Archive for 11 Janeiro, 2005
AMÉRICA (II)
“Pouco se sabe das populações primitivas que povoaram o Norte do continente americano. Os numerosos túmulos encontrados na bacia do Mississípi apenas permitem supor que esta região foi habitada por tribos vindas da Ásia, das quais descenderiam os peles-vermelhas. Os Vikings, estabelecidos na Islândia, foram certamente, com Erik, o Vermelho, os primeiros europeus a descobrir a América do Norte. De facto, desde o século X, eles chegaram às costas do Labrador, mas não se estabeleceram definitivamente e foi só a partir do século XV que a Europa teve a revelação do Novo Mundo, com a chegada de Cristóvão Colombo em 1492. Depois das viagens de Cabot (América do Norte, 1497), Pedro Álvares Cabral (Brasil, 1500) e Fernão de Magalhães (1520), o traçado da costa oriental daquele continente ficou conhecido nas suas grandes linhas. A sua forma precisa fica definitivamente estabelecida depois da viagem de Balboa ao Panamá (1513) e das expedições de Cortés (México, 1519), Cartier (Canadá, 1534) e Soto (Florida e Mississípi, 1541).”
“A Enciclopédia”, vol. 1, edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004, pp. 438, 439
[1974]
ELEIÇÕES ASSEMBLEIA CONSTITUINTE – 1975
A 26 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas anunciara o seu programa, do qual constava o compromisso de, no prazo de doze meses, ser convocada uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita por sufrágio universal directo e secreto.
Precisamente no dia em que se comemorava o 1º aniversário da “Revolução dos Cravos”, a 25 de Abril de 1975, realizavam-se as eleições para a Assembleia Constituinte, que viria a ter a seu cargo a redacção da Constituição da República Portuguesa.
Os quatro grandes partidos estruturantes da democracia portuguesa (então ainda em estado latente, dado o “PREC – Processo Revolucionário Em Curso”), liderados por Mário Soares, Francisco Sá Carneiro, Álvaro Cunhal e Diogo Freitas do Amaral, alcançariam as maiores votações e consequentes representações parlamentares, respectivamente: PS (116 deputados); PPD (81 deputados); PCP (30 deputados) e CDS (16 deputados).
Os partidos considerados de ideologia de esquerda alcançariam um total de cerca de 58% dos votos, contra 34% dos partidos considerados de direita.
Numa breve análise aos resultados, constata-se que o PS registou votações regulares em todo o país, com uma implantação geral, conquistando votos à esquerda a Norte e à direita a Sul.
Verifica-se alguma correlação entre as votações do PPD e do CDS a nível distrital, situação justificada pela envolvente sócio-económica.
De Norte a Sul, as votações à esquerda registam acréscimos regulares.
O PCP concentra as suas maiores votações na região Sul, em particular em Setúbal e Alentejo, no que viria a constituir um paradigma sempre repetido ao longo de décadas, associado ao grau de proletarização.
Nas primeiras eleições no pós-25 de Abril, surgia ainda com alguma implantação o MDP/CDE (herdeiro da histórica CDE) – com um total nacional de 4 % e 5 deputados eleitos – em particular, ocupando um espaço à esquerda, em distritos de forte pendor anti-comunista.
Teriam também representação parlamentar a UDP e a ADIM (Associação de Defesa dos Interesses de Macau), cada uma com um deputado.
A Assembleia Constituinte teria a sua abertura solene a 2 de Junho de 1975, tendo como Presidente Interino Henrique de Barros, contando com a presença do Presidente da República General Costa Gomes, do Primeiro-Ministro General Vasco Gonçalves e do representante do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Vice-Almirante Pinheiro de Azevedo.
A Constituição viria a ser aprovada a 2 de Abril de 1976, com os votos favoráveis de todos os deputados, à excepção dos 16 deputados do CDS.
[1973]