Archive for 25 Março, 2005
LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (XX)
O Corso pertence ao grupo linguístico ítalo-românico, aproximado aos dialectos do centro de Itália.
A língua corsa é utilizada no conjunto da ilha francesa da Córsega, à excepção da cidade de Bonifácio, em que é falado um dialecto de origem genovesa. O dialecto da região de Gallura, no norte da Sardenha, é próximo dos falantes do sul da Córsega, devendo contudo o sardo propriamente dito ser considerado uma língua distinta.
Segundo diversas estimativas, o Corso será a primeira língua de cerca de 10 % da população total da ilha (cerca de 25 000 falantes); cerca de metade da população (ou seja, cerca de 125 000 pessoas) terão algum domínio sobre a língua, uma redução face aos cerca de 65 % estimado no início dos anos 80, com o acréscimo do predomínio do francês.
Até ao início do século XIX, o Corso e o italiano eram considerados como dois dialectos de uma mesma língua, sendo o Corso a língua falada e o italiano a língua escrita. A partir do segundo império, o Corso separou-se do italiano e tende a ser percebido – nomeadamente por via do desenvolvimento de uma literatura de expressão corsa – como uma língua autónoma.
O movimento cultural corso não procurou impor uma língua unificada na totalidade da ilha. Os linguistas corsos falam de “língua polinómica”; o seu ensino baseia-se em primeira análise em cada variedade local, só depois por via do conhecimento passivo do conjunto de falares da ilha. Assiste-se contudo, desde há alguns anos, pelos intelectuais, criadores e profissionais da comunicação, à emergência de um “corso elaborado” relativamente unificado.
De acordo com o sistema legal francês, o Corso não tem estatuto oficial, não obstante beneficiar de algum reconhecimento, na sequência de decreto governamental francês de 1974 que prevê o ensino da língua nas escolas, sancionando assim o uso opcional do corso.
Não obstante, o reforço do francês pode deixar antever que a uma geração bilingue poderá suceder-se uma geração monolinguística.
Realce, não obstante, para a pressão de várias associações de promoção da língua, no sentido da introdução do Corso no sistema educacional.
Artigos 1, 3, 4 e 5 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em corso:
“Articulu Prima
Nascenu tutti l’omi liberi è pari di dignità è di diritti. Pussedanu a raghjone è a cuscenza è li tocca ad agiscia trà elli di modu fraternu.
Articulu 3
Hà dirittu ogni persona à a vita, à a libertà è à a sicurezza.
Articulu 4
In la schjavitù o in la sirvitù ùn sarà tenutu nimu; sò pruibiti a schjavitù è u cumerciu di i schjavi in qualunqua forma.
Articulu 5
Un’ sarà turmentatu nimu, nè sottumessu à castichi o azzioni crudeli, inumani o vili.”
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EXPO 2005
Tem início hoje, no Japão, em Aichi – com a participação de 127 países -, a EXPO 2005 (primeira exposição mundial do século XXI, depois da EXPO 2000, de Hannover), que decorrerá até 25 de Setembro, tendo por tema “A Sabedoria da Natureza”.
Não obstante o Japão se tenha significativamente desenvolvido do ponto de vista económico e industrial, fê-lo sacrificando alguns valores humanos; é por isso que se esforça agora por viver em harmonia com o ecossistema global.
A EXPO 2005 servirá de laboratório global para toda a humanidade, onde os visitantes poderão coabitar com a natureza e redescobrir as maravilhas da vida.
Os temas abordados serão “A natureza, matriz inesgotável” (tratando dos problemas do ambiente e da população), “Qualidade de vida” (analisando os problemas de uma sociedade que vai envelhecendo e a criatividade das crianças) e “Valorização das eco-comunidades” (centrado sobre as novas fontes de energia e sobre a tecnologia de reciclagem).
[2165]