Archive for 30 Dezembro, 2003

2003 – ANO DOS "BLOGUES" (XXXI)

Também a 30 de Outubro, João Pereira Coutinho inicia uma nova página na Internet, chamada “JPCoutinho.com – Diários“, com um conceito algo diferente da “típica” página de “blogues” (consumando-se assim o regresso da totalidade dos membros fundadores de “A Coluna Infame“): «À vossa esquerda, os pecados. À vossa direita, as virtudes. Faz sentido: pecados para a esquerda, virtudes para a direita… E de hoje em diante, pecados e virtudes, devidamente alternados. De que tratam estes Diários? Como o nome indica, dos dias do plumitivo. Os meus. Os vossos. Não existem diários privados.» E, mais adiante: «De modos que: cinco dias por semana. Dias úteis. Dias inúteis. De segunda a sexta. Prometo abrir a alma – a alma – e comentar o mundo. Que será, no essencial, o meu…»

A 4 de Novembro começa a funcionar uma nova plataforma portuguesa de edição de “blogues”: Blogs.sapo.pt, juntando-se nomeadamente ao Weblog.com.pt (impulsionado por Paulo Querido). Nesta nova plataforma, viriam a destacar-se nomeadamente os seguintes blogues: Espigas ao vento (entretanto suspenso) e Icosaedro (vidé textos apresentados a 22 de Dezembro sobre os “blogues” instalados nesta plataforma).

Esta “viagem pela blogosfera” ficaria incompleta se não referisse uma outra plataforma, com características particulares: o Livejournal (cuja apresentação me foi feita pelo Mário Pires – Retorta), com o seu “espírito” de comunidade, organizado em “círculos”, por afinidade ou centros de interesse; para se aceder à plataforma, é necessário um código, o qual era geralmente fornecido por alguém amigo ou conhecido, já integrado na “comunidade”, o que determinou muito da sua “sociologia”.

Existindo um pouco “à margem do circuito regular das citações do sistema blogger ou weblog”, não deixa, obviamente, de compreender muitas páginas de grande interesse (numa das próximas semanas, apresentarei referência mais detalhada aos “blogues” residentes neste sistema).

Como me foi apresentado pelo Mário Pires, «uma das características do Livejournal (LJ) é a possibilidade de criação de uma página com todos os blogues de que gostamos, onde as entradas estão dispostas cronologicamente; quando definimos um outro utilizador do LJ como “friend” estamos a adicionar os seus posts a essa página; o sistema de friends também permite níveis de privacidade varados no LJ, podemos colocar entradas visíveis apenas para nós, outras para todos os utilizadores definidos como friends, apenas visíveis por alguns ou apenas um friend e as entradas públicas visíveis por todos», sendo «a popularidade definida pelo número de pessoas que nos definiram como friends» e, finalmente, «tendo sido pensado por adolescente e criado para adolescentes, é um sistema que favorece os post “ligeiros” e a diarística mais comum, um post popular é um mini-forum / chat».

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30 Dezembro, 2003 at 6:09 pm 1 comentário

1º "POST" – BARNABÉ – 10.09.2003

O que é que tem o Barnabé?

O que é que tem o Barnabé?

O Barnabé é um blogue sobre política e cultura. O Barnabé não é um blogue intimista. O Barnabé é tão Narciso como os outros, mas tem vergonha na cara. O Barnabé é um blogue pós-narcisista.

O Barnabé é um blogue de esquerda e heterodoxo. O Barnabé não é um albergue espanhol. É um hotel de seis estrelas.

O Barnabé não é paroquial e acompanha os debates internacionais.

O Barnabé é laico, republicano e há mesmo quem seja socialista. Há até um anarquista.

O Barnabé não está com meias medidas. Defende nem mais nem menos do que a redistribuição das riquezas à escala mundial. O Barnabé considera a Internet uma dessas riquezas e age, no cantinho que é o seu, pela partilha dos extraordinários recursos e conhecimentos que ela pode oferecer.

O Barnabé procura a polémica entre blogues, entre colunistas de jornais e entre os seus próprios criadores. O Barnabé ameaça com a mão e dá com o pé. O Barnabé não é simpático. Não é nem do Belenenses nem da Académica.

O Barnabé é plural. O Barnabé não tem entre os seus participantes neo-conservadores, testemunhas de Jeová e munícipes de Felgueiras.

O Barnabé é diferente dos outros. Não será lido por mais de cem pessoas, e fará tudo para dar nas vistas, entrará em polémica com Pacheco Pereira.

Os pais do Barnabé têm mais ou menos a idade do Barnabé – alguns são mais velhos -, canção de Sérgio Godinho de 1972. São eles:

– Daniel Oliveira é político a tempo inteiro, polemista, bloquista, bloguista, sensacionalista e pai babado.
– André Belo é historiador em fase terminal de doutoramento caótico, escritor anedótico e emigrado neurótico em Paris
– Rui Tavares é historiador em fase comatosa de doutoramento, anarquista, percussionista e voyeurista.
– Pedro Oliveira é historiador, conservador de esquerda, ex-editor da revista “Política Internacional” e em fase vegetativa de doutoramento.
– Celso Martins é jornalista do “Expresso”, pai babado mas crítico de arte, professor.
– Rosa Pomar é conhecedora do misterioso mundo do html, ilustradora, tecnológica, pós-moderna e mãe babada.

São quase todos amigos há mais de 10 anos. Discutem violentamente e atacam-se mutuamente. Não são, no entanto, permitidos insultos vindos de pessoas estranhas ao serviço. O email do Barnabé é barnabe@yahoogroups.com..

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30 Dezembro, 2003 at 6:07 pm 1 comentário

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO – DO LADO DE SWANN (II)

“Como eu não tinha qualquer noção da hierarquia social, a impossibilidade que há muito o meu pai decidira de que frequentássemos a senhora e a menina Swann, ao fazer-me imaginar entre elas e nós grandes distâncias, tivera antes o efeito de lhes atribuir prestígio a meus olhos. Lamentava que a minha mãe não tingisse o cabelo nem pintasse os lábios, como eu ouvira dizer à nossa vizinha, a senhora Sazerat, que a senhora Swann fazia para agradar, não ao marido, mas ao senhor de Charlus, e pensava que devíamos ser para ela objecto de desprezo, o que me desgostava, sobretudo por causa da menina Swann, que me haviam dito ser uma menina tão bonita e com quem eu sonhava muitas vezes atribuindo-lhe sempre um mesmo rosto arbitrário e encantador. Mas, quando soube nesse dia que a menina Swann era um ser de uma condição tão rara, mergulhada como no seu elemento natural em tantos privilégios que, quando perguntava aos pais se vinha alguém jantar, lhe respondiam com estas sílabas cheias de luz, com o nome desse conviva de oiro que para ela não passava de um velho amigo da família: Bergotte; que, para ela, a conversa íntima à mesa, o que para mim correspondia à conversa da minha tia-avó, eram palavras de Bergotte acerca de todos aqueles assuntos que não pudera abordar nos seus livros, e sobre os quais eu bem gostaria de o ouvir emitir os seus oráculos; e que, por fim, quando ia visitar cidades, ia com ele ao seu lado, desconhecido e glorioso, como os deuses que desciam ao meio dos mortais – então senti, ao mesmo tempo que o valor de um ser como a menina Swann, como eu havia de lhe parecer grosseiro e ignorante, e experimentei tão vivamente a suavidade e a impossibilidade que para mim existiria em ser seu amigo que me enchi ao mesmo tempo de desejo e desespero. Agora, a maioria das vezes, quando pensava nela, via-a diante do pórtico de uma catedral, explicando-me o significado das estátuas, e, com um sorriso que me lisonjeava, apresentando-me a Bergotte como seu amigo. E sempre o encanto de todas as ideias que as catedrais em mim faziam nascer, o encanto das encostas da Ilha de França e das planícies da Normandia, faziam refluir os seus efeitos sobre a imagem que formava da menina Swann; era estar pronto para amá-la”.

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30 Dezembro, 2003 at 8:56 am

1998 – EXPO’98

“Seis anos depois de ter sido escolhida para acolher a última exposição mundial do século, Lisboa recebe milhões de pessoas e representações de 145 países, construindo para o efeito uma cidade dentro da cidade, com a recuperação urbana da zona oriental. A exposição, consagrada aos oceanos e ao 500º aniversário da chegada de Vasco da Gama à Índia, assenta em quatro edifícios idealizados para o evento: Oceanário, Pavilhão do Conhecimento dos Mares, Pavilhão da Utopia e Pavilhão do Futuro”.

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30 Dezembro, 2003 at 8:14 am

1998 – NOVA PONTE

“Inaugurada a Ponte Vasco da Gama, entre Sacavém e Montijo. É a maior da Europa, tendo custado 180 milhões de contos”.

P. S. Novos agradecimentos, ao Abrangente (pela simpática referência) e ao Placard.

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30 Dezembro, 2003 at 8:13 am

1998 – FOZ CÔA

“Depois de intensa polémica em torno da sua validade, as gravuras rupestres do Côa (posteriormente classificadas pela Unesco como património mundial) são preservadas. Para o efeito, é suspensa a construção de uma barragem naquele local”.

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30 Dezembro, 2003 at 8:11 am


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