Archive for 11 Maio, 2006
MUNDIAL 2006 (CXXII) – 2002
Numa parceria (organização conjunta de dois países) e num cenário (Ásia) inéditos, a Fase Final da 17ª edição do Campeonato do Mundo de Futebol, disputada em 2002 no Japão e na Coreia do Sul, acabou por traduzir-se numa final também inédita, entre os dois países com maior historial (Brasil e Alemanha)… num contexto em que, paradoxalmente, o seu favoritismo seria talvez (mais) reduzido.
Desde um Campeão do Mundo em título (França) eliminado na primeira fase, sem conseguir marcar um único golo (!), à eliminação (também nessa mesma fase inicial da prova) da Argentina, do Uruguai, Croácia, Rússia, Nigéria, Camarões… e Portugal; passando pela bem sucedida carreira de ambos os países organizadores, este foi um Mundial caracterizado pelo factor surpresa, que suscitou questões ao nível da sua calendarização e da necessidade de rever os formatos competitivos dos principais campeonatos europeus, dado o estado de desgaste físico e psicológico que algumas das principais vedetas denotaram.
O Campeonato começou por ter uma nota inicial de “espanto” logo no seu jogo inaugural, com o Campeão do Mundo (França) a ser derrotada pelo estreante Senegal, por 0-1. Nos dois jogos seguintes, os franceses não conseguiriam marcar sequer um golo, assim sendo afastados da prova, sem honra nem glória. Situação similar sucederia, no mesmo grupo, com o Uruguai, também prematuramente afastado, face à qualificação de Dinamarca e Senegal para os 1/8 Final.
O Brasil, treinado por Luís Filipe Scolari, começaria por sentir enormes dificuldades para se impor frente à Turquia, com um tangencial 2-1, obtendo não obstante o primeiro lugar no seu grupo de apuramento, após vitórias sobre China e Costa Rica.
No grupo de Portugal, a primeira surpresa foi a vitória da Coreia do Sul frente à Polónia, logo seguida de uma não menos surpreedente vitória dos EUA contra Portugal. A equipa lusa, em dia de Portugal, obteria uma concludente vitória (4-0) na partida com a Polónia, necessitando apenas de um empate no último jogo para se qualificar.
Contudo, ainda antes da meia-hora, começaria a cometer uma espécie de “hara-kiri” com a expulsão de João Pinto, por agressão ao árbitro; o empate subsistiria ainda durante 4 minutos após a selecção nacional se ver reduzida a 9 elementos, também por expulsão de Beto; quando, aos 70 minutos, os coreanos chegaram ao golo, tudo parecia perdido… e estava – não obstante o último assomo de inconformismo na derradeira fase do jogo, com 2 ou 3 oportunidades, em particular um remate de Sérgio Conceição, em cima dos 90 minutos, com a bola a passar a milímetros do que seria o golo “salvador” que nos teria permitido o “milagre” da qualificação.
Assim terminava uma decepcionante carreira de uma “geração de ouro” em que eram depositadas grandes esperanças. 16 anos depois, o “fantasma” do desastre da eliminação frente a Marrocos voltava a materializar-se de forma “dolorosa”. Coreia do Sul e EUA seguiam, inesperadamente, em frente, para os 1/8 Final.
No grupo E, a Alemanha, depois de uma goleada por 8-0 frente à Arábia Saudita e de um “insosso” empate com a Irlanda, bateria a selecção dos Camarões, que, assim, se via também afastada, suplantada pela Irlanda.
No grupo teoricamente mais forte, a Suécia e a Inglaterra impunham-se às poderosas equipas da Argentina (desta vez derrotada pelos ingleses, vingando o Mundial de 1986) e da Nigéria, com esta a decepcionar (apenas um empate frente aos ingleses).
México e Itália afastariam o 3º classificado do Mundial precedente, a Croácia.
Por fim, o outro organizador, Japão, impunha-se, também surpreendentemente, derrotando (e eliminando) a Rússia, acabando por vencer mesmo o seu grupo de apuramento, à frente da Bélgica.
Nos 1/8 Final, destaque para a clara vitória da Inglaterra contra a Dinamarca (3-0) e, em especial, para as inesperadas vitórias da Coreia do Sul (afastando a Itália), Senegal (eliminando a Suécia) e EUA (frente ao rival México, teoricamente mais poderoso). O Japão via o seu sonho abruptamente interrompido, perdendo com a Turquia. O Brasil conseguia um muito complexo apuramento frente à Bélgica, não isento de polémica.
O grande jogo dos ¼ Final opunha o Brasil e a Inglaterra, com os brasileiros a fazerem valer a sua classe frente aos ingleses, que continuam, há 4 décadas, em busca da reedição do título de 1966. EUA e Senegal viam também a sua caminhada concluída, derrotados respectivamente pela Alemanha e Turquia. Por fim, a Coreia do Sul fazia história: depois de afastar Portugal e de eliminar a Itália, conseguiria garantir o apuramento (elevando a intensidade das polémicas, no que toca a actuações de árbitros nos seus jogos) frente à Espanha, na sequência de desempate da marca de grande penalidade!… O sonho viria a acabar aos pés da selecção da Alemanha.
Depois da difícil vitória inicial frente à Turquia, e de sofrer bastante nos jogos com a Bélgica e Inglaterra, o Brasil teria de vencer novamente os turcos para alcançar a Final.
E, por fim, num jogo sem grandes primores técnicos, entre duas equipas denotando sintomas de fadiga – com Ronaldo a destacar-se, afirmando-se com os 8 golos marcados na prova, a par de grandes figuras como Rivaldo, Roberto Carlos e um “emergente” Ronaldinho –, na primeira vez em que se defrontaram, o Brasil, vencendo a Alemanha, tornava-se penta-Campeão Mundial! O capitão Cafu, primeiro jogador a disputar 3 Finais consecutivas do Campeonato do Mundo, ergueria o troféu mais ambicionado.
TAÇA UEFA – RANKING CLUBES
Na sequência da vitória do Sevilla na Final da Taça UEFA, ontem realizada, esta prova passou a registar, no conjunto das 48 edições já disputadas, 31 vencedores diferentes, oriundos de 13 países.
Os grandes dominadores são os clubes dos países de maior potencial futebolístico na Europa (Itália, Espanha, Inglaterra e Alemanha), em particular a Juventus, o Inter, Barcelona, Valencia e Liverpool (todos com 3 vitórias); não obstante, foram 12 os clubes que já bisaram o triunfo na prova.
A Taça UEFA foi já conquistada pelo FC Porto (em 2003), tendo o Benfica perdido a final de 1983 (então disputada a “duas mãos”) e o Sporting, na época passada, também finalista vencido no seu próprio estádio, ante o CSKA Moscovo.
O ranking de clubes nesta prova passa a escalonar-se da seguinte forma (com base na atribuição de 3 pontos a cada vencedor, 2 pontos a cada finalista vencido e 1 ponto a cada semi-finalista):
Pos. Clube País Títulos Finalista Finais Semi-final. Pontos 1 Juventus Itá 3 3 6 1 16 2 Inter Itá 3 1 4 5 16 3 Barcelona Esp 3 1 4 4 15 4 Valencia Esp 3 1 4 - 11 5 B. M’Gladbach Ale 2 2 4 1 11 6 Liverpool Ing 3 - 3 1 10 7 Leeds Ing 2 1 3 2 10 8 Tottenham Ing 2 1 3 1 9 9 Parma Itá 2 - 2 1 7 9 Real Madrid Esp 2 - 2 1 7 11 Anderlecht Bel 1 2 3 - 7 12 Ferencvaros Hun 1 1 2 2 7 13 Koln Ale - 1 1 5 7 14 Feyenoord Hol 2 - 2 - 6 14 Goteborg Sue 2 - 2 - 6 16 Roma Itá 1 1 2 1 6 17 Arsenal Ing 1 1 2 - 5 17 D. Zagreb Cro 1 1 2 - 5 17 Zaragoza Esp 1 1 2 - 5 20 Bayern Ale 1 - 1 2 5 21 B. Dortmund Ale - 2 2 1 5 21 Birmingham Ing - 2 2 1 5 23 Ajax Hol 1 - 1 1 4 23 B. Leverkusen Ale 1 - 1 1 4 23 E. Frankfurt Ale 1 - 1 1 4 23 Newcastle Ing 1 - 1 1 4 23 Schalke 04 Ale 1 - 1 1 4 28 Marseille Fra - 2 2 - 4 29 Stuttgart Ale - 1 1 2 4 30 FC Porto Por 1 - 1 - 3 30 Galatasaray Tur 1 - 1 - 3 30 Ipswich Town Ing 1 - 1 - 3 30 Napoli Itá 1 - 1 - 3 30 PSV Hol 1 - 1 - 3 30 CSKA Moscovo Rús 1 - 1 - 3 30 Sevilla Esp 1 - 1 - 3 37 AZ Alkmaar Hol - 1 1 1 3 37 Brugge Bel - 1 1 1 3 37 Crvena Zvezda Sér - 1 1 1 3 37 Dundee United Esc - 1 1 1 3 37 Hamburger Ale - 1 1 1 3 37 Lazio Itá - 1 1 1 3 37 Sporting Por - 1 1 1 3 37 Twente Hol - 1 1 1 3 45 At. Madrid Esp - - - 3 3 46 Alavés Esp - 1 1 - 2 46 Athlet. Bilbao Esp - 1 1 - 2 46 Bastia Fra - 1 1 - 2 46 Benfica Por - 1 1 - 2 46 Bordeaux Fra - 1 1 - 2 46 Celtic Esc - 1 1 - 2 46 Espanyol Esp - 1 1 - 2 46 Fiorentina Itá - 1 1 - 2 46 London XI Ing - 1 1 - 2 46 Salzburg Áus - 1 1 - 2 46 Torino Itá - 1 1 - 2 46 Ujpest Dosza Hun - 1 1 - 2 46 Videoton Hun - 1 1 - 2 46 Wolverhampton Ing - 1 1 - 2 46 Middlesbrough Ing - 1 1 - 2
GUALDIM PAIS (I)
Gualdim Pais foi o quarto Mestre dos Templários em Portugal. Nasceu provavelmente em Amares, nos arredores de Braga, em 1118, filho de Paio Ramires, um cavaleiro nobre do Condado Portucalense, que apoiaria D. Afonso Henriques na rebelião contra a sua mãe, D. Teresa, em 1128.
Cresceu na companhia de D. Afonso Henriques, que o ordenou cavaleiro na Batalha de Ourique em 1139.
Seguiu depois em cruzada à Palestina, onde permaneceu 5 anos, distinguindo-se no cerco a Gaza.
Após o regresso, aparentemente já como Templário, combateu nas lutas pela reconquista do território entre Coimbra e Leiria, então a fronteira com as terras sob domínio Mouro.
Por volta de 1152, D. Afonso Henriques nomeou-o Comandante ou Mestre da casa da Ordem em Braga (primeiro quartel-general dos Templários).
Assumiria, quatro anos depois, em 1156, o cargo de Grande Mestre da Ordem do Templo, com a missão de defender a região entre Soure e a fronteira do Rio Tejo.