LÍNGUAS MINORITÁRIAS NA EUROPA (XI)
O Catalão é principalmente falado na Catalunha, região no nordeste da Espanha, que constitui uma Comunidade Autonómica, aí sendo compreendido por cerca de 94 % da população (cerca de 5,5 milhões de pessoas) e falado por cerca de 4 milhões de pessoas (68 % da população). É também falado na Comunidade Valenciana e nas ilhas Baleares, para além do outro lado dos Pirinéus, já em território francês, alargando o número total de conhecedores do idioma a cerca de 7 milhões.
O domínio da língua tem aumentado rapidamente desde 1975 (apenas cerca de 81 % da população compreendia a língua no início dos anos 80), com particular realce para a população mais jovem (entre 10 e 19 anos).
O Catalão será mesmo a língua principal para cerca de 50 % das pessoas; face a 49 % para o Castelhano; de acordo com estudos, cerca de 54 % dos adultos utilizarão o Catalão em casa, 11 % falarão ambas as línguas e apenas 34 % utilizarão preferencialmente o Castelhano.
A língua teve origem cerca de 1130 (primeiro texto conhecido escrito em Catalão); da sua área original dos Pirinéus, o Catalão estendeu-se a sul, até Valência e as ilhas de Maiorca e Ibiza, assim como a cidade de Alghero na Sardenha italiana.
O reino da Catalunha e Aragão foi o embrião de uma monarquia constitucional desde o século XII. A “Generalitat de Catalunya” foi criada no século XIV. Desde a Idade Média, o Catalão era a língua de uso normal entre os reis de Aragão e Príncipes da Catalunha e os Reis de Maiorca e Valência. Com o casamento, em 1469, de Fernando de Aragão e de Isabel de Castela, os seus dois reinos uniram-se, passando a Catalunha a integrar a Espanha, altura em que o Catalão sofreu um declínio na vertente escrita, embora continuasse a gozar do estatuto de língua oficial.
Após a guerra da sucessão (1705-1715), a dinastia de Filipe V ocupou Barcelona, aboliu todas as instituições catalãs e impôs o Castelhano como única língua oficial, confinando o Catalão essencialmente ao uso oral.
Já no século XX, a proclamação da II República (em 1931) permitiria ao Catalão recuperar o seu estatuto de língua oficial, ao mesmo tempo que era restabelecida a Generalitat de Catalunya. Com Franco (entre 1939 e 1975), o processo de normalização do Catalão sofreu novo e longo compasso de espera.
Apenas com a introdução da democracia, a Catalunha foi constitucionalmente reconhecida como nação, reiniciando-se a normalização do uso do Catalão na administração pública.
A Constituição espanhola de 1978 tornou o Castelhano como língua oficial do Estado, enquanto que outras línguas têm também estatuto de língua oficial nas várias Comunidades Autonómicas, de acordo com os seus Estatutos Autonómicos; a saúde das várias línguas é considerada uma rica herança cultural que merece particular protecção e respeito.
O Catalão é hoje reconhecido pela União Europeia como língua oficial, tendo sido proposto que todos os textos da União deveriam ser também editados em Catalão.
Na Catalunha, a língua beneficia mesmo de uma discriminação positiva, uma vez que se impõe o seu conhecimento para acesso a determinados cargos de cariz público.
Links a consultar:
http://europa.eu.int/comm/education/policies/lang/languages/langmin/euromosaic/es51_en.html
[2142]
Entry filed under: Cultura, Artes e Letras.



