Archive for Dezembro, 2003
1998 – EURO
“É criada a moeda única europeia, no âmbito da União Económica e Monetária. Vigora a partir de Janeiro de 1999, mas só entra em circulação três anos depois”.
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2003 – ANO DOS "BLOGUES" (XXIX)
Também em Outubro, começa a assistir-se a uma transferência de alguns “blogues” anteriormente alojados no “blogger” para o “weblog.com.pt” (sistema de alojamento de “blogues” em Portugal, impulsionado por Paulo Querido, onde se encontravam já, por exemplo, o Enecoisas e o Barnabé) – de que são exemplo, nomeadamente o Adufe, Janela Para o Rio, Fumaças, 100nada, Estudos sobre o comunismo (“o outro blogue” de Pacheco Pereira), Socioblogue e Metablogue, o próprio Memória Virtual e, finalmente, o Blog de Esquerda.
A 15 de Outubro, Paulo Querido e Luís Ene apresentam o primeiro livro sobre “blogues” em Portugal (“Blogs“), no Mercado da Ribeira, em Lisboa.
E, uma semana depois, a 22 de Outubro, era lançada a primeira edição em livro de textos de um “blogue”: “O Meu Pipi” compilava em livro os seus escritos erótico-pornográficos.
Na sessão de lançamento – em que Rui Unas leu fragmentos do livro – a cada um dos participantes, era distribuído, à entrada, um crachá dizendo: “Eu é que sou o Pipi”!
Os conteúdos anteriores do “blogue” haveriam de ser então “apagados”.
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1º "POST" – GLÓRIA FÁCIL – 10.08.2003
“Primeira “posta”: a TSF
Regressado de férias corro para os blogues. Quero ver, prioritariamente, como foi tratada a questão TSF (demissão da direcção, projecto Rangel, reacção dos trabalhadores, etc). Entristeço-me. Muita conversa – mas quase tudo ao lado. E tudo porque um trabalhador da casa, Carlos Vaz Marques, decidiu responder a uma “posta” de, se não me engano, Pedro Mexia, em que este considerava a TSF uma “rádio de esquerda”.
Ligam-me à TSF profundas razões do coração. Mas também da razão. E, sendo assim, lamento que na luso-blogosfera não se tenha debatido o essencial: o que pretende a PT (via Emídio Rangel) para a TSF?
As indicações disponíveis prometem o pior. Ou seja: acabar com a estação enquanto rádio-notícias. Porquê? Para bem de quem? Como inverter este processo? Porque não usar a blogosfera para fazer chegar este debate aos tubarões da PT, fazendo-os perceber que há no corpo ouvinte da rádio quem esteja preocupado?
Lanço uma proposta concreta: que os trabalhadores da rádio preparem um documento sobre “O que deve ser e o que não deve ser a TSF”. E que o preparem já, antes da divulgação na íntegra do “projecto Rangel”, para que não seja demasiado contaminado por raciocínios meramente reactivos.
Darei as minhas achegas. Humildemente, como simples jornalista. Porque não sou da TSF nem nunca fiz rádio. Como – digamos assim – um ouvinte especializado”.
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UNIÃO EUROPEIA – 1997
Ano Europeu contra o Racismo e a Xenofobia.
Em Junho, o Conselho Europeu, reunido em Amsterdão, aprova diversas disposições que facilitam a passagem para a terceira fase da União Económica e Monetária, adopta uma resolução sobre o crescimento e emprego e abre a via para o lançamento do processo de alargamento.
Em Julho, a Comissão apresenta a Agenda 2000 “Para uma Europa reforçada e alargada”, que inclui os seus pareceres sobre os pedidos de adesão de dez países da Europa Central.
A 2 de Outubro, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos quinze Estados-Membros da União Europeia assinam o Tratado de Amsterdão.
Em Dezembro, o Conselho Europeu reúne-se no Luxemburgo, adoptando as decisões necessárias para lançar todo o processo de alargamento.
P. S. Novo agradecimento, ao Murmúrios do Silêncio.
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1997 – TRAGÉDIAS
“Uma enxurrada sepulta num mar de lama 29 pessoas na povoação de Canada da Igreja Velha, em São Miguel, Açores. No Alentejo (Carregueira e Funcheira) morrem 12 pessoas”.
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1997 – MORTE DE DIANA
“Em 31 de Agosto, vítima de acidente num túnel de Paris, morre Diana Spencer, princesa de Gales, divorciada do príncipe Carlos. Com ela morrem o playboy Dodi Al-Fayed, seu namorado, e Henri Paul, o motorista, que conduzia um potente Mercedes a alta velocidade, alegadamente para fugir aos “paparazzi”. Investigações francesas evidenciam que na origem do acidente estaria o excesso de álcool detectado no sangue do motorista. A morte da princesa, aos 36 anos, provoca uma angústia planetária. As cerimónias fúnebres, televisionadas em directo para todo o mundo, serão um dos acontecimentos mais mediatizados de sempre”.
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2003 – ANO DOS "BLOGUES" (XXVIII)
A 4 de Outubro, no suplemento “Actual”, do “Expresso”, António Guerreiro apresenta uma crítica ao “universo dos blogues”, nomeadamente pela reprodução na blogosfera de um regime que diz ser o «responsável pela hipertrofia da “opinião” que caracteriza a imprensa, em Portugal», o do “mandarinato”, caracterizado pela “corrida ao espaço público mediático” (ver texto completo em “entrada estendida”).
Surgira entretanto o primeiro grande caso de controvérsia generalizada: de forma anónima, o “blogue” “Muito Mentiroso” editou, durante semanas, listas de perguntas, com uma técnica de desinformação, insinuando que o caso de pedofilia da “Casa Pia” teria por trás vários e poderosos grupos de interesses, associado a gravíssimos casos de corrupção.
Após dias de polémica na “blogosfera”, já em Outubro, Pacheco Pereira denunciou, na sua intervenção de Domingo no “Jornal da Noite” da SIC, o caso deste “blogue”, o qual estaria já, entretanto, a ser alvo de investigação.
No dia seguinte, todo o conteúdo do “blogue” seria apagado.
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(mais…)
1º "POST" – A ESPUMA DOS DIAS – 29.07.2003
Não se publicava poesia.
Ninguém atribuía qualquer importância às capas dos livros.
O design gráfico não existia, naquela sociedade radicalmente anti-materialista com que sonhei. Uma sociedade anti-esteta, racionalista, nos limites do suportável.
As capas dos livros eram feias mas isso não tinha qualquer relevância.
As capas dos livros eram todas iguais. Uniformizadamente: uma fotografia tirada por um mau fotógrafo de instantâneos que levava 25 euros por fotografia. Mal se adivinhavam os corpos dos escritores, sentados algures em cafés indistintos, longínquos e misturados com a multidão de bebedores de bicas e comedores de pastéis de nata. Às vezes os escritores eram fotografados a esbracejar e enquanto falavam. Ficavam de boca aberta ou com os rostos tapados pelos braços em movimento.
Nas contracapas publicavam-se os nomes dos autores e os dos seus pais e os números de contribuinte e de beneficiário da segurança social.
Os autores publicavam em quartetos, um livro continha sempre quatro textos de quatro escritores que não tinham nada a ver uns com os outros.
Os autores disputavam entre si a abertura dos livros. Organizavam-se duelos à moda antiga. Às vezes os autores morriam naquilo.
Fazia-se lobbying junto dos editores para que colocassem este ou aquele romance no princípio dos livros. Às vezes funcionava.
Os livros eram objectos horrendos com lombadas enormes.
A tendência era para aumentar o número de romances por livro”.
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MARCEL MARCEAU NO CCB
Aos 80 anos, o maior mimo do mundo regressa a Portugal. Marcel Marceau apresenta hoje, no Centro Cultural de Belém, em duas sessões (às 17 e 21.30 horas), a “arte mágica” da pantomina, despertando o riso, a par de momentos de melancolia, com a sua mímica, que caracteriza como a “arte do sonho, do silêncio e da poesia”.
P. S. Imperdível hoje (como sempre…) a “Grande Reportagem” que, num diferente exercício de “antecipação”, nos apresenta “As figuras do ano para 2004”.
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1996 – ATLANTA
“Fernanda Ribeiro, do FC Porto, conquista a medalha de ouro nos 10 mil metros nos Jogos Olímpicos de Atlanta e fixa novo recorde olímpico. Os velejadores Hugo Rocha e Nuno Barreto conquistam a medalha de bronze”.
P. S. Novos agradecimentos, ao Escorreito e ao Intimista.
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