Archive for 20 Junho, 2004
EURO 2004 – RESULTADOS E CLASSIFICAÇÕES
GRUPO A Jg V E D G Pt Portugal-Grécia....1-2 1 Portugal3 2 - 1 4-2 6 Espanha-Rússia.....1-0 2 Grécia
3 1 1 1 4-4 4 Grécia-Espanha.....1-1 3 Espanha
3 1 1 1 2-2 4 Rússia-Portugal....0-2 4 Rússia
3 1 - 2 2-4 3 Espanha-Portugal...0-1 Rússia-Grécia......2-1
GRUPO B Jg V E D G Pt Suíça-Croácia......0-0 1 França2 1 1 - 4-3 4 França-Inglaterra..2-1 2 Inglaterra
2 1 - 1 4-2 3 Inglaterra-Suíça...3-0 3 Croácia
2 - 2 - 2-2 2 Croácia-França.....2-2 4 Suíça
2 - 1 1 0-3 1 Croácia-Inglaterra. Suíça-França.......
GRUPO C Jg V E D G Pt Dinamarca-Itália...0-0 1 Suécia2 1 1 - 6-1 4 Suécia-Bulgária....5-0 2 Dinamarca
2 1 1 - 2-0 4 Bulgária-Dinamarca.0-2 3 Itália
2 - 2 - 1-1 2 Itália-Suécia......1-1 4 Bulgária
2 - - 2 0-7 - Itália-Bulgária.... Dinamarca-Suécia...
GRUPO D Jg V E D G Pt Alemanha-Holanda...1-1 1 R. Checa2 2 - - 5-3 6 R. Checa-Letónia...2-1 2 Alemanha
2 - 2 - 1-1 2 Letónia-Alemanha...0-0 3 Holanda
2 - 1 1 3-4 1 Holanda-R. Checa...2-3 4 Letónia
2 - 1 1 1-2 1 Holanda-Letónia.... Alemanha-R. Checa..
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EURO 2004 – GRUPO A – 3ª JORNADA

0-1
Os primeiros 15 minutos pertencem a Portugal, que entrou com dinamismo, a .mandar no jogo.. A Espanha numa atitude de expectativa, praticamente não sai do seu meio-campo.
No período imediato, a Espanha começa a mostrar o seu contra-ataque, mas é Portugal que assegura .as despesas do jogo.. Excelente exibição portuguesa nos primeiros 20 minutos, com uma atitude de conquista.
Entre os 25 e os 35 minutos, o jogo começa a ser mais repartido, embora mantendo-se o predomínio português.
A primeira parte termina com as duas melhores oportunidades de golo: primeiro para a Espanha; na jogada seguinte, para Portugal. Ao intervalo, mantém-se o nulo, com Portugal a dominar claramente em termos de posse de bola (56 % / 44 %).
No início da segunda parte, Portugal entra em campo, trocando Pauleta por Nuno Gomes, “refrescando” a sua “frente de ataque”.
A Espanha parece ter (re)entrado melhor no jogo, controlando-o em termos tácticos. Ao contrário, Portugal parece ter .perdido algum do gás. com que jogara na primeira meia hora.
E, não obstante, na primeira intervenção de Nuno Gomes no jogo, surge o golo de Portugal – um excelente golo, de força, colocação e técnica, num remate cruzado, a fazer recordar o EURO 2000, em particular o golo que marcou contra a França – , que vem alterar toda a lógica da partida: a Espanha passava a estar .eliminada..
A partir dos 60 minutos, o ritmo do jogo aumenta de forma .alucinante., por parte dos espanhóis, que começam a .empurrar. Portugal para o seu meio-campo; mas a equipa portuguesa consegue começar a sair novamente para a frente e tem duas grandes oportunidades de golo num minuto (68).
Os espanhóis começam a ficar nervosos e a cometer sucessivas faltas, surgindo os cartões amarelos. O ritmo volta a acelerar-se (ainda mais!). A Espanha substitui um defesa central por um avançado.
Portugal, de forma “inversamente proporcional”, substitui um avançado por um defesa central; faltam 6 minutos e é necessário preservar a preciosa vantagem…
Nos últimos minutos, a Espanha procura o ataque de forma “desesperada”; a equipa portuguesa consegue manter a serenidade, entrega a bola a Deco, que se encarrega de ganhar faltas sobre faltas, fazendo enervar os espanhóis, fazendo “escoar” o tempo… e, aproveitando situações de contra-ataque, Portugal tem ainda duas ou três grandes oportunidades de “acabar” com o jogo.
O resultado não se alteraria contudo; começava a grande festa nacional. Portugal ganhava um jogo que, no último quarto de hora, seria verdadeiramente empolgante; ganhava o seu grupo e, sobretudo, ganhava uma equipa, ao mesmo tempo que adquiria a confiança que lhe faltava desde o primeiro dia.
“Heróis” foram todos os que jogaram… mas que grande jogo fizeram Jorge Andrade e Deco; que enorme jogo fez Ricardo Carvalho (cada vez mais “imperial” – hoje, por hoje, talvez o melhor defesa da Europa); quantos quilómetros correu Maniche, absolutamente inesgotável? E depois, a “magia” de Nuno Gomes!…
Temos que dar mérito a Scolari, por ter feito uma coisa muito simples, mas que o obrigou a adoptar uma atitude de humildade: “mudar toda a organização e estrutura que tinha pensado e trabalhado durante o último ano”… ter a capacidade de “deixar de ser teimoso” e colocar em campo os jogadores que efectivamente se encontram em melhores condições.
E, hoje, tudo correu bem, começando pela aposta em Nuno Gomes, passando pela oportunidade de lançamento no jogo de Petit, e culminando com a “reinserção” na equipa (numa situação “excepcional”, de 3 centrais) de Fernando Couto. E, nem pelo facto de “não ter havido espaço” para Rui Costa, a equipa terá deixado de se unir como nunca terá estado desde há dois anos.
E, bem à nossa maneira, com toda a facilidade, se passa do “8 ao 80”. O potencial da equipa portuguesa é inegável; sabemos também das nossas limitações. Com concentração, rigor e trabalho, Portugal pode continuar a sua caminhada neste Europeu.
Casillas, Puyol, Helguera, Juanito (80m . Morientes), Raul Bravo, Joaquín (72m . Luque), Xabi Alonso, Albelda (65m . Baraja), Vicente, Raul, Fernando Torres
Ricardo, Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Figo (78m . Petit), Deco, Cristiano Ronaldo (84m . Fernando Couto), Pauleta (45m . Nuno Gomes)
0-1 – Nuno Gomes – 56m
“Melhor em campo” – Deco (Portugal)
Amarelos – Pauleta (6m) e Nuno Gomes (65m); Albelda (7m), Juanito (67m) e Puyol (73m)
Árbitro – Anders Frisk (Suécia)
Estádio José Alvalade (Alvalade XXI) – Lisboa (19h45)

2-1
Tendo acompanhado intensamente o jogo de Portugal, obviamente não vimos o Rússia-Grécia.
Apenas nos foram chegando alguns ecos: a Rússia marcou no segundo minuto; aumentaria para 2-0 aos 17 minutos; a Grécia reduziria ainda na primeira parte.
E, na segunda parte, o jogo terá sido .morno., dado que o resultado .satisfazia. ambas as equipas, embora os gregos procurassem o golo do empate, contudo sem arriscar em demasia; apesar do que a Rússia teria ainda, já perto do final, possibilidade de marcar novamente, o que qualificaria a Espanha.
Cumprindo a sua obrigação mínima (não perder por diferença de golos superior à da Espanha), a Grécia alcançava uma inédita qualificação para os 1/4 final de uma grande competição internacional, atingindo assim, e desde já, a sua melhor classificação de sempre. E houve festa também no Algarve!
A Rússia conseguia assim despedir-se da prova, com a sensação de ter “salvo a honra” da sua equipa, com uma vitória.
Viacheslav Malafeev, Roman Sharonov (56m – Dmitry Sennikov), Aleksei Bugayev, Aleksandr Anyukov, Vadim Evseev, Andrei Kariaka (45m – Igor Semshov), Rolan Gusev, Dimitri Alenichev, Vladislav Radimov, Igor Semshov (45m – Dmitri Sychev), Dmitri Kirichenko
Antonis Nikopolidis, Giourkas Seitaridis, Traianos Dellas, Michalis Kapsis, Stylianos Venetidis (90m – Panagiotis Fyssas), Theodoros Zagorakis, Costas Katsouranis, Zisis Vryzas, Dimitrios Papadopoulos (70m – Demis Nikolaidis), Angelos Basinas (42m – Vassilis Tsartas), Angelos Charisteas
1-0 . Kirichenko – 2m
2-0 . Bulykin – 17m
2-1 . Vryzas – 43m
“Melhor em campo” – Kirichenko (Rússia)
Amarelos – Sharonov (15m), Anyukov (29m), Kariaka (39m), Alenichev (62m), Radimov (67m) e Malafeev; Vryzas (44m) e Dellas (85m)
Árbitro – Gilles Veissière (França)
Estádio do Algarve – Faro-Loulé (19h45)
[1451]
EURO 2004 – FESTA!
Uma grande vitória; uma enorme festa!
Digam lá se Portugal não estava a precisar de uma “catarse” assim!?
Um país inteiro unido na comunhão da alegria de uma grande vitória.
O “filme” do jogo:
3m . Juanito agarra Pauleta, que procurava escapar-se pela direita; Figo marca o livre, acabando a bola, depois de ressaltos na área espanhola, nas mãos de Casillas.
5m . Miguel faz uma descida pelo seu .corredor., ganhando o primeiro canto. Na sequência Deco é agarrado, de que resulta um livre, novamente marcado por Figo, com a defesa espanhola a interceptar.
6m . Pauleta recepciona a bola com o braço: cartão amarelo, que o afasta do próximo jogo.
7m . Albelda faz uma .falta feia. sobre Deco, ainda no meio-campo português: cartão amarelo para o espanhol.
9m . Figo entra em dribles pelo lado esquerdo, ganhando o segundo canto para Portugal.
10m . Nova falta espanhola; Deco marca o livre e ganha o terceiro canto.
11m . Miguel combina bem com Cristiano Ronaldo no lado direito, mas a bola acaba por perder-se na defesa espanhola.
12m . Deco tem oportunidade de visar a baliza, mas tenta passar a bola a Cristiano Ronaldo, sendo interceptada pelos espanhóis.
13m . Figo desmarca-se em corrida pelo lado esquerdo, quase chega à linha, acabando por .tropeçar. em Helguera; sem falta, considera o árbitro.
15m . Primeira jogada de perigo no ataque espanhol, com Raul a não chegar a tempo para desviar a bola.
15m . Cristiano Ronaldo ganha a bola em cima da quarto de círculo de canto do lado direito, cruza para a área, onde aparece o defesa espanhol a aliviar.
16m . Deco, já na área, remata contra uma muralha de jogadores espanhóis e portugueses.
17m . Primeiro canto para a Espanha, com uma boa intervenção de Ricardo, a afastar a bola a soco.
17m . Pauleta desmarca-se novamente no lado direito, mas a defesa espanhola controla a situação.
18m . Jorge Andrade tem de se arrojar ao chão, .em carrinho. para cortar a bola, na área portuguesa.
19m . Miguel obriga Casillas a uma grande defesa, na sequência de um remate em força, bem colocado.
20m . Quarto canto para Portugal.
22m . Pauleta, no lado esquerdo, tenta cruzar para Deco, mas a bola acaba por perder-se pela linha de fundo.
24m . Vicente desmarca-se pelo lado esquerdo, entra na área, mas surge Maniche a desarmá-lo.
26m . Fernando Torres impede Cristiano Ronaldo de prosseguir, com uma entrada por trás, mas não é punido com amarelo.
27m . Ricardo tem de sair da área para afastar a bola, quando lhe surgia pela frente, isolado, Fernando Torres
29m . Casillas tem de sair da baliza, indo quase à linha lateral, para evitar que Figo recuperasse a bola.
31m . Figo vai avançando, até que se decide pelo remate… contra a .muralha. espanhola.
32m . Jorge Andrade tem de fazer um .corte acrobático. à saída da área portuguesa.
34m . Vicente, do lado esquerdo, vai à linha centrar, obrigando Nuno Valente a .despachar. para canto. Na sequência, Helguera remata, tabelando a bola na defesa portuguesa: novo canto, agora do lado esquerdo.
37m . Figo, do lado esquerdo, avança, a bola chega a Cristiano Ronaldo, que centra a bola, que cruza toda a área espanhola… sem qualquer desvio.
41m . Deco ganha um canto do lado esquerdo; o quinto para Portugal, sem consequências (depois de Costinha, na sequência de ressaltos, ter rematado de cabeça, por cima da baliza).
43m . No lado esquerdo, Vicente ganha o quarto canto para a Espanha. Fernando Torres cabeceia de forma muito perigosa, por cima da baliza; a grande oportunidade de golo do jogo.
44m . Portugal conquista o sexto canto. Na sequência, Figo centra para a área, onde aparece Cristiano Ronaldo a antecipar-se e a desviar a bola de cabeça… ao lado da baliza; a maior oportunidade de golo para Portugal.
47m . Jorge Andrade tem de .aliviar a bola. para canto.
50m . Maniche remata de longe, mas algo afastado da baliza.
52m . Jorge Andrade .corta a bola. em falta, sobre Fernando Torres. Na marcação do livre, a bola acaba por tabelar em Raul e sair pela linha de fundo.
56m . Na primeira vez que toca na bola, Nuno Gomes, com a colaboração de Figo (que “arrasta” consigo um defesa espanhol), protege a bola à entrada da área espanhola, “roda” sobre si próprio, remata cruzado, forte e colocado… e GOLO!
58m . Ricardo não afasta a bola e Raul desinspirado, não consegue desviar para a baliza.
60m . Portugal tem oportunidade de rematar à baliza, mas a bola sai .sem convicção..
62m . Fernando Torres, numa desmarcação perfeita, cara a cara com Ricardo, atira ao poste. Momento decisivo, de .fortuna. para Portugal.
63m . Deco tenta o remate, mas não acerta bem na bola, que Casillas sustém sem dificuldade.
65m . Nuno Gomes entra .por trás., às pernas de Puyol: cartão amarelo.
67m . Juanito faz .falta feia. sobre Deco: amarelo. Grande pontapé de Figo na marcação do livre, obrigando Casillas à defesa da noite.
68m . Na sequência do canto, Costinha atira perigosamente, obrigando a nova grande intervenção de Casillas: novo canto.
71m . Juanito derruba Deco à entrada do meio-campo espanhol; seria o segundo amarelo para o espanhol…
73m . Nova falta, a quinta de Puyol, e, finalmente, o cartão amarelo.
75m . Jorge Andrade a salvar .providencialmente. na área. Na sequência da jogada, Luque podia ter marcado, mas Ricardo Carvalho .salva. também para canto. Do canto, resulta uma bola na trave. Minuto de maior perigo para a baliza portuguesa.
79m . Portugal a .ver jogar. a Espanha: canto. Que origina novo canto. Vicente remata perigosamente ao lado.
81m . A Espanha continua a atacar; novo canto.
82m . Maniche, num contra-ataque, podia ter acabado com o jogo, mas ganhou apenas o canto.
83m . Jogada de perigo na área espanhola, mas Portugal não consegue chegar à bola, que acaba nas mãos de Casillas.
85m . Novo contra-ataque perigoso, com Maniche a cabecear ao lado.
86m . Fernando Torres cabeceia na área portuguesa, mas ao lado.
87m . Deco consegue ganhar, de forma inteligente, mais um canto.
88m . Nuno Valente cruza e Costinha, sozinho, atira muito por cima, desperdiçando uma oportunidade clamorosa.
90m . Maniche rapidíssimo que nem uma flecha, com Casillas batido; surge Raul Bravo a conseguir .o milagre. de evitar o golo.
92m . Nuno Gomes faz o mais difícil, aguenta a pressão do defesa, mas remata contra Casillas, perdendo-se mais uma enorme oportunidade.
93m . Portugal está apurado!
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EURO 2004 – PORTUGAL-ESPANHA
Quando, no século XIX, os ingleses inventaram o .futebol moderno., introduzido nos colégios britânicos, tratava-se de uma forma de promover, com recurso à componente lúdica, e com alegria, o espírito de camaradagem e companheirismo, com grande ênfase no .fair-play.; um novo desporto que era um autêntico .jogo de cavalheiros..
Estariam esses pioneiros muito longe de adivinhar a evolução que este desporto viria a ter em pouco mais de um século, transformando-se num .espectáculo-indústria., movimentando enormes meios financeiros, com uma .explosão. exponencial nos últimos 15/20 anos.
O futebol é hoje um fenómeno sociológico com impactos muito significativos, a variados níveis.
No que à competição actualmente em disputa no nosso país respeita, objectivamente, a conquista do título de Campeão Europeu (apesar do prémio monetário atribuído pela UEFA . instituição que tutela a organização da prova . à Federação do país vencedor) tem sobretudo um valor simbólico, numa perspectiva .romântica. de um nacionalismo, um pouco desfasado do que é hoje a estrutura geral, plurinacional, do futebol (com as grandes equipas de clube a serem autênticas .transnacionais., com jogadores oriundos das mais diversas proveniências).
Vem isto a propósito do jogo de hoje à tarde, em que, por falhas entretanto cometidas por ambas as selecções (nos jogos frente à Grécia), Portugal e Espanha disputam entre si quem será o país apurado para a fase seguinte, dificilmente podendo apurar-se os dois.
Num país tão necessitado de elevar a sua auto-estima como tem sido Portugal nos últimos tempos, é claro que seria importante, a nível .psicológico., uma vitória. Seria bom que Portugal vencesse e prosseguisse em frente, proporcionando aos portugueses um momento de .felicidade.; que poderíamos . todos . festejar e celebrar.
Mas é fundamental ter presente a noção de que não será essa vitória que irá fazer de Portugal um país mais avançado, mais evoluído ou mais moderno; os seus efeitos imediatos serão .passageiros. (ou até mesmo efémeros, “esgotando-se” no dia 5 de Julho).
Hoje mesmo, a equipa portuguesa parece apresentar índices de confiança inferiores aos espanhóis; não obstante, o resultado final desses 90 minutos dependerá muito da inspiração momentânea de algum dos jogadores ou de um eventual lapso comprometedor, sendo portanto o resultado imprevisível. É difícil avaliar até que ponto o facto de .jogar em casa. poderá constituir-se num factor galvanizante com força suficiente para impulsionar a equipa portuguesa para a vitória.
E, caso a equipa portuguesa não tenha a possibilidade de prosseguir em frente, que não se faça disso um motivo para .depressão. colectiva. Dos 16 participantes na prova, um a um, 15 sairão como “perdedores”; apenas 1 será consagrado no dia 4 de Julho. Não podemos esquecer que, para além das boas ou menos boas exibições, há um conjunto de factores aleatórios que não é possível controlar; o futebol não é (felizmente!…) uma ciência exacta, no que reside precisamente a sua .magia..
Concluindo, como iniciei, um jogo de futebol é isso mesmo: .um jogo., que deve ser “uma festa”; é portanto preciso .desdramatizar. a importância do encontro de logo, que deverá ser encarado sob uma perspectiva positiva (a única que devemos reter); ele só se tornará .importante., proporcionando-nos emoções, vibrações, momentos de grande alegria, que poderemos então saudavelmente “extravasar”.
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REVISTA DA SEMANA
Visão (17 Junho)
“Adoptada primeira Constituição Europeia – Depois de dois dias de impasse, os dirigentes da União Europeia adoptaram formalmente a Constituição Europeia na sexta-feira à noite, em sessão plenária na cimeira de Bruxelas. Quanto à escolha do próximo presidente da Comissão Europeia, essa, fica adiada para 30 de Junho.
PSP/Porto abre inquérito à participação de agentes nos acontecimentos de Matosinhos – O chefe da esquadra da PSP do Pinheiro Manso, no Porto, e outros agentes ter-se-ão envolvido ilegalmente na segurança a Narciso Miranda na ida à lota de Matosinhos momentos antes da morte de Sousa Franco.
Mais três detenções em Albufeira – Pelo menos três adeptos ingleses foram detidos em Albufeira na sequência de novos confrontos com as autoridades, depois da vitória da Inglaterra sobre a Suíça. Já vai em 50 o número de adeptos detidos.
Marc Dutroux declarado culpado – O tribunal de Arlon, no sudeste da Bélgica, considerou o pedófilo Marc Dutroux culpado do assassínio de duas adolescentes, bem como do rapto de seis meninas e adolescentes belgas. A pena só deve ser conhecida na segunda-feira.”
P. S. Há um ano, “nasciam” o Flor de Obsessão (Pedro Lomba) e o Socioblogue (João L. Nogueira); o primeiro, podemos encontrá-lo agora “Fora do Mundo“; do segundo, fica o desejo que seja possível um regresso não daqui a muito tempo; a qualidade das análises de João L. Nogueira é uma das memórias que retenho com “saudade” daqueles “épicos tempos do início da blogosfera”, no Verão passado. Até breve!
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EURO 2004 – "BALANÇO INTERMÉDIO"
O “EURO 2004” ultrapassou já (em número de partidas) a sua metade, encontrando-se os jogos da fase de grupos já realizados a 2/3; um pretexto para fazer aqui um primeiro balanço (“intercalar”).
A primeira nota a destacar é o grande equilíbrio que o tem caracterizado: à entrada para a última ronda, apenas 1 equipa (R. Checa) conseguiu vencer os 2 jogos, estando já apurada; 13 outras selecções disputarão ainda o apuramento; apenas a Rússia e a Bulgária (com duas derrotas) estão já “eliminadas”.
Nos 16 jogos já disputados, 7 deles terminaram empatados (quase 50 %); em outros 5 jogos, as vitórias foram “tangenciais”; para além das vitórias da Suécia e Dinamarca sobre a Bulgária (5-0 e 2-0), apenas Inglaterra e Portugal conseguiram vencer por mais de um golo de diferença! Apenas metade (8 das 16) selecções conseguiu já ganhar! Nove dos países concorrentes ainda não perderam!
Não houve portanto ainda uma equipa que claramente se destacasse como favorita à vitória final: a França, apesar do “poderio” que se lhe reconhece, tem apresentado alguns jogadores preponderantes algo distantes da sua melhor forma; a R. Checa “viu-se e desejou-se” para ganhar à Letónia, conseguindo depois um magnífico jogo frente à Holanda; e, curiosamente, as selecções que apresentaram melhor futebol, nem sequer estão bem classificadas, como são os casos da Itália e Holanda.
Um pouco aquém das expectativas, em termos de resultados ou exibições, estarão Portugal, Espanha (vitória “sofrida” frente à Rússia e empate com a Grécia), Inglaterra (pouco consistente no jogo com a França, e isto independentemente de ter perdido o jogo no tempo de compensação, o que se tratou então, nesse período, de um “acidente” daqueles em que o futebol é pródigo) e Alemanha (revelando uma ineficácia inesperada frente à Letónia).
Ao contrário, as selecções nórdicas (Suécia e Dinamarca) “portaram-se” bem e estão encaminhadas para o apuramento; a Grécia vai “levando a água ao seu moínho”; a Letónia (após a “proeza” de ontem com a Alemanha) mantém-se “viva”.
Por fim, a Croácia e a Suíça, revelando algumas fragilidades, têm ainda possibilidade de apuramento, ao contrário das grandes decepções Rússia e Bulgária.
Tivemos oportunidade de assistir a algumas boas partidas de futebol, com destaque (por ordem) para: Holanda-R. Checa, Itália-Suécia, Alemanha-Holanda e Croácia-França – para além do Dinamarca-Itália (que não tive possibilidade de acompanhar).
Como disse Scolari, numa expressão que gerou alguma polémica, mas que será genuinamente “futebolês” (pelo menos no Brasil), na última jornada haverá vários jogos de “mata-mata” (ou seja, quem vencer é apurado; quem perder é – ou pode ser – eliminado):
– Portugal – Espanha (Portugal necessita imperiosamente da vitória, a qual, possivelmente, eliminaria a Espanha; aos espanhóis, serve o empate);
– Croácia – Inglaterra (a Croácia encontra-se em posição similar à de Portugal, tendo de vencer – o que, aliás, me parece também possível -, à Inglaterra “basta-lhe” o empate);
– Suíça – França (de alguma forma, “surpreendentemente” – nomedamente pela “carreira” realizada até agora – à Suíça “bastaria” vencer para se apurar… e eliminar a França! – desde que não haja um empate no Croácia-Inglaterra);
– Holanda – Letónia (este será o “genuíno mata-mata”, uma vez que ambas as equipas poderão necessitar da vitória para se qualificarem – excepto se a Alemanha perder com a R. Checa, caso em que o empate poderia apurar a Holanda).
As combinações possíveis são muitas, que procuro resumir de seguida:
– No Grupo A, se a Espanha ou a Grécia ganharem ou empatarem, qualificam-se; a Grécia só será eliminada se Portugal vencer a Espanha e se perder o seu jogo com a Rússia por uma diferença de golos superior; a Espanha será eliminada se perder, desde que a Grécia não perca por uma diferença de golos maior; Portugal é apurado caso ganhe à Espanha (situação em que poderá mesmo vencer o grupo, desde que a Grécia não ganhe à Rússia).
– No Grupo B, a França e Inglaterra serão apuradas se vencerem ou empatarem os seus jogos; a Croácia e a Suíça serão apuradas se ganharem os seus jogos (no caso da Suíça, desde que a Inglaterra não empate, situação em que teria de vencer a França por, pelo menos, dois golos).
– No Grupo C, a Suécia e a Dinamarca apuram-se se vencerem o jogo que vão disputar entre si ou se empatarem, excepto se a Itália vencer a Bulgária (caso em que o empate poderá não servir à Dinamarca); a Itália necessita “obrigatoriamente” de vencer e esperar que não haja um empate com golos no Suécia-Dinamarca.
– No Grupo D, a R. Checa está já apurada, tendo garantido o 1º lugar; a “segunda vaga” será alcançada pela Alemanha desde que vença a R. Checa; caso a Alemanha empate, só será apurada se Holanda e Letónia empatarem também; a Holanda será apurada se vencer, excepto se a Alemanha também vencesse, mas o empate poderá também dar-lhe o apuramento, se a Alemanha perder; por fim, a Letónia apenas poderá ser apurada desde que vença a Holanda, implicando ainda que a Alemanha não derrote a R. Checa.
A partir de logo à noite, todas estes “ses” vão começar a “desfazer-se”, concretizando-se então os tão desejados apuramentos (para apenas 7, das 13 selecções ainda com aspirações…).
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