Archive for 1 Abril, 2005

BRASIL (V)

Em 1548, o Rei designaria Tomé de Sousa para exercer o cargo de primeiro Governador-Geral do Brasil, ordenando-lhe o estabelecimento de uma “povoação grande e forte em lugar conveniente, para daí se dar favor e ajuda às outras povoações”, o que daria origem à primeira cidade brasileira, Salvador, fundada em 1 de Novembro de 1549.

Tal como outras potências marítimas da época (à semelhança do que aconteceria, por exemplo, com as colónias inglesas nos futuros Estados Unidos), Portugal detinha o monopólio do comércio da colónia, centrando-se a produção agrícola na monocultura de latifúndio, com recurso a mão-de-obra escrava, inicialmente dos próprios indígenas (o que se prolongaria até meados do século XVIII) e, numa segunda fase, de negros trazidos de África (os primeiros, provenientes da Guiné, integrando a expedição de Martim Afonso de Sousa – tendo-se intensificado o tráfico negreiro a partir de 1560, com ampla utilização dos engenhos de cana-de-açúcar, sucessivamente estabelecidos, em particular no Nordeste).

Os missionários Jesuítas – de que se viriam a destacar os padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega –, aprenderiam a língua Tupi, modificando-a e impondo-a como língua comum a várias tribos, de alguma descaracterizando-as, o que facilitaria a sua missão. Não reconhecendo aos nativos uma cultura própria, pretendiam torná-los súbditos de Cristo e da Coroa Portuguesa.

No decorrer dos séculos XVI, XVII e XVIII, a colonização portuguesa avançaria pelo território, com a criação de novos centros urbanos. No final do século XVII, na sequência da descoberta de metais preciosos, seria estabelecida a região de Minas Gerais, reforçando-se a relação de domínio entre colonizadores, colonos e colonizados.

No ano de 1711, um corsário francês transpunha a barra da Baía de Guanabara, invadindo a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, contestando o domínio português sobre o porto e ameaçando tomar a região das Minas.

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1 Abril, 2005 at 6:13 pm

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1 Abril, 2005 at 12:31 pm 2 comentários

BILINGUISMO – O CASO DO CANADÁ (V)

De forma paradoxal (ou talvez não…), o referendo de 1980 sobre a eventual independência do Québec (com apenas 40 % de votos “Sim”) marcou um ponto de viragem em termos sociopolíticos, travando os intuitos nacionalistas – ao mesmo tempo que o governo central canadiano começava a dar mais atenção às reivindicações quebequenses.

Porém, o Québec não reconheceria formalmente a Constituição canadiana de 1982 (situação que subsiste ainda hoje), apesar da sua aceitação tácita. O acordo de 1987 que reconhecia a natureza dual da sociedade canadiana seria recusado (em 1990) por um deputado indígena de Manitoba (em defesa da “terceira nação” constitutiva do Canadá, a indígena), impedindo a necessária unanimidade.

Quinze anos depois do primeiro referendo, a população do Québec seria chamada novamente, em 1995, a pronunciar-se sobre o seu futuro; com 93 % de participação, os votos “Sim” subiram para 49,4 %; praticamente um empate técnico que, ainda assim, assegurou a subsistência do Canadá como Estado único (seriam necessários 51 % de votos “Sim” para que o referendo se tornasse vinculativo).

O francês predomina hoje de forma expressa; 97 % dos comerciantes de Montreal colocam os seus anúncios em francês (50 % adoptam o bilinguismo); 72 % das empresas adoptam o francês como língua de negócio; 88 % dos trabalhadores utilizam preferencialmente o francês.

A nível do continente Americano, o equilíbrio de línguas dos quatro principais grupos linguísticos (40 % de falantes de espanhol, 38 % de inglês, 20 % de português e apenas 2 % de francês) continua a ser constantemente colocado em causa.

A mundialização das economias e a introdução massiva das tecnologias de informação e de comunicação constituem um novo e forte desafio ao francês, concorrendo com a generalizada utilização do inglês, numa província que tem por lema oficial a expressão “Je me souviens” (inscrita em todas as matrículas automóveis, em todos os edifícios públicos e em todos os documentos oficiais), assim expressando a sua consciência histórica (desde o abandono pela monarquia francesa em 1763, à crise de 1970 – com o recuperar, pela “Front de Libération du Québec, de inspiração marxista-leninista, do “grito” de De Gaulle, “Vive le Québec Libre!” –, passando pela União de 1840, pela Confederação de 1867, pela supressão das escolas francófonas de Ontário em 1911 e pela “Revolução Tranquila” de 1960) de afirmação da sua identidade própria no seio do “grande Canadá”.

P. S. A fechar, um bom exemplo de “blogosfera bilingue” canadiana, Ni vu, Ni connu. Também interessante, a divulgação de um livro relativo a “escritores bilingues”.

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1 Abril, 2005 at 8:37 am


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