INDEPENDÊNCIAS SUL-AMERICANAS (VI)
A independência hispano-americana não teve como única consequência política o estabelecimento de governos republicanos e constitucionais em lugar da monarquia Borbónica espanhola.
Em 1830, os territórios que haviam estado submetidos à coroa espanhola dividiam-se em 11 nações, número que, em 1903 (com a desintegração final da América Central, a independência da R. Dominicana e Cuba e a criação do Panamá por cisão da Colômbia) ascenderia a 18, marcando um forte contraste com a unidade preservada na América portuguesa e com a união federal que as colónias inglesas na América haviam estabelecido sob a égide dos Estados Unidos, no final do século XVIII.
Não obstante a história comum de conquista, colonização e governo imperial, e pese a existência de uma língua e um património cultural comuns, a América espanhola desintegrar-se-ia por completo.
Factores geográficos e históricos explicam a desagregação da América. A complexidade do território contribuiu para a separação e formação de núcleos populacionais com sentimentos locais.
A aparente unidade formal da colónia, acabou por revelar-se uma variedade a nível de diversidade racial e, particularmente, de estruturação económica, acabando por resultar no nascimento de nações que quase repetiam o antigo quadro da divisão administrativa colonial, até na demarcação das suas fronteiras, tão vagas e imprecisas com outrora, originando conflitos internacionais e ajustes territoriais durante o século XX.
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