IRLANDA DO NORTE – CATÓLICOS vs. PROTESTANTES
Os radicais Unionistas, que se opõem aos termos dos acordos de paz celebrados em 1998 entre Londres e Dublin, foram os vencedores das eleições realizadas na Irlanda do Norte, passando os dois partidos com mais mandatos na nova Assembleia a ser o Partido Unionista Democrático (30 deputados) e o mais moderado Partido Unionista do Ulster (27 deputados).
Por outro lado, também o Sinn Féin (braço político do IRA – Exército Republicano Irlandês) passou a ser o mais votado entre a facção católica (dispondo agora de 24 deputados), consumando-se assim o cenário mais complexo para a estabilidade da região.
Os partidos moderados de ambos os quadrantes (Unionistas protestantes e Nacionalistas católicos) foram os principais perdedores nestas eleições.
As instituições da Irlanda do Norte, com origem no acordo de paz de 1998, estiveram já suspensas durante cerca de um ano, devido à quebra de confiança entre representantes católicos e protestantes, que partilhavam o poder.
Londres assumiu a administração da província, não podendo a nova Assembleia tomar posse enquanto não houver um acordo entre Unionistas protestantes (fiéis ao Reino Unido e à coroa britânica) e Nacionalistas católicos (defensores de uma Irlanda unida – Grande Irlanda-, reunindo a Irlanda do Norte à República da Irlanda, a Sul, que ocupa parte importante da ilha), para a partilha do poder.
O partido mais votado defenderá agora uma renegociação dos acordos de paz; não obstante os perigos despoletados por estas eleições, subsiste ainda a esperança que seja possível evitar o regresso a um conflito como o que causou mais de 3 500 mortos nos 30 anos anteriores, tendo nomeadamente em consideração as responsabilidades acrescidas que a legitimidade dada pelos votos conferiu aos partidos “extremistas” (em ambas as tendências).
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