Archive for 20 Novembro, 2003
GALIZA E ESPANHA
No passado Domingo, em Santiago de Compostela, a propósito do primeiro ano da tragédia do Prestige, mais de 100 000 pessoas manifestaram-se contra as autoridades regionais e nacionais, responsabilizando-as pela catástrofe, por não terem tomado as medidas adequadas para que fosse evitada e, pior que isso, por, passado esse ano, nada ter mudado e subsistir o risco de novos desastres.
Teria essa manifestação, com um importante carácter regional . Galego ., outros contornos, para além da motivação primária associada ao Prestige? Teria implícito um sentimento nacionalista, ou até algo mais que isso?
Na verdade, não existirá na Galiza um forte sentimento independentista, de forma diferente do que que se verifica no País Basco ou mesmo na Catalunha, em que há partidos abertamente secessionistas com representação (por vezes importante) no Parlamento Regional.
Na Galiza, o BNG, sendo um partido nacionalista, não é explicitamente independentista; os galegos não terão ainda uma ideia definitiva sobre o seu futuro, enquadrados numa hipotética Galiza independente ou numa Espanha federal (eventualmente .Republicana.!), com reforço da autonomia governativa face àquela de que agora dispõem.
Estarão possivelmente mais orientados para um livre relacionamento com Portugal e, por exemplo, chegar a acordos que não tivessem de passar por Madrid; com projectos comuns em matérias decisivas, como é o caso dos transportes (o grande aeroporto internacional para os Galegos acaba sendo o do Porto, e até o de Lisboa, preferencialmente ao de Madrid.).
O que parece claro é que deverá ser possível um debate sobre o modelo de Estado, mas que deve ser realizado de uma forma tranquila e racional, com absoluta normalidade / naturalidade, até porque, no limite, mesmo uma hipotética independência não implicaria necessariamente . de todo . .cortar relações. ou .fechar as fronteiras..
Não obstante, no momento actual, tal debate não parece, no imediato, possível, como se depreende das reacções ao Plano Ibarretxe, uma proposta que sugeria um novo modelo de relação do País Basco com o Estado Espanhol, ao que o governo central retorquiu que, hoje por hoje, .não se pode tocar na Constituição..
O assunto continuará portanto pendente por mais algum tempo.
(Agradeço ao Martin Pawley a decisiva colaboração para este texto, pelos esclarecimentos prestados sobre a posição geral dos Galegos em relação ao enquadramento da Galiza na Espanha).
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NOVOS MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA – HUNGRIA (IV)
A Hungria viria a aliar-se à Alemanha nazi na II Guerra Mundial, recuperando parte dos territórios perdidos (na Eslováquia e nos Cárpatos). Não obstante, em 1944, a Alemanha viria a invadir militarmente o país; na sequência da evolução da Guerra, ainda no mesmo ano, a URSS expulsou os nazis e ocupou a nação, que voltou a ter as fronteiras de 1918.
Em 1946, torna-se numa república popular. O comunismo é oficializado na Hungria em 1949.
Na sequência da morte de Staline na União Soviética (que tutelava o regime húngaro), em 1953 o poder é tomado por Imre Nagy, de linha mais moderada, que tentou uma abertura política, mas que viria a ser destituído em 1955; uma rebelião popular reconduziu-o ao poder em 1956, tendo então proclamado a neutralidade da Hungria e abandonado o Pacto de Varsóvia.
Tal resultou na invasão soviética em Novembro de 1956, que colocou János Kádár no poder, em que se manteria até 1988.
Não obstante, pelas medidas económicas liberalizantes, o país tornara-se percursor da .perestroika.. Desde os anos 60, o chamado novo mecanismo económico fizera da Hungria um dos países do bloco de leste com melhor nível de vida.
Em Outubro de 1989, impulsionado por gigantescas manifestações, o Partido Comunista é dissolvido e reconstituído sob o nome de Partido Socialista; a Hungria abandona o comunismo; em 1990, a oposição chega ao poder com a vitória do Fórum Democrático Húngaro.
O país viria a iniciar o processo de negociações para adesão à União Europeia em 1998. Em Fevereiro de 1999, o Parlamento aprovou a adesão da Hungria à NATO.
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"AGENDA"
Dizia a Catarina que, finalmente, descobriu para que serve o “blogue”: funciona como uma agenda!
É verdade, muitas vezes, ao escrever ou ler os “blogues”, vou-me apercebendo (e surpreendendo): já passou mais uma semana; já estamos outra vez no fim do mês!…
Hoje, “já passou mais 1 ano”…
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1973 – PAZ PARA O VIETNAME
“Assinados em Paris acordos de paz entre o Vietname do Norte e Sul, EUA e Frente de Libertação Nacional, pondo fim a 12 anos de envolvimento americano na guerra, que só termina oficialmente em 1975”.
P. S. Novos agradecimentos, ao Socioblogue (um bom regresso!) e ao Cidadão do Mundo.
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1973 – GOLPE NO CHILE
“Em 11 de Setembro, uma junta militar liderada pelo general Pinochet assume o poder no Chile, onde institui a ditadura. O golpe verifica-se com uma acção armada violenta, em que é bombardeado e assaltado o palácio presidencial de La Moneda. Salvador Allende, na iminência de cair nas mãos dos insurrectos, suicida-se. Três anos antes, tornara-se o primeiro presidente marxista eleito democraticamente num país sul-americano. O facto iria gerar hostilidades insanáveis, designadamente nos EUA, onde a CIA tem contribuição decisiva para o golpe. A repressão que se segue dará ensejo a que, anos mais tarde, Pinochet seja detido em Londres em função de um pedido de extradição para responder pelos seus crimes”.
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