Archive for Março, 2005
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (IX)
“Entre os séculos XII e XIV o galego convértese na lingua por excelencia de toda a lírica da Península. Propiamente debemos falar de lírica galego-portuguesa.
Dese período datan composicións como: as Cantigas de Santa María, a Historia Troiana, a Crónica Troiana, os Miragres de Santiago, as Cantigas de Martín Codax…
O asentamento dunha nobreza estranxeira, intransixente coa cultura e a lingua de Galicia, a diminución da poboación, a perda de autonomía da igrexa galega… provocan que o galego estea practicamente ausente dos usos escritos. Son os chamados Séculos Escuros e abranguen desde o XVI ó XVIII.
No s. XVIII xorden as voces de denuncia dos chamados “ilustrados”, que reivindican a normalización da lingua galega. Entre eles destaca a figura de Frei Martín Sarmiento.
“Rexurdimento” é o nome co que se coñece o século XIX na nosa historia e expresa nitidamente o que foi unha traxectoria de recuperación non só literaria, senón tamén cultural, política e histórica. A publicación en 1863 de Cantares Gallegos, obra escrita integramente en galego por Rosalía de Castro, inaugura o Rexurdimento Pleno.
A comezos do s. XX, o galeguismo evoluciona cara ó nacionalismo, provocando un salto cualitativo na utilización da lingua. Nacen as Irmandades da Fala e Galicia queda incluída na Sociedade de Nacións de Xenebra.
No ano 20 comeza a publicación de NÓS, revista que dá nome a unha xeración que procurou (e conseguiuno) saca-la cultura galega do folclorismo e do influxo unilateral da cultura castelá. A cultura galega entra en contacto coas ideas estéticas europeas e o galego é usado en obras de carácter científico.
Nos anos vinte hai un importante avance no estatus do galego, crease o Seminario de Estudios Galegos, os movementos europeos de vangarda non lle resultan alleos á lírica galega, os autores da “Xeración do 25” demostran unha grande orixinalidade creativa…”
(continua)
Links a consultar:
http://galego.org/historia8.html
http://galego.org/historia9.html
http://galego.org/historia10.html
http://galego.org/historia11.html
[2136]
CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA (III)
“Metem-no pela parte de dentro do beiço e o que lhe fica entre o beiço e os dentes é feito como roque de xadrez; e em tal maneira o trazem ali encaixado, que lhes não dá paixão nem lhes estorva a fala, nem comer, nem beber.
Os cabelos seus são corredios e andavam tosquiados de tosquia alta mais que de sobre-pente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas.
E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma maneira de cabeleira de penas d’ave amarela, que seria de comprimento dum coto, mui basta e mui çarrada que lhe cobria o toutiço e as orelhas, a qual andava pegada nos cabelos, pena e pena, com uma confecção branda como cera e não no era; de maneira que andava a cabeleira mui redonda e mui basta e mui igual, que não fazia mingua mais lavagem para a levantar.
O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d’ouro mui grande ao pescoço. E Sancho de Tovar e Simão de Miranda e Nicolau Coelho e Aires Correa e nós outros, que aqui na nau com ele imos, assentados no chão por essa alcatifa.
Acenderam tochas e entraram e não fizeram nenhuma menção de cortesia nem de falar ao capitão nem a ninguém. Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e começou d’acenar com a mão para a terra e despois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata. Mostraram-lhes um papagaio pardo, que aqui o capitão traz, tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como queos havia aí. Mostraram-lhes um carneiro, não fizeram dele menção. Mostraram-lhes uma galinha, (quase haviam medo dela e não lhe queriam por a mão e despois a tomaram como espantados).
Deram-lhes ali de comer pão e pescado cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados; não quiseram comer daquilo quase nada. E alguma cousa, se a provavam, lançavam-na fogo fora. Trouxeram-lhes vinho por uma taça, mal lhe puseram a boca e não gostaram dele nada nem o quiseram mais.
Trouxeram-lhes água por uma albarrada; tomou cada um deles um bocado dela e não beberam; somente lavaram as bocas e lançaram fora. Viu um deles umas contas de rosairo, brancas; acenou que lhas dessem e folgou muito com elas e lançou-as ao pescoço e despois tirou-as e embrulhou-as no braço; e acenava para a terra e então para as contas e para o colar do capitão, como que dariam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós assim por o desejarmos; mas, se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, porque lhos não havíamos de dar. E despois tornou as contas a quem lhas deu. E então estiraram-se assim de costas na alcatifa, a dormir, sem ter nenhuma maneira de cobrirem suas vergonhas, as quais não eram fanadas e as cabeleiras delas bem rapadas e feitas. O capitão mandou pôr à cabeça de cada um deles um coxim e o da cabeleira procurava assaz por a não quebrar. E lançaram-lhes um manto em cima e eles consentiram e ficaram e dormiram.”
[2135]
"A SHORT HISTORY OF BLOGGING"
“The first use of the term weblog in relation to the delivery of content on a website comes from the delivery of a paper titled “Exploiting the World-Wide Web for Electronic Meeting Document Analysis and Management” by G. Raikundalia & M. Rees, two lecturers from Bond University on the Gold Coast, Australia made to a conference on August 14, 1995.”
Pode ler mais aqui.
(via Atrium, que tomou conhecimento pelo e-Cuaderno, que o descobriu aqui, que o tinha visto aqui).
P. S. Mais um estudo sobre os “blogues” (via Adufe).
[2134]
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (VIII)
“Os romanos chegan a Galicia (s. 1 d.C.) moito máis tarde que ó resto da península (s. III a.C.). Comeza así unha tardía romanización que conlevou a incorporación dos celtas (e outros pobos) á lingua e cultura dos conquistadores. O latín pasaba a se converter na lingua dos galegos, mais este proceso non se deu de contado, senón paseniñamente por mor de casamentos e de determinadas vantaxes administrativas como a cidadanía romana, o reparto das terras, etc.
O proceso de romanización tamén se deu noutros lugares, o que explica que da lingua utilizada por aquel entón, o latín vulgar, derivasen as chamadas linguas românicas.
A partir do s. V chegan a Galicia pobos de raza e lingua xermánica que non son quen de asimilaren lingüisticamente ós galego-romanos, outro tanto acontecería coa escasa presencia dos árabes no noso país e a chegada de novas vagas celtas de Bretaña. Destes contactos, o galego recibe un gran número de préstamos lingüísticos tanto xermánicos (laberca, espeto, roupa, etc) como árabes en menor medida e máis indirectamente (Mamede, laranxa, aceite, azucre…).
A transformación do latín en galego produciuse de maneira progresiva e imperceptible. É imposible dar unha data exacta desde a que o latín é galego. No s. VIII a lingua da igrexa e da administración era tan distante da falada que hai dous sistemas diferentes: o latín e o galego.
O documento literario máis antigo dos coñecidos, a cantiga satírica Ora faz ost’o senhor de Navarra de Joan Soares de Paiva, data do s. XII. Dos comezos do s. XIII son os primeiros documentos non literarios, Noticia de Torto e Testamento de Afonso III de Portugal.”
(continua)
Links a consultar:
http://pawley.blogalia.com/historias/26633
http://galego.org/historia5.html
http://galego.org/historia6.html
http://galego.org/historia7.html
[2133]
A SORTE PROCURA-SE…
José Mourinho é um homem que “respira” futebol.
As suas equipas revelam um profundo, intenso e rigoroso “trabalho de casa”.
Em termos motivacionais e de liderança de um grupo de trabalho, Mourinho é um verdadeiro mestre.
Hoje, frente ao poderosíssimo Barcelona – que dominou praticamente todo o jogo, à parte 12 minutos à deriva (entre os 8 e os 20 minutos – período que o Chelsea aproveitou para marcar 3 golos!) – Mourinho (a sua equipa) teve bastante “sorte”.
Um grau de eficácia absolutamente incomum (4 golos em 6 oportunidades) fazem o Chelsea “sonhar” com tudo.
Nenhuma equipa do mundo pode garantir que pode ser Campeã Europeia, mas, com o nível de trabalho, motivação… e felicidade de Mourinho, todos os sonhos são legítimos.
Mourinho enfrentou e venceu hoje o seu maior desafio de sempre: eliminar “este” Barcelona, com 4-2 (depois do 1-2 de Barcelona), é tarefa que não estaria, provavelmente, ao alcance de mais nenhuma equipa do mundo!
[2132]
CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA (II)
“E, tanto que ele começou para lá d’ir, acudiram pela praia homens, quando dois, quando três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, eram ali 18 ou 20 homens pardos, todos nus, sem nenhuma cousa que lhes cobrisse suas vergonhas.
Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem os arcos; e eles os puseram.
Ali não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas d’aves, compridas, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer d’aljaveira, as quais peças creio que o capitão manda a Vossa Alteza.
E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder deles haver mais fala, por azo do mar. A noute seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros, que fez caçar as naus e especialmente a capitania.
E à sexta, pela manhã, às 8 horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o capitão levantar âncoras fazer vela. E fomos de longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados pela popa, contra o norte para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde ficássemos para tomar água e lenha, não por nos já minguar, mas por nos acertarmos aqui. E quando fizemos vela seriam já na praia assentados junto com o rio obra de 60 ou 70 homens, que se juntaram ali poucos e poucos.
Fomos de longo, e mandou o capitão aos navios pequenos que fossem mais chegados à terra e que, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem. E, sendo nós pela costa, obra de 10 léguas donde nos levantámos acharam os ditos navios pequenos um arrecife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. E as naus arribaram sobre eles. E um pouco ante sol-posto amainaram obra d’uma légua do arrecife ancoraram-se em 11 braças.
E sendo Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos por mandado do capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E tomou em uma almadia dous daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos. E um deles trazia um arco e 6 ou 7 setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas e não lhes aproveitaram. Trouxe-os logo já de noute, ao capitão, onde foram recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. Traziam ambos os beiços de baixo furados e metido por eles um osso branco de comprimento duma mão travessa e de grossura dum fuso d’algodão e agudo na ponta como furador.”
[2131]
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (VII)
“Para nós, as galegas e galegos, ó igual que para o resto dos pobos do mundo, a lingua é o xeito que temos de interpretar e expresármo-la realidade e a cultura.
O idioma é a base das nosas experiencias, dos costumes, das festas, da arte, da música … en palabras dun dos nosos pensadores, “unha lingua é máis que unha obra de arte; é matriz inesgotable de obras de arte”.
O galego é a “lingua propia de Galicia” gracias ós millóns de persoas que ó durante moitas xeracións soubemos mante-la nosa lingua como sinal de afirmación colectiva, tanto nos momentos de maior esplendor, como nas situacións máis complicadas e difíciles.
Actualmente máis de tres millóns de persoas falamos galego, tanto en Galicia e as zonas limítrofes (occidentes de Asturias, León e Zamora), como nas varias ducias de países onde marcharon traballa-los nosos emigrantes.
Os primeiros habitantes de Galicia eran de orixe preindoeuropea e ó igual que os celtas – indoeuropeos – deixaron a súa pegada na nosa lingua.
Deste xeito, atopamos no galego palabras preindoeuropeas (amorodo, lastra, veiga, etc.) e voces celtas como berce, bugallo, croio… que chegaron á nosa lingua unhas veces directamente e outras a través do latín.”
(continua)
Links a consultar:
http://galego.org/historia2.html
http://galego.org/historia3.html
http://galego.org/historia4.html
Ainda sobre a questão da norma linguística:
http://omar.blogalia.com/historias/9440
http://omar.blogalia.com/historias/10027
http://omar.blogalia.com/historias/10191
[2130]
CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA (I)
“SENHOR
Posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que para o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer.
Mas tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual, bem certo, creia que por afremosentar nem apear haja aqui de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.
Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o não saberei fazer e os pilotos devem ter esse cuidado.
E, portanto, Senhor, do que hei-de falar começo e digo que a partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de Março.
E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achámos entre as Canárias, mais perto da Grã Canária. E ali andámos todo aquele dia, em calma, à vista delas, obra de três ou quatro léguas.
E domingo, 22 do dito mês, às 10 horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas do Cabo Verde, isto é, da ilha de S. Nicolau, segundo dito de Pêro Escobar, piloto. E a noute seguinte, à segunda-feira, quando lhe amanheceu, se perdeu da frota Vasco d’Ataíde, com a sua nau, sem aí haver tempo forte nem contrairo para poder ser. Fez o capitão suas diligências para o achar, a umas e a outras partes, e não apareceu mais.
E assim seguimos nosso caminho por este mar e longo, até terça-feira d’oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topámos alguns sinais de terra, sendo da dita ilha, segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas, os quais eram muita quantidade d’ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho e assim outras, a que também chamam rabo d’asno.

E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topámos aves, a que chamam fura-buchos. E neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.
Mandou lançar o prumo, acharam 25 braças, e, ao solposto, obra de 6 léguas de terra, surgimos âncoras em 19 braças; ancoragem limpa. Ali ficámos toda aquela noute.
E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios pequenos diante, indo por 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10 e 9 braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em direito da boca dum rio. E chegaríamos a esta ancoragem às 10 horas, pouco mais ou menos.
E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegarem primeiro. Ali lançámos os batéis e esquifes fora e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do capitão-mor e ali falaram. E o capitão mandou no batel, em terra, Nicolau Coelho, para ver aquele rio.”
[2129]
PAULA REGO EM SELOS BRITÂNICOS

O Royal Mail britânico acaba de lançar uma colecção especial de selos evocativos dos 150 anos da morte da escritora Charlotte Bronte, tendo por base 6 litografias da pintora portuguesa Paula Rego, radicada em Inglaterra desde os anos 70.
Esta colecção, com uma tiragem de cerca de 100 milhões de cópias, apresenta motivos relacionados com os ambientes e personagens da mais conhecida novela da escritora, “Jane Eyre”.
[2128]
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (VI)
O Galego é essencialmente falado na Galiza, no noroeste da Espanha, região que tem, desde 1981, o estatuto de Comunidade autonómica (agrupando quatro províncias: La Coruña, Lugo, Orense e Pontevedra) com capital em Santiago de Compostela, tendo uma população de cerca de 2,7 milhões de habitantes. É também utilizado em áreas das Astúrias e Castilla-León.
Cerca de 90 % da população galega é capaz de falar a língua, a par do Castelhano (virtualmente falado por 100 % da população); mais de 1,5 milhão de pessoas terão mesmo o Galego como língua nativa.
A língua provém do mesmo ramo da família das línguas românicas que o português; nos séculos XIII e XIV (“era dourada” da poesia trovadora), as diferenças entre as duas línguas eram praticamente imperceptíveis. Posteriormente, o Galego tornou-se no meio de comunicação de uma população rural, enquanto que o Português se normalizaria na base do dialecto de Lisboa, tornando-se na língua da corte, começando a acentuar-se as diferenças entre ambas.
O Galego moderno não integra dialectos diferentes, embora haja distinções entre os blocos linguísticos da região da Galiza e das Astúrias e Castilla-León; a linguagem falada foi assimilando numerosos “castelhanismos”. A recente normalização da língua não se encontra isenta de polémica entre os “Lusistas” e os “Galeguistas”.
O estatuto autonómico galego de 1981 declara o Galego como a língua própria da Galiza, conferindo-lhe um estatuto de língua oficial, a par do Castelhano, a língua oficial do Estado Espanhol, estatuto que garante a todos os cidadãos o direito a aprender e usar a língua. O Governo da Galiza deve assegurar o seu uso em todas as áreas de actividade e promover a sua aprendizagem.
Efectivamente, o Governo autónomo (Xunta Galega), constituído em 1981, adoptou algumas medidas de promoção do conhecimento e uso do Galego, embora a efectividade dessas medidas seja muitas vezes questionada.
Não tendo sido claramente definida a norma escrita a utilizar, pelo que o Galego permanecia espartilhado entre o “castelhanismo” da norma imposta pela Xunta e os defensores de uma maior aproximação ao português (os “lusistas” viriam a perder esta contenda, nomeadamente pela iniciativa da Xunta de co-financiar todas as obras escritas segundo a norma oficial).
Não obstante o seu conhecimento praticamente generalizado por parte da população, o Galego experimenta dificuldades em libertar-se do seu passado rural; dada a predominância do seu carácter oral, não criou fortes raízes na população jovem e na sociedade urbana. As autoridades espanholas pouco mais que se limitam a tolerar a existência da língua.
Links a consultar:
http://europa.eu.int/comm/education/policies/lang/languages/langmin/euromosaic/es6_en.html
A propósito da norma linguística do Galego:
http://akin.blogalia.com/historias/9784
http://pawley.blogalia.com/historias/8464
http://pawley.blogalia.com/historias/8701
http://pawley.blogalia.com/historias/9888
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