Archive for 9 Junho, 2008
EURO 2008 – Grupo C – 1ª jornada
3-0
No melhor jogo do EURO 2008 – até ao momento – Holanda e Itália apresentaram-se a alto nível, num jogo de grande intensidade, em particular na segunda metade de cada uma das partes.
Utilizando em seu favor as armas tradicionalmente adoptadas pela Itália, beneficiando de rápidos contra-ataques, a Holanda foi elevando o marcador, numa vitória justa, embora por números algo exagerados.
A Itália, não abdicando nunca do jogo, foi castigada com o segundo e terceiro golos precisamente quando estava mais perto de marcar. Já depois do 0-3, os italianos dispuseram ainda de pelo menos duas oportunidades soberanas de golo… mas, hoje, a bola não quis entrar.
Também a Holanda, para além dos 3 golos, teve outras oportunidades, superiormente negadas por Buffon.
Referência final ao grave erro de arbitragem, validando o primeiro golo da Holanda, obtido em clara posição de fora-de-jogo – não obstante a comissão de arbitragem ter saído em defesa do árbitro…
Concluída a primeira jornada do Grupo C, pode consultar a classificação aqui.
Edwin van der Sar, André Ooijer, Khalid Boulahrouz (77m – Johnny Heitinga), Joris Mathijsen, Giovanni van Bronckhorst, Nigel de Jong, Orlando Engelaar, Dirk Kuyt (81m – Ibrahim Afellay), Rafael van der Vaart, Wesley Sneijder e Ruud van Nistelrooy (70m – Robin van Persie)
Gianluigi Buffon, Christian Panucci, Andrea Barzagli, Marco Materazzi (54m – Fabio Grosso), Gianluca Zambrotta, Massimo Ambrosini, Andrea Pirlo, Gennaro Gattuso, Mauro Camoranesi (75m – Antonio Cassano), Luca Toni e Antonio Di Natale (64m – Alessandro Del Piero)
1-0 – Ruud van Nistelrooy – 26m
2-0 – Wesley Sneijder – 31m
3-0 – Giovanni van Bronckhorst – 79m
“Melhor em campo” – Wesley Sneijder
Amarelos – Nigel de Jong (58m); Luca Toni (27m), Zambrotta (35m), Gattuso (51m)
Árbitro – Peter Fröjdfeldt (Suécia)
Estádio Stade de Suisse – Bern (19h45)
EURO 2008 – Grupo C – 1ª jornada
0-0
Sem imaginação e falha de soluções ofensivas, a selecção vice-campeã do Mundo (França) não conseguiu melhor que um nulo frente a uma bem organizada equipa da Roménia.
Bogdan Lobonţ, Cosmin Contra, Gabriel Tamaş, Dorin Goian, Răzvan Raţ, Răzvan Cociş (64m – Paul Codrea), Mirel Rădoi (93m – Nicolae Dică), Cristian Chivu, Bănel Nicoliţă, Daniel Niculae e Adrian Mutu (78m – Marius Niculae)
Grégory Coupet, Willy Sagnol, Lilian Thuram, William Gallas, Eric Abidal, Franck Ribéry, Jérémy Toulalan, Claude Makelele, Florent Malouda, Nicolas Anelka (72m – Bafétimbi Gomis) e Karim Benzema (78m – Samir Nasri)
“Melhor em campo” – Makelele
Amarelos – Daniel Niculae (27m), Cosmin Contra (40m), Dorin Goian (43m); Willy Sagnol (51m)
Árbitro – Manuel Enrique Mejuto González (Espanha)
Estádio Letzigrund – Zurich (17h00)
Memória da escrita
E agora, como “descalço eu esta bota”?
Eu que gosto de escrever sobre temas que me interessam, sem que, muitas vezes, tenham particular interesse para outros… Num rápido flashback, sobre o que tenho escrito ultimamente? Eleições nos Estados Unidos; recordações dos 10 anos da EXPO’98; os decisivos jogos de futebol de final de época… enfim, nada realmente palpitante; nada mais que um mero fixar de memória(s), qual arquivista ou coleccionador.
E que, tendencialmente, me vou esquivando à análise da espuma dos dias, numa agenda mediática que vai desde a lei anti-tabágica aos preços dos combustíveis, passando pelas eleições partidárias; sem, todavia, conseguir evitar uma colherada na questão do acordo ortográfico… por isso mesmo, por ter também a ver com a “Memória”, no caso, da escrita.
Memória que começara por ser oral – com “homens-memória” como guardiões da história –, tendo os primeiros meios gráficos surgido há cerca de vinte mil anos, datando as mais antigas formas de escrita a cerca de seis mil anos, no que constituiria uma nova forma de preservação dessa memória e de comunicação, transpondo as barreiras do tempo e do espaço.
Somos ainda tributários dos escribas ou copistas que, no seu scriptorium, ajudaram a perpetuar a memória (da) escrita, escrevendo, primeiro sobre rolos de papiro, só mais tarde em pergaminho, precursores do que viria, com o advento dos caracteres móveis e da imprensa (apenas cerca de 1450), a tornar-se num meio de expressão de difusão universal.
E, assim, aqui aproveito também a oportunidade que me foi proporcionada para, publicamente, prestar uma singela homenagem aos que, ainda nos dias de hoje, continuam a dedicar-se ao estudo dos materiais de escrita, das formas gráficas, à leitura dos documentos e livros, assim como dos mais antigos testemunhos do português enquanto língua escrita, a partir da segunda metade do século XII.
Numa era em que a palavra escrita parece viver momentos de crise, chegando mesmo a projectar-se o hipotético eclipse de livros e jornais, com o hipertexto (forma de escrita não sequencial já antecipada por Leonardo Da Vinci nas múltiplas anotações aos seus textos) virtual a conquistar cada vez mais preponderância, são igualmente de louvar iniciativas como a da UNESCO que, preocupada com a preservação, criação e manutenção das diferentes instituições de memória e dos seus acervos, criou o Programa “Memória do Mundo”, propondo que se intensifiquem os esforços visando a preservação de documentos e arquivos históricos.
Também a preservação da memória virtual – a Internet como “memória colectiva da Humanidade” – não poderá deixar de constituir igualmente uma outra preocupação, nomeadamente no que respeita a questões como a longevidade dos suportes ou as restrições de acesso.
E, com dedicatória, assim completo o círculo; para que serve um blogue se nele não podemos escrever o que queremos?
Texto publicado originalmente no Corta-Fitas, em resposta ao amável convite que me foi dirigido por Pedro Correia, a quem reitero o meu agradecimento.