EURO 2004 – 1/2 FINAIS – GRÉCIA – R. CHECA

1-0
E continua a fazer-se história!…
Pela primeira vez, a Final de uma grande competição internacional colocará frente a frente as mesmas equipas que participaram no jogo de abertura: Portugal e Grécia!
A Grécia que, continuando a surpreender, conseguiu travar a fulgurante caminhada da R. Checa, hoje a começar a denotar já alguns sintomas de fadiga física… e psicológica, para acabar com a grande frustração de sofrer um “golo de prata” que, na prática foi um “golo dourado”, uma vez que foi obtido em cima dos 105 minutos, portanto no termo da 1ª parte do prolongamento.
E, no entanto, os checos, “avisados” iniciaram a partida com grande fulgor: aos 3 minutos, já Rosicky rematava com estrondo, ao “ferro”… para, dois minutos depois, Jankulovski obrigar Nikopolidis a uma defesa muito “apertada”.
Mas rapidamente os gregos conseguiriam impor um ritmo que mais lhes convinha, “adormecendo” o jogo.
Apenas aos 23 minutos, Poborsky, na marcação de um livre, para a “molhada”, no centro da área, provocaria um momento de bastante confusão e algum apuro para a defesa grega.
Cinco minutos mais tarde, a Grécia criava finalmente a sua primeira oportunidade, com Cech em apuros, para “safar” o golo.
Aos 32 minutos, Jankulovski, a fazer uma grande partida, obrigava novamente Nikopolidis a “aplicar-se”.
Mais três minutos, e um rude golpe para a R. Checa: Nedved lesionava-se com (aparente) gravidade, ainda tentou aguentar-se em campo até aos 40 minutos, altura em que teria de ser substituído, deixando a sua equipa bastante perturbada. Ainda assim, seria mais uma vez Jankulovski, do “meio da rua”, a tentar explorar o adiantamento do guarda-redes grego, já a fechar a primeira parte, aos 43 minutos.
A R. Checa pareceu entrar mais “retraída” no segundo tempo, o que os gregos, percebendo esse “receio”, logo aproveitaram para começar a “tentar a sua sorte”.
O encontro decorreria em toada repartida, sobretudo disputado na zona intermediária do terreno, com os gregos a conseguirem afastar o jogo da sua área; por volta das 65 minutos, era bem patente a apreensão dos checos nas bancadas… e no “banco”, ao mesmo tempo que os gregos começavam a “fazer a festa”, numa altura em que Vryzas cabeceava perigosamente, embora para as mãos de Cech.
Aos 68 minutos, de forma algo fortuita, Poborsky quase surpreendia Nikopolidis com um “balão” a fazer lembrar o “chapéu” com que eliminara Portugal em 1996.
Mas é notório que os checos parecem “perder gás”, começando a faltar-lhe a frescura física.
Ainda assim, aos 80 minutos, na melhor jogada da partida, Koller desperdiça inacreditavelmente o golo, com a bola a saír a “rasar” o poste. E, três minutos depois, já em contra-ataque, uma excelente iniciativa individual de Baros, leva a bola a saír novamente muito próximo do poste. Seria o “canto do cisne” checo…
Aos 91 minutos (penúltimo minuto de jogo), numa das raras vezes em que a Grécia chegou “lá à frente”, criava uma situação de bastante perigo. Pouco depois, terminava o tempo regulamentar; pela primeira vez neste Campeonato, a R. Checa não ganhava o encontro!
No prolongamento, a condição física da Grécia “viria ao de cima”; a R. Checa, depois de uma prova bastante intensa, de futebol muito positivo, correndo riscos, “dando a volta” a três resultados desfavoráveis, parecia fraquejar.
Aos 93 minutos, Giannakopoulos obrigava Cech à defesa da noite, a saír da baliza, em antecipação ao cabeceamento adversário; para, logo no minuto seguinte, o mesmo jogador ameaçar novamente a baliza checa.
Parecia começar a adivinhar-se o desempate por penalties; até que, aos 102 minutos, surgia o “pré-aviso”: livre marcado por Tsiartas (de muito longe), surginda Dellas a desviar na área, para mais uma defesa espectacular de Cech.
Aos 105 minutos, o “golo de prata”: na sequência de um canto, Dellas, de cabeça, ao primeiro poste, a antecipar-se a toda a defesa checa. Era a grande festa grega! Segundos depois, Collina apitava para o termo da partida. A Grécia garantia a presença na final, com Portugal.
Os checos, absolutamente impotentes, incrédulos, viam escapar esta magnífica oprtunidade. Depois de uma brilhante carreira na prova, “coroada” com 4 vitórias em 4 jogos, com um futebol “total” muito positivo e ofensivo, a R. Checa “claudicava” fisicamente, depois de ter dado mostras de fraquejar também psicologicamente, a partir do momento em que começou a “recear” a surpresa grega.
Mais uma vez, sem proporcionar espectáculo (tal como no jogo com a França), os gregos conseguiam ser eficazes, superando todas as suas (melhores) expectativas. O seu percurso na prova está cumprido; desejamos todos que o futebol positivo que Portugal mostrou nesta prova saia vencedor, consagrando a melhor equipa deste Europeu.
Antonis Nikopolidis, Giourkas Seitaridis, Traianos Dellas, Mihalis Kapsis, Costas Katsouranis, Panagiotis Fyssas, Angelos Basinas (71m – Stelios Giannakopoulos), Theodoros Zagorakis, Georgios Karagounis, Zisis Vryzas (90m – Vassilis Tsiartas), Angelos Charisteas
Petr Cech, Zdenek Grygera, Tomas Ujfalusi, René Bolf, Marek Jankulovski, Tomas Galasek, Karel Poborsky, Tomas Rosicky, Pavel Nedved (40m – Vladimir Smicer), Milan Baros, Jan Koller
1-0 – Dellas – 105m
“Melhor em campo” – Dellas (Grécia)
Amarelos – Seitaridis (22m), Charisteas (69m) e Karagounis (87m); Galasek (48m), Smicer (54m) e Baros (102m)
Árbitro – Pierluigi Collina (Itália)
Estádio do Dragão – Porto (19h45)
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