EURO 2004 – "BALANÇO INTERMÉDIO"
O “EURO 2004” ultrapassou já (em número de partidas) a sua metade, encontrando-se os jogos da fase de grupos já realizados a 2/3; um pretexto para fazer aqui um primeiro balanço (“intercalar”).
A primeira nota a destacar é o grande equilíbrio que o tem caracterizado: à entrada para a última ronda, apenas 1 equipa (R. Checa) conseguiu vencer os 2 jogos, estando já apurada; 13 outras selecções disputarão ainda o apuramento; apenas a Rússia e a Bulgária (com duas derrotas) estão já “eliminadas”.
Nos 16 jogos já disputados, 7 deles terminaram empatados (quase 50 %); em outros 5 jogos, as vitórias foram “tangenciais”; para além das vitórias da Suécia e Dinamarca sobre a Bulgária (5-0 e 2-0), apenas Inglaterra e Portugal conseguiram vencer por mais de um golo de diferença! Apenas metade (8 das 16) selecções conseguiu já ganhar! Nove dos países concorrentes ainda não perderam!
Não houve portanto ainda uma equipa que claramente se destacasse como favorita à vitória final: a França, apesar do “poderio” que se lhe reconhece, tem apresentado alguns jogadores preponderantes algo distantes da sua melhor forma; a R. Checa “viu-se e desejou-se” para ganhar à Letónia, conseguindo depois um magnífico jogo frente à Holanda; e, curiosamente, as selecções que apresentaram melhor futebol, nem sequer estão bem classificadas, como são os casos da Itália e Holanda.
Um pouco aquém das expectativas, em termos de resultados ou exibições, estarão Portugal, Espanha (vitória “sofrida” frente à Rússia e empate com a Grécia), Inglaterra (pouco consistente no jogo com a França, e isto independentemente de ter perdido o jogo no tempo de compensação, o que se tratou então, nesse período, de um “acidente” daqueles em que o futebol é pródigo) e Alemanha (revelando uma ineficácia inesperada frente à Letónia).
Ao contrário, as selecções nórdicas (Suécia e Dinamarca) “portaram-se” bem e estão encaminhadas para o apuramento; a Grécia vai “levando a água ao seu moínho”; a Letónia (após a “proeza” de ontem com a Alemanha) mantém-se “viva”.
Por fim, a Croácia e a Suíça, revelando algumas fragilidades, têm ainda possibilidade de apuramento, ao contrário das grandes decepções Rússia e Bulgária.
Tivemos oportunidade de assistir a algumas boas partidas de futebol, com destaque (por ordem) para: Holanda-R. Checa, Itália-Suécia, Alemanha-Holanda e Croácia-França – para além do Dinamarca-Itália (que não tive possibilidade de acompanhar).
Como disse Scolari, numa expressão que gerou alguma polémica, mas que será genuinamente “futebolês” (pelo menos no Brasil), na última jornada haverá vários jogos de “mata-mata” (ou seja, quem vencer é apurado; quem perder é – ou pode ser – eliminado):
– Portugal – Espanha (Portugal necessita imperiosamente da vitória, a qual, possivelmente, eliminaria a Espanha; aos espanhóis, serve o empate);
– Croácia – Inglaterra (a Croácia encontra-se em posição similar à de Portugal, tendo de vencer – o que, aliás, me parece também possível -, à Inglaterra “basta-lhe” o empate);
– Suíça – França (de alguma forma, “surpreendentemente” – nomedamente pela “carreira” realizada até agora – à Suíça “bastaria” vencer para se apurar… e eliminar a França! – desde que não haja um empate no Croácia-Inglaterra);
– Holanda – Letónia (este será o “genuíno mata-mata”, uma vez que ambas as equipas poderão necessitar da vitória para se qualificarem – excepto se a Alemanha perder com a R. Checa, caso em que o empate poderia apurar a Holanda).
As combinações possíveis são muitas, que procuro resumir de seguida:
– No Grupo A, se a Espanha ou a Grécia ganharem ou empatarem, qualificam-se; a Grécia só será eliminada se Portugal vencer a Espanha e se perder o seu jogo com a Rússia por uma diferença de golos superior; a Espanha será eliminada se perder, desde que a Grécia não perca por uma diferença de golos maior; Portugal é apurado caso ganhe à Espanha (situação em que poderá mesmo vencer o grupo, desde que a Grécia não ganhe à Rússia).
– No Grupo B, a França e Inglaterra serão apuradas se vencerem ou empatarem os seus jogos; a Croácia e a Suíça serão apuradas se ganharem os seus jogos (no caso da Suíça, desde que a Inglaterra não empate, situação em que teria de vencer a França por, pelo menos, dois golos).
– No Grupo C, a Suécia e a Dinamarca apuram-se se vencerem o jogo que vão disputar entre si ou se empatarem, excepto se a Itália vencer a Bulgária (caso em que o empate poderá não servir à Dinamarca); a Itália necessita “obrigatoriamente” de vencer e esperar que não haja um empate com golos no Suécia-Dinamarca.
– No Grupo D, a R. Checa está já apurada, tendo garantido o 1º lugar; a “segunda vaga” será alcançada pela Alemanha desde que vença a R. Checa; caso a Alemanha empate, só será apurada se Holanda e Letónia empatarem também; a Holanda será apurada se vencer, excepto se a Alemanha também vencesse, mas o empate poderá também dar-lhe o apuramento, se a Alemanha perder; por fim, a Letónia apenas poderá ser apurada desde que vença a Holanda, implicando ainda que a Alemanha não derrote a R. Checa.
A partir de logo à noite, todas estes “ses” vão começar a “desfazer-se”, concretizando-se então os tão desejados apuramentos (para apenas 7, das 13 selecções ainda com aspirações…).
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