Archive for 16 Novembro, 2004

"OS LUSÍADAS" (IX)

No Canto IX, os Catuais procuram retardar o regresso da armada lusa. Vénus decide recompensar os portugueses, ordenando a Cupido e à Fama que preparem a Ilha dos Amores, em que Tétis, a deusa dos oceanos os acolhe, sendo os portugueses recebidos pelas ninfas apaixonadas. Tétis fala a Vasco da Gama sobre as futuras glórias dos portugueses.

“Tiveram longamente na cidade,
Sem vender-se, a fazenda os dous feitores,
Que os Infiéis, por manha e falsidade,
Fazem que não lha comprem mercadores;
Que todo seu propósito e vontade
Era deter ali os descobridores
Da Índia tanto tempo que viessem
De Meca as naus, que as suas desfizessem.

Lá no seio Eritreu, onde fundada
Arsínoe foi do Egípcio Ptolomeu
(Do nome da irmã sua assi chamada,
Que despois em Suez se converteu),
Não longe o porto jaz da nomeada
Cidade Meca, que se engrandeceu
Com a superstição falsa e profana
Da religiosa água Maumetana.

Gidá se chama o porto aonde o trato
De todo o Roxo Mar mais florecia,
De que tinha proveito grande e grato
O Soldão que esse Reino possuía.
Daqui aos Malabares, por contrato
Dos Infiéis, fermosa companhia
De grandes naus, pelo Índico Oceano,
Especiaria vem buscar cada ano.

Por estas naus os Mouros esperavam,
Que, como fossem grandes e possantes,
Aquelas que o comércio lhe tomavam,
Com flamas abrasassem crepitantes.
Neste socorro tanto confiavam
Que já não querem mais dos navegantes
Senão que tanto tempo ali tardassem
Que da famosa Meca as naus chegassem.”

[1850]

16 Novembro, 2004 at 6:12 pm

"A NOITE DO ORÁCULO" (I)

Em “A Noite do Oráculo”, Paul Auster prossegue a sua incessante busca do “eu”, por via do “outro”.

Com uma abordagem recorrente, Auster projecta-se na personagem principal do livro (um escritor) e vai-nos contando histórias dentro de histórias, dentro de histórias!

Introduzindo uma “novidade” (pelo menos com a dimensão que assume nesta obra), as extensas notas de rodapé, completando informação sobre circunstâncias passadas, dando-nos um enquadramento como que num flashback.

O “misticismo” associado ao estranho caderno azul português transporta-nos ao longo de uma história intrigante, complementada pela história do livro que o protagonista tenta escrever, até chegar a um “beco sem saída”.

A narrativa é densa, cruzando diferentes planos, mas consegue, não obstante, “agarrar” o leitor da primeira à última página.

P. S. No dia do primeiro aniversário do “Estádio do Dragão”, os meus sinceros parabéns aos portistas, pelo magnífico estádio.

Há 1 ano no Memória Virtual – Estádio do “Dragão”

[1849]

16 Novembro, 2004 at 8:54 am


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