Archive for Junho, 2008
Memória (IV)
Sempre que os homens sentiram a necessidade de conservar os instantes que a história comporta, a escrita se fez lei. Em todos os tempos, o homem que soube escrever foi rei *



Há mais de dois milhões de anos que a humanidade começou a comunicar por via da articulação de sons.
Não obstante o homem exprimir o seu pensamento e procurar comunicar através de meios gráficos há cerca de 20 000 anos (desde a arte rupestre, com inscrições e pinturas cavernas, a partir do Paleolítico superior), apenas cerca de 30 a 40 séculos a.C. seria criado o primeiro código de escrita, inventado pelos Sumérios, permitindo dar os primeiros passos na fixação da linguagem oral de uma forma perene, ao mesmo tempo que vinha permitir a comunicação através do tempo e do espaço.
Desde as origens da escrita – cuja difusão, com início nas civilizações da Mesopotâmia, Egipto, China antiga e América pré-colombina, está primordialmente associada à evolução da memória –, foram utilizados diversos suportes, como placas de argila, pedra e madeira, rolos de papiro, pergaminho, antes do papel, que só chegaria à Europa cerca de 1150 e apenas a partir do século XV adquiriria a primazia.
Cerca de meados do quarto milénio a.C., os Sumérios, ocupando a Mesopotâmia – geralmente considerada a civilização mais antiga da humanidade, constituindo-se, durante cerca de 1500 anos, no grupo cultural dominante no Médio Oriente – introduziram a escrita cuneiforme (caracteres em forma de “cunha”, inscritos em tábuas de argila por via de estiletes, inicialmente com um sistema pictográfico, em que imagens ou objectos expressavam ideias), o que estaria associado a uma produção literária bastante evoluída, a par de um desenvolvido sistema jurídico, culminando no Código de Hamurabi, o mais remoto de que há conhecimento (cerca de 1800 a.C.).
Juntamente com a escrita cuneiforme, a escrita hieroglífica egípcia tornar-se-ia num dos mais importantes contributos para o desenvolvimento dos sistemas de escrita, na transição para o uso de sinais de escrita com valor fonético, surgindo a escrita semítica como o protótipo da escrita alfabética (formada por 22 símbolos).
O alfabeto fenício, adoptado pelos gregos cerca de 900 a.C., sendo objecto de adaptação até ao século IV a.C. (originando o alfabeto jónico, com 24 letras), tornar-se-ia na origem directa de todas as escritas alfabéticas ocidentais.
O alfabeto latino, derivado do grego, compreendia inicialmente apenas 16 letras, só posteriormente tendo sido introduzidas as letras g, h, j, k, q, v, x e y. O latim, difundido no mundo ocidental pelos romanos, originaria diversas línguas românicas, que começaram a ser traduzidas de forma escrita a partir do século IX d.C. No caso do português, apenas seria observável sob a forma escrita a partir da segunda metade do século XII.
(Para saber mais, pode consultar o texto de base bibliográfica a este artigo: “A Informação escrita: do manuscrito ao texto virtual“, Rita de C. R. de Queiroz)
* Georges Jean, “La escritura: memoria de la humanidad”, tradução Enrique Sánchez Hormigo, Ediciones B, S. A., Barcelona, 1998
EURO 2008 – 1/4 Final – Croácia – Turquia

1-1 (1-3 g.p.)
Ou de como a justiça no futebol é um conceito muito relativo. Se houve uma equipa a merecer a vitória e o apuramento para as 1/2 Finais, claramente superior ao adversário, com várias oportunidades de golo, essa foi a da Croácia.
E, depois de 119 minutos sem golos, num jogo algo insosso, pensavam todos os croatas que (finalmente) “estava feito”, quando Klasnić (entrado já no decorrer do prolongamento) marcou. Luka Modrić acreditou que a bola, perto da linha de fundo, não iria sair do terreno de jogo, e, perante a saída de Rüştü Reçber da baliza, centrou para Klasnić, de cabeça, marcar com facilidade.
Só que a Turquia – à semelhança do que fez, até agora, com todos os adversários deste Europeu (à excepção do jogo de estreia frente a Portugal) – fez questão de recordar, uma vez mais, que um jogo não está terminado antes de acabar: marcara o golo da vitória contra a Suíça aos 92 minutos; os dois golos que proporcionaram a reviravolta face à R. Checa aos 87 e 89 minutos… hoje, o golo do empate chegaria aos 122 minutos!
Golo que teve início precisamente num pontapé longo do guarda-redes Rüştü Reçber, com Semih Şentürk a ser mais feliz, recebendo a bola que ressaltara da molhada que saltara tentanto jogá-la de cabeça, rematando forte, sem apelo para Stipe Pletikosa.
No desempate da marca de grande penalidade, veio ao de cima o menor índice de concentração dos croatas, porventura mais esgotados pelo esforço desenvolvido em busca da vitória.
Está definido o primeiro jogo das 1/2 Finais: um inesperado Alemanha-Turquia!
Stipe Pletikosa, Vedran Ćorluka, Robert Kovač, Josip Šimunić, Danijel Pranjić, Darijo Srna, Luka Modrić, Niko Kovač, Ivan Rakitić, Niko Kranjčar (65m – Mladen Petrić) e Ivica Olić (97m – Ivan Klasnić)
Rüştü Reçber, Hamit Altıntop, Gökhan Zan, Emre Aşık, Hakan Balta, Mehmet Topal (76m – Semih Şentürk), Sabri Sarıoğlu, Tuncay Sanlı, Arda Turan, Kazım Kazım (61m – Uğur Boral) e Nihat Kahveci (117m – Gökdeniz Karadeniz)
1-0 – Ivan Klasnić – 119m
1-1 – Semih Şentürk – 122m
Desempate da marca de grande penalidade
– Luka Modrić remata ao lado
0-1 – Arda Turan
1-1 – Darijo Srna
1-2 – Semih Şentürk
– Ivan Rakitić remata ao lado
1-3 – Hamit Altıntop
– Mladen Petrić permite a defesa a Rüştü Reçber
“Melhor em campo” – Hamit Altıntop
Amarelos – Tuncay Sanlı (27m), Arda Turan (49m), Uğur Boral (89m) e Emre Aşık (107m)
Árbitro – Roberto Rosetti (Itália)
Estádio Ernst Happel – Viena (19h45)
Memória



A necessitar de tempo para organizar a “Memória“… A emissão será retomada dentro de pouco tempo. Enquanto isso, pode revisitar a Memória, nos três textos já publicados (I, II e III).
8 (+1) formas distintas de visualizar as notícias
– The Photo Stream
– Newser
– Spectra
– NewsWorldMap
– The Visual Dictionary Online
– 10×10
– The Times newsreader
– LiveNewsCameras.com
(via 233 grados)
P. S. E mais esta: Zinio
EURO 2008 – 1/4 Final – Portugal-Alemanha

2-3
Depois de uma fase inicial de maior ascendente da Alemanha, Portugal – que tivera uma entrada algo intranquilo – começava, a partir dos 15 minutos, a equilibrar o jogo… quando, numa rápida de descida de Lukas Podolski pelo flanco, que Bosingwa não conseguiu acompanhar, conseguiu cruzar para o coração da pequena área, onde Bastian Schweinsteiger surgiu de rompante, antecipando-se a Paulo Ferreira, a desviar para o golo, sem hipóteses para Ricardo.
E, apenas mais 4 minutos volvidos, outra vez Schweinsteiger, a cobrar um livre, com um lançamento para a área, surgindo desta feita Miroslav Klose, fulgurante, a antecipar-se a toda a defesa, marcando de cabeça.
Numa fase em que tudo parecia correr mal, a equipa portuguesa ver-se-ia ainda obrigada a uma substituição forçada, por inferioridade física de João Moutinho, substituído por Raul Meireles.
Com uma alteração táctica, fazendo Ronaldo aproximar-se de Nuno Gomes, e, sobretudo, com Deco a “arrumar a casa”, organizando o jogo, Portugal conseguiria reequilibrar novamente a tendência da partida.
E seria precisamente numa superlativa jogada de Deco, pleno de esforço, arrancando do meio-campo português, tirando os adversários do caminho, com a bola a chegar a Ronaldo, surgindo isolado no flanco esquerdo, tentando bater Lehmann, mas este faria bem a mancha, provocando um ressalto de bola para Nuno Gomes, que, numa boa rotação, conseguiria impulsioná-la para a baliza desguarnecida da Alemanha, não obstante o esforço desesperado de um defesa alemão para tentar evitar… o inevitável. Portugal reentrava no jogo, faltavam poucos minutos para o intervalo.
Já mesmo em cima dos 45 minutos, uma magnífica iniciativa de Ronaldo, rematando colocado, com a bola, em diagonal, a cruzar toda a área de baliza, saindo ligeiramente ao lado. Perdia-se uma ocasião soberana para empatar o jogo!
O balanço da primeira parte denotava equilíbrio entre as duas equipas, com as seguintes estatísticas: 7-6 em remates para Portugal; 3-3 em remates à baliza; 8-3 em faltas cometidas para a Alemanha; 4-1 em cantos para Portugal; 52% / 48% em termos de posse de bola, também com vantagem para Portugal. Em síntese, uma grande exibição de Deco, traída pela falta de concentração e de atenção aos detalhes, tal como prevenira Scolari.
A selecção portuguesa teria uma boa reentrada no encontro, arrancando dois cartões amarelos para os defesas laterais da Alemanha logo nos momentos iniciais. Para, nos minutos imediatos, Bosingwa conseguir ganhar dois pontapés de canto para Portugal, num deles a criar perigo, com Pepe a não conseguir dar a direcção certa à bola.
Até que, em jogada a “papel químico” do segundo golo, novo livre, com um lançamento longo para a área portuguesa, com a defesa portuguesa apática, surgindo Ballack a antecipar-se – empurrando, de forma subtil, Paulo Ferreira, afastando-o do lance -, cabeceando para o terceiro golo da Alemanha, repondo a diferença no marcador.
Portugal, vítima dos diversos erros defensivos cometidos, oferecia a vitória à Alemanha.
Daí até final, o desespero começou a apoderar-se da equipa portuguesa, jogando mais “com o coração do que com a cabeça”. Entretanto, a Alemanha recolhera ao seu meio-campo, concedendo a iniciativa a Portugal, que se defrontava com uma muralha intransponível, tendo muitas dificuldades em chegar à área alemã.
Uma das últimas imagens que fica na retina é o lance em que Deco tenta “inventar” uma jogada de perigo, picando a bola sobre a defesa… pouco antes do “canto do cisne”, com Hélder Postiga a conseguir ganhar entre os centrais alemães, aproveitando um bom cruzamento de Nani, no flanco esquerdo, reduzindo para a desvantagem mínima.
Nos 4 minutos de tempo de compensação, o sofrimento foi grande em ambas as partes… mas, não obstante a atitude esforçada dos portugueses, o resultado estava feito.
As estatísticas finais – 22-11 em remates para Portugal; 6-5 em remates à baliza; 8-3 em cantos; 57% – 43 % de tempo de posse de bola – não traduzem que a Alemanha formou um bloco mais consistente, face a uma equipa portuguesa em que prevaleceram sempre as iniciativas individuais (com destaque para o excelente trabalho de Deco), e em que as falhas cometidas se revelariam irreparáveis.
Ricardo, Bosingwa, Pepe, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Petit (73m – Hélder Postiga), João Moutinho (31m – Raul Meireles), Deco, Cristiano Ronaldo, Simão e Nuno Gomes (67m – Nani)
Jens Lehmann, Arne Friedrich, Per Mertesacker, Christoph Metzelder, Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger (83m – Clemens Fritz), Simon Rolfes, Michael Ballack, Thomas Hitzlsperger (73m – Tim Borowski), Miroslav Klose (89m – Marcell Jansen) e Lukas Podolski
0-1 – Bastian Schweinsteiger – 22m
0-2 – Miroslav Klose – 26m
1-2 – Nuno Gomes – 40m
1-3 – Michael Ballack – 61m
2-3 – Hélder Postiga – 87m
“Melhor em campo” – Bastian Schweinsteiger
Amarelos – Petit (26m), Pepe (60m) e Hélder Postiga (90m); Arne Friedrich (47m) e Philipp Lahm (49m)
Árbitro – Peter Frojdfeldt (Suécia)
Estádio St. Jakob-Park – Basileia (19h45)
Portugal – Alemanha – Minuto a minuto
Para acompanhar aqui.
Blogouve-se – O fim
Ao longo de praticamente 5 anos João Paulo Meneses foi o autor de um dos melhores blogues portugueses, o Blogouve-se, escrevendo sobre jornalismo, em particular sobre a rádio, num exercício ímpar de análise crítica, tendo a ética como factor primordial de referência.
O meu obrigado ao João Paulo Meneses pelos ensinamentos que, diariamente, ao longo de todo este tempo, nos ofereceu – de forma profissional, não obstante o ter feito a título gracioso, sem auferir qualquer retribuição pelo seu esforço e dedicação.
Memória (III)
A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações *



Com Gutenberg e a imprensa (cerca de 1450), a escrita ascende a uma outra plataforma, amplificando a memória colectiva a tal ponto que já não é passível de ser fixada (decorada) na íntegra, no que se traduz numa nova revolução, iniciando o declínio da “arte da memória”, tal qual valorizada pela escolástica.
O texto escrito torna-se hegemónico a nível do movimento científico, dando origem, a partir sensivelmente do século XVIII, à “sociedade leitora”, a par do surgimento do conhecimento enciclopédico, procurando concretizar a quimera de concentrar numa única obra todo o conhecimento da humanidade, em múltiplas artes da cultura, artes e ciência.
Começam, também no século XVIII, a ser criados os primeiros “depósitos da memória”, que assim começa a materializar-se, nomeadamente com os arquivos centrais como a Casa de Sabóia em Turim ou em São Petersburgo. Com a Revolução Francesa surgem os Arquivos Nacionais, em 1790; em Inglaterra, o Public Record Office nasce, em Londres, em 1838, passando a estar disponíveis para consulta pública documentos constitutivos da memória nacional.
Em paralelo, são inaugurados os primeiros museus públicos: o Louvre, cerca de 1750, o Pio-Clementino (Vaticano – cerca de 1770), o Prado (Madrid – 1785) ou o de Berlim (1830).
Também por esta época (década de 1830), dá-se outra revolução na memória “social”, com o aparecimento da fotografia (introduzida por Louis Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce), possibilitando, pela primeira vez, “conservar o tempo” em imagens…
Antecedendo a derradeira fractura revolucionária, com origem a partir de 1950, com o início da memória electrónica, precursora da sociedade da informação ou da actual sociedade em rede, desde 1993, com a abertura da Internet ao domínio público, acelerando bruscamente o fluxo de informação e a socialização.
Bibliografia consultada
– “Memória e sociedade contemporânea: Apontando tendências”, Ângela Maria Barreto, Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.12, n.2, p. 161-176, jul./dez., 2007
– “A Informação escrita: do manuscrito ao texto virtual”, Rita de C. R. de Queiroz
* Jorge Luis Borges
EURO 2008 – Fase de Grupos – Classificações finais
Grupo A J V E D GM GS P 1º Portugal3 2 - 1 5 - 3 6 2º Turquia
3 2 - 1 5 - 5 6 3º R. Checa
3 1 - 2 4 - 6 3 4º Suíça
3 1 - 2 3 - 3 3
Grupo B J V E D GM GS P 1º Croácia3 3 - - 4 - 1 9 2º Alemanha
3 2 - 1 4 - 2 6 3º Áustria
3 - 1 2 1 - 3 1 4º Polónia
3 - 1 2 1 - 4 1
Grupo C J V E D GM GS P 1º Holanda3 3 - - 9 - 1 9 2º Itália
3 1 1 1 3 - 4 4 3º Roménia
3 - 2 1 1 - 3 2 4º França
3 - 1 2 1 - 6 1
Grupo D J V E D GM GS P 1º Espanha3 3 - - 8 - 3 9 2º Rússia
3 2 - 1 4 - 4 6 3º Suécia
3 1 - 2 3 - 4 3 4º Grécia
3 - - 3 1 - 5 -
EURO 2008 – Grupo D – 3ª jornada

2-0
A Rússia, necessitando de vencer para atingir o apuramento para os 1/4 Final, obteve esta noite uma justíssima vitória frente à Suécia, que poderia ter inclusivamente atingido uma expressão bastante mais significativa, tal o domínio exercido pelos russos.
Depois de uma prometedora vitória frente aos Campeões Europeus em título (Grécia) e de uma boa reacção na segunda metade do primeiro tempo do jogo com a Espanha, a Suécia pareceu ter-se eclipsado deste EURO.
Tal como na segunda parte da partida anterior, os suecos praticamente nada fizeram senão procurar evitar que o adversário pudesse criar jogadas de perigo para a sua baliza. Só que, hoje, se revelaram absolutamente impotentes para travar uma endiabrada equipa da Rússia, sempre em movimento.
Nos 1/4 Final, o seleccionador holandês ao serviço da Rússia (Guus Hiddink) terá de enfrentar… o também holandês seleccionador da Holanda (Marco van Basten). Um encontro que promete, entre duas equipas que, nesta Fase de grupos, revelaram ter como objectivo prioritário a busca do golo!
Está já definido o painel completo de jogos dos 1/4 Final: Portugal – Alemanha e Croácia – Turquia… cujos vencedores se enfrentarão nas 1/2 Finais; e Holanda – Rússia e Espanha – Itália.
Igor Akinfeev, Aleksandr Anyukov, Sergei Ignashevich, Denis Kolodin, Yuri Zhirkov, Sergei Semak, Konstantin Zyrianov, Igor Semshov, Diniyar Bilyaletdinov (66m – Ivan Saenko), Andrei Arshavin e Roman Pavlyuchenko (90m – Vladimir Bystrov)
Andreas Isaksson, Fredrik Stoor, Olof Mellberg, Petter Hansson, Mikael Nilsson (79m – Marcus Allbäck), Johan Elmander, Daniel Andersson (56m – Kim Källström), Anders Svensson, Fredrik Ljungberg, Henrik Larsson e Zlatan Ibrahimović
1-0 – Roman Pavlyuchenko – 24m
2-0 – Andrei Arshavin – 50m
“Melhor em campo” – Andrei Arshavin
Amarelos – Sergei Semak (57m), Andrei Arshavin (65m), Denis Kolodin (76m); Andreas Isaksson (10m), Johan Elmander (49m)
Árbitro – Frank De Bleeckere (Bélgica)
Estádio Tivoli Neu – Innsbruck (19h45)



