RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
Este é um texto do César Valente que considero magnífico e que não resisti a transcrever:
.Este ano passou muito mais rápido que os anteriores. Estamos praticamente em Dezembro e, pelas minhas contas, passaram-se só uns seis meses desde Janeiro. Não sei quem é o responsável por essa velocidade absurda nem quem tratou de fazer com que a gente não acompanhasse o ritmo deste ano apressado. O facto é que temos que fazer imediatamente coisas que normalmente só faríamos daqui a umas três ou quatro semanas, para não sermos surpreendidos por 2004.
A coisa mais importante do final do ano é a lista de resoluções do Ano Novo. Foi para isso que Dom Gregório inventou o calendário. Para que de tempos em tempos pudéssemos purgar os nossos defeitos, preguiças e incapacidades e redimir-nos fazendo um rol de propósitos, vontades e sonhos.
Automaticamente passamos dos fracassados que às vezes somos no final do ano, para os vitoriosos por antecipação que sempre seremos em Janeiro.
A lista, portanto, é fundamental para um réveillon bem sucedido. Depois de uma certa idade, é até mais necessária do que a lista de pedidos para o Pai Natal. Porque essas resoluções de Ano Novo são, na verdade, presentes que, ao longo dos doze meses, queremos dar-nos.
A elaboração da lista requer um certo cuidado e alguma ciência. Não dá para fazê-la totalmente nefelibata. Nem cumpre a sua função se for completamente rastaquera. É preciso dosear sonho, realidade, possibilidade e utopia, de tal maneira que seja também um desafio e cumpra a sua função inspiradora..
E, depois, continua assim:
.Vou mostrar parte da minha lista, para ilustrar o nhém-nhém-nhém dos parágrafos iniciais.
O QUE EU QUERO DE 2004 (lista parcial, em construção)
– Publicar um ou dois livros (não consegui em 50 anos, mas quem sabe agora vai).
– Visitar o Rio de Janeiro, Niterói e Belo Horizonte (na verdade deveria dizer que quero visitar algumas pessoas nessas cidades).
– Ser (ainda) mais brincalhão.
– Escrever (finalmente) um trabalho científico que me dê algum título académico ou pelo menos prove para mim mesmo que aprendi alguma coisa em 33 anos de profissão.
– Encontrar uma revista de turismo (ou do que for) que me obrigue a viajar.
– Livrar-me do blggr/globo.
– Sucesso para os que me rodeiam e para quem eu vivo rodeando.
– Um ano um pouco mais lento, não só para que a idade custe mais a passar, mas para que a gente possa desfrutá-lo com calma, porque 2004, vocês sabem, será muito melhor que 2003..
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