Archive for Julho, 2004
EURO 2004 – A a Z (U)

Urs Meier . O árbitro do épico Portugal-Inglaterra. Juntamente com Markus Merk (.contemplado. com o prémio da Final), Pierluigi Collina e Anders Frisk, completou o grupo dos melhores árbitros do Europeu. Que não teve grandes casos de arbitragem, contrariamente ao último Mundial, caracterizado por um nível médio de arbitragem muito aquém do requerido.
Há 1 ano no Memória Virtual – The Age of Innocence
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DIFÍCEIS DECISÕES
1. Já por duas vezes o tinha aqui escrito: em minha opinião, esta não seria a melhor decisão para Portugal.
2. Continuo a pensar que o novo Governo dificilmente terá sólidas condições para governar em estabilidade (o princípio essencial no qual se baseou a decisão).
3. O novo Governo estará condicionado – viverá “espartilhado” – por um conjunto de factores cuja gestão será de grande complexidade: desde a necessidade de “agradar” aos portugueses, numa perspectiva de curto prazo; passando pelo estreito “controlo” que sobre ele impenderá da parte do Presidente, sempre com a “ameaça” da dissolução qual “espada de Dâmocles”; terminando numa conjuntura em que a crise não está ainda debelada e em que a oposição mais à esquerda tenderá a radicalizar posições, com inevitável instabilidade social.
4. O novo Governo não poderá mais ter como alibi a “herança” governamental anterior.
5. Vivemos em democracia.
6. Temos de respeitar a decisão do Presidente da República; foi para tomar decisões (difíceis) que foi eleito.
7. Por maior decepção que elas provoquem; em particular a Ferro Rodrigues, que, no meu entendimento, tomou uma (difícil) decisão, que terá sido precipitada mais pela emoção que pela razão.
8. Às vezes, escreve-se “direito por linhas tortas”…
9. Que a maioria governamental entenda a sensibilidade do actual momento.
10. Que o actual maior partido da oposição possa aproveitar este difícil momento para, reforçando-se, reforçar a democracia portuguesa.
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LEONARDO – CÓDICE HAMMER / LEICESTER E MANUSCRITO ARUNDEL
O Códice Hammer / Leicester trata-se de um volume cujos escritos são dedicados a um tema apaixonante para Leonardo: o da água e das suas forças dinâmicas, os movimentos, as correntes, os remoinhos e os saltos.
Inclui ainda estudos sobre Geologia e Astronomia, assim como teorias sobre a estrutura da terra e as alterações da sua superfície.
Este Códice foi adquirido por Bill Gates (o “patrão” da Microsoft), tendo estado em exposição durante a EXPO98, em Lisboa.
O manuscrito Arundel, conservado no British Museum de Londres, inclui cadernos com diversos conteúdos, compilados por Leonardo na última fase da sua vida, regressando ao tema da água, tendo expressado mesmo a intenção de abordar o tema num volume a que pensava dar o título de “Primeiro Livro da Água”.
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EURO 2004 – A a Z (T)

Tiago . A sua condição física não lhe teria possivelmente permitido ter participação activa numa prova com a exigência e intensidade que caracterizaram este Europeu. Mas as superiores prestações de Maniche e Costinha, impediram-no de jogar um único minuto.
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EURO 2004 – A a Z (S)

Scolari . Teve três grandes méritos: .emendar a mão a tempo. (colocando finalmente a jogar, jogadores que tinham, .obrigatoriamente. que jogar: Ricardo Carvalho, Deco e Maniche) – não obstante não ser fácil de compreender porque “demorou tanto tempo” -; construir a unidade da equipa, fazendo-a acreditar e confiar em si; conquistar os portugueses para .a sua causa.. E quase fez o .milagre. (que, é de elementar justiça dizê-lo, teria também .dedo. de José Mourinho). Na Final, não teve a felicidade de as substituições resultarem como noutros jogos, perdendo – pela segunda vez – o “duelo particular” com Otto Rehhagel. Terá pela frente novo grande desafio, com a campanha para o Mundial.
Selecção “ideal” – Sempre um exercício subjectivo e de grande complexidade… Deixo, não uma, mas “duas selecções ideais”:
– Buffon; Seitaridis, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho e Zambrotta; Costinha, Nedved, Deco, Maniche, Baros; Van Nistelrooy
– Sorensen; Grygera, Canavarro, Dellas e Jankulovski; Poborski, Figo, Davids, Zidane e Cristiano Ronaldo; Rooney
A “eleita” pela UEFA (abrangendo 23 jogadores) foi a seguinte:
– Petr Cech (República Checa) e Antonis Nikopolidis (Grécia)
– Sol Campbell (Inglaterra), Ashley Cole (Inglaterra), Traianos Dellas (Grécia), Olof Mellberg (Suécia), Ricardo Carvalho (Portugal), Georgios Seitaridis (Grécia) e Gianluca Zambrotta (Itália)
– Michael Ballack (Alemanha), Luís Figo (Portugal), Frank Lampard (Inglaterra), Maniche (Portugal), Pavel Nedved (R. Checa), Theodoros Zagorakis (Grécia) e Zinedine Zidane (França)
– Milan Baro. (R. Checa), Angelos Charisteas (Grécia), Henrik Larsson (Suécia), Cristiano Ronaldo (Portugal), Wayne Rooney (Inglaterra), Jon Dahl Tomasson (Dinamarca) e Ruud van Nistelrooy (Holanda)
Simão Sabrosa . Entrou como titular, mas perderia o lugar face à “fogosidade” de Cristiano Ronaldo. Quando teve oportunidade, jogou bem, mas a equipa estava montada e a render ao mais alto nível, dificultando alterações.
Suécia . Os .toscos, altos e louros. são cada vez menos toscos; a Suécia surpreendeu; venceu o Grupo (muito difícil, à frente de grandes equipas como a Dinamarca e a Itália). Nos ¼ final, perante a poderosa Holanda, foi a Suécia que esteve mais próxima de resolver a seu favor a eliminatória, antes dos fatídicos penalties. Uma surpresa pela positiva.
Suíça . Uma equipa de que talvez não se pudesse esperar mais. Um empate sofrido com a Croácia (em inferioridade numérica durante muito tempo); a situação repetir-se-ia com a Inglaterra, sofrendo então uma derrota .pesada. (0-3). Ainda assim, sonhou com o apuramento, quando empatou o último jogo com a França, empate que manteve durante quase uma hora. Acabaria, naturalmente, eliminada.
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LUAR NA LUBRE EM TORRES NOVAS
Esta noite, em Torres Novas, espectáculo do grupo galego Luar na Lubre, apresentando o seu último disco (Hai un paraíso), com a participação da jovem portuguesa, Sara Vidal (cantando “O meu país”).
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EURO 2004 – A a Z (R)

R. Checa . Apontada desde o início da prova como uma das principais candidatas à vitória, a R. Checa foi materializando, jogo a jogo, o seu poderio, com sucessivas vitórias em todos os jogos até às meias-finais. Fraquejou no pior momento, acusando talvez algum desgaste físico e mental, com uma quebra anímica que talvez possa ter também alguma relação com a lesão de Nedved. O 3º lugar final .soube a pouco..
Raul . Após a época desastrada do Real Madrid, Raul chegou a Portugal como grande esperança espanhola. “Fora de forma”, passaria praticamente ao lado do Europeu, sem ter tido oportunidade de .dar nas vistas..
Ricardo . Podia ter sentido sobre si a desconfiança de um .país inteiro., na sequência da grande polémica da não convocação de Vítor Baía. A dinâmica ofensiva que Portugal teve de assumir . praticamente desde os primeiros minutos da prova . contribuíram para que não tivesse de ser colocado à prova de forma intensa; quando chamado a intervir, correspondeu. Tal como a equipa, foi ganhando confiança jogo a jogo, transformando-se num .herói nacional., com o duplo êxito com a Inglaterra, defendendo um penalty e marcando o penalty decisivo no nosso apuramento para as meias-finais.
Ricardo Carvalho . O .Imperador.. O .novo Beckenbauer.. O .novo Baresi.. Não é fácil encontrar palavras para caracterizar o desempenho de Ricardo Carvalho neste Europeu. Oferecendo uma confiança ilimitada, dando extrema segurança, jogando .sempre limpo., Ricardo Carvalho consagra-se possivelmente como o melhor defesa da Europa e, naturalmente, como um dos melhores jogadores neste Europeu.
Rui Costa . Vítima também do resultado do primeiro jogo, passaria de titular a suplente; a melhor opção, tendo em conta a sua condição física: sempre que entrou, assumiu papel preponderante, com um golo fantástico contra a Inglaterra, que bem merecia ter sido um .golo de ouro.. Na Final, chamado novamente a substituir um companheiro, assumiu o comando do jogo, numa altura em que, contudo,” Portugal jogava já mais com o coração que com a cabeça”. Não obstante o resultado da Final, sai, com grande dignidade, pela .porta grande..
Rui Jorge . Aquele que foi o primeiro a saber que tinha lugar assegurado na convocatória para a prova (quando Scolari garantiu que, caso fosse despenalizado do caso de doping que sobre ele impendia, seria convocado), seria também vítima da renovação da equipa após o primeiro jogo. Perdeu o lugar para Nuno Valente, que não daria mais possibilidades a Rui Jorge de voltar a ser chamado à equipa.
Rússia . Uma equipa a fazer lembrar o velho ditado .em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.. A preparação da equipa não terá sido a ideal; as críticas de Mostovoi ao treinador .desintegraram. algum espírito de grupo que pudesse ainda subsistir. A equipa estava .condenada ao insucesso.. Saiu com a consolação de ter sido a única a vencer a Campeã Grécia.
P. S. Novos agradecimentos, ao Pecola e O Covarde.
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EURO 2004 – A a Z (Q)

Quim . Na sequência das polémicas associadas à .exclusão. de Vítor Baía, e dada a intranquilidade patenteada por Ricardo durante a época e nos jogos de preparação, chegou a acalentar esperanças de poder conquistar a titularidade. As exibições de Ricardo tranquilizariam Scolari e Portugal, e Quim não chegaria a ter oportunidade de jogar.
Há 1 ano no Memória Virtual – Mia Couto
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LEONARDO – CÓDICES TRIVULZIANO E MADRID
O Códice Trivulziano data dos primeiros anos da fase milanesa, encontrando-se na Biblioteca do Castelo Sforzesco, em Milão. É uma das colecções mais antigas de textos de Leonardo, contendo apontamentos de gramática e lexicografia, com longas listas de palavras derivadas do latim, uma forma de aprendizagem da língua desenvolvida pelo génio para uso próprio.
Os Códices Madrid I e Madrid II apenas foram descobertos nos anos 60 do século XX, estando conservados na Biblioteca Nacional de Madrid. O primeiro é uma colecção de ilustrações e máquinas, especialmente têxteis, e de peças mecânicas. O segundo contém reflexões sobre os problemas da fundição de um cavalo em bronze e os projectos do canal artificial para desviar o curso do rio Arno.
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EURO 2004 – A a Z (P)

Pauleta . Sempre infeliz até ao jogo final; “a bola não queria entrar”; teve ainda de sofrer com uma paragem por duplo amarelo, que o afastou – ao fim de uma “interminável” série de cerca de 50 jogos -, da titularidade. No jogo contra a Holanda, porfiou, porfiou, mas van der Sar não lhe permitiu ter êxito. Na Final, “passaria ao lado do jogo”; aceitando-se a opção de Scolari na sua chamada à titularidade, tardaria contudo a sua substituição por Nuno Gomes.
Paulo Ferreira . Talvez o mais infeliz dos jogadores: ficou associado ao primeiro golo da Grécia e seria vítima das mudanças de Scolari, não mais tendo oportunidade de se redimir do erro fatal. Regressaria à equipa, novamente com a Grécia, na sequência da lesão de Miguel… novamente para perder.
Petit . Com a aposta de Scolari em Maniche (dadas as suas características mais ofensivas), acabaria por ficar confinado a pequenas intervenções, em momentos de grande pressão adversária, quando era necessário assegurar o resultado. Nessas oportunidades, cumpriu com o que dele se esperava, mas teve pouco tempo de jogo. Esperaria concerteza mais da sua participação.
Poborski . Já em 1996 nos eliminara, com um .chapéu. a Vítor Baía. Quando muitos o julgariam .acabado., surgiu com grande fulgor numa renovada equipa checa, como um dos poucos resistentes da geração mais velha. Sempre com grande dinamismo, seria o .campeão das assistências., com 4 passes para golo. Excelente prova, a que faltou a consagração da presença na Final.
Portugal . A melhor classificação de sempre, numa prova que começou mal, com uma (então) surpreendente derrota com a Grécia, que nos colocou em posição difícil. Quando se iniciou o jogo com a Rússia, após o termo do Espanha-Grécia, sabia-se já que Portugal teria a absoluta necessidade de vencer os 2 jogos que lhe restavam na Fase de Grupos. A partida com a Rússia seria sofrida, mostrando uma equipa com uma imensa intranquilidade… Que surgiria completamente transfigurada no jogo decisivo com a Espanha, o jogo do “mata-mata”. Uma atitude notável, um pouco de felicidade e Portugal embalaria para uma excelente carreira. A perder desde o início do jogo com a Inglaterra, mostrou grande personalidade, tendo força anímica para lutar até ao fim, no jogo mais empolgante da prova. A vitória frente à Holanda seria a consequência natural de uma dinâmica de vitória que parecia imparável… Não conseguindo manter o elevado nível competitivo, Portugal assumiu, ainda assim, o favoritismo que lhe era atribuído para a Final, procurando sempre o golo… que não chegaria. [E isto depois de uma série record de 10 jogos consecutivos sempre a marcar em Fases Finais dos Europeus. A propósito, atente-se nas fotos – de lances de suposto perigo, como cantos ou livres -, com os 11 gregos dentro da sua área, e com rígidas marcações “homem-a-homem”…].
A um nível mais geral, do próprio país, esta competição e o desempenho que a selecção portuguesa foi conseguindo, provocaram uma enorme vaga de entusiasmo, que foi crescendo de jogo para jogo, primeiro com as bandeiras de Portugal nas janelas, nos carros, depois com as roupas com as nossas cores, culminando com o apoio no percurso da equipa desde o centro de estágio (Alcochete) até aos Estádios, com os barcos de pescadores no Tejo, acompanhando o trajecto na Ponte Vasco da Gama, os “motards” e a multidão nas ruas. Um sentimento de união em torno de um “projecto” mobilizador como há muito não se via; uma “injecção de auto-estima” que tanto precisávamos e que deverá ser aproveitada para novos projectos de âmbito mais genérico. Valeu a pena!
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