"VÉU ISLÂMICO"
Em França, vão agitados os tempos no que respeita ao uso em público de símbolos religiosos, avolumando as tensões latentes entre vastas comunidades emigrantes.
Em Paris, 20 000 mulheres manifestaram-se recentemente, com os cabelos cobertos por véus tricolores, afirmando: “Também somos Franceses!”.
A motivação da proposta de lei sobre a ostentação de sinais religiosos – de iniciativa presidencial, ontem aprovada em Conselho de Ministros, a discutir no Parlamento já em Fevereiro -, atinge, em primeira análise, os 5 milhões de muçulmanos habitando em França: visa banir os sinais e roupas que manifestem “ostensivamente” a confissão religiosa, nas escolas e estabelecimentos públicos; desde logo, os tradicionais véus islâmicos, mas, também, os crucifixos de “grandes dimensões” (qual a medida aceitável?…) e o “kipa” dos judeus e, até, as “próprias barbas religiosas” (!?) – afectando, em teoria, e genericamente, também os católicos e judeus.
Numa época em que as intolerâncias religiosas grassam e são utilizadas como “arma de arremesso” a nível mundial, qual o objectivo de colocar, desta forma tão inútil, “sal nas feridas”? Será “dar razão” e protagonismo aos movimentos mais radicais.
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