Archive for 4 Julho, 2004
EURO 2004 – 1/4 FINAL – 1/2 FINAIS – FINAL
1/4 FINAL 1/2 FINAIS FINAL
2-2
2-1
0-0
0
0-1
1
1-0
3-0
[1510]
EURO 2004 – FINAL

0-1
Este “blogue” volta a ser actualizado, ainda hoje.
Para dizer algumas coisas:
1. Foi uma festa linda!
2. Estou muito orgulhoso de ser português.
3. Portugal é Vice-Campeão da Europa – a melhor classificação de sempre!
4. Foi enorme a decepção que sofremos hoje.
5. Infelizmente, só conseguimos ser os Campeões das “vitórias morais”.
6. Não sei se a vitória da Grécia é injusta; provavelmente sim… mas tenho que dizer que, a uma equipa que ganha a Portugal (2 vezes!), à França e à R. Checa, temos que reconhecer-lhe o mérito de potenciar os seus pontos fortes.
7. Provavelmente, vou ter dificuldade em dormir esta noite, pelo que vou ficar por aqui a escrever, fazendo o balanço desta magnífica prova.
Antes de “entrar na matéria” propriamente dita, uma palavra para a magnífica “cerimónia de encerramento”; já tive oportunidade de a rever na televisão, mas posso garantir-vos que, “ao vivo”, no Estádio, foi das coisas mais bonitas que já vi: magnífica a “calçada portuguesa”, muito boa a coreografia da entrada de Nelly Furtado, com a música oficial do EURO (“Com uma Força”) e interessante a ideia da “caravela futurista” a saír de dentro da “bola gigante”. Verdadeiramente emocionante!
Também seria linda a cerimónia da entrega da Taça, com o colorido azul e branco e o fogo de artifício (fico a imaginar como teria sido estrondosamente bela se as cores fossem o verde e o vermelho… “que pena”!).
Sobre o jogo, nenhuma surpresa; tudo aconteceu como “esperado”: Portugal a tomar a iniciativa do jogo, a ser a única equipa a procurar o ataque; a Grécia, sempre na expectativa, à espera do “milagre” que haveria de resultar do erro do adversário.
E assim – exactamente com a mesma estratégia, táctica e forma de jogar -, a Grécia vencia sucessivamente os grandes “colossos” França, R. Checa e Portugal.
É que, inevitavelmente, o erro surge sempre… e os gregos não se fizeram rogados a aproveitá-los, sempre que a oportunidade surgiu.
Uma equipa matreira, implacavelmente traiçoeira. Tal como no jogo com a R. Checa, bastou uma desatenção num canto, para ganharem… e se sagrarem Campeões da Europa.
É verdade que, a partir do meio da primeira parte – à medida que se via que os gregos estavam a “levar a água ao seu moínho” -, a equipa portuguesa começou a revelar sintomas de intranquilidade, baixando bastante de produtividade.
Até final da primeira parte, a ideia que a equipa portuguesa transmitia começava a ser bastante similar à que os checos haviam dado: a equipa começava a denotar falta de frescura física… e psicológica. Os jogadores-chave da equipa (Deco, Maniche, Cristiano Ronaldo, Figo) haviam sido submetidos a um imenso desgaste nos jogos anteriores (com a Espanha, Inglaterra e Holanda) e já não dispunham de muitas reservas…
Jogava bastante lento, e sem soluções para penetrar na organizada “barreira” formada pelos gregos.
E, nas bancadas, os 10 000 gregos começavam já a fazer a festa: chegar à meia-hora de jogo com 0-0 era já uma vitória!… para uma equipa que parece ter uma concepção do futebol como um jogo em que, acima de tudo, o principal não é marcar, mas sim “não sofrer”.
Na segunda parte, Portugal entrou bastante melhor, acelerando o ritmo, com uma boa dinâmica, fazendo renascer a esperança.
Contudo, aos 57 minutos, na sequência de um canto, a Grécia acabava com as nossas aspirações. Um rude golpe, como costuma dizer-se, um autêntico “balde de água fria”.
Logo aí, receou-se o pior; a espaços, Portugal daria ainda a ilusão de que seria capaz de chegar ao golo, mas à medida que o tempo avançava (a “grande velocidade”), a equipa pareceu começar a descrer, até se chegar a um momento em que eram sempre os gregos os mais rápidos, os primeiros a chegar às bolas divididas.
À entrada do último quarto de hora, a “vontade de vencer” dos gregos parecia ser maior que a dos portugueses; com a extrema motivação que lhes proporcionava o golo de vantagem, os gregos aplicavam-se a fundo em todas as lutas pela posse de bola.
Portugal teria ainda, quase em cima da hora, uma excelente oportunidade para empatar, mas o remate de Figo saíu a centímetros do poste.
No final, um claro domínio em termos de posse de bola – pela primeira vez presente numa Final, Portugal assumia claro favoritismo para a vitória e conquista do título de Campeão Europeu -; soube assumir esse favoritismo, partindo “sem complexos” para o ataque, tomando a iniciativa do jogo, sabendo que era a equipa a quem competia procurar o golo.
Como em todos os jogos realizados pela Grécia neste Europeu, a sensação de que Portugal foi (tal como os restantes adversários dos gregos) claramente superior, mas, mais uma vez, o resultado final a não traduzir essa superioridade.
As estatísticas do jogo (praticamente todas favoráveis a Portugal) são bem elucidativas: 17-4 em remates; 5-1 em remates à baliza; 10-1 em cantos (o dos gregos resultaria em golo!…); 58 % / 42 % em termos de posse de bola…
Conclusão: a Grécia, muito bem orientada, perita em defender (como diz Rui Costa, não deixa de ser “irónico” que a equipa mais defensiva da prova se sagre campeã…), seguiu “à risca” o seu plano, esperou pelos adversários e, quando a oportunidade surgia, ganhava o jogo… por 1-0.
A Grécia é Campeã da Europa, depois de ter realizado a seguinte carreira nesta prova (em 14 jogos, 10 vitórias: 7 por 1-0 (!); 2 por 2-0; e 1 por 2-1):
Grécia – Espanha – 0-2
Ucrânia – Grécia – 2-0
Grécia – Arménia – 2-0
I. Norte – Grécia – 0-2
Espanha – Grécia – 0-1
Grécia – Ucrânia – 1-0
Grécia – Arménia – 1-0
Grécia – I. Norte – 1-0
………………………………..
Portugal – Grécia – 1-2
Espanha – Grécia – 1-1
Rússia – Grécia – 2-1
Grécia – França – 1-0
Grécia – R. Checa – 1-0
Portugal – Grécia – 0-1
Ricardo, Miguel (43m – Paulo Ferreira), Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Nuno Valente, Costinha (60m – Rui Costa), Figo, Deco, Maniche, Cristiano Ronaldo, Pauleta (74m – Nuno Gomes)
Antonis Nikopolidis, Giourkas Seitaridis, Traianos Dellas, Mihalis Kapsis, Costas Katsouranis, Panagiotis Fyssas, Angelos Basinas, Stelios Giannakopoulos (76m . Stylianos Venetidis), Theodoros Zagorakis, Zisis Vryzas (81m – Dimitrios Papadopoulos), Angelos Charisteas
0-1 – Charisteas – 57m
“Melhor em campo” – Zagorakis (Grécia)
Amarelos – Costinha (11m) e Nuno Valente (93m); Basinas (45m), Seitaridis (62m), Fyssas (67m) e Papadopoulos (84m)
Árbitro – Markus Merk (Alemanha
Estádio da Luz – Lisboa (19h45)
.Filme do jogo.:
3m . Pauleta é travado à entrada da área, mas o árbitro não sanciona
5m . Cristiano Ronaldo combina bem com Deco, mas o remate embate na defesa grega
8m . Figo em drible na área, depois tem de sair, segurando a bola, acabando por ganhar o primeiro canto da partida; na sequência, Nikopolidis a antecipar-se a Pauleta
11m . Seitaridis “desce” pelo corredor direito; Costinha obrigado a travá-lo em falta, vendo o cartão amarelo; livre sem perigo
13m . Miguel remata cruzado, à entrada da área, com muito perigo, obrigando Nikopolidis a desviar para canto com dificuldade
15m . Charisteas a isolar-se, na sequência de uma combinação com Vryzas, com Ricardo a .safar. com os pés, com alguma dificuldade
16m . Pauleta a rematar de longe, fácil para Nikopolidis; apesar de ter “largado” para a frente, teve espaço para recuperar
18m . Deco é novamente travado em falta (para “amarelo”), mas o árbitro não sanciona Charisteas
18m . Cristiano Ronaldo perde-se em dribles na área, acabando por permitir o desarme
21m . Pauleta e Miguel na área grega, tentam ambos ir à bola, acabando por “chocar” um com o outro
24m . Deco a cruzar do lado direito, ganha o terceiro canto para Portugal; marcado por Deco, com a bola a chegar a Maniche, que rematou forte, ligeiramente ao lado
27m . Jogada de algum perigo da Grécia, com Vryzas a cruzar, mas a bola a chegar às mãos de Ricardo
28m . Livre para a Grécia, com Giannakopoulos a marcar, novamente para as mãos de Ricardo
29m . Bola lançada em profundidade para a área da Grécia, com Pauleta a tentar ganhar a Nikopolidis, mas sem conseguir
32m . Deco combina bem com Cristiano Ronaldo, com a bola quase a sobrar para Pauleta, que se isolava perigosamente, mas acabaria por se perder a oportunidade
33m . Miguel lesiona-se; seria substituído alguns minutos depois, já depois de ter sido “longamente” assistido
33m . Livre apontado por Figo, com a bola a sair por alto e sem que surgisse o desvio
37m . Vryzas imita Figo, driblando à entrada da área; acabaria por perder a bola
44m . Nuno Vaente a cair dentro da área, mas provavelmente sem falta
45m . Basinas corta a bola com a mão, numa jogada de contra-ataque de Portugal; vê o amarelo
48m . Charisteas a libertar-se de Nuno Valente, a cruzar para a área, onde não apareceu nenhum grego
49m . Cristiano Ronaldo a abrir bem, com Pauleta a entrar na área, tentando passar por um adversário, mas a rematar contra a “barreira” grega
51m . Jogada perigosa de Deco, que passa por 3 gregos, sendo travado em falta quando entrava na área, mas o árbitro nada assinala
52m . Deco a rematar de longe, por alto e ao lado
55m . Deco a cair novamente dentro da área, com o árbitro a mandar seguir
57m . Seitaridis, depois de, em esforço, conseguir dominar a bola dentro das quatro linhas, e perante a oposição de Cristiano Ronaldo, ganha o primeiro canto (seria o único…) para a Grécia; Basinas a marcar, com Charisteas a surgir a desviar de cabeça para o golo
58m . A Grécia a levar novamente o perigo à área portuguesa, mas Ricardo a antecipar-se, a evitar o cabeceamento
59m . Cristiano Ronaldo ganha espaço, remata forte, obrigando Nikopolidis a uma defesa difícil, “a soco”
60m . Deco marca um livre; a bola bate na malha lateral… do lado de fora
61m . Rui Costa, recém-entrado, a fazer um “slalom” magnífico, por entre 3 gregos, mas a não encontrar ninguém para finalizar, dando seguimento ao centro
63m . Livre de Deco, com a bola a sair muito por cima
64m . Na sequência de uma boa iniciativa, remate de Figo, já dentro da área, mas com Nikopolidis a defender com segurança
67m . Figo marca um livre, para as mãos de Nikopolidis
69m . Portugal desaproveita mais três (!) cantos
72m . Nuno Valente dentro da área, a centrar. directamente para as mãos de Nikopolidis
73m . Rui Costa tenta a sorte de longe, mas a bola a passar ligeiramente ao lado
75m . Rui Costa num magnífico passe, a isolar Cristiano Ronaldo, que, “na cara” do guarda-redes, remata já em esforço, por cima, perdendo a maior oportunidade de Portugal chegar ao golo
79m . Nuno Valente a cruzar, mas Nikopolidis a interceptar
81m . Nova combinação entre Rui Costa e Cristiano Ronaldo, que remata contra o corpo de Dellas, ganhando o canto
82m . Ricardo Carvalho, numa boa iniciativa, aparece a rematar com força, com Nikopolidis a defender mais uma vez a soco, para a frente, não surgindo ninguém para a recarga que daria o golo
85m . Um adepto irrompe pelo campo, para atirar uma camisola do Barcelona à cara de Figo; passariam 2 minutos até o jogo ser retomado
88m . Figo combina com Nuno Gomes, ganhando mais um canto; na sequência, Maniche é apanhado em .fora de jogo.
89m . Dentro da área grega, Figo a conseguir fazer a rotação e a remata com a bola a .rasar. o poste, após um desvio num jogador grego, na que seria a melhor oportunidade de golo para Portugal; do canto, nada resultaria
90m . Deco a cruzar para a área, com Jorge Andrade a cabecear ao lado
94m . Paulo Ferreira a “despejar” a bola para a área grega, onde o árbitro assinala falta a Nuno Gomes; na sequência, Zagorakis a rematar de longe, com muita força, procurando afastar a bola o mais possível
95m . A Grécia é Campeã da Europa
[1509]
EURO 2004 – UMA VITÓRIA
No dia 12 de Junho, escrevi aqui: “É claro que é importante que Portugal tenha sucesso desportivo nesta prova…”, “Mas, acima de tudo, devemos consciencializar-nos que, mais importante do que a vertente desportiva (embora não completamente dissociável), a prova que .somos obrigados a vencer. é a de mostrar ao mundo a capacidade de organização de um torneio desta dimensão, com centenas de milhares de visitantes…”.
Hoje, as palavras dos responsáveis máximos da UEFA (o seu presidente, o sueco Lennart Johansson e o Director do EURO, o suíço Martin Kallen) são a confirmação do que vivemos e sentimos ao longo destas 3 semanas; este é considerado o “melhor EURO” de sempre, com um balanço “fantástico”:
– com um “retorno” três vezes maior que o anterior
– com bons jogos de futebol, muito equilíbrio e competitividade
– com uma adesão entusiástica de todos os portugueses
– com a nossa tradicional excelente hospitalidade
– com milhares de adeptos de todos os países a confraternizar, numa grande “festa”
– com 96 % dos bilhetes vendidos (1,1 milhão de bilhetes)
– com records de audiência televisiva
– com grande fair-play
– com uma final inédita, entre dois estreantes, da qual sairá o 9º país a sagrar-se Campeão da Europa (Portugal e Grécia “já ganharam”).
No mesmo texto, finalizava assim: “Trata-se de uma oportunidade singular que, provavelmente, não se repetirá no espaço de uma geração (25/30 anos). Temos portanto de .agarrá-la.! PORTUGAL precisa de sentir orgulho de .si próprio. e de voltar a .ser feliz.. Vamos mobilizar-nos (todos!) e fazer do EURO 2004 uma .grande festa.!”
No balanço que é possível já fazer, é patente que fomos capazes de “agarrar a oportunidade”, de “sentir orgulho de nós próprios” e de “ser felizes”.
Ansiamos (todos) por ver a Taça de Campeões da Europa a ser entregue a Fernando Couto e Luís Figo… e, a seguir, a Rui Costa… e aos restantes 20! A “grande festa” final espera por nós logo à noite. Portugal merece esta festa!
É com grande entusiasmo que terei o prazer de nela participar “ao vivo”, no belíssimo Estádio da Luz, a partir das 19h30, vibrar, emocionar-me e libertar a alegria esfusiante que guardámos para logo.
P. S. A classificação deste Campeonato da Europa está praticamente definida, faltando apenas apurar o Campeão e o Vice-Campeão:
3º Holanda
3º R. Checa
5º França
6º Inglaterra
7º Suécia
8º Dinamarca
9º Itália
10º Espanha
11º Alemanha
12º Croácia
13º Rússia
14º Letónia
15º Suíça
16º Bulgária
P. S. 2 – Se as coisas correrem bem, como todos esperamos (estou a lembrar-me que Pauleta, Figo e Costinha ainda não marcaram…), provavelmente, este “blogue” só voltará a ser actualizado já amanhã (depois da meia-noite!)…
[1508]
LEONARDO (VI)
O velho delicado e extravagante Leonardo encerrou-se na melancolia e na solidão, dedicando-se aos estudos matemáticos (sobre a quadratura do círculo), anatómicos e ópticos. Não obstante, data desta altura a segunda versão de São João Baptista (1513), última obra conservada de Leonardo.
Em 1514, fez ainda uma breve viagem a Parma, Bolonha e Florença, regressando no ano seguinte a Roma; não permanecia contudo inactivo: ocupava-se com o seus .jogos geométricos. e os estudos sobre o movimento da água.
Em 1516, novamente sem patrono, aceitou o convite do novo rei da casa de Valois, Francisco I, passando a ser .primeiro-pintor. da corte, transferindo-se para França, para a sua residência privada no castelo de Cloux, em Amboise, onde realizou um leão mecânico.
[1507]
1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (XXI)
EURO 2004 – A “FESTA” VAI COMEÇAR!
É claro que é importante que Portugal tenha sucesso desportivo nesta prova (embora seja difícil definir com absoluta precisão o que se poderá entender por sucesso – necessariamente o atingir das ½ finais…), até porque a continuidade da nossa selecção em prova manterá acesa a chama da dinâmica da prova, contribuindo para o seu “êxito global”.
Porém, há que “ter os pés assentes no chão”: Portugal entra na prova na 11ª posição do ranking entre os 16 finalistas (no actual ranking da FIFA; sendo o 10º em termos de história da competição), não tendo conseguido nunca melhor do que a meta mínima a que agora se propõe (e ainda, assim, de alguma forma, com carácter “excepcional”, em 1966, 1984 e 2000); numa competição deste cariz, a eliminar, são muitas as contingências (o penalty falhado, a bola no poste, o “desacerto” de um árbitro…); objectivamente, nenhuma equipa do mundo pode garantir antecipadamente que irá ter sucesso.
É também verdade que, numa perspectiva “minimalista”, uma selecção poderá ser campeã com apenas 1 vitória e 4 empates (o PSV Eindhoven assim conquistou uma Taça dos Campeões Europeus contra o Benfica em 1988!), podendo mesmo “dar-se ao luxo” de perder um dos jogos da primeira fase; e, portanto, beneficiando do “factor casa”, poderia “bastar-nos” não perder.
Mas, acima de tudo, devemos consciencializar-nos que, mais importante do que a vertente desportiva (embora não completamente dissociável), a prova que “somos obrigados a vencer” é a de mostrar ao mundo a capacidade de organização de um torneio desta dimensão, com centenas de milhares de visitantes, dando sequência a uma “gigantesca empreitada” de construção de 10 estádios e restantes infra-estruturas (acessibilidades, hotéis, aeroportos). E que, mesmo que à “boa maneira portuguesa”, com atrasos e derrapagens orçamentais, fomos capazes de fazer (bem)!
Havendo sempre um “velho do Restelo” (todos sabemos que não eram necessários 10 estádios! – assim como conhecemos as carências que a população portuguesa experimenta nas mais variadas vertentes), nada adiantará agora contestar as opções tomadas e definitivamente assumidas, porque irreversíveis; a verdade é que, tal como com a Expo’98 ou com o Centro Cultural de Belém, as obras feitas aí estão e permanecerão para o futuro; e, por todo o mundo, o nome de Portugal será ouvido e “visto” por milhões de pessoas… e por bons motivos.
É também assim que os países conquistam o respeito e a admiração internacional; é também por aqui que passa um pouco do “desenvolvimento” do país.
Trata-se de uma oportunidade singular que, provavelmente, não se repetirá no espaço de uma geração (25/30 anos). Temos portanto de “agarrá-la”!
PORTUGAL precisa de sentir orgulho de “si próprio” e de voltar a “ser feliz”. Vamos mobilizar-nos (todos!) e fazer do EURO 2004 uma “grande festa”!
1 ANO de "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (XX)
FC PORTO BI-CAMPEÃO EUROPEU
Uma final é sempre um jogo “muito especial”; as equipas transfiguram-se e dificilmente conseguem explanar o seu jogo habitual. Inevitavelmente, a tensão sobrepõe-se. O FC Porto não conseguiu “jogar o seu jogo”, mas controlou, dominou e venceu.
E, mais uma vez, impressiona a naturalidade com que o FC Porto vence os jogos; esta final “não podia” ter outro vencedor!
Parabéns ao FC Porto e a Mourinho, o maior obreiro desta vitória, que concretizou o seu sonho; é dele o trabalho de construir esta equipa, a mais sólida e solidária da Europa.
Vitor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Deco, Pedro Mendes, Maniche, Carlos Alberto, Derlei, Alenitchev, McCarthy e Pedro Emanuel entram na história do futebol português, com o FC Porto a sagrar-se bi-Campeão Europeu.
Sem querer apropriar-me do que pertence aos portistas, saboreemos todos um pouco desta vitória que é igualmente de Portugal, com 9 jogadores portugueses (Deco incluído) no “onze” inicial – no quarto título máximo de clubes da Europa para Portugal.
1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (XIX)
BENFICA CONQUISTA TAÇA DE PORTUGAL
Finalmente!…
Ao fim de 8 anos, o Benfica regressa às grandes vitórias!
E quem melhor para dar expressão e significado especial a esta conquista do que a grande equipa do FC Porto, a dias de poder sagrar-se Campeã Europeia?
Em “futebolês”, costuma dizer-se destes jogos, que são “rasgadinhos”, ou seja, que ambas as equipas dão tudo o que têm em busca do melhor resultado para as suas cores. Foi um jogo viril, quezilento q. b., mas sem intenção maldosa, em que os jogadores lutaram até à exaustão.
Uma demonstração de grande capacidade competitiva do Benfica, com uma entrada em jogo muito forte; poucas equipas no mundo poderão desperdiçar 3 oportunidades de golo frente ao FC Porto (que, por seu lado, também as teve…) e “sobreviver”.
O FC Porto voltou a mostrar a sua solidez e solidariedade (mesmo reduzido a 10, não se “atemorizou”); Deco fez talvez o melhor jogo da época, mostrando que os grandes jogadores dizem “presente” nas grandes ocasiões.
No prolongamento, tudo podia acontecer, mas o Benfica fez valer a superioridade numérica, perante um FC Porto que se foi como que “conformando” com o resultado, sem contudo “virar a cara à luta”.
Para a história, na sua 32ª final, o Benfica conquista pela 24ª vez a Taça de Portugal (elevando para 8-1 o seu “score” nas finais disputadas com o FC Porto).
Derlei fez 0-1 no termo da primeira parte; o grego Fyssas empatou na segunda parte; Simão marcou o golo decisivo em cima do final da 1ª parte do prolongamento, na melhor homenagem que podia ser prestada à memória de Miklos Féher e de Bruno Baião.
Texto editado originalmente em 16.05.04.
Há 1 ano no Memória Virtual – .In God We Trust.