À CONVERSA COM PAUL AUSTER (I)
30 Abril, 2005 at 3:55 pm 2 comentários
O resumo que a partir de agora aqui irei apresentando sobre a “conversa de Paul Auster” com os seus leitores portugueses baseia-se em breves notas que – “ao correr da pena” e de forma necessariamente sintética e abreviada – fui tomando ao longo dessa “conversa” de cerca de 50 minutos, na passada sexta-feira, na Culturgest.
Aqui expresso portanto o meu antecipado pedido de desculpas pelas omissões ou incorrecções inerentes inclusivamente a uma “conversa” mantida em inglês.
Releve-se-me também esta “longa” introdução, antes de chegar à conversa em concreto, mas, constituindo esta uma ocasião única, procurarei conservá-la na minha memória, pretendendo fixar também aqui, por via destes escritos, alguns detalhes do que foi uma noite inesquecível. (Evidentemente, como facilmente se depreenderá, Auster é, “apenas”, o meu autor contemporâneo preferido – de que, neste espaço, tenho tratado repetidamente, com referência às suas diversas obras).
O ambiente era intimista, com três confortáveis sofás individuais, para o editor (Manuel Alberto Valente), para a escritora Luísa Costa Gomes (apresentada como um dos amigos portugueses do escritor, a par de Paulo Branco), que leu alguns excertos de “A Noite do Oráculo”, ocupando Paul Auster o lugar central, frente a uma sala repleta de público ávido de ouvir esta figura maior da literatura mundial; uma sala com excelentes condições, quer a nível de acústica, quer, inclusivamente, de luminosidade, contribuindo para o referido ambiente.
Um público que representará uma “imensa minoria” de portugueses que comungam do privilégio de partilhar o gosto pela escrita especial de Auster, com um carácter distintivo que o torna único; uma “imensa minoria” (a qual terá – infelizmente – de ser ainda, de alguma forma, considerada uma “elite”) que tem interesses que vão para além dos produtos de “consumo imediato” a que alguns pretendem resumir a oferta que nos é disponibilizada, essencialmente via televisão.
Após a meia hora inicial de leitura partilhada de “A Noite do Oráculo”, em inglês (pelo autor) e em português, Paul Auster começou por revelar o seu sentido de humor, ao dizer que, finda a leitura, não sabia exactamente o que era suposto ir passar-se de seguida, colocando-se naturalmente à disposição do público para as questões que lhe pretendesse formular.
E, num curtíssimo espaço, de cerca de vinte segundos, fez-se silêncio, até que alguém ousasse quebrar a natural barreira da inibição de estar em diálogo frente-a-frente com o admirado escritor.
A partir daí, vencida essa “barreira”, sucederam-se as perguntas, interessantes, pertinentes e inteligentes, que terão concerteza constituído motivo de particular gratificação para o editor português.
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1.
Rui MCB | 30 Abril, 2005 às 10:19 pm
E eu que não lhe li uma linha. Mas vou seguir o teu relato na mesma. Acho que não hei-de demorar muito a lê-lo. Paul Auster e Sam Shepard estão na lista dos “que-hei-de-ler” há demasiado tempo…
P.S. E parabéns pelo Benfica. Vamos a ver se o Sporting resite até ao jogo da Luz.
2.
Leonel Vicente | 30 Abril, 2005 às 11:58 pm
Isto, em termos de campeonato, está muito complicado… Será que o Benfica é capaz de ter uma vitória ‘convincente’ (sem ser necessário sofrer do primeiro ao último minuto), num jogo que seja?