Archive for 18 Junho, 2008
Memória (III)
A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações *
Com Gutenberg e a imprensa (cerca de 1450), a escrita ascende a uma outra plataforma, amplificando a memória colectiva a tal ponto que já não é passível de ser fixada (decorada) na íntegra, no que se traduz numa nova revolução, iniciando o declínio da “arte da memória”, tal qual valorizada pela escolástica.
O texto escrito torna-se hegemónico a nível do movimento científico, dando origem, a partir sensivelmente do século XVIII, à “sociedade leitora”, a par do surgimento do conhecimento enciclopédico, procurando concretizar a quimera de concentrar numa única obra todo o conhecimento da humanidade, em múltiplas artes da cultura, artes e ciência.
Começam, também no século XVIII, a ser criados os primeiros “depósitos da memória”, que assim começa a materializar-se, nomeadamente com os arquivos centrais como a Casa de Sabóia em Turim ou em São Petersburgo. Com a Revolução Francesa surgem os Arquivos Nacionais, em 1790; em Inglaterra, o Public Record Office nasce, em Londres, em 1838, passando a estar disponíveis para consulta pública documentos constitutivos da memória nacional.
Em paralelo, são inaugurados os primeiros museus públicos: o Louvre, cerca de 1750, o Pio-Clementino (Vaticano – cerca de 1770), o Prado (Madrid – 1785) ou o de Berlim (1830).
Também por esta época (década de 1830), dá-se outra revolução na memória “social”, com o aparecimento da fotografia (introduzida por Louis Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce), possibilitando, pela primeira vez, “conservar o tempo” em imagens…
Antecedendo a derradeira fractura revolucionária, com origem a partir de 1950, com o início da memória electrónica, precursora da sociedade da informação ou da actual sociedade em rede, desde 1993, com a abertura da Internet ao domínio público, acelerando bruscamente o fluxo de informação e a socialização.
Bibliografia consultada
– “Memória e sociedade contemporânea: Apontando tendências”, Ângela Maria Barreto, Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.12, n.2, p. 161-176, jul./dez., 2007
– “A Informação escrita: do manuscrito ao texto virtual”, Rita de C. R. de Queiroz
* Jorge Luis Borges
EURO 2008 – Fase de Grupos – Classificações finais
Grupo A J V E D GM GS P 1º Portugal 3 2 - 1 5 - 3 6 2º Turquia 3 2 - 1 5 - 5 6 3º R. Checa 3 1 - 2 4 - 6 3 4º Suíça 3 1 - 2 3 - 3 3
Grupo B J V E D GM GS P 1º Croácia 3 3 - - 4 - 1 9 2º Alemanha 3 2 - 1 4 - 2 6 3º Áustria 3 - 1 2 1 - 3 1 4º Polónia 3 - 1 2 1 - 4 1
Grupo C J V E D GM GS P 1º Holanda 3 3 - - 9 - 1 9 2º Itália 3 1 1 1 3 - 4 4 3º Roménia 3 - 2 1 1 - 3 2 4º França 3 - 1 2 1 - 6 1
Grupo D J V E D GM GS P 1º Espanha 3 3 - - 8 - 3 9 2º Rússia 3 2 - 1 4 - 4 6 3º Suécia 3 1 - 2 3 - 4 3 4º Grécia 3 - - 3 1 - 5 -
EURO 2008 – Grupo D – 3ª jornada
2-0
A Rússia, necessitando de vencer para atingir o apuramento para os 1/4 Final, obteve esta noite uma justíssima vitória frente à Suécia, que poderia ter inclusivamente atingido uma expressão bastante mais significativa, tal o domínio exercido pelos russos.
Depois de uma prometedora vitória frente aos Campeões Europeus em título (Grécia) e de uma boa reacção na segunda metade do primeiro tempo do jogo com a Espanha, a Suécia pareceu ter-se eclipsado deste EURO.
Tal como na segunda parte da partida anterior, os suecos praticamente nada fizeram senão procurar evitar que o adversário pudesse criar jogadas de perigo para a sua baliza. Só que, hoje, se revelaram absolutamente impotentes para travar uma endiabrada equipa da Rússia, sempre em movimento.
Nos 1/4 Final, o seleccionador holandês ao serviço da Rússia (Guus Hiddink) terá de enfrentar… o também holandês seleccionador da Holanda (Marco van Basten). Um encontro que promete, entre duas equipas que, nesta Fase de grupos, revelaram ter como objectivo prioritário a busca do golo!
Está já definido o painel completo de jogos dos 1/4 Final: Portugal – Alemanha e Croácia – Turquia… cujos vencedores se enfrentarão nas 1/2 Finais; e Holanda – Rússia e Espanha – Itália.
Igor Akinfeev, Aleksandr Anyukov, Sergei Ignashevich, Denis Kolodin, Yuri Zhirkov, Sergei Semak, Konstantin Zyrianov, Igor Semshov, Diniyar Bilyaletdinov (66m – Ivan Saenko), Andrei Arshavin e Roman Pavlyuchenko (90m – Vladimir Bystrov)
Andreas Isaksson, Fredrik Stoor, Olof Mellberg, Petter Hansson, Mikael Nilsson (79m – Marcus Allbäck), Johan Elmander, Daniel Andersson (56m – Kim Källström), Anders Svensson, Fredrik Ljungberg, Henrik Larsson e Zlatan Ibrahimović
1-0 – Roman Pavlyuchenko – 24m
2-0 – Andrei Arshavin – 50m
“Melhor em campo” – Andrei Arshavin
Amarelos – Sergei Semak (57m), Andrei Arshavin (65m), Denis Kolodin (76m); Andreas Isaksson (10m), Johan Elmander (49m)
Árbitro – Frank De Bleeckere (Bélgica)
Estádio Tivoli Neu – Innsbruck (19h45)
EURO 2008 – Grupo D – 3ª jornada
1-2
Três jogos, três derrotas, um golo marcado e 5 sofridos… o balanço do Campeão Europeu em título, Grécia. Não há lembrança de um trambolhão assim: de Campeão em 2004, a último classificado (oficioso) em 2008 (única selecção que apenas coleccionou derrotas, em todos os jogos disputados)!
E a Grécia até havia entrado bem nesta derradeira partida, com Angelos Charisteas a replicar o que fizera há quatro anos, marcando com um excelente (imparável) golpe de cabeça, no melhor momento dos gregos na presente edição da prova, praticamente a encerrar a primeira parte.
Contudo, a Espanha – mesmo alinhando com uma equipa de “reservistas” – faria ressaltar a sua superioridade, acabando por, de forma algo cruel para os gregos, estabelecer o resultado final a dois minutos do termo da partida.
De forma inversa ao agora “despedido” Campeão da Europa, a Espanha culmina a primeira fase deste EURO 2008 com um pleno: 3 vitórias em 3 jogos – igualando os desempenhos da Holanda e Croácia. Apenas 4 dias depois de derrotar os Campeões da Europa, segue-se de imediato um aliciante desafio: o de procurar derrotar… os Campeões do Mundo (Itália).
Antonios Nikopolidis, Loukas Vintra, Sotirios Kyrgiakos (62m – Paraskevas Antzas), Traianos Dellas, Nikolaos Spyropoulos, Angelos Basinas, Konstantinos Katsouranis, Dimitrios Salpingidis (86m – Stelios Giannakopoulos), Georgios Karagounis (74m – Alexandros Tziolis), Ioannis Amanatidis e Angelos Charisteas
Pepe Reina, Álvaro Arbeloa, Raúl Albiol, Juanito Gutiérrez, Fernando Navarro, Sergio Garcia, Rubén De la Red, Xabi Alonso, Andrés Iniesta (58m – Santi Cazorla), Cesc Fábregas e Daniel Güiza
1-0 – Angelos Charisteas – 42m
1-1 – Rubén De la Red – 61m
1-2 – Daniel Güiza – 88m
“Melhor em campo” – Xabi Alonso
Amarelos – Georgios Karagounis (34m), Angelos Basinas (72m) e Loukas Vintra (91m); Daniel Güiza (41m) e Álvaro Arbeloa (45m)
Árbitro – Howard Webb (Inglaterra)
Estádio Wals-Siezenheim – Salzburg (19h45)
Tecnopolis
É o nome do novo blogue de João Pedro Pereira, “um blogue do Público sobre o mundo digital”.