Archive for 8 Março, 2005

A SORTE PROCURA-SE…

José Mourinho é um homem que “respira” futebol.

As suas equipas revelam um profundo, intenso e rigoroso “trabalho de casa”.

Em termos motivacionais e de liderança de um grupo de trabalho, Mourinho é um verdadeiro mestre.

Hoje, frente ao poderosíssimo Barcelona – que dominou praticamente todo o jogo, à parte 12 minutos à deriva (entre os 8 e os 20 minutos – período que o Chelsea aproveitou para marcar 3 golos!) – Mourinho (a sua equipa) teve bastante “sorte”.

Um grau de eficácia absolutamente incomum (4 golos em 6 oportunidades) fazem o Chelsea “sonhar” com tudo.

Nenhuma equipa do mundo pode garantir que pode ser Campeã Europeia, mas, com o nível de trabalho, motivação… e felicidade de Mourinho, todos os sonhos são legítimos.

Mourinho enfrentou e venceu hoje o seu maior desafio de sempre: eliminar “este” Barcelona, com 4-2 (depois do 1-2 de Barcelona), é tarefa que não estaria, provavelmente, ao alcance de mais nenhuma equipa do mundo!

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8 Março, 2005 at 10:25 pm

CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA (II)

“E, tanto que ele começou para lá d’ir, acudiram pela praia homens, quando dois, quando três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, eram ali 18 ou 20 homens pardos, todos nus, sem nenhuma cousa que lhes cobrisse suas vergonhas.

Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem os arcos; e eles os puseram.

Ali não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas d’aves, compridas, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer d’aljaveira, as quais peças creio que o capitão manda a Vossa Alteza.

E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder deles haver mais fala, por azo do mar. A noute seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros, que fez caçar as naus e especialmente a capitania.

E à sexta, pela manhã, às 8 horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o capitão levantar âncoras fazer vela. E fomos de longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados pela popa, contra o norte para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde ficássemos para tomar água e lenha, não por nos já minguar, mas por nos acertarmos aqui. E quando fizemos vela seriam já na praia assentados junto com o rio obra de 60 ou 70 homens, que se juntaram ali poucos e poucos.

Fomos de longo, e mandou o capitão aos navios pequenos que fossem mais chegados à terra e que, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem. E, sendo nós pela costa, obra de 10 léguas donde nos levantámos acharam os ditos navios pequenos um arrecife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. E as naus arribaram sobre eles. E um pouco ante sol-posto amainaram obra d’uma légua do arrecife ancoraram-se em 11 braças.

Desembarque.jpegE sendo Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos por mandado do capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E tomou em uma almadia dous daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos. E um deles trazia um arco e 6 ou 7 setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas e não lhes aproveitaram. Trouxe-os logo já de noute, ao capitão, onde foram recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.

Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. Traziam ambos os beiços de baixo furados e metido por eles um osso branco de comprimento duma mão travessa e de grossura dum fuso d’algodão e agudo na ponta como furador.”

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8 Março, 2005 at 6:07 pm

LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (VII)

“Para nós, as galegas e galegos, ó igual que para o resto dos pobos do mundo, a lingua é o xeito que temos de interpretar e expresármo-la realidade e a cultura.

O idioma é a base das nosas experiencias, dos costumes, das festas, da arte, da música … en palabras dun dos nosos pensadores, “unha lingua é máis que unha obra de arte; é matriz inesgotable de obras de arte”.

O galego é a “lingua propia de Galicia” gracias ós millóns de persoas que ó durante moitas xeracións soubemos mante-la nosa lingua como sinal de afirmación colectiva, tanto nos momentos de maior esplendor, como nas situacións máis complicadas e difíciles.

Actualmente máis de tres millóns de persoas falamos galego, tanto en Galicia e as zonas limítrofes (occidentes de Asturias, León e Zamora), como nas varias ducias de países onde marcharon traballa-los nosos emigrantes.

Os primeiros habitantes de Galicia eran de orixe preindoeuropea e ó igual que os celtas – indoeuropeos – deixaron a súa pegada na nosa lingua.

Deste xeito, atopamos no galego palabras preindoeuropeas (amorodo, lastra, veiga, etc.) e voces celtas como berce, bugallo, croio… que chegaron á nosa lingua unhas veces directamente e outras a través do latín.”

(continua)

Links a consultar:
http://galego.org/historia2.html
http://galego.org/historia3.html
http://galego.org/historia4.html

Ainda sobre a questão da norma linguística:
http://omar.blogalia.com/historias/9440
http://omar.blogalia.com/historias/10027
http://omar.blogalia.com/historias/10191

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8 Março, 2005 at 8:27 am


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