ESTADO SOBREVIVE AO DECLÍNIO DA NAÇÃO (IV)
.Foi com efeito a Primeira Guerra Mundial que promoveu a noção de Estado-Nação à categoria de critério universal para o bem fundado da organização internacional dos povos.
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Há momentos em que até as nações imperiais querem libertar-se da dimensão imperial para se autocentrarem no seu Estado-Nação. Ninguém melhor do que Kemal Ataturk para nos explicar o caso da Turquia, presa do tecido Império Otomano e do omnissocial califado. Disse Ataturk em 1923: .A nação turca sofre demasiado por ter ignorado a sua própria nacionalidade. Os diferentes povos que compunham o Império Otomano emanciparam-se, utilizando precisamente os seus sentimentos nacionalistas. Pelo nosso lado, nós passámos a compreender o que somos . uma nação estrangeira diferente dessas nações . exactamente no momento em que fomos expulsos por elas….
Eis a melhor síntese histórica sobre as relações entre império e nação feita no período em que os grandes impérios davam lugar aos Estados-Nação na organização do sistema internacional. Finlandeses, lituanos, letónios, polacos, estónios, ucranianos, checos, eslovacos, eslovénios encontraram, ora na religião, ora na língua, ora na tradição, ora na luta política, os fundamentos da sua liberdade e da sua independência, consolidados por estados que também terão as suas tentações totalitárias. Na orla mediterrânica e do golfo Pérsico floresceram as nacionalidades libertas do Império Otomano..
.Estado sobrevive ao declínio da nação. (José Medeiros Ferreira) . Notícias do Milénio
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