Archive for 24 Dezembro, 2003
2003 – ANO DOS "BLOGUES" (XXV)
A 10 de Agosto, nasce o Glória Fácil, inicialmente com os jornalistas do “Público”: João Pedro Henriques, Maria José Oliveira; a que se juntaram entretanto Ana Sá Lopes (também do “Público”) e Nuno Simas (jornalista do Diário de Notícias).
A 11 de Agosto, novo artigo (de Pedro Correia) sobre os “blogues”, no “Diário de Notícias” (ver também texto em “entrada estendida”).
A 2 de Setembro, Medeiros Ferreira publica também um artigo no “Diário de Notícias”, uma abordagem “diferente” sobre o “fenómeno dos blogues”:
«A bloguemania está a difundir-se rapidamente. É, por enquanto, um exercício particular de quem gosta de ter opiniões abundantes e imediatas e revela uma acentuada necessidade de comunicar. A maior parte dos blogues que conheço aparenta-se ao género diarístico da antiga literatura. Um parente dissemelhante e de outra geração. Em todo o caso é um descendente. À primeira vista é um descendente, em língua portuguesa, de um Miguel Torga menos esculpido em granito lexical, de um Vergílio Ferreira mais mundano na sua conta-corrente, de um Fernando Aires angustiado de metafísica, de um Cristóvão de Aguiar bloguista avant la lettre com a sua relação de bordo existencial. Até me lembrei de Teixeira de Pascoaes e de Raul Brandão, mas os blogues dos nossos cibernautas pouco tratam de sentimentos. Estão mais virados para a descoberta da luta política por conta própria. Porque será? É claro que os blogues não são mais nem menos do que os sites precocemente envelhecidos pela necessidade de criar modas internéticas. Ainda há 50 anos se viravam os fatos do avesso, dando-lhes um retomado colorido, caso o tecido valesse a pena. O site é mais institucional, o blogue é mais individual – ambos unidos por uma orgia de endereços electrónicos. Deste modo, e antes que seja tarde, aproveito esta minha curiosidade de férias, para apresentar um modelo de blogue-notas:
Quinta-feira, dia 28: João Cravinho propõe António Guterres como cabeça-de-lista para as europeias. Não é a primeira vez que o faz, mas em Agosto o caso foi mais falado do que nos blogues que reservam uma entrada para Comentários(o). Acho uma boa ideia, embora não faltem excelentes candidatos a cabeças-de-lista para o Parlamento Europeu em quase todos os partidos do sistema, e até fora dele. Depois dos jogadores de futebol deve ser mesmo a melhor especialidade portuguesa. Por isso não me preocupo muito com o assunto. Alguém há-de aparecer. Prevejo um bom resultado do PS e a eleição de pelo menos um deputado do Bloco de Esquerda. Mesmo que o PSD perca essas eleições, com certeza que Durão Barroso não se demitirá. Vou guardar este blogue até Junho do próximo ano para o citar. Posted by José.
Sexta-feira, dia 29: Chuva. Como disse Teixeira de Pascoaes, o Outono em Portugal começa em Agosto. Esta chuva acaba com os incêndios, dirão os patriotas do clima.
Leio uns documentos da Casa Pia n’O Independente. Mas se todos os portugueses fossem avaliados, na indevida altura, por pedo-psiquiatras, quem garantiria o estado da nação no futuro?! E quantos blogues não seriam precisos para revelar as pulsões, as tendências, e até os actos de tanta gente feliz com lágrimas? Freud elaborou uma teoria geral. Em Portugal, pelo menos desde Pina Manique, elaboram-se fichas pessoais. Posted by Heterónimo Ferreira.
Sábado, dia 30: José Sócrates, no Expresso, afirma que António Guterres é o melhor candidato às eleições presidenciais. Pasmo com este afã de candidatar o presidente da Internacional Socialista a todos os cargos imagináveis. Tanto mais que agora ele vai em missão social da ONU junto de Lula da Silva, conforme também me ensina o mesmo semanário. Prevejo que António Guterres aproveitará a primeira ocasião para repetir estar retirado da política doméstica activa. Ainda é muito cedo para «o natural», como notou o E. P. C. A propósito será que o E. P. C. tem um blogue? Posted by Medeiros.
É isso. Um dia que deixe de ter a coluna no DN vou criar um blogue-notas!
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1º "POST" – A PRAIA – 03.07.2003
“Começar
Gostava de ter um blog com um aspecto gráfico à Pacheco Pereira, aquela barra vermelha com a palavra fica muito bonita, mas por enquanto isto é o que se pode arranjar.
Desconfio que este blog vai ser do género diário, inspirado ou mesmo copiando involuntariamente aqueles que eu mais aprecio no género, o do Pedro Mexia e o do Pedro Lomba. Não sei se este blog merece um título tão bom. Vou mudar de parágrafo para falar sobre o título.
A Praia foi o título que eu inventei para uma revista sobre política e ideias que havia de ter saído por 1999 – mas não saíu. Tenho um orgulho imenso neste título – e a bem dizer noutros que já inventei (more on this later; aliás, aqui vai haver umbiguismo em barda).
A Praia era um projecto excelente, só foi pena não se ter feito. A minha ideia era juntar um grupo de amigos para coordenar a revista, e depois pedir artigos a uma série de gente. Alguns dos amigos já não são meus amigos, mas eu continuo a não ter dúvidas de que teriam sido óptimas pessoas para fazer A Praia:
o Daniel Oliveira, que entre outras coisas agora assina de vez em quando uns posts no blog-de-esquerda e teve uma polémica com o João Pereira Coutinho (para este não faço link, esteja lá onde estiver) que deu origem ao fim da Coluna Infame (quem nunca a leu, vá ler, porque mesmo depois de morta continua a valer a pena);
o Pedro Adão e Silva, que agora é membro do secretariado do PS e escreve no País Relativo;
o Pedro Magalhães, que entre outras coisas escreve óptimos artigos de opinião no Público (hei-de falar muito nisto);
o António Ravara, que agora talvez seja uma espécie de infoexcluído;
o Pedro Rufino, que é um dos autores da revista de arquitectura Prototypo;
o André Belo, que faz um blog a partir de Paris;
o Paulo Varela Gomes, que escreve umas colunas de opinião numa revista que não se recomenda, Os Meus Livros.
Numa próxima ocasião explico o título”.
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ESTADO SOBREVIVE AO DECLÍNIO DA NAÇÃO (III)
.No entanto, quer o desmembramento dos grandes impérios no fim da Primeira Guerra Mundial, quer a multiplicação de Estados independentes depois da segunda, deixaram órfãos vários povos que procuram um abrigo para sua protecção através dos direitos das minorias em estados que lhes são, ou foram, hostis. E se o povo judaico alcançou o seu Estado com o fim do mandato britânico, já os palestinianos tiveram mais dificuldades em encontrar um território reconhecido. Do mesmo se queixaram povos como os arménios e os curdos, e ainda hoje os timorenses procuram na identidade maubere um traço distintivo da sua personalidade como povo..
.Estado sobrevive ao declínio da nação. (José Medeiros Ferreira) . Notícias do Milénio
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UNIÃO EUROPEIA – 1995
Ano Europeu da Segurança Rodoviária e dos Jovens Condutores.
A 1 de Janeiro, concretiza-se a adesão à União Europeia da Áustria, Finlândia e Suécia.
Em Fevereiro, entram em vigor os acordos europeus de associação entre a União Europeia e a Bulgária, a Roménia, a República Eslovaca e a República Checa.
Em Março, entra em vigor o Acordo de Schengen entre a Bélgica, a França, a Alemanha, o Luxemburgo, os Países Baixos, Portugal e Espanha. Em Abril, a Áustria assina também o Acordo de Schengen.
Em Junho, a Roménia e a Eslováquia apresentam o pedido oficial de adesão à União Europeia.
Em Outubro, a Letónia apresenta o seu pedido oficial de adesão à União Europeia. Em Dezembro, é a Lituânia que apresenta o seu pedido de adesão.
Em Dezembro, é assinado em Paris o acordo de paz de Dayton relativo à paz na ex-Jugoslávia.
No mesmo mês, o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (pelo Acórdão Bosman) estatui que as regras da federação de futebol que limitam o número de jogadores estrangeiros em equipas de futebol, e as regras relativas às transferências de jogadores, contrariam a legislação comunitária.
O Conselho Europeu, reunido em Madrid, estabelece que a Conferência Intergovernamental terá início a 29 de Março de 1996 e confirma que a introdução da moeda única (“Euro”) terá lugar em 1 de Janeiro de 1999.
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1995 – PS NO PODER
“Os socialistas reconquistam a confiança do eleitorado, embora com maioria relativa. António Guterres assume a chefia do governo”.
[825]
1995 – ATENTADO EM OKLAHOMA
“Uma viatura armadilhada destrói, em Oklahoma, um edifício federal, causando 168 mortos e 500 feridos. A suspeita do atentado recai num grupo paramilitar de extrema direita, a milícia do Michigan”.
[824]