Archive for 12 Novembro, 2004
"OS LUSÍADAS" (VII)
O Canto VII começa por elogiar a expansão portuguesa como uma cruzada, espalhando a fé cristã, fazendo de seguida uma descrição da Índia. Dá-se o desembarque, seguido de encontro com o Samorim. O regedor Catual visita a armada portuguesa, pedindo a Paulo de Gama que explique o significado das figuras nas bandeiras.
“Já se viam chegados junto à terra
Que desejada já de tantos fora,
Que entre as correntes índicas se encerra
E o Ganges, que no Céu terreno mora.
Ora sus, gente forte, que na guerra
Quereis levar a palma vencedora:
Já sois chegados, já tendes diante
A terra de riquezas abundante!
A vós, ó geração de Luso, digo,
Que tão pequena parte sois no mundo,
Não digo inda no mundo, mas no amigo
Curral de Quem governa o Céu rotundo;
Vós, a quem não sòmente algum perigo
Estorva conquistar o povo imundo,
Mas nem cobiça ou pouca obediência
Da Madre que nos Céus está em essência;
Vós, Portugueses, poucos quanto fortes,
Que o fraco poder vosso não pesais;
Vós, que, à custa de vossas várias mortes,
A lei da vida eterna dilatais:
Assi do Céu deitadas são as sortes
Que vós, por muito poucos que sejais,
Muito façais na santa Cristandade.
Que tanto, ó Cristo, exaltas a humildade!
Vede’los Alemães, soberbo gado,
Que por tão largos campos se apacenta;
Do sucessor de Pedro rebelado,
Novo pastor e nova seita inventa;
Vede’lo em feias guerras ocupado,
Que inda co cego error se não contenta,
Não contra o superbíssimo Otomano,
Mas por sair do jugo soberano.”
[1845]
ORÇAMENTO DE ESTADO E AS CERCI
Numa acção conjunta do Tugir em português e do Estaleiro propõe-se à comunidade Blogos que seja enviada uma mensagem electrónica para o Primeiro-Ministro com o seguinte teor:
Senhor Primeiro-Ministro
Estando perfeitamente elucidado sobre o Orçamento de Estado para 2005 e sabendo que V.Ex.ª. tenciona enviar-me uma carta em que dará esclarecimentos de que prescindo, solicito que se abstenha do respectivo expediente e faça entrega do montante respectivo a uma CERCI à escolha de Vossa Excelência.
Respeitosamente
De facto, para quê procurar explicar o inexplicável (um Orçamento sem linha de rumo definida, cujas políticas não têm qualquer coerência com o que generalizadamente se defendeu nos últimos anos, em que a política fiscal é cada vez mais uma autêntica “manta de retalhos”)?
P. S. Este procedimento poderia generalizar-se a todas as acções de marketing político desenvolvidas pelos governantes…
Há 1 ano no Memória Virtual – Música clássica (III)
[1844]