Archive for 3 Outubro, 2003
O VÍCIO DOS “BLOGUES” (III)
Finalmente, temos a outra faceta (o “reverso da medalha”): o “vício” de ler os outros “blogues”, nomeadamente no sentido da necessidade de conhecimento dos outros e da procura de partilha da pertença a um grupo. Para que o “bloguista” possa sentir-se integrado nesta espécie de “comunidade”, tem absoluta necessidade de saber quais os temas que se “discutem” em cada dia, de forma a que lhe seja possível fazer o intercâmbio de ideias e participar de forma activa nesse debate.
Acaba por se formar (implicitamente) um género de “tertúlia”, a que não queremos faltar; não obstante o anonimato de muitos “blogues”, vamos criando, aqui e ali, “amizades virtuais” com os autores com que mais nos identificamos e que, quase sem darmos por isso, acabamos por sentir a necessidade de visitar a cada dia que passa.
Cada vez mais (e à medida que a lista de “favoritos” se vai “adensando”), o “ovo de Colombo” traduzir-se-ia na “invenção” de uma forma de conciliar o “vício” com o (escasso) tempo disponível (isto para além de todas as outras actividades prioritárias, desde logo as profissionais, mas também o tempo para a família, para os amigos, para ler, para ir ao cinema ou ao futebol, finalmente, até para ver televisão…).
P. S. A propósito do “vício”, leia-se esta “entrada” do Desejo Casar!!!
[342]
O VÍCIO DOS “BLOGUES” (II)
O “bloguista” acaba por – mesmo de forma inconsciente – impor-se uma auto-disciplina “férrea” para escrever diariamente; sendo verdade que escreve, em primeira análise, para si próprio, espera, complementarmente, poder criar um “ciclo virtuoso”, ver o nível de “feed-back” (avaliado em função do número de “visitantes”) aumentar a cada dia, constituindo paralelamente uma motivação extra para se “dedicar a novas pesquisas” de outros temas que possam interessar aos seus leitores e trazer novas visitas (em oposição ao “ciclo vicioso” da falta de temas de interesse, quebra do número de visitantes e eventual desmotivação do autor, com o fim do “blogue”).
Ao escrever diariamente sobre os mais variados temas, tal implica um “trabalho de casa” preparatório, passando particularmente pela necessidade de se manter permanentemente informado; não é possível manter um “blogue” sem ler jornais!
Mas, como dizia Pacheco Pereira no Abrupto, trata-se de um “monstro insaciável”, de “combustão imediata” e que pode tornar-se muito desgastante, levando a uma necessidade de “sacudir esta dependência”: não será por acaso que vários dos “bloguistas” mais activos sentiram a necessidade de suspender temporariamente a “actividade” (por exemplo, Pedro Lomba / Flor de Obsessão, mas também Francisco José Viegas / Aviz ou João Nogueira /Socioblogue), ou mudar de rumo “editorial” (Pedro Mexia / Dicionário do Diabo) ou, de forma mais radical, acabar mesmo com o “blogue” (Guerra e Pas, Catarina Campos /100nada) – não obstante se poder advogar que essas decisões foram bastante determinadas por questões de disponibilidade de tempo.
[341]
"AVISO À NAVEGAÇÃO"
Recebido por e-mail do Martin Pawley, a propósito da quebra do sistema “Blogalia” (“blogues” espanhóis) durante esta semana; um alerta para a dependência generalizada dos “blogues” portugueses do sistema Blogger (que, como todos os sistemas, não estará absolutamente imune a falhas…):
“O que pasou foi simplesmente que se corrompeu a base de dados que posúe Víctor Ruiz, o creador de Blogalia, e que almacenaba todos os contidos dos blogs. A empresa que alberga o espacio web debería (supostamente) facer copias de seguridade a diario, e unha a maiores cada semana, pero polo que se ve non foi así… Ao final, resultou que a última copia íntegra era de hai unhas semanas, e o resto de historias houbo que recuperalas vía Google, tirándoas da memoria caché. Eses labores leváronlhe varios días, pero ao final conseguiu restablecer a situación. Hai algunhas cousas que se perderon (os comentarios das últimas semanas, case por completo), e no meu caso tiven que volver a retocar un pouco a plantilha do blog porque o formato que estaba gravado é de finais de agosto ou así (se notas que desapareceu algún enlace, débese a iso). Pero, vaia, puido ser peor! Nalgún momento cheguei a baralhar a hipótese de que se perderan moitas das historias, pero por sorte non sucedeu iso.”
[340]
MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (V)
.. Há efectivamente incontornáveis referências de personalidades, cujas obras passaram a ser determinantes para o futuro: Santo Agostinho (século V) . na charneira entre a Antiguidade e a Idade Média, prolongando-se na Modernidade ., cuja vasta produção literária tematizou a questão da verdade, da liberdade, da subjectividade e da história; Boécio (século VI), tradutor . do grego para latim . e comentador das obras gregas, a quem se deve a fixação de uma boa parte da terminologia filosófica e teológica latinas; . Santo Anselmo (século XII), bispo de Cantuária, teólogo e filósofo, pré-escolástico, autor do depois designado argumento ontológico, que procura ser um itinerário puramente racional para Deus; Avicena (nascido no Turquestão, século XI) e Averróis (século XII), pensadores árabes cuja obra foi decisiva para o acolhimento e comentário da herança filosófica grega, principalmente a de Aristóteles, e que tentaram conciliar o Alcorão, vindo a tornar-se referência insubstituível, por adesão ou rejeição, da especulação escolástica; . São Tomás de Aquino (século XIII), dominicano, uma das maiores referências, ainda na nossa época, da teologia e filosofia cristãs; . Guilherme de Ockham (século XIV), prefigurador do mundo moderno, passando a ser, posteriormente, referência obrigatória, na política, na filosofia da linguagem e na teologia..
“Modernidade nasceu na Idade Média” (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . “Notícias do Milénio”
[339]
1945 – AVANÇO E RENDIÇÃO
“Em Abril, forças da URSS, Inglaterra e EUA avançam em força para a Alemanha. Na Itália, Mussolini tenta fugir para a Suíça, mas é morto a 28 de Abril, com a sua amante Clara Petacci, por guerrilheiros da resistência. Hitler suicida-se dois dias depois, no bunker da Chancelaria, em Berlim, juntamente com Eva Braun, a “eterna noiva” do ditador. Entre 7 e 9 de Maio, as forças do III Reich rendem-se incondicionalmente, primeiro em Reims (França), depois em Berlim. Os Aliados assumem, a 5 de Junho, o controlo total da Alemanha e dividem o país em quatro zonas de ocupação: americana, soviética, britânica e francesa.”
[338]