Posts tagged ‘Vasco Gama’

A VIAGEM DE VASCO DA GAMA (IV)

Apenas em 2 de Janeiro de 1499, conseguiria chegar às proximidades de Mogadoxo (costa de África), passando depois por Melinde (7 de Janeiro), Zanzibar, Moçambique (1 de Fevereiro) e a Angra de São Brás (3 de Março).

Depois de chegar ao arquipélago de Cabo Verde, Vasco da Gama dirigiu-se aos Açores, onde viria a falecer o seu irmão Paulo da Gama. Devido a este desvio forçado do capitão-mor da armada, o primeiro navio que chegou à barra do Tejo a 9 de Julho de 1499, dois anos depois da sua partida, foi a Bérrio de Nicolau Coelho, aportando Vasco da Gama em Lisboa apenas no final de Agosto.

Apesar de apenas cerca de 1/3 da tripulação ter conseguido regressar, uma nova rota passava a ligar a Europa à Ásia, a qual se manteria activa durante cerca de 400 anos; Vasco da Gama receberia o tratamento de Dom (concedido por D. Manuel), assim como o cargo de Almirante da Índia e, em 1519, o título de Conde da Vidigueira.

O Almirante voltaria à Índia mais duas vezes: uma em 1502/1504 e outra em 1524, com o cargo de Vice-rei da Índia. O seu governo foi, contudo, muito curto, pois viria a falecer em Cochim na noite de Natal de 1524, com pouco mais de cerca de 55 anos.

[1756]

1 Outubro, 2004 at 6:25 pm 1 comentário

A VIAGEM DE VASCO DA GAMA (III)

A 25 de Dezembro, passou ao largo da costa sul africana, atribuindo à região o nome de Natal, chegando à ilha de Moçambique a 1 de Março de 1498. Chegaria à cidade de Mombaça, no Quénia, a 7 de Abril.

A armada ancorou em Melinde em 14 de Abril, tendo-se o rei desta povoação mostrado amigável, disponibilizando um piloto indiano, que orientou a armada no rumo da Índia. A 18 de Maio, foi avistada a costa do Malabar; dois dias depois, a 20 de Maio de 1498, Vasco da Gama ancorava ao largo de Calecut, no termo de uma expedição que tinha por objectivo encontrar “cristãos e especiarias”.

Em 30 de Agosto de 1498, Vasco da Gama rumou a norte, tendo explorado uma parte da costa da Índia, chegando, em 19 de Setembro, à ilha de Angediva, ao sul de Goa, onde se preparou para a viagem de regresso à Europa.

A 5 de Outubro de 1498, a sua armada iniciou uma muito penosa travessia do Índico, dado não ser essa a época indicada para tal viagem. A São Rafael, incapaz de navegar, seria incendiada, embarcando Paulo da Gama na São Gabriel.

[1753]

30 Setembro, 2004 at 6:05 pm

A VIAGEM DE VASCO DA GAMA (II)

A armada passou pelas Canárias (15 e 16 de Julho), tendo feito escala na ilha de Santiago (em 27 de Julho), iniciando, a 3 de Agosto, uma larga volta pelo Atlântico Sul, aproveitando o regime dos ventos (uma vez que os seus panos redondos ou quadrangulares não lhe permitiam navegar à bolina, como as caravelas de velas latinas ou triangulares).

Depois de deixar a África, dirigiu-se numa rota para sudoeste, quase até às proximidades da costa brasileira, de forma a poder navegar com ventos de sueste do lado esquerdo. Seguiu sempre para sul, talvez até uma latitude de cerca de 20º Sul, rumando então para oriente, visando dobrar o cabo da Boa Esperança.

A 4 de Novembro, atingiu a África do Sul e, quatro dias depois, chegou à Angra de Santa Helena onde fez escala. Viria a dobrar o Cabo da Boa Esperança em 22 de Novembro. Na Baía de S. Brás, seria incendiado o navio de apoio.

No dia 20 de Dezembro de 1497, Vasco da Gama ultrapassou o rio do Infante, limite da viagem realizada em 1488 por Bartolomeu Dias, começando então a navegar por águas desconhecidas.

[1751]

29 Setembro, 2004 at 6:08 pm

A VIAGEM DE VASCO DA GAMA (I)

ArmadaEu, Vasco da Gama, que ora, por mandado de vós, mui alto e muito poderoso rei, meu senhor, vou descobrir os mares e terras do Oriente e da Índia, juro em o sinal desta cruz em que ponho as mãos, que por serviço de Deus e vosso, eu a ponha hasteada e não dobrada antes as vistas dos mouros, gentios, e todo o género de povo onde eu for e que por todos os perigos de água, fogo e ferro, sempre a guarde e defenda até à morte…”

(juramento de Vasco da Gama, no dia da partida, perante o Rei D. Manuel).

A armada de Vasco da Gama iniciou a sua fantástica viagem a 8 de Julho de 1497, depois de uma missa solene celebrada no Restelo: cerca de 150 homens da armada embarcaram em quatro navios, sendo duas naus construídas especialmente para esta viagem: a São Gabriel, capitaneada por Vasco da Gama, pilotada por Pêro de Alenquer, e a São Rafael, cujo capitão era o seu irmão mais velho, Paulo da Gama, sendo o piloto João de Coimbra.

Um terceiro navio, denominado Bérrio, tinha por capitão Nicolau Coelho e por piloto Pêro Escolar. Havia ainda uma nau (São Miguel) com um suprimento de mantimentos, capitaneada por Gonçalo Nunes, incendiada quando esgotados os mantimentos.

[1749]

28 Setembro, 2004 at 6:08 pm

ANTECEDENTES DA VIAGEM DE VASCO DA GAMA

O Infante D. Henrique começara por mandar “cabotar” a costa de África até chegar à Guiné; de seguida, D. João II mandaria descobrir a passagem para os mares da Índia. Em 1482, Diogo Cão alcançara a foz do Zaire; em 1486, reconhecia a costa angolana.

Em 1487, Bartolomeu Dias tenta alcançar os Mares da Índia; no mesmo ano, foi Pero da Covilhã a ser enviado ao Oriente, mas por terra, com o objectivo de contactar o Prestes João (suposto monarca da Cristandade no Oriente). Apesar de não ter conseguido obter notícias do mítico Prestes João, enviaria informações sobre a navegação na costa oriental de África.

Em 1488, Bartolomeu Dias dobrava o Cabo das Tormentas, então baptizado por D. João II como Cabo da Boa Esperança.

Apenas em 1494, D. João II e os Reis Católicos assinariam o Tratado de Tordesilhas, “partilhando o Mundo”; Portugal garantia não só o acesso à Índia, mas também a ocupação futura do Brasil.

[1746]

27 Setembro, 2004 at 6:06 pm

VASCO DA GAMA (V)

Vasco Gama D. Manuel viria a falecer em 1521, sucedendo-lhe o Rei Dom João III; nessa época, o Império Oriental atravessa dificuldades, com poucos homens para uma tão grande área.

Vasco da Gama é então nomeado Vice-Rei, com a missão de revitalizar o Império na Índia. A 5 de Abril de 1524, mais de vinte anos após a viagem anterior, parte para nova cruzada, acompanhado pelos filhos Estêvão e Paulo.

Após três meses na Índia, Vasco da Gama encontra-se doente, vindo a falecer na noite de Natal de 1524.

Em 1880, o que se pensava ser o corpo de Vasco da Gama viria a ser trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos. Descoberto o engano, em 1898, os ossos seriam substituídos pelo que se julga serem efectivamente os verdadeiros restos mortais de Vasco da Gama.

A principal fonte deste texto foi a página na Internet da Câmara Municipal de Sines, a qual, por sua vez, se baseia, nas obras: “Vasco da Gama – O Homem, a Viagem, a Época”, de Luís Adão da Fonseca; texto de Maria de Deus Manso incluído no livro “Da Ocidental Praia Lusitana”; e “Sines Terra de Vasco da Gama”, de Arnaldo Soledade.

Há 1 ano no Memória Virtual – Amigos vs. colegas

[1743]

24 Setembro, 2004 at 8:10 am

VASCO DA GAMA (IV)

Vasco Gama Após o regresso a Portugal, Vasco da Gama começa, em 1504, a construir um grande solar em Sines, o que teria sido entendido como uma manifestação da sua pretensão de se tornar senhorio da vila.

D. Manuel viria a dar, em 1507, ordem para que fossem suspensas as obras e para que Vasco da Gama abandonasse Sines, ficando proibido de entrar na vila sem autorização de Dom Jorge. Terá então ido viver para Évora.

Mas, logo em 1508, D. Manuel favore o navegador na aquisição da alcaidaria-mor de Vila Franca de Xira. Em 1511, ordenava que Vasco da Gama recebesse rendas de Santiago do Cacém, Vila Nova de Milfontes e Sines.

Em 1515, ganhava a carta de privilégio da coutada de Nisa, onde viveria até 1519. Tinha entretanto participado, em 1518, no casamento do Rei com Dona Leonor, sendo referido como morador na casa real.

Em 1519, D. Manuel outorga-lhe o título de Conde da Vidigueira.

[1742]

23 Setembro, 2004 at 7:20 pm

VASCO DA GAMA (III)

VascoGama2 Entretanto investido cavaleiro da Ordem de Cristo, parte de Lisboa a 8 de Julho de 1497.

Após uma longa viagem de mais de dois anos, em que perdeu, por doença, o irmão que o acompanhara, regressa a Lisboa, onde é recebido pelo Rei D. Manuel, no final de Agosto de 1499.

Conforme desejado por Vasco da Gama, D. Manuel propôs-se conceder-lhe o senhorio da Vila de Sines, mas o processo de dação não avançaria, perante diversos obstáculos.

Seria nomeado Dom, título extensivo aos irmãos e futuros descendentes. Ser-lhe-ia também concedida uma tença, procurando compensá-lo da impossibilidade da dação de Sines. Em 1502, seria designado Almirante do Mar das Índias.

Casara entretanto, em 1500, com Catarina de Ataíde, filha de Afonso de Ataíde (alcaide do Alvor), de quem viria a ter sete filhos, vindo o primogénito (Francisco da Gama) a ser o segundo conde da Vidigueira.

Em 1500, depois de descobrir o Brasil, Pedro Álvares Cabral iria à Índia; revelando-se a necessidade de reforçar a presença militar na região, prepara-se nova expedição, em 1502, para a qual seria afecto o comando, inicialmente, ao próprio Álvares Cabral; contudo, Vasco da Gama teria imposto a sua própria nomeação.

Há 1 ano no Memória Virtual – Os blogues na campanha eleitoral

[1740]

22 Setembro, 2004 at 7:19 pm

VASCO DA GAMA (II)

Vasco da Gama Após a morte do Rei D. João II, sucede-lhe D. Manuel I, o “Venturoso” que decide avançar com a “grande empresa” da descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Nessa época, Vasco da Gama seria já um homem experimentado no mar, com diversos serviços prestados ao Rei D. João II.

Não obstante, a razão da escolha de Vasco da Gama para comandar a expedição não é consensual: há quem defenda que teria sido escolhido pelo facto de D. Manuel não pretender ainda arriscar grande parte do seu prestígio neste empreendimento, motivo pelo qual não teria designado alguém então mais famoso.

Outros defendem ainda que Vasco da Gama teria sido uma escolha dentro da família, uma vez que D. João II (o ideólogo da viagem) teria como preferido o pai de Vasco da Gama, Estêvão da Gama, entretanto falecido. Por outro lado, Paulo da Gama, o irmão mais velho, encontrava-se já doente, o que o impediria de assumir o comando geral.

Há quem defenda também que Vasco da Gama (amigo de infância de D. Manuel) teria sido designado para um papel de “diplomata”, ficando a experiência de navegação a cargo dos três pilotos: Pêro de Alenquer, Pêro Escobar e Afonso Gonçalves.

[1739]

21 Setembro, 2004 at 7:05 pm

VASCO DA GAMA (I)

Vasco da Gama Vasco da Gama, a grande figura do imaginário histórico português, protagonista maior dos Descobrimentos, é, paralelamente, uma das figuras mais importantes da História da Humanidade, tendo iniciado, com a sua descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, uma nova era dessa História.

Nasceu em Sines, possivelmente em 1468 ou 1469, segundo filho de Estêvão da Gama e de Isabel Sodré (após o irmão Paulo da Gama), eventualmente na torre de menagem do Castelo de Sines.

Pensou seguir a carreira eclesiástica (chegou a fazer, em 1480, a prima tonsura, ou ordenação), mas trocaria esse destino pelo mar.

Em 1492, encontrando-se em Setúbal, corsários franceses atacam uma caravela portuguesa proveniente da Mina; por ordem de D. João II, Vasco da Gama ficou encarregue de tomar as mercadorias de naus francesas que se encontram no porto de Setúbal, tendo sido recompensado, em 1495, pelo seu heroísmo, com a comenda da Ordem de Santiago de Mouguelas e Chouparia.

[1735]

20 Setembro, 2004 at 6:32 pm 1 comentário


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