1 ANO DE "MEMÓRIA VIRTUAL" – RETROSPECTIVA (XXI)
EURO 2004 – A “FESTA” VAI COMEÇAR!
É claro que é importante que Portugal tenha sucesso desportivo nesta prova (embora seja difícil definir com absoluta precisão o que se poderá entender por sucesso – necessariamente o atingir das ½ finais…), até porque a continuidade da nossa selecção em prova manterá acesa a chama da dinâmica da prova, contribuindo para o seu “êxito global”.
Porém, há que “ter os pés assentes no chão”: Portugal entra na prova na 11ª posição do ranking entre os 16 finalistas (no actual ranking da FIFA; sendo o 10º em termos de história da competição), não tendo conseguido nunca melhor do que a meta mínima a que agora se propõe (e ainda, assim, de alguma forma, com carácter “excepcional”, em 1966, 1984 e 2000); numa competição deste cariz, a eliminar, são muitas as contingências (o penalty falhado, a bola no poste, o “desacerto” de um árbitro…); objectivamente, nenhuma equipa do mundo pode garantir antecipadamente que irá ter sucesso.




É também verdade que, numa perspectiva “minimalista”, uma selecção poderá ser campeã com apenas 1 vitória e 4 empates (o PSV Eindhoven assim conquistou uma Taça dos Campeões Europeus contra o Benfica em 1988!), podendo mesmo “dar-se ao luxo” de perder um dos jogos da primeira fase; e, portanto, beneficiando do “factor casa”, poderia “bastar-nos” não perder.




Mas, acima de tudo, devemos consciencializar-nos que, mais importante do que a vertente desportiva (embora não completamente dissociável), a prova que “somos obrigados a vencer” é a de mostrar ao mundo a capacidade de organização de um torneio desta dimensão, com centenas de milhares de visitantes, dando sequência a uma “gigantesca empreitada” de construção de 10 estádios e restantes infra-estruturas (acessibilidades, hotéis, aeroportos). E que, mesmo que à “boa maneira portuguesa”, com atrasos e derrapagens orçamentais, fomos capazes de fazer (bem)!




Havendo sempre um “velho do Restelo” (todos sabemos que não eram necessários 10 estádios! – assim como conhecemos as carências que a população portuguesa experimenta nas mais variadas vertentes), nada adiantará agora contestar as opções tomadas e definitivamente assumidas, porque irreversíveis; a verdade é que, tal como com a Expo’98 ou com o Centro Cultural de Belém, as obras feitas aí estão e permanecerão para o futuro; e, por todo o mundo, o nome de Portugal será ouvido e “visto” por milhões de pessoas… e por bons motivos.




É também assim que os países conquistam o respeito e a admiração internacional; é também por aqui que passa um pouco do “desenvolvimento” do país.
Trata-se de uma oportunidade singular que, provavelmente, não se repetirá no espaço de uma geração (25/30 anos). Temos portanto de “agarrá-la”!
PORTUGAL precisa de sentir orgulho de “si próprio” e de voltar a “ser feliz”. Vamos mobilizar-nos (todos!) e fazer do EURO 2004 uma “grande festa”!
Texto editado originalmente em 12.06.04.
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