Archive for 8 Maio, 2006
MUNDIAL 2006 (CXIX) – 2002
Na 17ª edição do Mundial, duas novidades: a primeira Fase Final a ser disputada no continente asiático e numa organização conjunta de dois países (Japão e Coreia do Sul).
Assim, com um novo record de inscritos (199), o número de vagas disponíveis na Fase de Qualificação reduziu-se a 29, disputadas em 777 jogos.
Outros records foram estabelecidos, com o jogador do Togo Souleymane Mamam a tornar-se no mais jovem de sempre a participar num jogo do Campeonato do Mundo (com a idade de 13 anos e 10 meses) e com duas marcas eventualmente imbatíveis (?), a da vitória da Austrália sobre a Samoa Americana por 31-0 (!), com 13 (!) golos de Archie Thompson (batendo as anteriores marcas detidas por iranianos; 17-0 e 7 golos num só jogo).
E ainda mais dois: nos 4 jogos da fase de apuramento da zona da Oceânia, a Austrália (conseguindo 4 vitórias), alcançou a estrondosa marca global de 66-0 (!) – para além dos 31-0 à Samoa Americana, 22-0 a Tonga, 11-0 à Samoa e 2-0 às Ilhas Fiji. Como reverso, pela negativa, a estreante Samoa Americana registou 4 derrotas, com um score global de 0-57: para além da referida goleada record, 0-13 com as Ilhas Fiji, 0-8 com a Samoa e 0-5 frente a Tonga.
Não obstante os resultados registados nesta fase de apuramento, ainda não seria desta feita que a Austrália conseguiria a qualificação… no play-off com o 5º classificado da América do Sul, seria derrotada pelo Uruguai.
Os restantes apurados na América do Sul seriam a Argentina (claro vencedor), seguindo-se o Paraguai, a surpreendente selecção do Equador e, com algumas dificuldades, o Brasil (4º classificado).
Na zona da América do Norte, Central e Caraíbas, Costa Rica e EUA acompanharam o México, desta vez com um difícil apuramento.
Na zona asiática, reduzida a apenas duas vagas (dado o apuramento automático de Japão e Coreia do Sul), seriam a China (uma estreia na Fase Final do Mundial) e a Arábia Saudita a conquistar a qualificação. O Irão (terceiro classificado) perderia o play-off frente à Irlanda.
Em África, os favoritos impuseram a sua “lei”, sendo apurados Nigéria, África do Sul, Camarões e Tunísia, a que se juntou a surpreendente equipa do Senegal (sendo, não obstante, afastadas selecções como a de Marrocos e do Egipto).
Por fim, na zona europeia, qualificações esperadas da Rússia, Dinamarca, Suécia, Turquia (após 48 anos e ausência), Polónia, Croácia, Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha (apenas no play-off, afastando a Ucrânia, depois da “humilhação” caseira de 1-5 inflingida pela Inglaterra) e Irlanda (necessitando de recorrer ao referido play-off com o Irão). Surpresa com o apuramento da Eslovénia e da Bélgica, afastando nos play-off, respectivamente, a Roménia e a R. Checa.
Destaque ainda para o afastamento das selecções da Holanda (eliminada por Portugal), Jugoslávia, Bulgária, Noruega, Áustria, para além das já referidas Roménia e R. Checa … e também da Grécia (4ª classificada no seu grupo de qualificação, apenas suplantando a Albânia… cerca de três anos anos de se sagrar Campeã da Europa).
Portugal, com uma campanha árdua (três empates, nos dois jogos com a Irlanda e em casa com a Holanda – depois de estar a perder por 0-2 –, e uma extraordinária vitória na Holanda, igualmente por 2-0, para além das “obrigatórias” duas vitórias frente à Estónia, Chipre e Andorra), asseguraria o primeiro lugar do seu grupo, garantindo, 16 anos depois, o regresso aos grandes palcos mundiais.
FERNANDO LOPES GRAÇA (I)
Fernando Lopes Graça nasceu em Tomar a 17 de Dezembro de 1906 (evocando-se este ano o centenário do seu nascimento), cidade sobre a qual escreveria que é onde «o monumento completa a paisagem; a paisagem é o quadro digno do monumento; e a luz é o elemento transfigurador e glorificador da união quase consubstancial da Natureza com a Arte.»
Apenas com 14 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine-Teatro de Tomar, procedendo ele próprio aos “arranjos” dos trechos que interpretava, tocando peças de Debussy e de compositores russos contemporâneos. Na época, competiam em Tomar as duas bandas rivais: Gualdim Pais e a Nabantina.
Em 1923, frequenta o Curso Superior do Conservatório de Lisboa, tendo como professores: Adriano Meira (Curso Superior de Piano), Tomás Borba (Composição) e Luís de Freitas Branco (Ciências Musicais); em 1927, frequenta a Classe de Virtuosidade, onde tem como professor o maior pianista português de todos os tempos: Mestre Viana da Motta (antigo aluno de Liszt).
Em 1928, frequentaria também o curso de Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa, que viria a abandonar em 1931, em protesto contra a repressão a uma greve académica.
Entretanto, funda em Tomar o semanário republicano “A Acção”.
Em 1931, conclui o Curso Superior de Composição com a mais alta classificação, concorrendo de seguida a professor do Conservatório, em piano e solfejo, o que lhe viria a ser vedado devido à sua oposição ao regime político, sendo inclusivamente preso e desterrado para Alpiarça.
Leccionaria na Academia de Música de Coimbra, vindo a colaborar na Revista “Presença”, um dos esteios da poesia em Portugal.
Em 1937 ganha uma bolsa de estudo para Paris, a qual contudo lhe seria igualmente recusada por motivos políticos. Não obstante, decide partir para França por conta própria, aproveitando para ampliar os seus conhecimentos musicais, estudando Composição e Orquestração com Koechlin.
MAR SALGADO – 3 ANOS
Parabéns ao Mar Salgado pelo 3º aniversário!
Repetindo-me, agradeço o excelente trabalho que diariamente nos é oferecido por uma equipa plural, no que continua a ser um dos melhores “blogues” portugueses.