O PRAZER DA ESCRITA E OS "BLOGUES"
A propósito de algumas questões que o Luís Ene vem lançando no Ene Coisas (nomeadamente sobre a existência de “um estilo de escrita nos blogues“), e reflectindo sobre o prazer da escrita, que constituirá talvez a principal razão da origem da criação de um “blogue”.
Um impulso irreprimível para, combinando palavras, articular frases, exponencialmente potenciado pela possibilidade de edição imediata, instantaneamente ao alcance da leitura de pessoas em todo o mundo.
Uma forma de revelação do “eu”, abrindo-nos ao mundo, aproximando-nos dos outros. Diários mais ou menos personalizados, mais ou menos íntimos, mais ou menos verosímeis… numa forma de expressão “libertadora” de ideias, desejos, muitas vezes “ocultos” ou que dificilmente seriam verbalizados.
Por vezes, até compulsivamente, com a mesma fluência e naturalidade com que se respira… Sem necessariamente ter como implicação algum tipo de aspiração a “escritor”!
Embora possa estar presente, mesmo que apenas no subconsciente, o romantismo do ideal de realização humana pressupondo o plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.
Que o “blogue” acaba por, implicitamente, proporcionar, porque ao escrever nele, nos é possibilitada uma conjugação simultânea do prazer da escrita com o “prazer de ser lido”.
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