OUTRA ORDEM APARENTEMENTE OCIDENTAL (V)
.E foram precisamente o Japão e as potências marítimas europeias, com excepção de Portugal, os países que sofreram as maiores devastações territoriais.
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Terminada a II Guerra Mundial, .os povos. a que se refere a Carta das Nações Unidas depositavam a sua esperança na vontade de construir um mundo mais pacífico, sem impérios e sem guerras. Cedo essa esperança se desvaneceu e a ordem dos impérios deu lugar à ordem bipolar dominada pela corrida aos armamentos e pelo factor nuclear. Por fim, também esta ruiu, com a queda do Muro de Berlim, com o desaparecimento do Bloco de Leste e com a desagregação da União Soviética.
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O mundo é hoje estrategicamente unipolar face ao poder inigualável dos EUA; é multipolar, numa perspectiva económica, com quatro pólos fundamentais, se aceitarmos acrescentar a China ao grupo dos EUA, UE e Japão; é mais democrático e mais seguro, pois se algo se prevê hoje que possa ser excluído da globalização é a guerra. Mas o mundo é muito instável, talvez mais do que anteriormente, devido ao excesso de poder dos pequenos estados, das minorias e dos mais variados grupos que defendem de forma egoísta, radical e violenta, alguns interesses que erradamente consideram inegociáveis. Enfim, o mundo está a construir uma nova ordem aparentemente ocidental, que não está ainda baptizada nem estabilizada, mas que se deseja venha a satisfazer os mais nobres anseios da humanidade..
“Outra ordem aparentemente ocidental” (António Emílio Ferraz Sacchetti) . Notícias do Milénio
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