorrido, sentenciaria o desfecho.

O Alcanenense terá confiado em demasia, e, já nos instantes finais do encontro, num lance confuso na grande área, o árbitro terá sancionado um contacto com a mão, assinalando o “penalty”, que Leandro Filipe marcou, “sem tremer”, fixando o resultado no empate a duas bolas.

Um golo que poderá vir a revelar-se crucial nas contas finais do campeonato; no imediato, terá evitado o efectivo ressurgir do Alcanenense na luta pelo título (para além dos oito pontos de atraso face ao União, tem também desvantagem de seis pontos em relação ao Fazendense) – sendo que o clube de Alcanena não solicitara, aliás, o licenciamento para admissão ao campeonato nacional.

Outra partida de especial interesse era a que opunha Amiense e Fátima, duas das equipas a atravessar notável momento de forma: os donos da casa tinham em curso a melhor série de entre todos os concorrentes, com seis vitórias e um empate nas sete rondas precedentes; os fatimenses seguiam com cinco vitórias e um empate nas últimas seis jornadas. E o embate não terá ficado aquém das expectativas… excepto no que aos golos diz respeito, não tendo sido desfeito o nulo.

Num confronto em circunstâncias diametralmente opostas, cruzavam-se, em Ferreira do Zêzere, os ferreirenses, num ciclo de quatro derrotas e um empate, e o Abrantes e Benfica, também sem vencer há cinco jogos, nos quais não fora além de dois empates.

A turma da casa confirmaria o seu mau momento, ampliando para seis o número de jornadas sem ganhar (nas quais obteve um único ponto), perdendo (1-2) pela quinta vez em casa, vendo o rival aproximar-se, encurtando a diferença para apenas dois pontos. Os abrantinos marcaram aos 20 e aos 70 minutos, com o Ferreira do Zêzere a chegar ao “ponto de honra” a dois minutos do final.

Confirmações – Numa jornada sem especiais surpresas a assinalar, os resultados dos restantes cinco encontros enquadram-se na lógica, atendendo ao desempenho geral das várias equipas.

O Fazendense ainda consentiu o tento do empate ao Águias de Alpiarça, a findar o primeiro tempo, mas, na segunda parte, selaria, com naturalidade, a vitória (3-1) com outros dois tentos.

Mais intenso foi o desafio entre Mação e Torres Novas, incluindo reviravolta no marcador, com os maçaenses, já na fase final, a conseguir triunfar por 3-2, depois de os torrejanos terem estado em vantagem durante boa parte do jogo; uma vitória que lhes possibilita isolarem-se no 5.º posto.

Isto em articulação com o resultado do Samora Correia, que, tendo estado, por duas ocasiões, em vantagem no marcador em Ourém, permitiu ao At. Ouriense restabelecer a igualdade outras tantas vezes, com o tento que garantiria o 2-2 final a ser apontado a um minuto do termo do encontro. Tal como o Fátima (e, antes, o Salvaterrense), também o At. Ouriense parece a salvo da descida.

Justamente, o Salvaterrense bateu, por categórico 3-0, o Cartaxo, mantendo a 7.ª posição, agora somente a três pontos do Samora Correia. Quanto aos cartaxeiros (tendo acumulado nove desaires nas dez últimas jornadas) caíram no penúltimo lugar, cada vez em situação mais delicada.

No embate entre os que eram os dois últimos classificados, o Entroncamento esteve largo período a ganhar, mas o Benavente empataria (1-1) ainda com meia hora para jogar. Os benaventenses, igualados com o Cartaxo na tabela, distam agora quatro pontos do Abrantes e Benfica; sendo que os homens da cidade ferroviária se posicionam ainda outros quatro pontos mais abaixo.

II Divisão Distrital – Ainda com três jornadas por disputar garantiram já a qualificação para a fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à I Divisão Distrital, o Moçarriense e o Riachense – tendo o Tramagal muito bem encaminhado tal objectivo, após a concludente vitória frente a um adversário directo, Vasco da Gama, averbada em terreno alheio, por 3-0.

O U. Almeirim, batido em casa, também por 0-3, pelo Marinhais, ficou arredado de tais aspirações, sendo três os candidatos, disputando duas vagas: Forense, Marinhais e Espinheirense.

Campeonato de Portugal – O U. Santarém cumpriu a sua missão, indo ganhar a Alcains, mesmo que por tangencial 2-1, partilhando o 3.º posto com o Marinhense, a dois pontos do Pêro Pinheiro (mas este com um jogo a menos), que derrotou o Coruchense pela mesma marca. O grupo do Sorraia, também com menos um jogo, mantém-se a três pontos da “linha de água” (Mortágua).

Antevisão – A próxima jornada é rica em embates de grande expectativa, envolvendo, em especial, os quatro emblemas do topo da tabela. Teremos, desde logo, um empolgante Alcanenense-Fazendense (restando saber como reagirá o conjunto de Alcanena), assim como o Benavente-U. Tomar, com os dois primeiros a ser colocados, uma vez mais, à prova. Por seu lado, o Amiense, recebendo o Ferreira do Zêzere, terá de estar atento à possibilidade de os ferreirenses conseguirem, de alguma forma, voltar a aproximar-se do rendimento da metade inicial da época.

Na II Divisão, as atenções estarão focadas, a Sul, nas partidas Forense-Moçarriense e Marinhais-Espinheirense, sendo que este jogo poderá ser decisivo nas contas do apuramento para a fase final; assim como, a Norte, no Caxarias-Riachense, onde os donos da casa jogam cartada crucial.

No Campeonato de Portugal o U. Santarém recebe o Sertanense (que reparte o 7.º lugar com o Mortágua), estando o Coruchense “obrigado” a ganhar ao antepenúltimo classificado, Loures.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Março de 2023)

5 Março, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 20ª Jornada

(“O Templário”, 23.02.2023)

Concluído o segundo terço do campeonato, o U. Tomar – há oito jornadas consecutivas na liderança, desde o mês de Dezembro, totalizando já onze rondas no comando – alcançou a maior vantagem de que, até agora, dispôs. Não obstante, uma “magra” margem de quatro pontos, atendendo às dificuldades que terá ainda de enfrentar até final, incluindo visitas ao reduto dos 2.º e 3.º classificados (Fazendense e Amiense – a que se somam só outras duas saídas, a Benavente e Salvaterra), e a recepção aos clubes posicionados no 4.º e 5.º lugar (Alcanenense e Mação).

Destaques – O desafio de maior cartaz da jornada 20 colocava frente-a-frente o Samora Correia e o Fazendense – os outros dois guias da prova, nesta temporada, respectivamente durante três e cinco semanas –, que vinham de trajectórias diametralmente opostas (os samorenses com quatro desaires sucessivos; a turma das Fazendas com uma série de quatro triunfos), mas que encontraram, neste jogo, um “ponto de equilíbrio”, fixando-se uma igualdade a duas bolas no final da partida, depois de os visitados terem mesmo chegado ao intervalo em vantagem, por 2-1.

O U. Tomar, com desempenho muito seguro, superou mais um obstáculo na sua caminhada, tendo ido ganhar a Alpiarça, frente a uma aguerrida equipa do Águias, por 3-1. Os unionistas cedo se colocaram em vantagem, antes dos dez minutos, que geriram até ao intervalo. Na segunda metade, outra vez dez minutos decorridos, ampliariam para 2-0. Os visitados, nunca “virando a cara à luta” – valorizando o êxito do adversário –, tendo ameaçado um par de vezes, reduziriam para a diferença mínima, mas com os nabantinos a confirmar o triunfo à entrada do quarto de hora final.

Praticamente “sem se se dar por ele”, o Amiense prossegue o seu excelente percurso nesta edição do Distrital, tendo ido vencer a um difícil terreno como é o do Benavente, face ao penúltimo classificado, uma posição que, contudo, não faz jus às exibições dos benaventenses. Bastou, para tal, um solitário tento, com o grupo dos Amiais de Baixo a conseguir extrair a maior eficácia dos golos marcados (43 pontos somados, mercê de apenas 32 golos), tendo averbado o sexto triunfo em terreno alheio, em onze jogos (registo só superado pelas oito vitórias dos tomarenses).

Em evidência esteve igualmente o At. Ouriense, ganhando no Cartaxo por 2-1 (oitava derrota dos cartaxeiros nos últimos nove jogos), após operar reviravolta no marcador, colocando-se, com forte probabilidade, a salvo de maiores imprevistos, para o que resta do campeonato, partilhando agora o 8.º posto com o Fátima – ambos um ponto atrás do Salvaterrense, conjunto também a atravessar fase muito positiva –, projectando-se que este trio possa vir a animar (juntamente com algumas equipas actualmente posicionadas mais abaixo) uma interessante disputa a meio da tabela.

Surpresa – A surpresa da ronda registou-se em Torres Novas, onde o Salvaterrense conseguiu uma robusta desforra do desaire sofrido no seu terreno na primeira volta frente aos torrejanos. Num desafio entre duas formações que, em termos globais, vêm realizando boas campanhas – eram, à entrada para este jogo, respectivamente 7.º e 8.º classificados –, os visitados não poderiam desejar melhor do que marcar logo no primeiro minuto. Porém, o Salvaterrense empataria à meia hora, vindo mesmo a colocar-se em vantagem aos 75 minutos. Com o adversário reduzido a dez elementos, o “placard” avolumar-se-ia, nos derradeiros dez minutos, para um imprevisível 1-5!

Confirmações – Nas restantes três partidas os resultados apurados seriam, de alguma forma, expectáveis. Começando pela natural vitória, com goleada (4-1), do Alcanenense sobre o “lanterna vermelha”, Entroncamento – tendo mesmo chegado aos 4-0, só concedendo o “ponto de honra” dos visitantes já à entrada dos últimos cinco minutos.

Abrantes e Benfica e Mação não desfizeram o nulo, num embate que, noutras circunstâncias, seria um dos jogos de principal cartel do campeonato. Os maçaenses continuam a partilhar a 5.ª posição com o Samora Correia, agora já a oito pontos do Alcanenense (4.º), e com avanço de cinco pontos face ao Salvaterrense; por seu lado, os abrantinos ocupam o 13.º posto, a quatro pontos do Águias de Alpiarça (12.º)… mas, apenas, um ponto a mais que o Cartaxo, e dois sobre o Benavente.

Num jogo em estreia entre os dois clubes, o Fátima – num ciclo muito favorável, tendo alcançado o sexto triunfo nas oito rondas mais recentes (só U. Tomar e Amiense fizeram melhor, nesse período) – superiorizou-se a um intranquilo Ferreira do Zêzere, ganhando por 3-2, apesar de os ferreirenses terem chegado a dispor de vantagem de 2-1… durante dois minutos.

Num total de quinze pontos em disputa na segunda volta, o Ferreira do Zêzere obteve um único ponto (empate caseiro com o Salvaterrense), sendo que, em todas essas cinco jornadas, sofreu sempre três golos por jogo (!), o que justifica uma acentuada queda na classificação, tendo baixado agora ao 11.º lugar, com uma vantagem de apenas cinco pontos face ao Abrantes e Benfica.

II Divisão Distrital – Moçarriense (5-1 ao Rebocho), Espinheirense (1-0, fora, com o Benfica do Ribatejo) e Marinhais (2-1 ao At. Pernes) cumpriram o seu papel, enquanto o Forense folgou. No “derby” Paço dos Negros-U. Almeirim, o nulo no marcador pode ter sido comprometedor para as aspirações dos almeirinenses, a oito pontos do Marinhais (mesmo que com um jogo a menos).

O Riachense bateu, com dificuldade, a U. Atalaiense, por 4-3, aproximando-se – tal como, na outra série, o Moçarriense – da garantia de apuramento (dez pontos de avanço sobre o 4.º classificado, Caxarias, não obstante ter um jogo a mais). O Tramagal goleou (4-0), com naturalidade, o Ortiga, e beneficiou do imprevisto desaire do Vasco da Gama no Pego, mas com os pegachos ainda em situação pouco promissora (atraso de quatro pontos, com mais um jogo).

Campeonato de Portugal – O U. Santarém confirmou o seu favoritismo, derrotando o Loures por 3-0. Quanto ao Coruchense, voltou a pontuar, tendo empatado a zero em Arronches, um desfecho que, mais adiante, se poderá aquilatar se terá ou não ficado aquém das necessidades.

Por agora os escalabitanos repartem o 4.º lugar com o B. C. Branco, a dois pontos do vice-líder, Pêro Pinheiro (e, também, do Marinhense), com o 1.º Dezembro na frente, a cinco pontos. Já a turma do Sorraia subsiste abaixo da “linha de água”, na 9.ª posição, dois pontos atrás de Sertanense e Mortágua (este ainda sem “folgar”, o que sucederá na jornada em que deveria defrontar o Rio Maior). Mas o União da Serra (10.º) está somente um ponto atrás.

Antevisão – O jogo grande da próxima ronda será o U. Tomar-Alcanenense, que poderá eventualmente reduzir o número de candidatos ao título, ou, ao invés, deixar tudo ainda “mais embrulhado”. O Fazendense, recebendo o Águias de Alpiarça, é favorito a somar os três pontos; por seu lado, o Amiense, mesmo jogando em casa, com o Fátima, enfrenta mais um sério teste.

Na II Divisão, o Moçarriense tem uma saída de alguma dificuldade, ao Porto Alto. O U. Almeirim-Marinhais poderá ser uma espécie de “tudo ou nada” para os almeirinenses. Mais a Norte, as atenções estarão centradas no Vasco da Gama-Tramagal, actuais 3.º e 2.º classificados, respectivamente, com o Caxarias (também com deslocação difícil, ao Vilarense) na “expectativa”.

No Campeonato de Portugal o U. Santarém, deslocando-se ao terreno do agora último (13.º) classificado, Alcains, terá uma boa oportunidade de voltar a ganhar; bem mais difícil se afigura a tarefa do Coruchense, que viaja até Pêro Pinheiro, para defrontar um dos actuais vice-líderes.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 23 de Fevereiro de 2023)

26 Fevereiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 19ª Jornada

(“O Templário”, 16.02.2023)

U. Tomar e Fazendense voltaram a ganhar, em ambos os casos pela quarta jornada consecutiva, mantendo o pleno de (12) pontos na segunda volta, continuando separados por escassa margem de dois pontos, destacados no topo da tabela. Beneficiaram, em paralelo, do desaire sofrido pelo Alcanenense frente ao Amiense – por números que não seriam expectáveis –, para distanciar um concorrente ao título, que, todavia, não poderá considerar-se ainda arredado de tais aspirações.

Destaques – O “jogo-grande” da jornada 19, colocando frente-a-frente as formações que partilhavam o 3.º lugar, tinha sido disputado já na quarta-feira da passada semana (dia 8), no Espinheiro, com uma inesperada vitória – dada a diferença registada no “placard” final – do Amiense sobre o Alcanenense (grupo que vinha de três triunfos sucessivos, não perdendo há onze jornadas, no que constitui a mais longa série de invencibilidade neste campeonato), por 3-0.

Tendo-se atingido o intervalo com o nulo a subsistir, a turma de Amiais de Baixo inaugurou o marcador à passagem dos dez minutos do segundo tempo, vindo a selar o desfecho com mais dois tentos nos derradeiros cinco minutos. O Amiense, agora isolado no 3.º posto, mantém-se a cinco pontos do comandante, tendo o Alcanenense visto ampliar-se, para oito pontos, o seu atraso.

Em Tomar, o União conseguiu, enfim, superar uma espécie de “karma” que vinha registando nos desafios ante o Samora Correia (clube frente ao qual sofrera cinco derrotas sucessivas, apenas tendo obtido uma vitória nos últimos oito jogos para o campeonato, desde a época de 2018-19).

No 1.000.º jogo em 50 temporadas de participações em Campeonatos Distritais da Associação de Futebol de Santarém (914 jogos na I Divisão, em 42 edições; e 86 na II Divisão, em 8 presenças), o U. Tomar fixou, com o triunfo, um balanço global de 475 vitórias, 192 empates e 333 derrotas.

Fosse pelo “peso” do histórico recente entre os dois clubes, ou pelas incidências da partida da primeira volta (com o impacto adverso do golo não validado, na conversão de um “penalty”), a equipa pareceu entrar em campo demasiado ansiosa e nervosa, sem conseguir assentar o jogo.

Valeria alguma “estrelinha”, em momentos-chave: primeiro, a inaugurar o marcador mesmo a findar o primeiro tempo; de seguida, ampliando para 2-0, logo ao terceiro minuto da segunda parte; e, já depois de se ter visto reduzida a dez elementos, e de consentir o 2-1, restabelecendo uma decisiva “margem de segurança”, com o terceiro golo, somente dois minutos volvidos.

O 4-1 final, obtido em período de compensação, chegava numa fase em que o adversário, tendo cometido muito comprometedoras falhas (oportunamente aproveitadas pelo União, marcando o 1.º e 3.º golos), se tinha desorganizado e conformado com o quarto desaire sucessivo, de uma turma que chegou a liderar a prova, invicta nas dez primeiras rondas… agora a 14 pontos do guia!

Num desafio que se antecipava equilibrado, entre Ferreira do Zêzere e Mação, os ferreirenses confirmaram o mau momento que vêm atravessando (tendo averbado um único ponto em quatro jogos nesta segunda volta), perdendo por 2-3, um desfecho que possibilitou aos maçaenses igualarem o Samora Correia na 5.ª posição. Ao invés, o conjunto de Ferreira vem caindo na pauta classificativa, repartindo o 9.º ao 11.º posto com Fátima e At. Ouriense, somente seis pontos acima da “linha de água”, uma situação que, de todo, não se projectava ser possível nesta temporada.

Em destaque esteve também o Torres Novas, com a estratégia delineada por Eduardo Fortes, apostando na consistência defensiva, a revelar-se acertada, tendo ido ganhar a Ourém, face ao At. Ouriense, por concludente marca de 3-0. Os torrejanos ascenderam a um notável 7.º lugar.

Confirmações – Numa jornada sem especiais surpresas, registaram-se, nos quatro encontros restantes, resultados de alguma forma expectáveis.

O Fazendense confirmou, com naturalidade, o favoritismo, na recepção ao Cartaxo, impondo-se por 3-0, tendo, outra vez, resolvido cedo a contenda, com dois tentos, aos 21 e 27 minutos.

Em Salvaterra de Magos o Abrantes e Benfica, procurando sair da posição delicada em que se encontra, fez um bom jogo, empatando 1-1 com o Salvaterrense (que somou terceira igualdade sucessiva), numa partida em que os abrantinos até poderiam ter obtido maior ganho pontual.

Por seu lado, o Fátima, recebendo o Benavente, obteve uma importante vitória (2-1), consumada “in extremis”, já depois dos 90 minutos, após ter operado reviravolta no marcador. Os fatimenses, em fase muito positiva (quatro vitórias nos cinco jogos mais recentes; ou cinco nos últimos sete), não só subiram ao 9.º lugar, como conseguiram estabelecer uma certa “margem de segurança”.

Entroncamento e Águias de Alpiarça empataram também a uma bola, um resultado que, não sendo o “ideal”, permite aos “ferroviários” manter acesa a esperança, enquanto os alpiarcenses, ponto a ponto (quarta igualdade nas cinco últimas jornadas) vão amealhando precioso pecúlio, dispondo de cinco pontos de vantagem sobre o 13.º e 14.º classificados (Abrantes e Benfica e Cartaxo).

II Divisão Distrital – Em partida que se antecipava poder ser relevante para as contas finais, Espinheirense e Forense neutralizaram-se, empatando a um golo, desfecho mais favorável ao Forense (2.º classificado), que, assim, mantém seis pontos de vantagem sobre o grupo do Espinheiro (4.º), mas tendo este um jogo a menos, dado ter já folgado na segunda volta.

No “derby” municipal, o Marinhais não conseguiu melhor que resultado idêntico (1-1) na Glória do Ribatejo, mantendo o 3.º lugar, com três pontos de diferença em relação ao Espinheirense. O U. Almeirim, a fazer um campeonato de “trás para a frente” é já 5.º, três pontos mais abaixo.

A Norte, noutro “derby”, Riachense e Goleganense não desfizeram o nulo no marcador, do que beneficiou o Tramagal (que partilha a 2.ª posição com o Vasco da Gama), ganhando 4-0 em Abrantes, para reduzir para cinco pontos o seu atraso… mas o Caxarias (4.º) está só a dois pontos.

Campeonato de Portugal – Confirmada a desqualificação do Rio Maior, esta foi uma ronda negativa para os clubes do Distrito, com duas derrotas, ambas por tangencial 0-1: o U. Santarém, em Pêro Pinheiro; o Coruchense, em casa, frente ao Sintrense.

Considerando o ajustamento decorrente da desconsideração dos resultados dos dois jogos que o Rio Maior tinha disputado na 2.ª volta, o U. Santarém é agora 5.º classificado (a par do Sintrense), mas apenas a dois pontos do trio que partilha o 2.º lugar (Pêro Pinheiro, B. C. Branco e Marinhense); por seu lado, o Coruchense continua em 9.º, a três pontos de Sertanense e Mortágua, mas restando-lhe ainda disputar oito jogos, enquanto estes rivais só jogarão mais sete vezes.

Antevisão – Os três primeiros do principal escalão do Distrital enfrentam saídas difíceis, com destaque para a visita do Fazendense a Samora Correia, isto no pressuposto de que os samorenses consigam, entretanto, recuperar animicamente de uma sucessão de resultados negativos; o U. Tomar, mesmo sendo favorito, não esperará também facilidades em Alpiarça; o Amiense desloca-se a Benavente, formação que tudo procurará fazer para pontuar, na luta pela permanência.

Na II Divisão, com Forense e Caxarias de folga, o realce vai para os desafios: U. Atalaiense-Riachense, Pego-Vasco da Gama; assumindo o Moçarriense e Marinhais claro favoritismo, perante, respectivamente, o Rebocho e At. Pernes, precisamente os dois últimos da série.

No Campeonato de Portugal os clubes do Distrito esperarão somar pontos, na recepção ao Loures (U. Santarém) e na viagem até Arronches (Coruchense), actuais 12.º e 11.º classificados.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Fevereiro de 2023)

19 Fevereiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 18ª Jornada

(“O Templário”, 09.02.2023)

Depois do (prematuro) afastamento da Taça do Ribatejo, no regresso ao campeonato, U. Tomar e Fazendense voltaram a não vacilar, continuando a somar vitórias, ganhando, respectivamente no Cartaxo e em Torres Novas. Mas não estão sós: tal como os dois primeiros, também o Alcanenense conta por triunfos os três desafios disputados na segunda volta, parecendo, pois, ir-se definindo (e restringindo) o leque de mais firmes candidatos ao título.

Isto porque o Amiense, empatando em Alpiarça, se atrasou; enquanto o Samora Correia, acumulando, de forma absolutamente imprevista, terceiro desaire sucessivo, se despediu de tais pretensões, já a onze pontos do líder (e a nove do segundo), quanto faltam disputar doze jornadas.

Destaques – O U. Tomar venceu categoricamente no Cartaxo, por 3-0, face a uma equipa a passar por fase muito difícil, tendo perdido seis das suas últimas sete partidas. Os tomarenses assumiram o controlo do jogo praticamente desde o início, dominando durante todo o jogo; só o facto de terem sido bastante perdulários proporcionou que o nulo subsistisse durante 55 minutos.

Depois, bastaram outros cinco minutos para decidir a contenda, com os dois tentos apontados, vindo a fechar a contagem já mesmo a finalizar o tempo regulamentar, com o “placard” a revelar-se escasso face à supremacia exercida pelos tomarenses.

Por seu lado, o Fazendense “resolveu” também a seu favor, rapidamente, e ainda bastante cedo, o que se afigurava um difícil compromisso, em Torres Novas, chegando ao 2-0 aos 23 minutos. Os torrejanos reduziriam para 1-2, à passagem da hora de jogo, intensificando ainda a pressão, mas, até final, os visitantes não concederiam maiores veleidades aos donos da casa.

De parabéns está Jorge Peralta, que, num encontro com simbolismo muito especial, atingiu a marca de 500 jogos como treinador, desde a estreia, há mais de 25 anos, em Novembro de 1997: com a sua actual equipa, Águias de Alpiarça, a receber aquele que tinha sido o anterior clube que representou, Amiense, o desafio saldou-se por um empate a uma bola, resultado que, não tendo agradado por completo a qualquer dos emblemas, permite manter alguma margem de segurança.

A deslocação do Ferreira do Zêzere a Benavente afigurava-se já como sendo de elevado grau de dificuldade, perante um adversário carenciado de pontos, bastante moralizado por ter afastado o líder na eliminatória inicial da Taça. Pois, os benaventenses venceram e convenceram, derrotando por inequívoca marca de 3-0 um conjunto ferreirense que parece como que, de alguma forma, conformar-se com a campanha desapontante que vem realizando, numa época que tanto prometia (integra agora, a par do Salvaterrense e At. Ouriense, um trio que reparte o 7.º ao 9.º posto).

Surpresas – Numa ronda na qual, em metade dos desafios, se registou triunfo dos visitantes (sendo que apenas Alcanenense e Benavente conseguiram ganhar em casa), dois desses desfechos constituíram grandes surpresas.

A maior de todas, a vitória arrancada pelo “lanterna vermelha”, Entroncamento AC, em Samora Correia, mesmo que mercê de um solitário tento. Foi a primeira vez que a formação da cidade ferroviária conseguiu vencer, desde a jornada inaugural, voltando, assim, a alimentar esperança de lutar ainda pela manutenção – numa disputa que poderá até vir a tornar-se menos difícil do que expectável, em função da situação do Rio Maior no Campeonato de Portugal.

Também inesperada foi a derrota (1-2) caseira do Abrantes e Benfica ante o At. Ouriense, turma que não conseguira ganhar nas sete rondas precedentes. Os abrantinos não souberam capitalizar a soberba goleada (12-0) aplicada na Taça e voltaram a ter resultado negativo (sétimo desaire em nove jogos) e especialmente comprometedor, perante um adversário directo, tendo-se visto igualados pelo penúltimo classificado, sendo muito preocupante a situação que atravessam.

Uma “meia-surpresa” ocorreu em Mação, onde o clube local – que mantém o 6.º lugar, apenas podendo aspirar, de forma realista, a vir eventualmente a chegar à 5.ª posição – cedeu igualdade (1-1) ante o Salvaterrense, que, depois de ter superado período de maior dificuldade, vai “levando a água ao seu moinho”, após ter empatado já, na jornada anterior, também em Ferreira do Zêzere.

Confirmação – A vitória (ainda que tangencial, por 1-0) do Alcanenense, na recepção ao Fátima, veio confirmar o favoritismo que lhe era atribuído – não obstante os fatimenses virem de resultados recentes muito positivos, tendo vencido nas três jornadas anteriores, duas delas fora de casa, em Samora e no Cartaxo. O grupo de Alcanena continua a tirar partido da sua solidez defensiva, sendo, agora, a defesa menos batida do campeonato (apenas 13 golos sofridos).

II Divisão Distrital – Depois de ter ido já golear à Moçarria o U. Almeirim voltou a surpreender um dos líderes, no seu próprio reduto, ganhando por 3-2 ao Forense. Com a difícil vitória do Moçarriense sobre o Espinheirense, por 3-2 (e contando também com o jogo antecipado, na semana anterior, em que a formação escalabitana goleara por 9-0 o Benfica do Ribatejo), o Moçarriense distanciou-se no comando; tendo aberto um fosso de nove pontos face ao 4.º classificado (o seu rival desta ronda), aproxima-se do apuramento para a fase final.

A Norte, no embate entre os dois primeiros, o Riachense, ganhando por 2-0 no Tramagal, cimentou a sua posição de guia – dispondo de igual vantagem, de nove pontos, sobre o 4.º lugar (ocupado pelo Caxarias, que foi ganhar à Atalaia por 2-1), segue as pisadas do Moçarriense. Quem beneficiou também de tal desfecho foi o Vasco da Gama, que, tendo goleado o Ortiga por 6-1, se isolou na 2.ª posição, a quatro pontos da formação dos Riachos.

Campeonato de Portugal – A equipa do Rio Maior fez segunda falta de comparência sucessiva (no desafio que deveria ter disputado, em casa, ante o Loures), pelo que, nos termos regulamentares, será desqualificada e inibida de voltar a disputar a prova por um período de um a três anos. Depreende-se que, a retomar a actividade, terá de o fazer – tal como sucedeu recentemente com o clube de Fátima – na II Divisão Distrital; o que, no imediato, significará que a sua despromoção não implicará qualquer descida adicional da I Divisão Distrital nesta época.

Tal terá, em paralelo, impacto a nível do escalonamento dos clubes no Campeonato de Portugal, uma vez que apenas serão mantidos os resultados dos jogos do Rio Maior no decurso da 1.ª volta: as vitórias averbadas pelo Sintrense e pelo Coruchense (na 14.ª e 15.ª jornadas) ficarão sem efeito.

U. Santarém e Coruchense neutralizaram-se, não tendo desfeito o nulo no marcador, em mais uma evidência do extremo equilíbrio desta série: os escalabitanos são vice-líderes, a dois pontos do 1.º de Dezembro; em função dos ajustes referidos, a turma do Sorraia descerá ao 9.º posto (outra vez abaixo da “linha de água”), apenas a sete pontos (mas, agora, com um jogo “a menos”) do guia.

Antevisão – O U. Tomar recebe um adversário do qual guarda más memórias, o Samora Correia, esperando poder aproveitar o mau momento dos samorenses, mas sempre “desconfiando”… Em qualquer caso, o jogo que poderá vir a revelar-se mais clarificador é o que coloca frente-a-frente Amiense e Alcanenense (equipas que partilham o 3.º lugar, a cinco pontos do comandante).

No escalão secundário, com o Moçarriense de folga, destacam-se, em especial, as partidas: Espinheirense-Forense (de cariz determinante); tal como o “derby” Glória do Ribatejo-Marinhais.

No Campeonato de Portugal o U. Santarém desloca-se a Pêro Pinheiro (3.º classificado, só um ponto abaixo), enquanto o Coruchense recebe o Sintrense (8.º), em desafio de grande importância.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Fevereiro de 2023)

12 Fevereiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Pré-eliminatória

(“O Templário”, 02.02.2023)

A nota mais significativa desta “Pré-eliminatória” da Taça do Ribatejo (primeira ronda abrangendo clubes do principal escalão do futebol distrital) vai para o afastamento dos dois primeiros classificados do campeonato, U. Tomar e Fazendense, que, assim, falham – pela primeira vez nos últimos quinze anos, em ambos os casos – a presença nos 1/8 de final da competição, depois de 14 anos de apuramentos consecutivos dos dois clubes, desde 2009!

A outra nota vai para o extremo desnível registado em dois dos encontros entre equipas de escalão diferente, por números que “já não se usam” (14-0 e 12-0!), traduzindo uma situação que não é positiva para a modalidade, a suscitar a necessária reflexão – desde 2011 que não se verificava um resultado de 14-0 (goleada do Porto Alto, fora de casa, face ao Barrosense); o anterior 12-0 (vitória do U. Rio Maior ante o Mugense) tinha ocorrido já em 1998.

Por curiosidade, para além desses casos, as maiores goleadas da história da Taça do Ribatejo foram as seguintes: Riachense-Santanense (16-1, em 1994); Águias do Sorraia-Fazendense (0-15 – 1989); Pego-Olalhas (15-0 – 1989); U. Almeirim-Marianos e Murta (14-0 – 1992); Tramagal-C.A.D.C.A (12-0 – 1976); Vasco da Gama-Cercal (12-1 – 1992); U. Rio Maior-Moita do Norte (12-1 – 2001); e Ouriquense-Marianos e Murta (11-0 – 1991); afora oito vezes 10-0.

De resto, foi uma eliminatória sem surpresas significativas, não tendo emergido qualquer “tomba-gigantes”, avançando para os 1/8 de final: treze clubes da I Divisão (tendo os, apenas, três eliminados – para além de U. Tomar e Fazendense, também o Ferreira do Zêzere – sido afastados por clubes do mesmo escalão); e três da II Divisão (Moçarriense e Riachense, isentos; e Vasco da Gama, única equipa a apurar-se dentro de campo, frente ao Glória do Ribatejo).

Destaques – No “jogo-grande”, em Mação, cruzavam-se dois clubes que somavam um agregado total de 29 qualificações consecutivas (!) para os 1/8 de final da Taça: 15 por parte do Mação, desde o ano de 2007 (sendo que não participara na edição de 2018-19, dado ter disputado, nessa temporada, o Campeonato de Portugal); 14 do Fazendense, desde 2009.

Por curiosidade, repetiam o embate de quinze dias antes, para o campeonato (que os visitantes venceram por 1-0); desta feita as equipas neutralizaram-se, não tendo desfeito o nulo no marcador. No desempate da marca de “penalty” os maçaenses foram mais eficazes, conseguindo, pois, uma espécie de desforra, afastando – logo na ronda inicial –, o “Rei” da Taça, Fazendense (com o máximo de cinco troféus conquistados e actual detentor do título).

Em Benavente, o actual penúltimo classificado do campeonato recebia o líder, U. Tomar, emblemas separados por 26 pontos (13 vs. 39). Porém, dentro de campo, tal diferença não foi, de modo algum, tão notória: o jogo foi repartido durante larga fase da primeira parte, sendo que os donos da casa se colocaram em vantagem logo ao minuto 25, não tendo o União – mesmo beneficiando de algumas ocasiões de perigo – conseguido evitar sair para o intervalo a perder.

Na segunda metade os tomarenses intensificaram a pressão, assenhoreando-se do jogo, vindo a restabelecer a igualdade aos 65 minutos; até final, mantendo o domínio, desperdiçariam pelo menos um par de oportunidades flagrantes para vencer. No desempate da marca de “penalty”, tal como sucedera, no início da época, na Taça de Portugal (em Pombal), e, por coincidência, na véspera, com a equipa de juniores do clube (no Entroncamento), acabariam por ser eliminados.

Ferreira do Zêzere e Alcanenense tinham como que um “tira-teimas”, voltando a encontrar-se após o confronto de duas semanas antes, em Alcanena. Pois, se dúvidas tivessem ficado sobre a superioridade do Alcanenense, elas foram “esclarecidas”, repetindo-se – agora em reduto alheio – o desfecho a seu favor (3-1), confirmando a boa fase que vem atravessando.

Quanto aos ferreirenses – “recordistas” de participações na Taça (presença em 45 das 46 edições da prova, apenas tendo falhado na edição inaugural, na época de 1976-77) –, viram-se também prematuramente arredados de outro objectivo, a juntar à irregular carreira no campeonato.

Há, depois, a história de dois desafios “sem história”, consubstanciando jogos de sentido único: as estrondosas goleadas de 14-0, infligida pelo Amiense ao Paço dos Negros, com destaque para os cinco golos de Cristiano Aniceto “Ganso”, e quatro de Luís Torres “Moleiro”; e 12-0, aplicada pelo Abrantes e Benfica ao At. Pernes (com um total de oito jogadores a marcar) – averbadas justamente ante os dois últimos classificados da série Sul da II Divisão.

Surpresa – Em bom rigor, não chegou a consumar-se a surpresa “total”, que teria constituído a eliminação do Samora Correia, mas o empate (3-3) concedido pelos samorenses na recepção ao Espinheirense (actual 3.º classificado da série Sul do escalão secundário) não estaria nas expectativas. Valeu aos donos da casa serem mais efectivos na fórmula de desempate definida.

Confirmações – Nos outros quatro jogos, confirmou-se o favoritismo de Torres Novas (3-0 ao Caxarias), Salvaterrense (2-0 no Pego), At. Ouriense (por “apertado” 3-2, nos Foros de Salvaterra, sendo que reverteu, num minuto, uma desvantagem de 1-2), e – no único embate entre clubes da II Divisão – do Vasco da Gama (4-1, frente ao Glória do Ribatejo, clube de tradição na Taça, vencedor há duas épocas, este ano a realizar campanha muito aquém).

Anota-se que, por sorteio prévio, tinham ficado isentos, apurando-se para a ronda seguinte, seis clubes: Águias de Alpiarça, Cartaxo, Entroncamento AC, Fátima, Moçarriense e Riachense.

Campeonato de Portugal – Sinais positivos, na ronda 16, e um extremamente negativo: o Coruchense surpreendeu, batendo o anterior líder, B. C. Branco, por 2-0, enquanto o U. Santarém obteve um, apesar de tudo, favorável empate a zero em Sintra; quanto ao Rio Maior, fez “falta de comparência” em Pêro Pinheiro, dado os jogadores terem decidido “cessar a actividade”, devido aos sucessivos incumprimentos da SAD, com reiteradas situações de vencimentos em atraso. Uma situação de gravidade, comprometedora da verdade desportiva.

Os escalabitanos integram agora um quarteto que reparte a vice-liderança, a três pontos do 1.º de Dezembro; tendo a turma do Sorraia ascendido à 6.ª posição, somente dois pontos abaixo!

Antevisão – No regresso às emoções do campeonato, os três primeiros, U. Tomar, Fazendense e Amiense, voltam a jogar fora de casa, com “ameaçadoras” deslocações, respectivamente, ao Cartaxo, a Torres Novas e a Alpiarça, para defrontar adversários posicionados na segunda metade da pauta classificativa, apostados em amealhar alguns preciosos pontos.

Alcanenense (4.º) e Samora Correia (5.º), actuando nos respectivos terrenos, terão maior dose de favoritismo, recebendo o Fátima e o “lanterna vermelha”, Entroncamento AC – mas, em especial, os fatimenses (com uma série em curso de três triunfos) não deixarão de procurar surpreender de novo, como, aliás, o fizeram já, em jornadas recentes, de forma repetida.

Na II Divisão destacam-se as seguintes partidas: Moçarriense-Espinheirense (com o 2.º a receber o 3.º); e, a Norte, o Tramagal-Riachense, colocando frente-a-frente os dois primeiros.

No Campeonato de Portugal, teremos um entusiasmante embate U. Santarém-Coruchense; ficando por saber se o Rio Maior (que deverá receber o Loures) consumará ou não a desistência.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Fevereiro de 2023)

5 Fevereiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 17ª Jornada

(“O Templário”, 26.01.2023)

São os actuais quatro primeiros classificados e, também, os clubes que (a par do Fátima) ganharam os dois jogos já disputados na segunda volta do Campeonato Distrital da I Divisão da presente época: U. Tomar, Fazendense, Amiense e Alcanenense confirmam-se – numa altura em que o grau de exigência da competição vai crescentemente “apertando” – como os candidatos ao título.

Para além das vitórias próprias, beneficiam também dos deslizes alheios: se, na semana passada, tinha sido o Mação a ficar irremediavelmente para trás, desta feita foi o Samora Correia a atrasar-se, tendo averbado derrotas nas duas últimas rondas, sendo que os seus quatro desaires na prova foram registados, todos, nos sete encontros mais recentes, dos quais, aliás, ganhou apenas dois.

Destaques – Tal como se antecipava pudesse vir a acontecer, o embate entre Amiense e Samora Correia revelou-se clarificador, com os samorenses a serem os principais derrotados desta jornada, perdendo por 2-1, vendo, pois, ampliar-se o atraso face aos primeiros da tabela, com amplitudes já dificilmente reversíveis – dado reportar-se a vários concorrentes: oito pontos em relação ao U. Tomar; seis para o Fazendense; cinco face ao adversário do passado fim-de-semana, Amiense, que regista a melhor série em curso, tendo somado quarto triunfo consecutivo.

Em evidência, continuando a dar indícios de grande solidez, continua o Alcanenense, que superou de forma convincente um teste de elevada dificuldade, ganhando em Benavente por 2-0, especialmente com dois elementos em realce: os jovens guineenses, Moisés Iabna, melhor marcador da prova, com 14 golos, e Botche Candé (respectivamente com 20 e 19 anos). A que se alia a robustez defensiva, apenas com quatro golos sofridos nas últimas nove partidas, que lhe confere, nesta altura, o estatuto de equipa menos batida do campeonato, a par do Fazendense.

Depois de uma série muito negativa, de cinco desaires sucessivos, o Cartaxo esteve em destaque pela positiva, indo ganhar ao reduto do “lanterna vermelha”, Entroncamento, por tangencial 1-0, mercê de um tento apontado já em período de compensação. Um resultado de grande importância, não só na aritmética presente do campeonato, como, especialmente, em termos anímicos.

O qual, em paralelo, pode ter começado a sentenciar o destino do emblema da cidade ferroviária, que, somando oito escassos pontos, subsiste a nove pontos de distância da “linha de água”, zona delimitadora definida precisamente por este último adversário, Cartaxo, agora no 13.º posto – mas que, dependendo do desempenho do Coruchense no Nacional, poderá até subir para doze pontos.

Surpresas – A principal surpresa da jornada foi a igualdade (2-2) cedida pelo Mação, na recepção ao At. Ouriense, conjunto que seguia com quatro derrotas sucessivas, não vencendo há sete jogos. E a surpresa poderia ter sido maior ainda, dado que os maçaenses chegaram a estar em posição de desvantagem no marcador. Uma actuação que poderá estar de alguma forma relacionada com o facto de os visitados terem deixado de crer na possibilidade de chegar ao topo da tabela.

Outra meia-surpresa ocorreu em Ferreira do Zêzere, também a consentir empate (3-3) ante o Salvaterrense – por três vezes tendo deixado escapar a vantagem de que usufruía –, em contexto de alguma forma análogo: os ferreirenses não terão já, nesta fase ainda relativamente prematura do campeonato, objectivos muito palpáveis, ocupando a 7.ª posição, mas distando oito pontos do 5.º lugar. Viram, assim, a turma de Salvaterra colar-se, somente a um ponto, partilhando o 8.º posto com o Torres Novas; assim como, mais abaixo, Fátima e At. Ouriense estão mais próximos.

Confirmações – Nos restantes três encontros, os visitados confirmaram o seu favoritismo, sendo que o Fátima só chegaria à vitória (2-1) ante o Águias de Alpiarça mesmo no derradeiro instante.

Por seu lado, U. Tomar e, em especial, Fazendense, ganharam mais “facilmente” do que seria expectável: o grupo das Fazendas cedo resolveu a contenda (primeiro golo ao terceiro minuto; e o segundo à meia hora), “despachando” o Abrantes e Benfica por claro 3-0, com os abrantinos (que caíram no antepenúltimo lugar) a terem, prontamente, de “arrepiar caminho”, sob pena de poderem vir a ter surpresa bem desagradável no balanço final da prova; quanto aos unionistas, bateram o Torres Novas por 4-1, margem excessiva face à actuação das duas equipas em campo.

No “clássico dos clássicos”, os tomarenses também inauguraram o marcador ainda em fase inicial (à passagem do quarto de hora), mas viram, logo de seguida, a bola a embater nos ferros da sua baliza. O jogo continuou repartido, com os tomarenses, mais eficazes, a ampliar para 2-0.

No recomeço os torrejanos chegaram a exercer algum ascendente, com o União a defender-se bem, vindo, contudo, a sofrer o golo quando conseguira reequilibrar já o desafio. Até final, não se descompondo, confirmaria o triunfo com dois tentos em dois minutos, entre os 78 e os 80, frente a um adversário que mostrou a razão de ser da bela recuperação que tem vindo a realizar.

Para além de Pedro Pires, melhor marcador da equipa, realce para Diogo Ismail, que aproveitou da melhor forma a oportunidade que se lhe proporcionou, bisando na partida. O U. Tomar mantém-se como equipa com mais golos (36 – dois a mais que o Fazendense), tendo, em paralelo, a terceira defesa menos batida (16 golos sofridos – mais três que Fazendense e Alcanenense).

II Divisão Distrital – Não houve surpresas na 15.ª jornada, com os quatro primeiros de cada série a vencer: a Sul, o Forense (3-0 em Pernes) e Moçarriense (2-1 em Almeirim, rectificando o desaire da primeira volta) partilham o comando, mantendo seis pontos de vantagem em relação a Espinheirense (1-0 ao Rebocho) e Marinhais (também vitorioso por 1-0, ante o Paço dos Negros).

A Norte o Riachense impôs-se por categórico 4-1 face ao Pego, liderando com quatro pontos de vantagem sobre o par formado por Tramagal (vitória “à justa”, por 4-3, em Vilar dos Prazeres) e Vasco da Gama (4-1 em Abrantes, ante a equipa “sub-23” do Abrantes e Benfica). O Caxarias (4.º classificado, a cinco pontos do duo que o precede na tabela) ganhou por 2-1 ao Goleganense.

Campeonato de Portugal – Foi uma ronda favorável a 15.ª desta competição, com o U. Santarém a ir ganhar a Arronches por 2-0, ascendendo à 3.ª posição, somente a um ponto de B. C. Branco e 1.ª Dezembro, que repartem a liderança; enquanto, no embate entre Rio Maior e Coruchense, se registou o desfecho que, de forma pragmática, se afigurará mais vantajoso para os clubes do Distrito, com vitória difícil, após operar reviravolta no marcador, do grupo do Sorraia, por 3-2.

O Coruchense conseguiu, enfim, pela primeira vez nesta época, subir acima da “linha de água”, ascendendo ao 7.º posto; porém, em igualdade pontual com Sertanense e União da Serra, agora a primeira equipa em lugar de despromoção. Por seu lado, o Rio Maior (que conta uma única vitória) voltou a cair na última posição, a 17 pontos de tal linha, cada vez mais próximo da descida.

Antevisão – Os campeonatos distritais estarão em pausa neste fim-de-semana, para dar lugar à Taça do Ribatejo, prova da qual se disputa uma “pré-eliminatória”, com dez jogos, tendo ficado isentos, por sorteio, seis clubes. Destacam-se os seguintes confrontos: Benavente-U. Tomar, Mação-Fazendense, Ferreira do Zêzere-Alcanenense e Forense-At. Ouriense.

No Campeonato de Portugal antecipa-se uma jornada de grandes dificuldades: o U. Santarém viaja até Sintra, para defrontar o seu actual parceiro no 3.º lugar, Sintrense; o Coruchense recebe o líder, B. C. Branco; cabendo ao Rio Maior deslocar-se a Pêro Pinheiro (actual 5.º classificado).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 26 de Janeiro de 2023)

29 Janeiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 16ª Jornada

(“O Templário”, 19.01.2023)

U. Tomar e Fazendense reagiram da melhor forma ao duplo desaire sofrido na ronda precedente, superando “com distinção” as exigentes provas a que foram submetidos, em Abrantes e em Mação, retomando o trilho das vitórias, reafirmando o estatuto de principais candidatos ao título.

Mais, em função da derrota sofrida pelo emblema maçaense, numa partida que se afigurava de “tudo ou nada” para as suas cores, foi bastante efémera a sua reentrada na disputa pelo 1.º lugar, da qual – agora, de novo, com dez pontos de atraso – deverá ter ficado definitivamente arredado.

Também em notória quebra de rendimento, com onze pontos perdidos nas seis últimas jornadas, o Samora Correia parece dar sinais de começar a descolar, pelo que, para além do Amiense, o Alcanenense (clube com a maior série de invencibilidade actualmente em curso, acumulando nove jogos sem perder) se perfila como o outro potencial desafiante ainda com aspirações em tal luta.

Destaques – No “jogo grande” do passado Domingo, em Mação, o Fazendense impôs-se mercê de um solitário tento, obtido logo ao quarto de hora de jogo, preciosa vantagem que soube preservar até final, assim quebrando uma série de sete jogos sem perder dos donos da casa.

Em Abrantes, o U. Tomar deu mostras de ter estudado bem a lição na sequência da derrota em Mação, adoptando abordagem de grande pragmatismo e contando com boa dose de “estrelinha”: os unionistas abriram o marcador logo aos dez minutos, tendo depois beneficiado do desacerto da turma abrantina na finalização, a desperdiçar três claras oportunidades ainda na primeira parte.

Tendo conseguido ajustar o seu posicionamento dentro de campo, de forma a conter as ofensivas contrárias, os tomarenses ampliaram a contagem com vinte minutos decorridos no segundo tempo, fixando o que viria a ser o resultado. O União teria ainda um pequeno susto, já em período de compensação, quando foi sancionado com uma grande penalidade… defendida por Ivo Cristo.

Numa jornada com quatro triunfos dos forasteiros, o Amiense, prosseguindo o belo campeonato que vem realizando, somou terceiro triunfo consecutivo (melhor série em curso de entre todos os concorrentes), ganhando no Cartaxo por 1-0, ascendendo a lugar no pódio, somente a um ponto do Fazendense, e a três pontos do comandante (pela quarta jornada sucessiva), U. Tomar. Sofrendo quinta derrota em outros tantos jogos a formação cartaxeira caiu no antepenúltimo lugar.

Noutro desafio de especial interesse, colocando frente-a-frente os então 5.º e 7.º classificados, o Alcanenense derrotou a equipa de Ferreira do Zêzere por 3-1, operando reviravolta no marcador apenas na segunda metade, depois de os ferreirenses praticamente terem entrado a ganhar. O jovem grupo de Alcanena igualou o Samora Correia no 4.º posto; quanto ao conjunto de Ferreira, foi igualado pontualmente pelo Torres Novas, a realizar notável recuperação na tabela.

Surpresas – O Fátima repete e reforça o estatuto de equipa surpresa: depois da vitória averbada no Cartaxo, foi, desta feita, ganhar, de forma ainda mais retumbante, a Samora Correia, por absolutamente inesperada marca de 4-2: os visitantes começaram por inaugurar o marcador, tendo os samorenses recuperado a vantagem logo a abrir a etapa complementar.

Até final, os fatimenses marcariam por mais três vezes, garantindo um importante triunfo, que lhes permite ascender ao 12.º lugar, saindo da zona de despromoção. Por seu lado o Samora Correia denota ter aberto brechas no esteio defensivo que o caracterizava, tendo sofrido mais golos (dez) nos cinco últimos jogos, que nas primeiras onze jornadas (apenas oito).

Em Alpiarça, após ter adquirido vantagem por duas vezes, não se esperaria que o Águias acabasse por deixar escapar a vitória, ante uma equipa do Benavente em inferioridade numérica, o que não impediu os benaventenses de vir a restabelecer a igualdade a duas bolas.

Confirmações – O Salvaterrense confirmou o seu favoritismo, ganhando por 3-1 na recepção ao At. Ouriense, equipa que segue sem vencer há seis rondas, tendo somado quarto desaire sucessivo.

O mesmo sucedeu no Torres Novas-Entroncamento AC, com os torrejanos a somar o sexto triunfo (2-0) nas últimas nove jornadas, assinalável desempenho – depois de ter acumulado cinco desaires nas seis rondas iniciais. A formação da cidade ferroviária ofereceu boa resistência, mas não evitou completar toda uma volta do campeonato sem ganhar, depois de ter somado o único triunfo no jogo de abertura do campeonato, precisamente ante este mesmo adversário.

II Divisão Distrital – Forense (vitória por tangencial 1-0 frente ao Glória do Ribatejo) e Moçarriense (2-0 ante o At. Pernes) reforçaram a posição de liderança, beneficiando do facto de o mais imediato perseguidor, Espinheirense, ter folgado, distando agora seis pontos. O Marinhais, ganhando por 2-0 em Benfica do Ribatejo, igualou a turma do Espinheiro em termos pontuais.

Na outra série, o confronto entre os dois primeiros, Vasco da Gama-Riachense, saldou-se por um empate (1-1). O grupo dos Riachos mantém a liderança, agora com quatro pontos de vantagem sobre o par formado por Vasco da Gama e Tramagal (vencedor, face ao Caxarias, por 3-1).

Campeonato de Portugal – Nenhum dos clubes do Distrito conseguiu somar os três pontos na ronda (14.ª) de abertura da segunda volta da competição: o U. Santarém empatou (1-1) com o guia, B. C. Branco, não tendo o Coruchense conseguido desfazer o nulo na recepção ao Marinhense; pior esteve o Rio Maior, goleado (4-0) pelo Sintrense.

Na pauta classificativa os escalabitanos baixaram à 4.ª posição, mantendo-se três pontos abaixo dos albicastrenses; dispõem, por outro lado, de curta margem de quatro pontos sobre a formação do Sorraia (9.º lugar), primeira abaixo da “linha de água”. Os riomaiorenses continuam no 13.º e penúltimo posto, agora já a 16 pontos dos lugares de manutenção…

Antevisão – Superados que foram os testes da passada semana, em terrenos tradicionalmente difíceis, U. Tomar e Fazendense voltam a actuar em casa, perante adversários que, porém, não lhes oferecerão facilidades: o União recebe o Torres Novas, no maior clássico do futebol distrital (os dois clubes defrontam-se pela 98.ª vez em jogos oficiais, de Campeonatos nacionais e distritais, Taça de Portugal e Taça do Ribatejo); o Fazendense terá a visita do Abrantes e Benfica, que tão forte oposição apresentou frente aos unionistas.

As partidas Benavente-Alcanenense e, em especial, Amiense-Samora Correia, poderão ser de alguma forma clarificadoras sobre o futuro deste campeonato a nível dos lugares de topo.

Na II Divisão realce para os jogos: U. Almeirim-Moçarriense (com o conjunto da Moçarria a pretender rectificar o incrível 0-5 da primeira volta), Riachense-Pego e Vilarense-Tramagal.

No Campeonato de Portugal teremos um encontro entre Rio Maior e Coruchense, que, nesta fase, assumirá maior relevância para o grupo de Coruche; por seu lado, o U. Santarém desloca-se a Arronches, esperando-se que possa averbar desfecho positivo ante o actual 12.º classificado.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 19 de Janeiro de 2023)

22 Janeiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 15ª Jornada

(“O Templário”, 12.01.2023)

Pela segunda vez nesta primeira metade do Campeonato Distrital da I Divisão os dois primeiros classificados foram, ambos, derrotados na mesma ronda: tal sucedera já, ainda numa fase inicial da competição, à 5.ª jornada, com os desaires das equipas que, então, partilhavam a liderança, Fazendense (batido em casa pelo Samora Correia) e Amiense (desfeiteado, também no seu reduto, pelo Benavente); voltou a ocorrer agora, a concluir a primeira volta, com o U. Tomar e (outra vez) o Fazendense, a perderem, respectivamente, em Mação e em Salvaterra de Magos.

Acresce ainda, por outro lado, a situação verificada na 12.ª ronda, com as derrotas sofridas pelo U. Tomar e pelo Samora Correia, numa altura em que ocupavam a 1.ª e a 3.ª posição, ambas cedidas nos seus próprios terrenos, respectivamente ante o… Fazendense e o Ferreira do Zêzere.

Numa análise comparativa à pontuação dos clubes que se posicionam no topo da tabela face às registadas, também a meio da competição, na época precedente – assinalando-se a particularidade de o U. Tomar “bisar” a liderança que alardeava igualmente há um ano –, apuramos os seguintes dados: 1.º U. Tomar (33 pontos em 2023 vs. 40 em 2022); 2.º Samora Correia (31) vs. Rio Maior (39); 3.º Fazendense (31) vs. Mação (27); 4.º Amiense (30 em 2023) vs. Fazendense (25 em 2022).

Do que rapidamente se constata – tal como vem sendo assinalado no decurso da prova –, por um lado, um muito maior equilíbrio este ano; por outro, um importante acréscimo do total de pontos perdidos pelos dois primeiros: 12 (decorrendo de quatro derrotas) em 2022-23, face a apenas 5 (uma derrota e um empate) em 2021-22, por parte do U. Tomar; 14 (quatro empates e duas derrotas), o que compara com 6 (três empates cedidos) pelo 2.º classificado, nestas duas épocas.

Aliás, não só voltámos a ter o quarteto da frente concentrado num intervalo de três pontos (!), finda a primeira volta, como, em paralelo, só quatro pontos separam o 12.º do 15.º classificados, no que se antecipa uma tenaz disputa pela permanência, até final, num cenário em que o número de clubes a despromover oscilará entre um mínimo de dois e um máximo que poderá ir até cinco.

Mais, ainda, e de particular relevância, a aguçar o apetite para uma aliciante segunda volta: em função dos pontos perdidos nas seis jornadas mais recentes pelos emblemas no pódio (nove pontos cedidos pelo Fazendense; oito pelo Samora Correia; e seis pelo U. Tomar), a disputa pelo 1.º lugar surge potencialmente reaberta aos seis primeiros classificados, com o Alcanenense (5.º) só a cinco pontos do guia; e o Mação (6.º, tendo perdido quatro pontos nas tais seis rondas), a sete pontos…

Destaques – O principal realce da 15.ª ronda vai para a vitória (3-2) do Salvaterrense ante o Fazendense, num encontro “taco-a-taco”, com os visitantes a ripostar, por duas vezes, a situações de desvantagem, mas a não conseguir já recuperar após o notável “hat-trick” de António Pereira.

A par com este desfecho, destaca-se, claro, o triunfo do Mação frente ao comandante, U. Tomar, por inequívoca marca de 3-0. Muito eficaz, marcando em três lances de bola parada (um canto e dois livres), praticamente entrando a ganhar (abrindo o activo logo aos oito minutos), a turma maçaense não deu qualquer hipótese de reacção ao adversário, pese embora os tomarenses tenham, durante largos períodos, assumido a iniciativa do jogo.

Ao contrário de outras partidas em que o resultado terá sido melhor que a exibição, desta feita foram os unionistas a sofrer esse contraponto, impotentes, apesar de o desempenho apresentado em campo poder ter sido de molde a justificar outro resultado, pelo menos, não tão contundente.

O Ferreira do Zêzere voltou a estar em evidência, pela positiva, ganhando em Ourém, face ao Atlético local, por 3-1, isolando-se no 7.º posto, continuando a aspirar subir na classificação, mesmo que o atraso seja de alguma amplitude (quatro pontos para o 6.º lugar; seis face ao 5.º).

Em “pezinhos de lã”, quase sem se dar por ele – mas a realizar muito boa campanha –, o Amiense, ganhando em Torres Novas por tangencial 1-0, não só firmou o seu 4.º lugar, como, tal como antes aludido, recolou aos primeiros, somente a três pontos do líder.

Surpresa – A principal surpresa terá sido a vitória averbada pelo Fátima no Cartaxo, também mercê de um solitário golo, a dar claro sinal de inconformismo, igualando esse rival na 13.ª posição, e, mais importante, recolocando-se bem dentro da luta pela manutenção, numa trajectória em contra-ciclo com a dos cartaxeiros, que não deixarão de preocupar-se com a actual série de quatro desaires, com a agravante de três deles terem sido registados contra “adversários directos”.

Confirmações – Outra “sapatada” na crise foi dada pelo Abrantes e Benfica, a golear, por 4-0, o “lanterna vermelha”, Entroncamento AC, que se vai atrasando pontualmente face à concorrência.

Águias de Alpiarça e Alcanenense repartiram os pontos, empatando a uma bola, com o tento do empate, por parte dos alpiarcenses, obtido já em tempo de compensação.

No “derby” municipal, o Samora Correia confirmou o favoritismo, ganhando por tangencial 3-2 ao Benavente, que chegou a assustar, tendo começado mesmo por se colocar em vantagem, como, ao longo do confronto, até final, nunca abdicou de procurar melhor sorte.

II Divisão Distrital – As primeiras notas de realce vão para o triunfo (2-1) do Forense em Marinhais, e, por outro lado, para o imprevisto empate (3-3) cedido pelo Riachense face ao Ortiga.

O Moçarriense goleou (4-0) na Glória do Ribatejo, continuando a partilhar a liderança da série mais a Sul com o Forense, beneficiando do empate (1-1) cedido pelo Espinheirense no Porto Alto.

Mais a Norte, o Vilarense, ganhando por 3-1 ao Vasco da Gama, vem imiscuir-se também na disputa pelas três primeiras posições, assinalando-se ainda a goleada (6-1) aplicada pelo Tramagal no “derby”, em Alferrarede, e a importante vitória (3-1) do Caxarias ante o Pego.

Campeonato de Portugal – A fechar a primeira volta o U. Santarém goleou por categórico 5-1 o Rio Maior, enquanto o Coruchense não conseguiu ir além do 2-2 na recepção ao 1.º Dezembro.

Os escalabitanos integram um trio que reparte o 3.º lugar, a um ponto do 1.º Dezembro e a três do líder, B. C. Branco. Por seu lado, o Coruchense é 9.º (primeiro abaixo da “linha de água”), a dois pontos de um trio que ocupa o 6.º ao 8.º posto… e a quatro pontos do U. Santarém. Quanto ao Rio Maior SC, mantém-se em penúltimo, agora já a quinze pontos de tal linha delimitadora, atraso que, salvo alguma espécie de “milagre”, se afigura irrecuperável, nos 13 jogos que resta disputar.

Antevisão – Na viragem para a segunda volta do Distrital, adivinham-se novas emoções fortes, com U. Tomar e Fazendense, outra vez, a jogar em terreno alheio, e com compromissos de elevado grau de dificuldade. O jogo de maior cartel será o Mação-Fazendense, cabendo ao U. Tomar defrontar o revigorado Abrantes e Benfica. De interesse será igualmente o Alcanenense-F. Zêzere.

Na II Divisão, Forense e Moçarriense recebem os dois últimos classificados da sua série, respectivamente Glória do Ribatejo e At. Pernes. A Norte, o guia, Riachense, visita o seu perseguidor mais próximo, Vasco da Gama; defrontam-se ainda 3.º e 4.º: Tramagal-Caxarias.

No Campeonato de Portugal o U. Santarém terá a visita do guia, B. C. Branco, recebendo o Coruchense o Marinhense; o Rio Maior SC viaja até Sintra, para defrontar o 3.º, Sintrense.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Janeiro de 2023)

15 Janeiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

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