"RETENÇÃO" vs. "PROMOÇÃO AUTOMÁTICA" – Comentários (II)
Ainda a propósito do tema que lancei a debate na semana passada, considero interessante “ouvir” o que tem a dizer – do outro lado do Atlântico – o César Valente (Carta Aberta):
“… embora não esteja há algum tempo acompanhando de perto o assunto (meus filhos estão ou na universidade ou formados), sempre que atuei como professor, no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, fiz questão de avaliar meus alunos classificatoriamente.
Cobro-lhes a presença, registro a freqüência e dou notas. Como no colégio.
E reprovo, sem dó nem piedade, sempre que a nota mínima ou a freqüência mínima não foram alcançadas.
Claro que a nota, em si, não diz nada, ela precisa ser reflexo de um processo de avaliação que tenha um mínimo de seriedade. Como professor, sempre procurei acompanhar com testes, provas e trabalhos, a assimilação dos conteúdos dados. Ao mesmo tempo, com esses instrumentos, ia verificando a forma como esses conteúdos estavam sendo percebidos.
Porque eu posso perfeitamente ser um mau professor (às vezes ou sempre) ou ter explicado e exposto mal um assunto. Naturalmente, os alunos, nesse caso, não podem ser penalizados por não saberem uma coisa que não lhes foi corretamente passada.
E tudo isso sempre dá muito trabalho, bem acima do que os magros salários de professor cobrem.
Como não conheço em detalhe o sistema de progressão automática, fico muito curioso para saber como são feitas as avaliações e como resolvem o problema dos maus alunos, uma vez que o mau aproveitamento não significa a repetição daquele período.”.
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