"RETENÇÃO" vs. "PROMOÇÃO AUTOMÁTICA" (II)

16 Outubro, 2003 at 7:06 am 2 comentários

Ao invés, será a “retenção” escolar um “mal necessário”? A “passagem de ano automática” avolumará/agravará os problemas/dificuldades dos alunos até atingir um nível incomportável e impeditivo do efectivo sucesso (aproveitamento) escolar, dada a absoluta falta de preparação?

Poderá a repetição de ano constituir uma oportunidade suplementar ao aluno? Possibilitando-lhe suprir, no curto prazo, as suas limitações escolares e, a longo prazo, prosseguir, com maior grau de êxito, os seus estudos?

Traduzirá de forma mais adequada os diferentes ritmos de aprendizagem de cada aluno? Poderá contribuir para que, por via da recuperação das bases em falta, o aluno adquira maior auto-confiança para os anos seguintes?

E a que níveis escolares será a “retenção” mais pertinente, necessária ou útil? No limite, a que soluções alternativas poderão os professores e responsáveis escolares recorrer?

A reacção dos pais face à reprovação dos filhos tenderá a divergir, consoante a sua condição social, oscilando entre a “recusa” (nos meios sociais favorecidos) – traduzindo-se, por exemplo, no abandono do ensino público (por ser apercebido como ineficaz) e passagem ao ensino privado – e a “resignação” nas camadas sociais mais baixas (acabando, muitas vezes, no abandono escolar).

Por outro lado, serão os professores os maiores defensores do sistema de “retenção”, entendido como uma medida indispensável ou “necessária”?

Na Europa, o sistema é adoptado nomeadamente em Portugal (com uma das maiores taxas de reprovação da Europa, 14 %), Alemanha, Bélgica (maior taxa de reprovação, 16 %), Espanha, França, Holanda, Itália e Suíça.

Por fim, esta questão cruza-se directamente com a política de orientação / diferenciação dos estudos, na sua dupla vertente, de formação “académica” e formação técnico-profissional.

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1950 – TIBETE PAPA JOÃO PAULO II – 25 ANOS

2 comentários

  • 1. AD's avatar AD  |  16 Outubro, 2003 às 9:20 am

    O ensino em Portugal deverá mudar sobretudo na formação de base, isso é um facto.
    Não se poderá exigir aos alunos conhecimentos que não lhes são transmitidos de uma forma coerente, concisa e correcta. Penso que com políticas de “retenção” ou “promoção automática” não se resolvem os problemas, contornam-se.
    Deveria haver uma aposta clara na formação de base que deveria ser compartilhada tanto pela escola como pelos pais. Certamente que esta solução é complicada e com resultados a longo prazo…

  • 2. Mário's avatar Mário  |  16 Outubro, 2003 às 2:15 pm

    Correntemente (e falo como pai) se queremos assegurar a aprendizagem dos nossos filhos temos de investir bastante do nosso tempo em casa no acompanhamento deles.
    Não é um lamento, porque mesmo que a escola fosse ideal, este investimento teria de existir, o que poderia era ser destinado mais ao aperfeiçoamento, do que meramente a assegurar que as bases ficam sólidas.


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