Archive for 17 Outubro, 2003
"MANAGER" (V) – MOTIVAR
Não se “nasce motivado”, pode “ser-se motivado”!
As responsabilidades, a consideração, a promoção, as possibilidades de desenvolvimento pessoal, a informação e a autonomia são factores de motivação, desenvolvendo a satisfação no trabalho.
Um aumento salarial, só por si, não será necessariamente um factor de motivação, mas principalmente um elemento para evitar a desmotivação.
Em regra, ninguém fará esforços adicionais a não ser que esses esforços lhe confiram valor aos próprios olhos do interessado; assim como não fará esforços se não perceber a relação entre a medida desse esforço e o que recebe em compensação; tal como não fará esforços se se sentir incapaz de realizar o que é pretendido.
Colocar em acção um adequado modelo de motivação possibilitará ao colaborador “apropriar-se” do seu próprio trabalho, assumir novas responsabilidades, desenvolver a sua auto-confiança e auto-estima e aumentar a sua pró-actividade.
Tal deverá proporcionar à entidade ganhos a nível de actividade, inovação, entusiasmo e dinamismo.
Finalmente, o processo pressupõe também a emissão de sinais de reconhecimento positivo pelos resultados atingidos pelos colaboradores.
P. S. Mais agradecimentos, à Espuma dos dias e ao Cidadão livre.
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"RETENÇÃO" vs. "PROMOÇÃO AUTOMÁTICA" – Comentários
Para além dos comentários directos no Memória Virtual, recebi adicionalmente alguns comentários via mail, dos quais saliento o do Fumaças e d’O Carimbo.
Diz o Fumaças a propósito do tema em debate:
“Muito sucintamente, acho que o facto de quase não existir possibilidade de reprovação é uma das principais causas da degradação do sistema de ensino.
Quer pelo facto de os alunos se desleixarem, quer pelos professores os deixarem passar por ser difícil, moroso e penalizador para eles chumbar um aluno (quase que necessitam de “meter” requerimento ao ministro para este autorizar!)”.
O Carimbo preparou um longo mas pertinente comentário, de que procurarei referir as passagens que me pareceram mais relevantes:
“Quanto às suas reflexões sobre o trabalho, o “manager” e as promoções, parecem-me interessantes e lembro que já foquei algumas das questões que aborda: post 10 – sobre o cruzamento de informação (24/07/03); post 61 – sobre o desemprego (28/08/03); post 66 – sobre o desemprego (04/09/03) e post 97 – sobre a avaliação do desempenho (29/09/03).
Quanto à questão que me coloca sobre a aplicação ao ensino da confrontação retenção vs promoção automática – a nível escolar essa questão não se coloca. Só há uma opção: “conseguir aprovação em todas as disciplinas com a melhor nota possível”. A reprovação só é opção se o estudante não desejar terminar os seus estudos. A avaliação de um estudante baseia-se apenas no cumprimento de critérios que foram estabelecidos à priori pelo professor. Quem cumprir esses critérios obtém a nota correspondente e ponto final. Não há necessidade de comparar dois alunos com a mesma nota e estabelecer uma diferenciação em função de outros parâmetros, os quais, não estando definidos à priori, serão sempre injustos e, provavelmente, subjectivos.
…
Depois de os estudantes iniciarem uma licenciatura, já não têm limitações administrativas (leia-se: vagas) à sua progressão.
Essa situação só se altera quando o estudante termina ou abandona os estudos e procura um lugar no mercado de trabalho. Daqui em diante o limite de vagas passará a ser uma constante da sua vida profissional.
Assim, parece-me lógico que os patrões ou as chefias estipulem critérios de produtividade e qualidade no serviço e no relacionamento humano. Se existirem vários elementos a merecer a promoção, existem duas possibilidades. Se essa promoção corresponder apenas a uma regalia financeira, sem grande alteração do serviço que vinha sendo desempenhado pelo funcionário, poderá ser proposto pelo empregador uma distribuição dessa regalia (aquela que a empresa, pública ou privada, puder pagar) pelos empregados que mereceriam a promoção. Se a promoção corresponder à ascensão a um cargo (único) de direcção, torna-se necessário encontrar parâmetros de desempate.
…
No fundo, o que deve garantir as promoções nas carreiras profissionais deve ser o mérito, o qual deve ser avaliado em termos de produtividade, qualidade (do serviço e do relacionamento humano) e CAPACIDADE DE INICIATIVA”.
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ÁFRICA – DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI (II)
A comunidade internacional, em particular os países (“ricos”) do hemisfério Norte têm uma obrigação urgente, de forma a evitar que se repitam situações como as do genocídio no Ruanda em 1994.
Mas o desenvolvimento de África é uma tarefa de longo prazo, que pressupõe, por um lado, uma muito maior abertura dos mercados dos países industrializados à produção de origem africana, essencialmente agrícola (actualmente, condicionados pelas medidas proteccionistas europeias e americanas); por outro lado, o investimento na escolaridade deverá ser uma prioridade máxima (constituindo a Tunísia um exemplo a seguir).
E, se nos recordarmos que, no início da década de 60, a situação da Ásia Oriental (para além do Japão) era similar à africana, o êxito daqueles países será um sinal de que não é impossível que a África entre na rota do desenvolvimento.
A finalizar, para além das responsabilidades dos países “desenvolvidos” em termos de apoio a conceder, os povos africanos têm também um papel essencial a cumprir, em particular pela adopção de práticas de “boa governação”; já hoje, países como o Senegal ou o Botswana provam que o desenvolvimento e a segurança são possíveis na África sub-sahariana.
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BAILADO – "PEDRO E INÊS"
Com coreografia de Olga Roriz, pela Companhia Nacional de Bailado, dias 17 e 18, às 21h, no Teatro Camões, no Parque das Nações, em Lisboa.
[413]
ÁFRICA – DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI (I)
O subdesenvolvimento estrutural africano tem sido sistematicamente acompanhado por guerras e conflitos étnicos, desde a África Ocidental (Serra Leoa, Libéria e, ultimamente, Costa do Marfim), à região dos Grandes Lagos (Ruanda, Burundi, o Congo e a R. D. Congo), passando pelo “Corno de África” (Sudão, Somália, guerra entre a Etiópia e a Eritreia) e pela África Austral (Angola e Zimbabwe).
Os recursos petrolíferos e mineiros têm acabado por consubstanciar paralelamente um obstáculo ao controlo da violência, agravando os problemas económicos; acresce o grave problema da Sida, com particular incidência na África Austral.
Se, até agora, os dramas africanos não tiveram impacto significativo sobre a segurança a nível mundial, será de recear que a “implosão” de África possa ter consequências nefastas para o equilíbrio mundial.
A violência do continente poderá acabar por ser exportada, como tem acontecido no Médio Oriente, por via de movimentos terroristas já estabelecidos. O êxodo de refugiados em fuga das guerras e das doenças acelerará os movimentos de populações em direcção ao Norte. Dificilmente estas catástrofes, afectando 800 milhões de pessoas, deixarão de ter repercussões externas.
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1950 – "APARTHEID"
“As autoridades da África do Sul legalizam o “apartheid”, regime de segregação racial sistemática, que só será abolido em 1994″.
“Notícias do Milénio”, publicação dos jornais do “Grupo Lusomundo”, Julho de 1999
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