Archive for Junho, 2004

EURO 2004 – 1/4 FINAL – 1/2 FINAIS – FINAL

     1/4 FINAL               1/2 FINAIS              FINAL

PortugalInglaterra2-2 PortugalHolanda2-1 SuéciaHolanda0-0 Portugal-


FrançaGrécia0-1 Vencedor do .............-.............- GréciaR. Checa--- R. ChecaDinamarca3-0

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30 Junho, 2004 at 10:15 pm 3 comentários

EURO 2004 – 1/2 FINAIS – PORTUGAL – HOLANDA

PortugalHolanda2-1

Já estamos a “fazer História”!

Neste preciso momento, tudo parece ainda algo “irreal”; precisamos de algum tempo para interiorizar o que tem vindo a acontecer nas últimas duas semanas.

Agora mesmo, são lindas as imagens que nos chegam em directo, com a Av. da Liberdade repleta de portugueses em festa, munidos de milhares de bandeiras de Portugal, num prolongamento da grande festa iniciada no Estádio José Alvalade com esta brilhante vitória portuguesa frente a uma das selecções mais fortes do Mundo.

Portugal pareceu disposto a entrar em campo com uma estratégia de ataque organizado, de forma continuada, com a Holanda a lançar bolas em profundidade.

As equipas denotavam algum receio mútuo; no primeiro quarto de hora, o ritmo do jogo ia sendo progressivamente “adormecido” pelos holandeses; Portugal que controlara na fase inicial do jogo, permitiria o reequilíbrio.

À passagem dos 20 minutos, o ritmo decaíra bastante; ninguém parecia estar disposto a arriscar, fazendo-se sentir o peso da responsabilidade de uma partida que daria acesso à Final; o jogo era muito táctico.

Até que, num momento de magia, Portugal chega ao golo! Nos 5 minutos seguintes, a Holanda tem uma forte reacção, com duas ocasiões de muito perigo, num excelente jogo de Davids, a transportar a sua equipa para a frente.

Portugal tenta aproveitar o contra-ataque, mas Pauleta permite que van der Sar evite o segundo golo.

O árbitro, bastante permissivo, não assinala faltas a favor de Portugal, com Deco a ser muito castigado.

Figo vai tentando pautar o jogo, na sua melhor partida neste Campeonato.

A segunda parte inicia-se numa toada “morna”, até que, por volta dos 10 minutos, Portugal começa a criar oportunidades, chegando ao golo, em novo momento “mágico” de Maniche, super-confiante, sempre a arriscar o remate à baliza.

Pedia-se então à equipa que não se deslumbrasse… com a Final ali “mesmo à mão”. Até que, num lance relativamente ocasional, um momento infeliz de Jorge Andrade daria o golo à Holanda (o 3º golo “oferecido” aos adversários, depois de Paulo Ferreira e Costinha).

Portugal teria ainda de sofrer bastante; passou, no imediato, 5 minutos de grande dificuldade, até à entrada de Petit; outras substituições e alguns cartões amarelos quebrariam o ritmo do jogo, e a Holanda só conseguiria pressionar novamente nos últimos minutos da partida, altura em que Portugal (tal como no jogo frente à Inglaterra) desperdiçaria ainda oportunidades para elevar o marcador.

Foi um jogo menos exuberante de Portugal, quando comparado com os dois anteriores, mas a Holanda também pareceu uma equipa bastante mais perigosa, com um ataque muito forte e que foi sendo sucessivamente reforçado à medida que o jogo se aproximava do fim.

Ainda assim, e não obstante o domínio bastante repartido, uma vitória justa, com Portugal a “fazer história”, alcançando o que nunca tinha conseguido: a presença na FINAL da mais importante competição de futebol da Europa.

Uma vitória que é fruto de uma equipa que foi sendo construída e reforçada na sequência da derrota do primeiro jogo, com grande mérito (e alguma “estrelinha”) de Scolari (feliz nas substituições em vários jogos); uma equipa que foi capaz de se ir unindo, de ir ganhando auto-confiança e de criar um clima de “intercâmbio” com os adeptos, num ciclo “virtuoso”, em que a equipa vai “puxando” pelos adeptos e estes vão “puxando” pela equipa, que sempre tem retribuído com fantásticas vitórias, de que só podemos sentir um grande orgulho.

O grande sonho está agora a 90 minutos de distância. Que magnífica alegria seria a vitória portuguesa no Domingo. VAMOS ACREDITAR!

Portugal Ricardo, Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Nuno Valente, Costinha, Figo, Maniche (87m – Fernando Couto), Deco, Cristiano Ronaldo (67m – Petit), Pauleta (75m – Nuno Gomes)

Holanda Edwin van der Sar, Michael Reiziger, Jaap Stam, Wilfred Bouma (55m – Rafael van der Vaart), Giovanni van Bronckhorst, Philip Cocu, Clarence Seedorf, Edgar Davids, Marc Overmars (45m – Roy Makaay), Arjen Robben (81m – Pierre van Hooijdonk), Ruud van Nistelrooy

1-0 – Cristiano Ronaldo – 26m
2-0 – Maniche – 57m
2-1 – Jorge Andrade (p.b.) – 62m

“Melhor em campo” – Figo (Portugal)

Amarelos – Cristiano Ronaldo (26m), Nuno Valente (43m) e Figo (89m); Overmars (38m) e Robben (70m)

Árbitro – Anders Frisk (Suécia)

Estádio José Alvalade (Alvalade XXI) – Lisboa (19h45)


“Filme do jogo”:

4m – Primeira jogada de relativo perigo, na sequência de um ataque rápido da Holanda

5m – Jorge Andrade lança em profundidade, surgindo Pauleta pela esquerda, a bola sobra para Figo, que combina com Deco, chegando novamente à zona de Pauleta que não consegue desviar de cabeça; intranquilidade de van der Sar

8m – Nistelrooy lança um “balão” para a área; defesa fácil de Ricardo

9m – Num cruzamento de Figo do lado direito, a “rasgar” a área, Cristiano Ronaldo chega uma fracção de segundo atrasado ao “desvio para o golo”

11m – Deco travado em falta, não assinalada pelo árbitro; naresposta, Cocu a rematar cruzado, de fora da área, ao lado, mas não muito afastado da baliza

18m – Figo percorre todo o “corredor” esquerdo, centra atrasado para Cristiano Ronaldo, que remata fraco e à figura de van der Sar

22m – Os holandeses dominam a bola na área portuguesa, mas aparece Ricardo Carvalho a “dobrar” bem Jorge Andrade

24m – Figo faz nova investida rápida pelo “corredor” esquerdo, colocando a defesa holandesa “em sentido”, mas Pauleta não consegue controlar a bola, deixando-se antecipar pela defesa

25m – Agora é Cristiano Ronaldo que faz “sofrer” Reiziger, sempre pela ala esquerda do ataque de Portugal; ganha o primeiro canto da partida

26m – Deco marca o canto, colocando a bola “milimetricamente” na cabeça de Cristiano Ronaldo que, aproveitando a sua estatura. marca o primeiro GOLO de Portugal

28m – Ricardo Carvalho “salva” na área, de cabeça, mas a bola sobra para Overmars que, sozinho, do lado direito, “enche o pé”, rematando “para as nuvens”, com a baliza completamente à disposição

30m – Davids “senta” Miguel no chão, cruza para o centro da área, onde Seedorf salta com a defesa, ganhando o canto, que Ricardo afasta a soco

33m – Figo ganha o canto do lado direito; marca curto para Deco, que lhe devolve a bola, resultando num centro-remate para as mãos de van der Sar

35m – Deco ganha a bola no meio campo, passa a Maniche, que cruza para Pauleta que, sozinho na área, remata para a “defesa da noite” de van der Sar; Portugal insiste no ataque e ganha mais um canto

38m – Dois holandeses a anteciparem-se na área portuguesa, a bola a ser introduzida na baliza, mas em posição de fora-de-jogo

40m – O árbitro “perdoa” o segundo amarelo a Overmars, em falta sobre Nuno Valente

41m – Jogada fantástica de Figo, com um fenomenal remate em arco, a embater estrondosamente no poste

42m – Livre perigoso para a Holanda; Robben marca e Stam cabeceia ao lado

44m – Figo, mais uma vez pelo lado esquerdo, cruza para a área; mais uma vez, Pauleta não chega à bola; na sequência, Maniche remata de longe, por cima

45m – Bouma agarra Pauleta; livre perigoso; Deco remata forte, mas contra a barreira

46m – Portugal entra bem na segunda parte, ganhando mais um canto

53m – Contra-ataque rápido iniciado por Deco, que coloca em Figo, que remata bastante ao lado

54m – Um pontapé longo de Ricardo, a isolar Pauleta que, “cara a cara” com van der Sar, remata forte, mas à figura. Na resposta, a Holanda ganha o canto, com Portugal a sentir muitas dificuldades para aliviar

56m – Deco ganha mais um canto, desta vez do lado direito

57m – Novo canto, ganho por Cristiano Ronaldo do lado esquerdo do ataque; Deco marca curto para Maniche fazer um “GOLAÇO“!… num remate em “banana”, “gigante”, para o poste mais afastado

59m – Figo ganha novo canto

61m – Seedorf remata forte, ao lado

62m – Cruzamento do lado esquerdo do ataque holandês, Jorge Andrade intercepta a bola, procurando evitar que chegasse a van Nistelrooy, mas o desvio trai Ricardo: auto-golo

65m – Livre perigoso para a Holanda, com dois holandeses na área, a chegar ligeiramente atrasados ao desvio para a baliza

68m – Portugal ganha um livre; Deco remata novamente contra a barreira

70m – Jorge Andrade salta mal com van Nistelrooy, mas surge Nuno Valente., a “obrigar” o holandês a fazer falta

74m – van Nistelrooy atinge Ricardo com um pontapé; um árbitro mais rigoroso expulsá-lo-ia

77m – Miguel vai à linha de fundo, assiste Nuno Gomes, mas o remate sai contra o defesa holandês

81m – van Nistelrooy assiste van der Vaart, mas Ricardo antecipa-se

88m – Remate perigoso, com Ricardo a defender

91m – O árbitro marca falta à entrada da área; van Hooijdonk remata contra a barreira

94m – Deco surge isolado frente a van der Sar, mas falha “clamorosamente” o 3-1. O árbitro apita: PORTUGAL ESTÁ NA FINAL!

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30 Junho, 2004 at 10:15 pm 1 comentário

LEONARDO (II)

Leonardo iniciou depois a produção de imagens para devoção privada, como .A Virgem com o Menino. (1475) e .A Virgem do Cravo. (1478).

Em 1480, trabalhava já para Lourenço de Médicis, no Jardim da Praça de São Marcos; em 1482, transferiu-se para Milão, onde viveria até 1499. Lourenço enviara-o à corte de Ludovico Sforza, apresentando-se Leonardo ao duque como autor de instrumentos de guerra e inventor secreto, mas também como artista, projectista de edifícios, escultor em pedra e bronze, pintor e até engenheiro hidráulico.

Entre 1482 e 1499, começou a receber várias encomendas de retratos; em 1483, começou os estudos para o cavalo do monumento a Sforza, mantendo-se não obstante concentrado na prática da pintura, como demonstra a mais precoce das suas obras-primas, a .Virgem dos Rochedos..

Última CeiaCom .A Última Ceia. conseguiu uma das obras mais elogiadas e mitificadas de toda a história da pintura.

A propósito da “Última Ceia”, João Bénard da Costa publicou o seguinte texto no jornal “Público” de 14 de Novembro (ver também em “entrada estendida”).

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(mais…)

30 Junho, 2004 at 6:15 pm 1 comentário

EURO 2004 – 1/2 FINAIS

PortugalApurados que estão os semi-finalistas do EURO 2004 – Portugal, Grécia, Holanda e R. Checa; as quatro melhores equipas da Europa neste momento – tenho lido / ouvido nos últimos dias, por diversas ocasiões, que este se transformou num “EURO dos pequeninos”…

Não me parece que seja – de todo – justo, estar, por esta via, a “minimizar” o desempenho das selecções que se mantêm em prova, apenas porque outras (teoricamente mais fortes) foram entretanto sendo eliminadas (Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra e França).

Numa interpretação extensiva, tal teoria equivaleria ao reconhecimento – em paralelo com o que, tradicionalmente, se tem verificado em Portugal, com os campeões a sairem, invariavelmente, do trio Benfica-Sporting-Porto, com apenas 2 honrosas excepções (Belenenses e Boavista), em cerca de 70 anos! – de que o “domínio” do futebol europeu se deveria “perpetuar” num conjunto de 4 ou 5 países.

Ora, todos sabemos que, no que ao desporto respeita, não é muito saudável, em termos do próprio interesse competitivo, que haja grande previsibilidade quanto ao vencedor (veja-se, actualmente, o caso de Schumacher na Fórmula 1…).

Mas, prosseguindo o raciocínio: como é possível “apelidar de EURO dos pequeninos” uma prova que tem nas 1/2 finais, 2 dos semi-finalistas do Europeu anterior (Portugal e Holanda) e uma equipa com o poderio actual (para não falar já da sua tradição histórica, de Campeão da Europa, vice-Campeão do Mundo e da Europa) da R. Checa.

Só por “memória”: a R. Checa apresenta 9 (!) jogadores que foram Campeões Europeus de Esperanças em 2002, espírito de juventude que mescla na perfeição com os “veteranos” Nedved, Smicer, Koller e Poborsky (o “campeão” das assistências da presente prova, já com 4 “passes para golo”), os quais disputaram já os Europeus de 1996 e 2000.

É verdade que há um outsider, a Grécia, com o seu jogo, pouco “bonito”, mas muito eficaz e que, sobretudo, beneficiou de uma equipa francesa completamente apática que, finalmente, demonstrou não ter capacidade (física ou motivacional) para, neste momento, ir mais longe (pese embora a sua inquestionável valia potencial).

Concluindo, quem é forte, ou “grande”, prova-se, primeiro que tudo, dentro do campo!…

E, assim sendo – no dia em que se completam 13 anos sobre o até então jogo mais importante da vida de Figo e Rui Costa, em que tiveram o seu dia de maior felicidade, sagrando-se Campeões do Mundo de Juniores – a selecção portuguesa tem hoje o jogo mais importante da sua história, por uma razão simples: porque é o próximo e porque é o que nos pode proporcionar o inédito acesso à Final da mais importante competição futebolística da Europa.

Este é portanto o maior desafio que alguma vez se colocou aos jogadores portugueses; que nos permitam fazer, mais logo à noite, a maior festa de sempre, vibrando e emocionando-nos com esta grande alegria. Coragem!

[1493]

30 Junho, 2004 at 1:49 pm 2 comentários

1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (IX)

O VÍCIO DOS “BLOGUES” (III)

Finalmente, temos a outra faceta (o “reverso da medalha”): o “vício” de ler os outros “blogues”, nomeadamente no sentido da necessidade de conhecimento dos outros e da procura de partilha da pertença a um grupo. Para que o “bloguista” possa sentir-se integrado nesta espécie de “comunidade”, tem absoluta necessidade de saber quais os temas que se “discutem” em cada dia, de forma a que lhe seja possível fazer o intercâmbio de ideias e participar de forma activa nesse debate.

Acaba por se formar (implicitamente) um género de “tertúlia”, a que não queremos faltar; não obstante o anonimato de muitos “blogues”, vamos criando, aqui e ali, “amizades virtuais” com os autores com que mais nos identificamos e que, quase sem darmos por isso, acabamos por sentir a necessidade de visitar a cada dia que passa.

Cada vez mais (e à medida que a lista de “favoritos” se vai “adensando”), o “ovo de Colombo” traduzir-se-ia na “invenção” de uma forma de conciliar o “vício” com o (escasso) tempo disponível (isto para além de todas as outras actividades prioritárias, desde logo as profissionais, mas também o tempo para a família, para os amigos, para ler, para ir ao cinema ou ao futebol, finalmente, até para ver televisão…).

Texto editado originalmente em 03.10.03.

30 Junho, 2004 at 12:30 pm 2 comentários

1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (VIII)

O VÍCIO DOS “BLOGUES” (II)

O “bloguista” acaba por – mesmo de forma inconsciente – impor-se uma auto-disciplina “férrea” para escrever diariamente; sendo verdade que escreve, em primeira análise, para si próprio, espera, complementarmente, poder criar um “ciclo virtuoso”, ver o nível de “feed-back” (avaliado em função do número de “visitantes”) aumentar a cada dia, constituindo paralelamente uma motivação extra para se “dedicar a novas pesquisas” de outros temas que possam interessar aos seus leitores e trazer novas visitas (em oposição ao “ciclo vicioso” da falta de temas de interesse, quebra do número de visitantes e eventual desmotivação do autor, com o fim do “blogue”).

Ao escrever diariamente sobre os mais variados temas, tal implica um “trabalho de casa” preparatório, passando particularmente pela necessidade de se manter permanentemente informado; não é possível manter um “blogue” sem ler jornais!

Mas, como dizia Pacheco Pereira no Abrupto, trata-se de um “monstro insaciável”, de “combustão imediata” e que pode tornar-se muito desgastante, levando a uma necessidade de “sacudir esta dependência”: não será por acaso que vários dos “bloguistas” mais activos sentiram a necessidade de suspender temporariamente a “actividade” (por exemplo, Pedro Lomba / Flor de Obsessão, mas também Francisco José Viegas / Aviz ou João Nogueira /Socioblogue), ou mudar de rumo “editorial” (Pedro Mexia / Dicionário do Diabo) ou, de forma mais radical, acabar mesmo com o “blogue” (Guerra e Pas, Catarina Campos /100nada) – não obstante se poder advogar que essas decisões foram bastante determinadas por questões de disponibilidade de tempo.

Texto editado originalmente em 03.10.03.

30 Junho, 2004 at 8:58 am

1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (VII)

O VÍCIO DOS “BLOGUES” (I)

O vício dos “blogues” compreende duas vertentes distintas, mas complementares e (no caso de quem escreve) indissociáveis: por um lado, o impulso (“a necessidade…”?) de actualização, o mais regular e frequente possível, do seu “blogue”; por outro, a leitura (pelo menos diária) de outros “blogues”.

Em relação ao primeiro aspecto: qual a origem desse impulso ou necessidade? o que representa o “blogue” para o seu autor? até que ponto se “confundem os dois”? o “blogue” reflectirá o “ego” do “bloguista”, o seu “outro eu”? (“escondido”, mas que, a pouco e pouco, se vai revelando… – mesmo que o “blogue” aborde todos os temas excepto os que têm mais directamente a ver com o próprio “autor”).

A flexibilidade e facilidade de adaptação da ferramenta constituem a sua grande força, possibilitando que cada um exprima da forma que melhor lhe aprouver as suas emoções e ideias, desvendando a personalidade característica do autor. Ao escrever, o “bloguista” reflecte (sobre) a vida do seu “outro eu”.

Quando o “bloguista” trata de determinado assunto da actualidade, é porque esse assunto lhe é “caro”; ao falar de um determinado tema, está a revelar um pouco da sua “intimidade”; aqui e ali, vão-se libertando informações que vão permitindo “montar as peças do puzzle” e começar a dar forma a um esboço do seu auto-retrato (idade aproximada, tendências ideológicas e/ou clubísticas, envolvente profissional e sócio-geográfica, enfim, integração num determinado “grupo de pertença”…).

Podendo aperceber-se o vício de “blogar” como uma forma evoluída de vício, a verdade é que se trata de um vício “diferente” (contrariamente ao tabaco ou ao álcool, que serão vícios considerados “negativos”), o vício dos “blogues” gera, não só efeitos negativos, mas também efeitos positivos.

Texto editado originalmente em 02.10.03.

Há 1 ano no Memória Virtual – Angola: uma nova esperança

30 Junho, 2004 at 8:00 am

DURÃO BARROSO PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA

Num mesmo dia (hoje), o Primeiro-Ministro de Portugal, Durão Barroso, anuncia ao país a sua intenção de aceitar o convite para presidir à Comissão Europeia, substituindo o italiano Romano Prodi:

Nenhum líder se deve furtar a dar o seu contributo para uma União Europeia mais forte e mais justa”… “Portugal deve muito à Europa e, quando esta pede o contributo do país, não se deve dizer não“.

…Para, poucas horas depois, ser nomeado oficialmente, pelos líderes europeus reunidos em cimeira extraordinária, em Bruxelas, Presidente da Comissão Europeia (devendo agora esta nomeação ser aprovada pelo Parlamento Europeu):

Designa-se José Manuel Durão Barroso como a personalidade que o Conselho se propõe nomear presidente da Comissão para o período compreendido entre 1 de Novembro de 2004 e 31 de Outubro de 2009“.

Recorrendo às palavras do Comissário Europeu António Vitorino, agora demissionário (o mandato da Comissão termina amanhã, 30 de Junho), “felicito Durão Barroso pela sua indigitação…”. “Os portugueses devem sentir-se orgulhosos da escolha ter recaído num português“.

É claro que há a outra “face da moeda”; ao aceitar um cargo a nível internacional, com a inerente demissão do cargo de Primeiro-Ministro, o Governo de Portugal cessará automaticamente o exercício das suas funções.

Já aqui referi que o Presidente Jorge Sampaio tem “em mãos” uma difícil decisão (dada a contestação que inevitavelmente implicará), mas simultanamente, uma decisão fácil, que é a de – num contexto em que os pressupostos que levaram à formação deste Governo estão colocados em causa – convocar eleições… tal como reforça e justifica hoje, Freitas do Amaral, em “Carta Aberta ao Presidente da República”.

Ou será que alguém tem dúvidas que um Governo chefiado por um Primeiro-Ministro “indigitado” no seio de um partido, na actual conjuntura política e económica portuguesa será um Governo a (curto) prazo? Que seria adiar… o inadiável?

[1492]

29 Junho, 2004 at 10:35 pm 3 comentários

LEONARDO (I)

LEONARDO – Pintor, Escultor, Arquitecto, Teórico da arte, Naturalista e Inventor . nasceu na aldeia florentina de Vinci (na Toscana italiana), em 15 de Abril de 1452.

Nos seus primeiros anos de vida, aprendeu as primeiras letras e regras da matemática e, possivelmente, estudou latim, tendo-se iniciado também na arte da pintura.

Em 1469, transferiu-se para Florença com a família, passando a aprendiz na oficina do escultor e pintor Andrea del Verrocchio, onde se manteve até 1478 (então já como .oficial.).

Anunciação

Entretanto, em 1472, Leonardo já se encontrava inscrito na Compagnia di San Luca dos pintores florentinos, tendo iniciado nessa data .A Anunciação., uma tela para o Convento de São Bartolomeo de Monteoliveto.

[1491]

29 Junho, 2004 at 6:25 pm

1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (VI)

ANGOLA – PRESENTE E FUTURO

Estive em Angola, em missão profissional, faz agora 2 anos.

Foi uma estadia muito curta (apenas uma semana), em que (razões de segurança oblige…) o circuito diário pouco foi além de Hotel – Empresa e vice-versa.

As imagens mais fortes que retive foram as de um trânsito absolutamente caótico, essencialmente na marginal da bela baía de Luanda, o “enxame” de vendedores ambulantes (circulando pela rua, a pé, em “fila indiana”, vendendo tudo o que se possa imaginar); para tentar fugir ao trânsito da marginal, o atravessar (da zona do porto até à zona das Embaixadas) de uma encosta absolutamente degradada, com “casas” edificadas a partir de todo o tipo de materiais (desde ferro-velho de carros, passando por pedaços de madeira, até todo o tipo de latas…

Não foi possível portanto formar uma ideia mínima sobre o que é Angola hoje.

Pude sentir, não obstante, uma vontade de paz (após 40 anos de guerras ininterruptas – dada a reduzida esperança média de vida no país, uma parte significativa da população não conheceu outra envolvente, sempre tendo (sobre)vivido numa economia de guerra), de reconciliação nacional, de – não obstante o duro passado – esperança no futuro, com objectivos de reconstrução, de reiniciar uma “nova” vida.

Pude aperceber-me também que Angola será concerteza, pelo menos em termos de potencial, um dos países mais ricos de África: o petróleo e os diamantes que foram usados para financiar a guerra deverão constituir a base (para além de outros recursos naturais, como a madeira) da reconstrução do país, com uma redistribuição da riqueza que permitirá que todos os angolanos tenham um nível de vida muito superior ao actual e à altura dos países mais desenvolvidos do mundo.

Portugal terá – e não apenas em função dos laços históricos que unem os dois países, mas também da aposta que alguns portugueses mantiveram ao longo dos últimos anos, que permitiram atingir a liderança em sectores “vitais” da economia como são a construção civil, banca e telecomunicações – um papel activo e de relevo nesse futuro, numa perspectiva de parceria, num jogo de “win-win“, em que ambas as partes só terão a ganhar.

Ainda hoje, farei remissão para uma visão mais objectiva da Angola de hoje, por quem lá vive o seu dia-a-dia; um texto cuja leitura recomendo vivamente.

Texto editado originalmente em 01.11.03.

29 Junho, 2004 at 6:10 pm

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