Archive for 6 Janeiro, 2004
PARA ONDE "CORREMOS" NÓS?
A vida contemporânea impele-nos cada vez mais – evolução especialmente marcada a partir do final da década de 80 do século XX . a uma crescente aceleração, potenciada pelos mais variados estímulos, desde as “regras” que nos são impostas, à tecnologia, passando pela informação e crescente competitividade.
À guisa de uma daquelas piadas sobre “O cúmulo de…”, talvez o melhor exemplo do ritmo, velocidade e aceleração com que vivemos hoje seja o do “carregar no botão de fecho de portas de um elevador, para ganhar 2 segundos”!!! Para que nos irão servir estes 2 segundos que “ganhámos” na vida?
Desde o correio electrónico, às notícias online, até à comida fast-food, passando pela sobreposição de várias informações em simultâneo (por exemplo, as barras de rodapé nos “Telejornais”) e pelas actividades “multi-tarefas” (conduzir, a ouvir a rádio e a falar ao telemóvel…), a incessante busca da velocidade é uma constante da vida dos nossos dias.
E, paradoxalmente, quanto mais “corremos”, quanto mais aceleramos o nosso ritmo, menos tempo disponível parecemos ter.
O próprio fim-de-semana é atingido, transformando-se por vezes em momentos de desgaste, na procura de “recuperar o tempo perdido”.
Tudo isto – é obrigatório reconhecê-lo – amplificado no caso específico das mulheres, que têm de acumular as tarefas profissionais com as domésticas.
Tornando-se “refém” de uma sociedade mediatizada que ele próprio criou, o homem vai perdendo a noção do tempo, acrescendo às infindáveis horas de trabalho a tensão do stress e da competição pelo sucesso imposto por essa sociedade, vendo escapar-se o “tempo para si próprio”.
Para chegar onde ou atingir o quê?
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2003 – "PEQUENO BALANÇO" (II)
A nível internacional, a guerra do Iraque, iniciada pelos EUA, com o apoio do Reino Unido, mas contrariamente à posição geral da União Europeia, parecia ter, ao fim de 18 dias de rápida acção militar, um desfecho que deveria proporcionar o ultrapassar da crise e uma pronta devolução do Iraque aos iraquianos; afinal, viria a ser a continuação de um grande equívoco, ainda sem resolução à vista.
Um equívoco que custou o desaparecimento de uma grande figura mundial, não obstante, aparentemente já “esquecida”: Sérgio Vieira de Mello.
2003 foi também marcado (na sua fase inicial) pela “Pneumonia atípica”, geradora, a determinado momento, de um princípio de “histeria” colectiva a nível mundial, com o que se viria felizmente a revelar como um excessivo alarmismo – sem esquecer, claro, as vítimas que provocou, principalmente na China e no Canadá.
Continuou a assistir-se também ao aumento das desigualdades entre ricos e pobres, com uma parte muito substancial dos países do mundo a viver abaixo dos padrões mínimos de “qualidade de vida”, de uma forma inimaginável para quem apenas conhece a realidade europeia.
Um pouco por todo o mundo, subsistem conflitos, agravados em 2003 por algumas tragédias naturais, cujo último exemplo foi o terramoto no Irão.
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