SOPHIA DE MELLO BREYNER (VI)
BEBIDO O LUAR
“Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Porquê jardins que nós não colheremos
Límpidos nas auroras a nascer,
Porquê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver”.
PROMESSA
“És tu a Primavera que eu esperava
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante”.
[552]
Entry filed under: Livro do mês.