Archive for 11 Novembro, 2004
"OS LUSÍADAS" (VI)
No Canto VI, a armada parte para Calecut, com nova intervenção hostil de Baco junto de Neptuno, deus do mar, procurando prejudicar os portugueses. Enquanto os marinheiros ouvem tranquilamente contar o episódio de “Os Doze de Inglaterra”, o deus dos ventos, Éolo desencadeia uma tempestade, obrigando Vénus a intervir novamente, mandando as ninfas amainar o vento. Por fim, os portugueses chegam a Calecut.
“Não sabia em que modo festejasse
O Rei Pagão os fortes navegantes,
Pera que as amizades alcançasse
Do Rei Cristão, das gentes tão possantes.
Pesa-lhe que tão longe o apousentasse
Das Europeias terras abundantes
A ventura, que não no fez vizinho
Donde Hércules ao mar abriu o caminho.
Com jogos, danças e outras alegrias,
A segundo a polícia Melindana,
Com usadas e ledas pescarias,
Com que a Lageia António alegra e engana,
Este famoso Rei, todos os dias
Festeja a companhia Lusitana,
Com banquetes, manjares desusados,
Com frutas, aves, carnes e pescados.
Mas vendo o Capitão que se detinha
Já mais do que devia, e o fresco vento
O convida que parta e tome asinha
Os pilotos da terra e mantimentos
Não se quer mais deter, que ainda tinha
Muito pera cortar do salso argento.
Já do Pagão benigno se despede,
Que a todos amizade longa pede.
Pede-lhe mais que aquele porto seja
Sempre com suas frotas visitado,
Que nenhum outro bem maior deseja
Que dar a tais barões seu reino e estado;
E que, enquanto seu corpo o esprito reja,
Estará de contino aparelhado
A pôr a vida e reino totalmente
Por tão bom Rei, por tão sublime gente.”
[1843]
PELOS CAMINHOS DA BLOGOSFERA
Dia após dia, “caminhando pela blogosfera”, nem nos damos conta do magnífico trabalho que algumas pessoas vão desenvolvendo, prestando verdadeiro serviço público (e a título gratuito!).
A minha especial referência hoje para o Almocreve das Petas, um “blogue” fantástico de trabalho e dedicação, sempre com inúmeras pistas de leitura e de reflexão, assim como para o Bloguitica, também com uma intensa actividade, no comentário e análise da actualidade política e, igualmente, oportunas sugestões de leitura; trata-se de casos em que o destaque é ainda mais justificado, dado tratar-se de “blogues” individuais.
E, depois, há estas agradáveis surpresas de ver os “blogues” a cumprir uma função essencial: a de despertar o gosto pela leitura e pela escrita – veja-se o Netescrita, “O que eu quero é que eles gostem de ler e de escrever!” (Emília Miranda) – via Causa Nossa.
Há 1 ano no Memória Virtual – Música clássica (II)
[1842]