2003 – ANO DOS "BLOGUES" (XVI)
15 Dezembro, 2003 at 6:27 pm 1 comentário
A 21 de Junho, na Revista “Única”, do “Expresso”, faz-se também referência à dicotomia “direita-esquerda”, então bastante patente na “muito politizada «blogosfera» nacional”, com alusão ao fim de “A Coluna Infame”.
No mesmo dia, um artigo de Pedro Rolo Duarte no “DNA” (suplemento do “Diário de Notícias”) questiona a “promiscuidade” entre jornalistas e “bloguistas”, referindo nomeadamente:
“Os “blogues”, tal como existem, montados e alimentados por gente que tem acesso aos jornais e à opinião pública – Pedro Mexia, João Pereira Coutinho, Pacheco Pereira, José Mário Silva, entre outros -, constituem para mim uma espécie de “Portugal Fashion” da opinião: eles exibem naquela passerelle electrónica o que não têm lata, ou coragem, ou vontade de “vender” nos jornais onde podem e devem publicar o que pensam – como os estilistas mostram na passerelle o que nunca irão vender.
Trata-se, portanto, de um exercício de vaidade pura, de presunção sem pai nem mãe.
…
Acho que uma das maiores virtudes da imprensa é o facto de ser finita no espaço e no tempo. Isto obriga a quem escreve, quem edita, quem publica, a escolher – e é na escolha, é nesse acto individual, perigosamente ditatorial, da escolha, da opção, que está a “flor do sal” desta profissão, desta paixão. Nesta medida, quando os profissionais do jornalismo se envolvem em “blogues”, estão a negar a essência do seu trabalho e a viciar o jogo da liberdade. Se houvesse leis sobre a matéria e eu pudesse legislar, os “blogues” existiam. Mas tinham esta reserva legal: só a eles deveriam ter acesso os que, pelas mais diversas razões, não têm espaço próprio nos meios de comunicação. Ponto final.
…
“Blogues”, dizem vocês? Claro que sim. Mas para os que não têm outra forma de manifestar a sua opinião. Para os que têm, como estes de que falo, desculpem lá, mas cheira-me a esturro: presunção, vaidade, ou apenas uma forma de poupar no psicanalista”.
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1.
vmar | 15 Dezembro, 2003 às 8:31 pm
Cheguei, li, degeri, e agora vou-me embora meditando.