MEMÓRIA DE 2004 (II)
O ano de 2004 ficou, também a nível nacional, marcado por alguns acontecimentos negativos, de que aqui destaco:
09.06.04 – Morte de Sousa Franco em plena campanha eleitoral, após incidentes na lota de Matosinhos.
Incêndios – Um ano depois, o flagelo dos incêndios voltou a assolar o país, colocando em evidência a inexistência de um plano estratégico de prevenção, a falta de condições dos bombeiros e a ineficácia dos meios de salvamento, não obstante os efeitos terem sido de alguma forma minorados por condições climatéricas não tão adversas como as de 2003.
Crise no Governo – Após a indigitação de Durão Barroso para candidato a Presidente da Comissão Europeia, o Presidente da República nomearia como Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes, vice-presidente do partido. Sem conseguir corresponder nunca ao pressuposto de manutenção da estabilidade política, que fora a justificação da sua nomeação, o Primeiro-Ministro acabaria por ser confrontado, 4 meses depois, com a decisão da dissolução do Parlamento.
Processo “Casa Pia” – Depois de uma aparentemente infindável série de polémicas, teria finalmente início, em Dezembro, o julgamento do processo Casa Pia. As incoerências e inconsistências de toda a fase processual prévia, passando pela aplicação e posterior anulação ou redução das medidas de coacção aplicadas aos arguidos, assim como o atribulado início do julgamento, continuam a fazer recear que não venha a ser possível fazer cabal justiça.
06.10.04 – Demissão de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI. Na sequência de uma intervenção do Ministro Rui Gomes da Silva, contestando o perfil da intervenção televisiva semanal de Marcelo Rebelo de Sousa (“sem contraditório”) e de uma reunião com o Presidente da televisão (Miguel Paes do Amaral), o Professor, alegando ter sofrido pressões, considerou que não estavam reunidas as condições para a continuidade do programa.
Foi também o ano em que nos deixaram algumas figuras de destaque na vida portuguesa, desde o genial Carlos Paredes, à grande poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, mas também de dois homens de televisão que quase víamos como integrando a “nossa família”, Fialho Gouveia e Henrique Mendes; partiram também Jacinto Ramos, Thilo Krassman, António Champallimaud, Maria de Lurdes Pintassilgo e, com um desfecho trágico que emocionou o país, em directo na televisão, a morte no estádio do jovem Miklos Féher.
[1956]
Entry filed under: Sociedade.